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História Amo-te, mesmo sem vê-lo. - Chapter VII


Escrita por: TheKiraJustice

Capítulo 7 - Chapter VII


 

Os cavalos percorriam os campos. Gritos eram ouvidos vez ou outra, palavras rudes em incentivo a cavalgada. Eram cerca de dez homens, todos com suas armaduras pesadas e desconfortáveis, causando ainda mais cansaço aos animais. Os pés chocavam-se em seus estômagos, fazendo o trotar se tornar ainda mais intenso. Qualquer um que olhasse, poderia sentir um arrepio lhe percorrer a espinha. Eram amedrontadores.

 

Os moradores de Oakfield não imaginavam o que acontecia a poucos quilômetros dali, mas logo saberiam... Seguindo as ordens de seus superiores, iam em busca do vilarejo não muito conhecido. A missão era clara, não deixariam o local até que achassem Oh Sehun. Mesmo confusos pela importância inesperada do garoto, não contestaram.

 

Já Sehun, este continuava preso em sua rotina, desejando silenciosamente que Baekhyun voltasse logo para vê-lo. Era um pensamento egoísta, sabia que sim, mas enquanto não o verbalizasse, continuaria como um pensamento. Tão descartável como qualquer objeto.

 

SunHi estava ocupadíssima naquele começo de tarde. Havia lavado suas roupas e agora se apressava para fazer algo para comerem. O Oh sabia cada um de seus movimentos, pois ela tinha costume de descreve-los, talvez cansada das perguntas repetitivas de Sehun durante sua infância. O garoto sempre fora dependente da mãe, seguindo-a para todos os lugares.

 

“Sehun, pode me ajudar com os baldes? As roupas estão pesadas. Ele está em frente a porta” Disse, esperando que o filho se levantasse de onde estava e fizesse o que havia pedido. Como sempre, o Oh não demorou a atende-la. Conhecia todos os detalhes daquela casa, onde cada pequeno objeto se localizava.

 

O garoto sabia que SunHi poderia transmitir coisas ruins aos que a viam pela primeira vez, mas a conhecia e sabia que era uma boa pessoa. Sua mãe era alguém que havia sofrido demais durante a vida. Carregava muitas cicatrizes, e não conseguia esconde-las. O Oh a reconhecia como uma mulher forte, que mesmo com as dificuldades causadas por seu pai, por ele mesmo, ainda trilhava a vida da melhor forma possível. Cuidava de Sehun, nunca tinha deixado de cuida-lo.

 

“Aqui está.” Deixou o objeto no meio da sala. Mesmo que tudo que enxergasse fosse a escuridão, sabia que a mulher encarava-o naquele momento. O som que as panelas faziam quando tocadas por suas mãos havia cessado.

 

“Sehun, aquele garoto que apareceu aqui algumas vezes, qual sua relação com ele?” Sua pergunta não era inesperada. O garoto já estava estranhando a falta de questionamentos de SunHi.

 

“Estamos nos conhecendo.” Foi o que respondeu. Não sabia o que tinham. Eram amigos? Amigos não pareciam sentir o que Sehun sentia, nem trocavam beijos como os que haviam trocado.

 

“Só isso?” Desconfiança, era isso que suas palavras carregavam.

 

“Sim.” Não achava que era a hora certa para contar a SunHi o que estava acontecendo.

 

Sua mãe andava estressada demais, e o estresse era compartilhado pelo garoto. Depois das vistorias feitas pelos guardas do castelo, o medo era constante. Sehun sabia que se as coisas piorassem, se mais deles aparecessem, talvez não pudesse se salvar da próxima vez. Sobressaltou-se quando, em outro de seus momentos de calmaria, enquanto sentia o aroma gostoso da comida de SunHi, ouviu uma movimentação estranha tomar conta do vilarejo.

 

“O que está acontecendo?” Assustado e sem saber o que fazer, apertou os dedos na superfície fria da mesa em que estava encostado. SunHi pôde ver os nós dos dedos do filho tornarem-se brancos enquanto o garoto tentava dispersar a frustração no objeto.

 

“Sehun, eles estão aqui!” Mesmo que sua voz soasse eufórica, mantinha o tom baixo, como se estivessem próximos o bastante para ouvi-la.

