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História Among the Shadows - Capítulo 16- Armadilha


Escrita por: IzaaBlack

Notas do Autor


Hey!
Desculpem a demora, não era minha intenção.

Capítulo 16 - Capítulo 16- Armadilha


POV Allyra

-Você está diferente- acusa Aaron, o que me faz desviar a atenção da estrada por um momento e olha-lo.

-Estou?

-Não está tão distante como antes.- diz com aquele jeito todo psicólogo dele. Rolo os olhos.

-Só o suficiente- revido e ele ri de lado.

-Melhor que antes pelo menos.

Concordo mentalmente, mas não prolongo o assunto. Não tenho porque faze-lo. Mudo  o foco da conversa sutilmente, e embarco em um foco totalmente diferente. Observo Daryl ziguezaguear com a moto a nossa frente, sempre seguindo-o.

A paisagem muda lentamente, demonstrando que estamos cada vez mais distantes de Alexandria, mas ainda assim nem um pouco perto da direção que poderia me levar a um certo lugar.

Seguimos viagem por um tempo, até que o caçador finalmente para no acostamento. Saltamos do carro imediatamente,  e ele nos mostra um rastro que encontrou, provavelmente de uma pessoa. Não sei dizer se acho bom ou ruim.

Escondemos nossos veículos, e começamos a seguir o rastro floresta a dentro. A mochila de Aaron está cheia de equipamentos que permitem que observemos a pessoa a distância, o que é bem bisarro.

-Temos que nos manter a uma distância razoável, onde o equipamento nos permite ouvi-los, mas que não sejamos óbvios, sem chance de descoberta- explica para mim como se eu fosse uma criança que não sabe usar o controle remoto de um vídeo game.

-Você tem plena noção de que está tentando ensinar uma agente do FBI formada a ficar de tocaia, né?- pergunto divertida e ele me olha atordoado.

-Tinha me esquecido disso totalmente- responde passando as mãos pelo cabelo nervosamente.

Dou de ombros, e volto a seguir o rastro. Não vou mentir, passo todo o tempo super consciente da presença de Daryl, sempre tão perto.

Depois de um bom tempo de caminhada, finalmente encontramos o sobrevivente. Está com um casaco térmico vermelho, e fez uma fogueira. Mesmo tendo a melhor visão dele através de um binoculo, posso dizer que não é um principiante.

-O cara não é novato nisso não- comenta o caçador parecendo ler meus pensamentos- Está usando barro e algumas folhas para espantar os mosquitos.

-Nojento, porém eficaz- digo dando de ombros.

 Ele me encara fixamente por um minuto inteiro, me acendendo de um jeito perturbador, e então abre um sorrisinho de lado, contido.

-Era esse o seu plano, quando de encontramos?- posso ouvir o sarcasmo em seu tom de voz, mas isso na verdade me diverte.- Estava toda suja de barro.

-Não, mas estava mesmo suja- admito, porque não há como negar isso.

-Uma verdadeira Little Monster- diz e seus olhos faíscam. Aposto que os meus também.

Aaron insiste em pararmos para descanso, e mesmo com os  meus protestos e os de Daryl,  acabamos parados em uma casa. Acho que tanto eu quanto ele sabíamos que era um risco muito grande perder o cara durante a noite, ele é esperto demais para simplesmente passar a noite toda em um lugar só.

A casa está mais para um chalé de dois quartos, bagunçado e mofado, mas que dá para o gasto. Protegemos todas as entradas, e acaba decidido que um quarto é meu, outro de Aaron e a sala do caipira, que insiste em uma vigia.

Trocamos algumas palavras durante o jantar improvisado, e admito que não consigo tirar meus olhos de Daryl por muito tempo, o que é completamente frustrante. Ali, comendo daquele jeito todo caipira e brusco dele, é sem a menor dúvida muito sexy.  Não sei explicar, mas é frustrante também.

Depois de discutirmos um pouco sobre o sobrevivente, cada uma vai para seu cômodo, pronto para dormir. E eu realmente tento. Tento ficar quieta em meu quarto e dormir o quanto eu puder, mas todo o meu corpo discorda. É como se cada célula minha estivesse clamando pela aventura que Daryl Dixon é , e não no final das contas não me nego a isso.

Sigo meus impulsos e levanto silenciosamente da cama. Pego o suporte e a lança, mais por habito que por qualquer coisa, e me encaminho para a sala, descalça mesmo.

