Ainda me lembro da primeira vez que percebi que lhe amava.
Fora um sentimento doce e até mesmo animador, perceber que meu coração era capaz de produzir tais sentimentos por alguém, ao ponto de incentivar meu corpo a produzir serotonina em excesso e a contração de meu estômago, liberando ácido como defesa natural à ansiedade, no romantismo, diz-se borboletas no estômago.
De certa forma, tal sentimento adocicado como um caramelo, preenchia-me com uma fome para demonstrar-lhe da forma mais pura, a maneira a qual minha alma e corpo vibravam ao ter você em minha mente.
Fiz tudo que pude, enfrentei minhas próprias barreiras e proferi as palavras mais doces que me vieram à mente, lutei para que você não experienciasse a dor de forma alguma, fui gentil, segui com cautela, respeitando seu tão precioso espaço pessoal, o qual as barreiras e delimitações eu já conhecera de longa data. Também sacrifiquei minhas horas, meus minutos e segundos somente para você, que vinha crescendo em minha estima e preenchendo-me de um sentimento quente e acolhedor, sentimento esse que até os dias atuais, nunca consegui me enjoar.
De pouco em pouco notei o quão íntimos ficamos, meus segredos eram seus, e os seus eram meus, noites dormidas na presença amável um do outro nos abençoava com uma disposição incomum pela manhã. As refeições e diálogos em conjunto, a maneira leve de lidar com nossos atritos, a forma a qual parecíamos ter a mente ligada de maneira quase inexplicável, eu lhe senti aquecendo meu coração e desenhando belas constelações em minhas cicatrizes, e de certa forma, sabia que você experienciava do mesmo sentimento estranhamente cremoso e acolhedor.
Eu me sacrifiquei, e você também, como ocorre em todo relacionamento saudável, seja esse qual for, romântico ou não.
Meus sacrifícios não doíam em mim, pelo contrário, eles me faziam crescer, me faziam amadurecer e compreender a natureza doadora que o amor pode ter.
Mas.
Eu não sabia.
Que.
Em você.
Machucava.
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