 

“Mae, eu devo...” Com as mãos tremendo, elevou-as até que os dedos esbarrassem no tecido que lhe cobria o olhos.

 

“NÃO!” Gritou. SunHi estava com medo, apavorada como a muito tempo não ficava. “Sehun, só se esconda em algum lugar.”

 

Já era possível ouvir os passos dos homens que pouco a pouco se aproximavam. Estavam indo diretamente em suas direções, sem pensar em mais ninguém que residia a vizinhança. Tinham o descoberto, era isso que se passava na mente do Oh. Ouvindo as palavras de sua mãe, teve dificuldade ao acomodar o corpo dentro da minúscula dispensa usavam para guardar as mercadorias que vendiam. Quando conseguiu selar a portinha que lhe servia de esconderijo, ouviu fortes baques. Estavam tentando adentrar a casa. Pareciam ainda mais violentos que da última vez.

 

“Senhores, o que desejam?” A voz de sua mãe soou pelo local, completamente serena. Estava preocupado com a segurança dela, mas pioraria as coisas se saísse de seu esconderijo.

 

“Estamos procurando alguém. A senhora tem um filho?” Como um choque de realidade, teve a confirmação que precisava. Estavam a procura dele.

 

“Sou uma mulher solteira. Não tenho marido nem filhos. Devem estar enganados.”

 

“Não tente nos enganar! Os moradores já disseram que Oh Sehun vive nessa casa. Estamos a procura dele. Espero que a senhora nos ajude ou as coisas podem se complicar.” Ouvia cada palavra que diziam. A escuridão parecendo mais intensa que o normal. Por alguns segundos, sentiu raiva das pessoas que conhecia desde pequeno e mesmo assim tinham o delatado. Mas, no final das contas, nenhuma delas tinha culpa. Não era justo que sofressem nas mãos daqueles homens para que protegessem a si.

 

“Estou dizendo a verdade. Moro sozinha nessa casa.” O Oh apertou os olhos quando ouviu outro baque, esse sendo muito mais característico. Aquele som, Sehun sabia o que ele significava. O barulho de choque de pele com pele. A imagem formando-se em sua mente. O homem acertando o rosto de SunHi com um tapa, seu corpo indo ao chão pela violência do impacto.

 

Não era, nem de longe, algo que Sehun gostaria de guardar em sua mente, mas o som parecia se repetir em seus pensamentos, alertando-o que chegara a hora de agir. Fechou as mãos em punho quando mais gritos se fizeram presentes. Mesmo que muitos deles fossem novas ordens e ameaças, não conseguia raciocinar de forma correta. As palavras pareciam desconexas e distantes. Apenas pensava o quão inútil estava sendo. Já era um homem, não deveria ser ele a protege-la? Mesmo depois de anos SunHi abdicava de si para que permanecesse seguro. Sempre mostrava-se renovada quando tratava-se de Sehun. O Oh sabia que era hora de retribuir. Retribuir todos os anos de cuidado, o carinho escondido nas entrelinhas de seu esforço.

 

Antes que revivesse o som agonizante, tocou a madeira com as palmas das mãos, impulsionando o corpo para frente, escancarando a porta.

 

“Não toquem nela.” Não precisou gritar, todos mantinham o mais fúnebre silencio. Talvez motivados pelo susto. “Não toquem nela. Estou aqui.” Repetiu. Era desesperador saber que vários olhos eram direcionados a si. Homens sem sentimentos e arrogantes. Homens que haviam agredido sua mãe.

 

“Todo esse trabalho por um garoto cego?” A fala era repulsiva. Odiava pessoas como aquelas.

 

Quando tentou dar alguns passos, foi impedido por braços que circularam suas pernas. SunHi continuava no chão, e isso lhe cortava o coração. Abaixou-se, buscando o rosto feminino com as mãos. Quando os dedos relaram na pele delicada da mulher, sentiu o liquido que escorria de seus olhos. Lagrimas silenciosas.

 

“Você não deveria ter feito isso. Não deveria.” Suas palavras eram deturbadas pelo choro. A voz embargada e sussurrada, para que apenas os dois pudessem ouvir.

 

“É minha vez de cuidar de você.” Mesmo com dificuldade, não deixou de lhe mostrar um sorriso acolhedor. Escorregando suas mãos para longe dela, levantou-se novamente. Dois passos adiante e já estava sendo empurrado para fora de casa.

