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História Amor al revez - Cap 47


Escrita por: MenerusHurt

Capítulo 47 - Cap 47



No dia seguinte, após se arrumar para o trabalho, Armando desceu para tomar o café da manhã. As meninas já estavam à mesa e Betty terminava de servi-las. Uma cena típica do cotidiano da família, se não fosse pelo fato de Betty estar séria demais, diferente de todas as manhãs.

A-Bom dia.(disse ao se aproximar da mesa.)

S-AC-Bom dia.(As meninas responderam em uníssono, mas Betty apenas forçou um sorriso.)

A-Amor, pode levar as meninas para a escola hoje? Preciso chegar mais cedo no trabalho.

B-Sim.(respondeu apenas, servindo o café para ele.)

A-Você não vai tomar café?

B-Estou sem fome.(Sofia e ele se olharam, e a garota apenas mexeu os ombros, sem saber o que tinha acontecido.) Eu vou ver se o correio chegou.(Antes que um deles pudesse perguntar alguma coisa, ela saiu da sala de jantar, deixando Armando confuso e curioso.)

A-Eu fiz alguma coisa?(perguntou à mesa.)

S-O senhor que tem que dizer isso.(Sofia riu.)Vocês brigaram?

A-Que eu me lembre não.

S-Ela está assim desde que acordamos. Parece chateada com alguma coisa.

A-Você fez alguma coisa na escola?

S-Eu não!(Os dois viraram-se para Anna.)

AC-Eu também não fiz nada, eu juro!(disse rapidamente.)

A-Se nenhum de nós fez nada, por que ela está chateada?(escorou-se à mesa.) Faz o seguinte. Quando forem para a escola, tentem descobrir o que aconteceu. Quando eu chegar do trabalho resolvo isso, tudo bem?

S-Certo.

AC-E se ela só estiver "desmonitada"?

S-Desmo... o que?(a olhou.)

AC-Desmonitada. Minha professora disse isso na sala ontem. Quer dizer que a pessoa está triste com alguma coisa e não tem vontade de fazer nada.(Armando riu.)

A-É desmotivada, filha.

AC-Isso!

A-Quem sabe? Mas agora eu preciso ir.(se levantou.) Não se esqueçam de investigar o que aconteceu.

AC-É como um filme de espiãs?(perguntou empolgada.)

A-É sim!

AC-E eu posso usar os seus óculos escuros, papai?

A-Acho que não vai ser necessário, meu amor.(Ele riu e se inclinou beijando sua testa.) Até mais tarde.

S-Bom trabalho, pai.(disse quando ele também se despediu com um beijo na testa.)

A-Obrigado.(Assim que ele saía da sala, Beatriz voltava e os dois se esbarraram.) Já estou indo.(disse olhando-a.)

B-Tudo bem.(Ele esperou que ela dissesse “tenha um bom dia no trabalho, eu te amo” como sempre fazia, mas ela permaneceu em silencio. A “chateação” era muito mais grave do que ele pensava.)

A-Então, até mais tarde.(lhe deu um rápido beijo, que não foi retribuído com tanta animação.)

B-Até.(Sem dizer mais nada ele se afastou. Ela suspirou e percebeu que Sofia e Anna a olhavam curiosas.) Terminem o café. Não podemos nos atrasar.(Disse desanimada, porém com a voz mansa. As duas continuaram a tomar o café em silencio e Betty seguiu para a cozinha, afim de descontar sua frustração nas louças.)

...

À caminho para a escola das meninas, Betty foi surpreendida com uma pergunta de Sofia sobre o seu humor naquela manhã. Sem saber exatamente o que responder, ela mentiu que estava tudo bem e que só estava em um dia ruim. Mas depois da insistência da filha, ela enfim resolveu confessar o que a perturbava.

S-Não adianta negar, mãe. Nós sabemos que você está chateada com alguma coisa e...

B-Tudo bem.(disse rapidamente.) Eu estou... Chateada pelo assunto do... Casamento.(olhou para Anna pelo retrovisor.)

S-Ah...(a olhou.) Você... Não gostou de algo que o papai disse?

B-Não, não foi exatamente isso. É que...(suspirou.) Eu não pensava que me importava com isso até o assunto surgir no jantar.

AC-Você está triste com o seu casamento, mamãe?(perguntou curiosa.)

B-Não meu amor, não é isso.(sorriu.)

