Escrita por: DebbySparks
Encostou-se sobre a parede do prédio sentindo sua costela arder, o corte havia sido fundo o suficiente para que impossibilitasse seu caminhar. Levou a mão direita ao local atingindo, notando que a esquerda havia se tornado uma grande maré de sangue, seu sangue.
Pegou com dificuldade o celular dentro do bolso, entrando em sua lista de contatos e discando o primeiro número que apareceu, torcendo para quem quer que fosse atendesse antes que sua mente se rende-se ao cansaço pela falta de sangue.
- Alo? __________? - ouviu a voz de sono soar sobre seu ouvido.
- Aizawa, será que poderia vim me encontrar no beco da rua principal? - sua voz estava ofegante e quase não conseguia disfarçar que estava ferida.
- O que aconteceu, ______? - ouviu uma movimentação do outro lado. - Está ferida?
- Acabei não tendo muita sorte em combate. - Gruiu, crispando os lábios ao mover-se e sentir uma pontada que lhe arrancou o ar.
- Já estou indo, aguente firme. - disse apressado.
A mulher deixou o celular escorregar por entre seus dedos ouvindo o barulho do aparelho encontrar-se com o chão, fechou os olhos respirando o mais fundo que conseguia, sentindo mais e mais de seu sangue escorrer por entre seus dedos, chegava até a ser engraçado se não estivesse em uma situação tão complicada. Abriu os olhos sentindo a visão turva e desfocada, os primeiros sinais de que provavelmente desmaiaria pela perda constante, forçou-se a ficar de pé, nem se importando com o celular caído, encostou o corpo sobre a parede, respirando com dificuldade perante a dor que parecia se alastrar mais em seu interior.
- Droga!
Assim que deu o primeiro passo, seu corpo vacilou e perdeu totalmente a força. Sentiu algo macio lhe envolver, braços que a seguraram com firmeza, vindo juntamente com a brisa suave que acariciou seu rosto. Tentou olhar o rosto de seu salvador, mas naquele momento não passava de um corpo que a força havia a deixando, ficando para trás apenas a consciência que acordada ouvia tudo ao redor, antes de também a abandonar.
***
Estava frio, muito frio.
Moveu a mão sentindo alto conectado na mesma, parou o movimento mal começado, enquanto tentava assimilar onde se encontrava. Então, com cuidado abriu os olhos sentindo a luz branca machucar seus olhos, antes que pudesse enxergar o teto branco. Moveu o corpo, e uma fisgada do seu lado esquerdo a fez parar e soltar um gemido de dor.
- É melhor não se mexer muito. - A voz dele soou pelo quarto silencioso, chamando sua atenção. - A muitos pontos aí, qualquer movimento brusco os abrirá.
- Shouta. - Riu soprado. - A quanto tempo está aí?
- Tempo o suficiente para conhecer seu salvador. - Deixou o livro em suas mãos sobre o colo.
- Salvador?
- Hawks. - Exclamou a pegando de surpresa.
- Hawks? Você só pode estar brincando? - tentou sentar-se, mas sua careta fez o homem levantar-se apressado e parar tal movimento.
- __________, você é a pessoa mais teimosa que eu conheço. - Ele bufou, sabendo o quanto aquele assunto ainda duraria por conta da forma incrédula que tomava seu rosto.
Ela parecia não acreditar.
Outra alguém não a julgaria por tal reação, afinal o herói número 2 estava sempre ocupado fazendo ronda em lugares mais propícios a acidentes trágicos. A rua principal, não era uma das que sempre visitava por ser a menos localizada para vilões, o movimento contido nelas atrapalhariam qualquer plano, para o mais estudado que ele seja. Ele ter sido uma das pessoas que apareceu primeiro e a socorreu mexeu de alguma forma com o coração acelerado em seu peito e se não fosse por aquele equipamento de medido cárdico, o moreno não estaria vendo a frequência que ele disparava por causa de uma simples revelação.
- Ainda ficara um tempo aqui. - Aproveitou-se de estar em pé, para colocar as mãos dentro dos bolsos sem tirar os olhos dela. - Como perdeu muito sangue, estão com medo de algo acontecer com você. - Suspirou. - Provavelmente, te darão mais uma bolsa de sangue.
- Só espero que sai logo daqui. - Foi a vez dela de suspirar. - Odeio hospitais.
- Te vejo depois. - Acenou, pegando o livro deixado para trás. - Temos algumas coisas para conversar sobre isso. - Apontou na direção do ferimento.
__________ apenas levantou o polegar em confirmação, antes de descansar a cabeça sobre o travesseiro, sentindo o corpo pesado e cansado.
***
Saiu pelas portas do hospital, agradecendo aos céus por finalmente ter deixado aquele quarto. O ar de Tokyo estava levemente frio, anunciando que o inverno estava perto, o que de certa forma a deixou feliz por não ter que usar seu uniforme de herói num clima tão desconfortável e os dias de repouso serão em completa glória, acompanhado de chocolate quente e muita besteira.
De repente em sua frente um vulto vermelho cortou sua visão a impedindo de dar, o que seria, seu primeiro passo. Logo a cabeleira loira tomou sua visão junto com aquele sorriso galanteador.
Hawks.
- Fiquei sabendo que receberia alta hoje. - Descansou as mãos sobre os bolsos, a examinando. - Não podia perder esse dia.
- Posso apostar que encheu o saco de Aizawa até que te contasse o dia da minha saída? - perguntou, vendo sua postura vacilar.
Estava certa.
- Isso não vem ao caso. - Sacudiu a mão direita em frente ao rosto. - Vim te fazer companhia, sei que ainda está se recuperando. - Colocou-se ao seu lado. - Nada mais justo que uma companhia de suporte.
- Nada mais justo? Você já não tem me ajudado bastante? - sorriu, começando a caminhar. - Estou em dívida com você, temo que tenha que lhe recompensar em algo.
- Oh, é melhor não dizer isso. - Ela viu seus olhos caramelos tornarem-se levemente escuros com uma malícia discreta. - Posso acabar interpretando sua bondade errado.
__________ quase vacilou no andar, mas agradeceu as suas aulas de controle emocional com todas as forças que existia no seu corpo. Caso ao contrário teria sido descoberta covardemente.
- Você de veria ser mais cuidadoso também. - Ela aproximou-se dele com aquela auréola sedutora que o fez tremer perante seu olhar. - Posso acabar sendo o verdadeiro perigo dessa relação.
Viraram a esquina entrando na avenida principal, quase sendo ambos sufocados pelo grande movimento.
- Então, temos uma relação? - entrou na dela, vendo seus lábios pintarem com perversidade.
Ela estava jogando com ele?
- E você não quer? - pararam em frente ao um prédio grande, provavelmente ao que ela morava.
- Não discordei em momento algum. - Aproximou-se dela, deixando seus rostos milímetros de distância, apenas acendendo aquele fogo em seus inteiros, com a simples ação que mesclarem suas respirações.
- Me leve para jantar então, passarinho. - Tocou seu peito, vendo o estremecer perante seu toque. - Posso lhe dar uma grande chance.
Hawks sorriu levando a mão a nuca da garota, a puxando com cuidado em sua direção, roçando seus lábios aos dela. Parecia que entrariam em combustão ali mesmo.
Então, essa é a essência do amor à primeira vista?
- Será uma honra. - Mordeu os lábios.
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