 

Era difícil se localizar daquela forma. Os homens continuavam guiando-o de forma desajeitada. Apenas conseguiu situar-se quando, com a ajuda deles, foi colocado sobre um cavalo. Sentiu a respiração do animal, estava tão assustado quanto ele próprio.

 

“É melhor não tentar fugir garoto.” Disse, como se a situação não fosse clara a Sehun. Se havia se entregado, era óbvio que não faria nada descuidado. SunHi lidaria com represálias se isso acontecesse. Era estranho que tivessem ido diretamente até ele. Como sabiam de sua existência? Sempre tinha tomado precauções, era discreto e nunca se distanciava de casa. Não havia sentido algum.

 

Logo as cavalgadas se iniciaram. Elas, apesar da situação caótica, traziam-lhe tranquilidade. A selvageria dos ventos o lembravam Baekhyun. Enquanto tentava formular cenas em sua mente, cenas do dia que compartilharam, algo o fez parar. Baekhyun, ele era o único diferencial de sua vida. Um ponto que havia mudado sua rotina. A interferência do menor que havia o levado até ali? Não era possível que tivesse lhe feito algum mal, não é mesmo? Baekhyun tinha se tornado sua luz, confiava nele. Acreditava, no fundo de seu quebrado coração, que o garoto não tinha relação com aqueles acontecimentos.

 

Não sabia para onde iriam, muito menos se a viagem seria longa. Tentava se concentrar em qualquer coisa que o acalmasse, e surpreendeu-se quando notou a similaridade nos momentos que vinham em sua mente. A maioria deles o misterioso viajante estava incluso.

 

Os ventos fortes inibiam as vozes gritadas. Porém, tão rápido quanto a corrida começou, ela teve fim. Não sabia onde estavam, mas podia deduzir pelos sons que os rodeavam. Folhas que se agitavam com a brisa, o leve frescor da mata. Lembrava o que sentiu quando Baekhyun o levou até a cachoeira. Provavelmente um bosque.

 

“Tem certeza que estamos indo na direção certa?” Ouviu a voz de um dos homens. Estava a poucos metros de distancia.

 

“Sim. As ordens diziam para seguir pelo bosque. Mesmo com as arvores, o caminho é mais curto do que pelo campo.” Dessa vez, a voz que soou pertencia ao homem com quem dividia o cavalo.

 

Porém, enquanto Sehun tentava achar uma forma de sair vivo daquela situação, algo muito pior escondia-se em meio a vegetação. Saqueadores eram comuns naquela região. Em suas mãos, grandes facões banhados a ferrugem. Um corte, apenas um corte era necessário para vidas serem corrompidas pelo tétano.

 

Assim que os guardas do castelo aproximaram-se o suficiente, colocaram o plano em ação. Cavalos eram preciosos, e homens como aqueles sempre carregavam moedas de prata. Seria um grande ganho. Com um aviso combinado, saíram de seus esconderijos de forma repentina. O susto alcançando os animais, fazendo-os ralhar enquanto levantavam seus troncos usando as pernas traseiras como sustentação.

 

“Fiquem quietos! Parem! Animais estúpidos!” Os gritos eram lançados ao ar juntamente com a neblina que formava-se pela agitação dos cavalos. A terra seca levantando-se cada vez que os cascos maltratavam o chão.

 

“Espero que tenham algo que possam nos oferecer, ou não sairão vivos daqui.” Ainda mais assustado e confuso que antes, Sehun ouviu uma voz desconhecida. Seus problemas só pareciam se acumular cada vez mais.

 

 

 

(...)

 

 

 

Depois do que viu, a primeira reação de Baekhyun foi correr atrás de Celeste. Precisava se certificar de que Sehun estava bem.

 

“Baekhyun, para onde vai?” Mesmo distante, pôde ouvir Jongdae. Não sessou os passos, apenas virou-se para o irmão, andando de costas enquanto o olhava.

 

“Preciso fazer algo. É importante.” Gritou para o mais velho, esperando que as palavras pudessem acalmar suas suspeitas.

 

“Volte o mais rápido possível, papai vai querer vê-lo!” Ser discreto não era prioridade naquele momento, então apenas continuou sua corrida. Assim que alcançou o armazém, fez o ritual de sempre.