S-Então você está chateada por que...(abaixou a voz para que Anna não escutasse.) Não teve o casamento dos sonhos.

B-Parece mais estranho quando é dito em voz alta.(Ela torceu a boca.) Mas acho que sim. Eu não queria que passássemos o resto das nossas vidas lembrando de um casamento arranjado.

AC-Casamento arranjado?(Betty praguejou mentalmente por ter dito isso em voz alta, e agora teria que explicar tudo à Anna, o que seria ainda mais difícil.)

S-É que o papai e a mamãe não se casaram como nos filmes, Anna.

AC-E por que não?

B-É complicado. Nós apenas... Assinamos alguns papéis.

AC-Isso quer dizer que vocês não são casados?

S-Claro que são. Assinar os papeis conta mais do que uma cerimônia bonita.(betty a olhou.)

B-Eu estou sendo boba, não é?

S-Não, mãe.(Sofia riu.) Eu entendo que você queira ter um casamento dos sonhos. Só estou surpresa por ter demorado tanto tempo para perceber isso.

B-É que não parecia tão importante antes. Ainda não parece... Quero dizer... Nós já somos casados, nos amamos, temos vocês. Não é como se realmente importasse...

S-Mas você gostaria que acontecesse.(Betty balançou a cabeça concordando.)

S-Tudo bem, não se preocupe. Vamos fazer o seguinte... Vou jogar algumas indiretas para o papai durante o jantar. Ele com certeza vai pegá-las no ar e vai perceber que vocês dois precisam conversar sobre isso.

B-Você quem deveria pensar em fazer psicologia.(ela riu.)

S-Não. Na verdade... Eu... Estava pensando em fazer medicina.(Aproveitando que o sinal avermelhou, Betty voltou sua atenção para Sofia, demonstrando sua surpresa.)

B-É mesmo?

S-Sim. Não apenas pelo Gael, mas... Eu realmente gosto do que o papai faz. Percebo quando ele fala sobre o trabalho o quanto é gratificante, e eu me interessei por isso.

B-Meu amor, isso é ótimo! Já disse isso à ele?

S-Não. E não pretendo dizer enquanto não estiver perto de fazer o vestibular. Ainda tenho um ano para isso. Tenho medo de mudar de idéia e decepcioná-lo.

B-Você nunca o decepcionaria.(Sem notar que o sinal se esverdeou, ela tocou carinhosamente no rosto de Sofia e sorriu. Só quando o carro de trás buzinou e chamou sua atenção que ela percebeu que estava empacando o transito.) PASSA POR CIMA!(Gritou irritada, fazendo Anna e Sofia rir. Após deixar as meninas na escola, Betty seguiu para a livraria, sentindo-se um pouco mais aliviada por ter desabafado com Sofia. Por mais que a situação ainda não estivesse sido resolvida, falar sobre isso com alguém a deixou um pouco mais leve. Só lhe restava esperar o jantar para saber se Armando se animaria com a sugestão, ou se acharia aquilo uma grande perda de tempo. Depois de estacionar o carro em uma rua próxima, Betty caminhou até a livraria, e assim que abriu a porta, foi surpreendida com uma comemoração de Melissa e Carlo, seu funcionário.) O que é isso?(perguntou divertida notando os confetes que eles jogavam nela.)

M-Não sabe que dia é hoje?(perguntou surpresa.) Não acredito...

Ca-Eu disse que ela não se lembraria(ele riu.)

B-O que foi? O que estamos comemorando?

M-Não acredito que você se esqueceu que hoje completa oito anos da inauguração da livraria!

B-Ai meu Deus!(colocou as mãos à testa.) Eu não acredito que me esqueci disso.

M-E nem eu!(andou até o balcão, pegando uma garrafa de champanhe.) De qualquer maneira, ainda bem que eu comprei isso. Imaginamos que você se esqueceria. Você é a única mãe de família aqui.(Ela riu.) Carlo, faça as honras, por favor.(ele pegou a garrafa de champanhe e em pouco tempo a estourou. Melissa colocou as taças em sua frente e ele as encheu. Após cada um receber a sua, as taças foram erguidas e Betty disse com orgulho.)

B-Que venham muitos anos mais!(Os três brindaram suas taças e tomaram a champanhe logo depois.) Eu não acredito que me esqueci dessa data tão especial...(choramingou caminhando até o balcão.) Eu estava planejando tantas coisas legais para essa data. Descontos, promoções, eventos...