Encontro-o empoleirado na janela, o olhar atento do lado de fora. Meus olhos descem por seu corpo delicioso por um instante, o colete de asas dando um charme final, constratando complementando com sua imagem de badboy. E ah, eu sempre gostei dos badboys.

-Não conseguiu dormir?-pergunta sem se virar, e sorrio de lado, gostando do fato de que ele me notou, mesmo que eu tenha sido tão silenciosa.

-Não exatamente.- respondo dando de ombros, e ele finalmente vira para me olhar. Se encosta na parede e arqueia a sobrancelha para mim.

-Algum motivo especial?-ele me encara fixamente, os olhos faiscando.

-Não- respondo, mesmo que minha mente grite “você” em alto e bom som em minha cabeça.

Ele dá de ombros, indiferente e volta a focar no lado de fora. Sigo seus movimentos com os olhos, e decido que o quero de novo. Que o quero agora.

Solto minha lança com cuidado ao lado do sofá e continuo meu caminho, silenciosa, até onde ele está parado. Abraço-o por trás, pressionando meu rosto contra o couro do colete, e sentindo-o ficar rígido e tenso. Isso me diverte.

-Little Mosnter- rosna e meu nome, ou melhor, meu apelido, sai em tom de aviso.

-Sim?- pergunto suavemente enquanto acaricio seu peito com as unhas, por cima da camiseta. Ele fica ainda mais tenso.

Deixo minhas mãos passearem livremente por seu corpo, testando seu controle. Ele rosna baixinho e resmunga um palavrão antes de se desvencilhar de meus braços.

Ele gira o corpo, fixando os olhos nos meus de longe e me sinto bem ao ver o efeito que causo. Está ofegante, as pupilas dilatadas, e o inicio de uma ereção visível. Ah, eu sou mesmo poderosa.

Olho-o nos olhos fixamente por mais um segundo ou dois, e então acabo com a distância entre nossos corpos e ergo meu corpo puxando seus lábios para os meus. É como um choque que passa por todo o meu corpo, se inciando onde nossos corpos se tocam- mais especificamente os lábios- até meu último fio de cabelo.

Nossas línguas de envolvem em uma batalha intensa, e ele me agarra rudemente pela cintura. Arranho levemente sua nuca, e desço uma das mãos por seu peito.  Suas mãos descem para minha bunda e em seguida uma delas ergue minha perna encaixando ao seu tronco. Gemo baixinho contra seus lábios.

Ele se afasta e desce para meu pescoço, o que só faz com que eu perco ainda mais o foco e o controle, se é que eu tinha algum, mas infelizmente ele parece recuperar um pouco do próprio, se afastando de mim em um pulo.

Fico parada por um momento, piscando atordoada, tentando me focalizar novamente.

-O que diabos...?- pergunto balançando a cabeça e olhando-o fixamente.

-Aaron está aqui- diz  e eu arqueio a sobrancelha.

-E dai?

-E dai que não vamos fazer isso assim, com ele aqui- responde exasperado.

Oh, então é isso. O lado conservador dele vem a tona, e é quase tímido. Eu quero ser uma pessoa compreensiva com o lado fechado dele e tudo mais, até porque eu tenho o meu, mas no momento estou frustrada demais para isso, então despejo minha irritação sobre ele.

-Ah, muito bom.- resmungo me virando  e indo em direção ao sofá- Basta uma pessoa em outro cômodo para te fazer broxar? Muito frouxo!

A reação dele é tão rápida que eu quase não processo o que está acontecendo. Em um momento estou de costas, pronta para voltar para meu quarto provisório, e no outro ele já me agarrou pela cintura com firmeza e tomou meus lábios como seus.

O beijo é intenso, rude, e cheio de raiva. Retribuo na mesma moeda, puxando seu cabelo, trazendo-o para mais perto. Ele me ergue em seu colo sem problemas, como se eu não pesasse nada, e em seguida  nos joga no sofá. Não é exatamente carinhoso, mas ainda assim tem cuidado.

Gemo contra seus lábios conforme suas mãos ganham vida contra meu corpo, deixando um rastro de fogo por onde passam. Minha blusa é jogada em algum lugar próximo ao sofá.

-É melhor não fazer barulho- sussurra contra meu ouvido depois que deixo outro gemido escapar- Não queremos ser interrompidos, queremos?