 

Era estranho. Nunca tinha sido supersticioso, não cria em magos nem nada do tipo, mas sentia uma sensação ruim lhe alcançar o peito. Talvez as imagens vividas tivessem mexido com sua cabeça. Era impossível controlar o desejo de encontrar Sehun. O Oh havia falado sobre os ataques que o vilarejo vinha sofrendo. Imaginar algo assim acontecendo com seu amado o desesperava. Tinha prometido manter Sehun em segurança, e não era alguém que quebrava promessas.

 

Amado... Era cedo demais para denomina-lo assim, mesmo que fosse apenas em seus pensamentos? Baekhyun não sabia se o amava, mas gostava de pensar que sim, afinal, a palavra era tão comentada por todos, que senti-la deveria ser maravilhoso.

 

Quando sua mãe ainda era viva, o Byun partilhava com ela muitas histórias. A mulher lhe contava sobre aventuras e romance. Nelas sempre havia esse amor, que parecia intenso demais para que o pequeno entendesse.

 

Amores não duravam para sempre, mas eram intensos no presente. É possível amar várias pessoas durante a vida, sendo elas em momentos diferentes, e cada uma com sua peculiaridade. Por isso, era sim possível que estivesse amando pela primeira vez, e o dono de seu coração era um homem, um camponês que mesmo não enxergando-o, parecia conhece-lo melhor que os que o viam.

 

Em meio a suas divagações, foi interrompido quando um barulho alto lhe chamou a atenção. Ao longe viu um emaranhado de cavalos, mas, por conta da distancia, não sabia descrever o que se passava ali. Cada metro que percorria a situação parecia mais caótica. Os animais estavam agitados e as pessoas que os montavam mais ainda. Uma grossa camada de poeira pairava sobre o ar, dificultando sua visão. Porém, como se seu corpo fosse magnetizado pelo outro, seus olhos capturaram o rapaz sobre um dos animais.

 

Baekhyun sentiu a onda gelada percorrer seu corpo. Puro desespero. Seu primeiro impulso o dizia para correr, ir até lá e tirar Sehun daquela situação. O medo lhe alcançando a espinha enquanto os olhos vagavam por todos aqueles homens, todos devidamente armados. O bosque não era um lugar seguro.

 

Tão rápido quanto o instinto lhe atingiu, a sensatez o trouxe de volta. Algo ainda pior poderia acontecer se não calculasse seus movimentos. Um plano, precisava de um plano. Olhou em volta, procurando um jeito de se aproximar sem que percebessem. Haviam muitas folhagens que cercavam o caminho de terra, árvores e arbustos densos. Se alguém se escondesse em um deles, com certeza não o veriam, principalmente se estivessem distraídos como agora. Era a única alternativa que tinha.

 

Desceu do cavalo, enfiando-se entre os arbustos. Os galhos machucavam seus braços enquanto aproximava-se. Sua pele ardia, mas não era como se ligasse para aquilo. Tinha os olhos fixos em Sehun. Naquele lugar conseguia ouvir as vozes mais claramente. Os saqueadores gritavam exigindo prata. Sentiu o coração parar quando um deles segurou os braços de Sehun, puxando-o de cima do cavalo brutalmente, fazendo-o tropeçar nos próprios pés e quase ir ao chão. Agarrou seu corpo por trás, posicionando a lâmina enferrujada na pele sensível do pescoço. Sehun mantinha-se completamente imóvel, não era como se tivesse muitas opções. Um movimento em falso e um corte grande e profundo seria feito.

 

Uma comoção surpreendente foi causada pelo ato. Nesse momento Baekhyun percebeu que, além dos saqueadores, haviam guardas do castelo naquele lugar. Foram eles que se agitaram.

 

"Levem toda prata que quiserem, mas deixem o garoto vivo. Temos ordens para mantê-lo em segurança." Piscou os olhos, confuso. As vozes já eram claras, então não havia entendido errado. Por que haviam guardas ali, e por que Sehun estava sendo levado por eles?

 

Parecendo ignorar quaisquer palavra, o homem continuou com a lâmina posicionada sobre Sehun, apertando-a até que a pele se tornasse avermelhada, quase rompendo-a. Baekhyun precisava agir.

 

Deslizou a mão por uma das pernas, alcançando o cabo da adaga que carregava consigo. Retirou a lâmina da bota, esgueirando-se entre as folhas. Havia um homem perto de si, conseguia ver suas costas enquanto continuava montado em seu cavalo. Não gostava de machucar animais, mas não via outra saída.

 

Em um movimento rápido o bastante para que ninguém pudesse reagir, pulou para fora dos arbustos, enterrando a lâmina em uma das coxas do animal. O cavalo relinchou tão alto que seus ouvidos doeram, erguendo-se e derrubando o homem que lhe montava. Iniciou uma corrida desesperada e sem rumo, desestabilizando todos a sua volta. Os demais cavalos pareciam compartilhar do desespero do animal ferido. A comoção se generalizou. Os homens caíam de seus cavalos, que cada segundo ficavam mais agitados pelo barulho constante e desorganizado.

 

Viu o corpo de Sehun ser jogado para trás. O homem repleto de fúria pelo que estava acontecendo. Os braços do Oh arranharam-se pelos cascalhos que cobriam a terra, mas dor alguma importava naquele momento.

 

Tudo aconteceu rapidamente, Baekhyun só viu que alguém corria em direção quando o homem tentou acerta-lo com uma faca. O objeto era maior do que o que carregava consigo. Desviou do primeiro ataque, percebendo que, apesar de estar mais armado, seu oponente não era ágil quanto deveria.

 

Pulou para trás quando foi atacado novamente, a lâmina a poucos centímetros de sua barriga. Firmou os pés no chão, fazendo o mesmo movimento que o adversário, mas, ao contrario de si, ele não tinha equilíbrio. Seu corpo bambeou por alguns segundos até que voltasse ao normal. Arrancou uma segunda faca da cintura e, com as duas mãos armadas, partiu para cima do Byun novamente.

 

Bloqueou uma das lâminas com a sua e agarrou o outro pulso, torcendo até que a faca escapasse de seus dedos. Sabia que o homem não desistiria enquanto estivesse são, então, antes que fosse atacado novamente, usou toda força que tinha para desferir um único e potente soco em sua barriga, usando da rápida distração para cravar a adaga em um de seus braços. O sangue surgiu rapidamente, acompanhado do ranger de dentes do homem, que foi ao chão no momento seguinte, pressionando o ferimento que escorria livremente o liquido denso e vermelho.

 

Lidaria com a culpa outra hora, pois sabia que ela viria. O sangue que ainda banhava suas mãos não o deixaria esquecer.

 

Caçou Sehun com os olhos, vendo-o no mesmo lugar. Os guardas do castelo estavam cuidando do restante dos saqueadores. O homem que prendera Sehun agora caminhava em sua direção. Ainda não estavam seguros.

 

Ao contrario do outro, esse era habilidoso, pôde perceber assim que se aproximou. Sua postura exalava confiança, os olhos queimavam em ódio. Pelo jeito, não se alegrava quando seus planos não corriam como desejado.

 

Baekhyun deu um grande passo para trás assim que o primeiro ataque veio, muito parecido com o de seu capanga. Era rápido e sabia como manusear uma faca, assemelhava-se a Jongdae. Os golpes eram interceptados antes que alcançassem a pele do Byun. Suspiros fortes escapavam pelos lábios de ambos. Eram raros os momentos que encontravam um adversário a altura, e isso servia de combustível para continuarem. Ferozes e ágeis.

 

A essa hora a maior parte dos saqueadores já tinham se dispersado, mas os guardas continuavam ali, observando tudo que acontecia.

 

"Saiam daqui!" Berrou, a voz arranhando a garganta. Só havia um homem ali, e ele cuidaria disso sozinho.

 

"Mas senhor..." Tentaram argumentar.

 

“Eu sou seu príncipe e ordeno que se retirem. Se prezam por suas vidas, não toquem no garoto." Mesmo que sua atenção estivesse completamente focada no adversário, todos sabiam que se referia a Sehun.

 

Provavelmente estava cometendo um dos maiores erros de sua vida, mas a segurança de Sehun era prioridade absoluta.

 

Ainda concentrado, ouviu os sons dos cavalos se afastando. Haviam feito o que tinha mandado, afinal, continuavam sendo meros oficiais. Assim que se livrou das demais distrações, continuou o que havia começado.