Xingo baixo, e começo a me concentrar nisso. Nos giro no sofá, assumindo o controle e começo a maltratar seu pescoço, me sentindo absurdamente bem e poderosa quando me dou conta de que ele está controlando gemidos por minha causa.

É mesmo uma noite muito intensa.

(...)

Estou tomando o café vencido que encontrei no armário quando Aaron finalmente aparece. Ofereço uma xícara a ele, que aceita de bom grado e conversamos enquanto esperamos Daryl sair do banho. Foi uma ótima surpresa a água aqui funcionar.

Saímos apresados e voltamos para onde deveríamos encontrar o rastro do sobrevivente, apenas para encontrar restos de uma fogueira e um rastro limpo.

 Ficamos assim por mais ou menos três dias, observando o cara durante o dia e acampando em algum lugar durante a noite, mesmo que eu tenha explicado diversas vezes que vigias também ocorrem no período noturno.

Somente a primeira noite dormimos em uma casa, nos dias seguintes improvisamos da melhor maneira possível, então só aquela vez a noite foi realmente produtiva, porém nas outras noites dormi com Daryl, e descobri que gosto muito de sua presença, o calor de seu corpo junto ao meu...Com ele, os pesadelos não voltaram a me incomodar.

Foi no quarto dia que fomos em busca do cara, e encontramos nada. Não vou mentir, é frustrante pra caralho não encontrar nenhuma pista do cara. Tudo bem que conseguimos seguir o caminho por um tempo, mas depois foi como se tivesse evaporado.

Passamos em frente ao que parece ter sido um depósito de alguma indústria alimentícia no passado e Aaron insiste que devemos entrar.

-Acho que devemos continuar procurando o cara- resmunga Daryl e concordo com a cabeça.

-Concordo com o caçador- respondo com os olhos fixos nas portas trancadas, e estranhamente limpas. Meus instintos gritam “armadilha” e “ tem algo errado nessa merda”

-Por que? – pergunta Aaron colocando a mão na cintura e me encarando fixamente. – Essa é uma ótima chance para conseguirmos comida.

-Porque isso está cheirando a armadilha, e se tem uma coisa que aprendi no FBI é a seguir meus instintos. Se eles dizem que tem algo errado é muito provável que tenha.

-Você está exagerando, Little Monster- diz Daryl se aproximando mais das grades. Faço o mesmo, e só consigo aumentar a sensação.

As correntes não estão enferrujadas nem nada, os caminhões parecem estranhamente em bom estado.

-Olha eu nem gosto dessa coisa de procurar sobreviventes, porque no geral as pessoas são uma merda no apocalipse, mas ainda assim prefiro tentar a sorte com o cara do que com isso aqui.

-Você tem um ponto de vista interessante- resmunga o caçador se virando para me encarar- Por que acha que as pessoas são uma merda no apocalipse?

-Porque é  isso mesmo que elas são, apesar de algumas exceções. E eu não consigo entender o porque de arriscar isso por desconhecidos, mas cada um com sua crença.

Vejo nos olhos dele que quer entrar mais fundo em meu passado, mas não deixo. Não agora. Nós três conversamos mais um pouco, mas no fim das contas cabamos decidindo por entrar. Merda.

A corrente da grade cede sem problemas, e então estamos dentro. Tudo ainda está bem trancada, e passamos por um carro estranhamente estacionado no meio do pátio. Seguimos até um dos caminhões, que ainda estão trancados.

-Vê? Acho que vamos nos dar bem- murmura Aaron, mas um barulho me chama  a atenção.

Inclino a cabeça, tentando ouvir melhor.

-Não- grito tentando impedir que arrombem o caminhão, mas já é tarde. A porta se ergue com tudo e o que posso fazer é puxar ambos pela camisa para trás, enquanto diversos zumbis caem para fora.

Nos arrastamos de costas para longe desses nojentos, mas a merda já está feita e só piora. Musicas e luzes começam a soar e piscar. É uma armadilha e uma das grandes. Alcanço minha lança e começo a acabar dos que se aproximam demais e então corremos em direção ao carro.

Cada um dos rapazes entra em uma das portas e eu me lanço na de trás, do mesmo lado que Daryl. Fechar as portas é um sacrifício, mas trabalhamos em conjunto e conseguimos.