 

Com a mão livre o homem agarrou o braço de Baekhyun, se aproximando ao mesmo tempo que tentava imobiliza-lo. O Byun não demorou a revidar, lançando o joelho para cima até que alcançasse o meio de suas pernas, acertando aquele lugar com força. A dor o levou ao chão, mas não antes de puxar o Byun consigo.

 

Baekhyun estava preso, o corpo do homem sobre o seu. Sua faca, a única coisa que tinha para se defender, havia escorregado para longe no momento que caiu. Sentiu quando um soco foi desferido no lado direito de seu rosto. O impacto fez sua visão embaçar. Naquele momento, o tempo pareceu parar. Ainda com o rosto estirado pela força do soco, pôde ver o capanga que ainda sangrava imobilizar Sehun. A cena se repetindo novamente.

 

Baekhyun sentiu o gosto metálico do sangue tomar conta de seu paladar. A feição satisfeita do homem que tinha Sehun como refém o enojava. Ao que parece, até um simples ladrão havia notado a importância do Oh. Os olhares constantes e carregados de preocupação o delatavam.

 

"Um príncipe? Quanto será que consigo por você?" Mesmo que as palavras fossem pronunciadas com o rosto colado ao seu, não conseguia desviar o olhar. Havia prometido que manteria Sehun em segurança, mas nem isso tinha sido capaz de cumprir.

 

"Me desculpe..." Sussurrou, e soube que o Oh tinha escutado. Viu seus punhos se fecharem assim que as palavras foram jogadas ao ar. O pedido carregava grandes significados. Desculpava-se por mentir, esconder sua real identidade. Desculpava-se por, mais uma vez, não ser suficiente.

 

Fechou os olhos quando o punho veio a seu encontro outra vez, mas, para sua surpresa, o impacto não aconteceu. Ao contrario disso, um grito foi ouvido. Baekhyun abriu os olhos no exato momento que Sehun chocou o cotovelo contra o estômago de quem o segurava, agarrando seu braço e torcendo-o para trás, repuxando a ferida aberta. Os braços do Oh fecharam-se em seu pescoço, bloqueando qualquer passagem de ar que pudesse existir. O rosto tornando-se arroxeado rapidamente, as mãos sem controle ou força que tentavam desesperadamente acerta-lo para afasta-lo.

 

A única coisa que o Oh não esperava, era que em meio ao desespero em busca de ar, o homem fosse alcançar o tecido que lhe cobria os olhos. A venda foi arrancada de forma brusca, deixando as claras o que havia escondido por tanto tempo.

 

Baekhyun estava estático, assim como o homem sobre si. Sehun piscou os olhos rapidamente, adaptando-se a claridade depois de tanto tempo. Os olhos extremamente brancos não eram como de outros cegos que havia conhecido. Sua mente trouxe de volta historias que lhe contavam quando pequeno. Histórias de homens dos olhos sem alma.

 

Sehun o mirou assim que conseguiu. Sua ação deixando claro que sim, o Oh podia vê-lo. Nunca houve nada que atrapalhasse sua visão.

 

Recuperando-se momentaneamente do susto, usou da distração para empurrar o homem, colocando-o abaixo de si enquanto desferia incontáveis socos em sua face. O sangue dos machucados em suas mãos misturava-se ao que escorria dos lábios do outro. Assim que o corpo parou de reagir, retirou-se de cima dele. Sehun havia soltado o homem que o atacara, este que correu para o meio das arvores, horrorizado.

 

Agora entendia o motivo de Sehun esconder-se daquela forma. Ele não era como os outros, estava longe de ser. Se o encontrassem, o Oh seria o próximo corpo morto a ser carregado até o castelo.


Notas Finais


Entenderam alguma coisa?? Kkk

Dúvidas? Deixem nos comentários.

Anteriormente eu tinha dito que a fanfic tinha um pouco de relação com fantasia não é mesmo? Então, é isso aí. Vou explicar melhor nos próximos capítulos e realmente espero que não fique confuso demais kkkk.

Próximo capítulo pode demorar um pouco, motivo? Meus capítulos acumulados acabaram e o próximo ficou bem grandinho, então vou demorar 10 anos pra revisar.


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