-Que meda- rosna o caipira, batendo os punhos contra o volante.

-Sem querer ser chata nem nada, mas eu avisei- jogo da cara dos dois entre os arquejos. Aaron abaixa a cabeça entre mãos apoiadas nos cotovelos.

-Sim, você disse- resmunga baixinho.

Olho ao redor, e puxa, estamos cercados pra valer. Xingo baixo e penso na possibilidade...Não, não é o estilo deles. Talvez seja coisa dos Wolfes. Bem possível.  Vejo pelo espelho Daryl pegando um maço de cigarros e ameaçando acender.

-Você não vai acender essa merda- rosno jogando meu corpo para frente e arrancando a caixinha de sua mão.

-Ei- ele rosna baixinho e se vira para pegar de volta.

-O cheiro dessa coisa é nojento- resmungo irritada.

-Fresca- resmunga rolando os olhos. Ignoro-o.

Ficamos em silêncio por um momento, cada um em seus próprios pensamentos- acho eu- de fulga.

-Eu vou sair primeiro atraindo alguns deles, e então  vocês podem ir pelo outro lado- diz o caipira por fim – Vamos gastar algumas balas, mas sairemos vivos.

-Vai fazer isso coisa nenhuma- rosno  e Aaron concorda comigo.

-Se alguém tem que fazer isso sou eu- diz ele- Se alguém nos colocou nessa bagunça foi eu.

-Cala a boca Aaron- resmungo- Calem os dois a boca. Entramos nessa juntos, e vamos sair dessa juntos.

Olho para cima buscando paciência, e me surpreendo encontrando a resposta.

-Já sei o que fazer, mas precisamos fazer isso juntos.

-Tem um plano, ruiva?

-Sim.- respondo já pegando minha faca e cortando parte do banco.- Vou precisar do seu esqueiro. Vou jogar uma espuma em chamas ao nosso lado esquerdo,pelo teto solar, e então  sairemos todos correndo pelo direito. Claro que ainda vamos ter o que enfrentar, mas  s e sairmos ao mesmo tempo conseguimos. Daryl você vai ter que passar para o banco de trás.

Para minha surpresa ninguém discute.  Arranco dois grandes pedaços de espuma, e Aaron molha parte disso com um álcool que encontrou no porta luvas. Daryl se posiciona a minha direita no banco, para me entregar para eu poder jogar, e eu por minha vez seguro uma pistola com a outra mão.

Abro o teto solar rapidamente e dou seguimento ao plano. Os zumbis demoram a me notar e tenho tempo de jogar o primeiro pedaço a esquerda e o segundo para frente, além de dar um tiros a minha direita ajudando em nossa saída.

Daryl e Aaron abrem as portas ao mesmo tempo, e assim que saltam para fora começam a atirar, e noto chocada que recebem ajuda do lado de fora. Daryl me puxa pelo braço para do carro, e corremos em direção a grade. A cobertura que o cara nos dá é essencial.

Ele nos ajuda a fechar as grades, e logo mais e mais zumbis estão amontoados ali. Continuo xingando mesmo depois das grades bem fechadas, ainda indignada com tudo. Aaron perdeu a mochila, mas ninguém se feriu.

-Estão todos bem?- pergunta o homem encapuzado que nos ajudou. Olho para ele de cenho franzido.

-Sim, obrigado por nos ajudar- assume a dianteira Aaron. Daryl faz um resmungo de aprovação e eu aceno com a cabeça.

Eles trocam algumas palavras as quais não estou muito interessada, ocupada demais repassando tudo isso.

-Se puderem me ajudar a chegar a ler esse mapa, já vou ficar muito agradecido- diz o cara tão gentilmente que aperto os olhos em sua direção, meio perdida.

Ele abre um mapa antigo, e  tanto eu quanto os rapazes só conseguimos prestar atenção em uma mensagem escrita a caneta, que parece ser de Rick. Franzo a teste e encaro Daryl, que por sua vez foca a atenção no desconhecido.

-Quer encontrar Rick?- pergunta.

-Sim, eu quero- responde.- Sou um amigo de longa data dele.

-E quem é você?- pergunto arqueando uma sobrancelha.

-Sou Morgan- responde e o nome não faz diferença nenhuma para mim.

Mas parece fazer para Daryl, porque vejo um brilho de reconhecimento dançar em seus olhos azuis.

 

 

 



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