M-Ainda temos tempo. Podemos fazer isso no fim de semana.

B-Você acha?

M-Claro que sim!(Betty sorriu escorando-se ao balcão.) Eu só preciso cancelar o meu jantar com Eduardo.

B-Jantar? Que jantar?

M-Ele me convidou para jantar fora no sábado.

B-E você está calma desse jeito?

M-Como assim?

B-Mel, e se ele for pedi-la em casamento?

M-Ai meu Deus! Você acha?

B-Por que não?(disse animada.)

Ca-Espera...(se aproximou.) Só por que ele a chamou para um jantar romântico ele precisa pedi-la em casamento?

M-Ele não costuma me chamar para jantares românticos. Costumamos fazer isso na minha casa ou na dele.

Ca-Mesmo assim, ainda acho que estão exagerando. Ele pode apenas querer ter um simples jantar romântico.

B-Por que você é tão estraga prazeres?

Ca-Não sou estraga prazeres. Só estou dizendo que vocês mulheres imaginam um pedido de casamento especial. Ele pode fazer isso hoje enquanto Mel está assistindo televisão, ou pode fazer quando ela menos esperar.

M-Betty tem razão, você é estraga prazeres.(suspirou.) Não tem graça um pedido de casamento se não for romântico!

Ca-O importante não é o pedido em si?

M-Não! O importante é uma coisa romântica! Um jantar, um buque de flores, uma surpresa...

Ca-Não acredito.(balançou a cabeça.) Betty, você que é uma mulher casada, como foi o seu pedido de casamento?(Melissa olhou para o chão e Betty continuou em silencio.) O que foi? Eu disse algo errado?

B-Não...(respondeu desanimada.) Eu... Não tive um pedido.

Ca-Como não? Armando não pediu sua mão?

B-Não.

Ca-Então vocês resolveram se casar apenas?

B-Não.(Por mais que Carlo fosse um ótimo funcionário e amigo, Betty nunca se preocupou em contar à ele sobre como começou o seu romance com Armando, até porque isso não importava. A única coisa que lhe importava era que todos soubessem que eles se amavam e que tinham uma linda família juntos, e de fato era o que Carlo sabia sobre eles.) Nós tivemos um casamento arranjado.

Ca-O QUE?

B-É tão surpreendente assim? (Perguntou envergonhada.)

Ca-Não, é que... Isso é sério? Em pleno século vinte e um? E no Brasil? Como foi isso?

B-É uma longa história. O fato é que nós casamos por obrigação, e... Acabamos nos apaixonando.

Ca-Uau...(sorriu.) Daria um ótimo livro.

B-É.

M-Mas o que importa é que os dois são o casal mais lindo que já vimos!(disse animada.) E não é porque não teve um pedido de casamento romântico ou uma cerimônia dos sonhos que Betty vai ficar desanimada, não é?(Ela não respondeu.) Não é? (a olhou.) Betty, o que foi?

B-É que... Ontem durante o jantar Anna perguntou como Armando e eu nos casamos.

M-E o que você disse?

B-O mesmo de sempre. Que contaríamos quando ela crescesse. E então ela começou a falar sobre o casamento dos sonhos, com um vestido de princesa e várias outras coisas, e eu... Meio que... Senti falta de não ter tido isso.

M-Ah, amiga... (segurou sua mão.) Você nunca tinha se importado com isso...

B-Eu sei, e me sinto péssima com isso. Sempre estufei o peito para dizer que Armando e eu não precisamos de nada disso para sermos felizes. Mas é que eu não consigo parar de pensar qual a sensação de planejar um casamento. Procurar o vestido perfeito, enlouquecer com os preparativos... Eu... Adoraria ter passado por isso.

M-Mas você ainda pode passar por isso. Vocês só precisam planejar uma cerimônia.

B-Depois de tantos anos? Não parece bobeira?

M-É claro que não! Seria lindo! Imagina que bela história para contar à Anna? E imagina a felicidade dela de participar do casamento dos próprios pais?(Betty riu.)

B-Eu não sei. Não sei se Armando concordaria.

M-Armando comprou um par de alianças para vocês depois de um mês de convivência. Você realmente acha que ele não toparia isso?

B-Ele pode achar perda de tempo. Como Sofia mesmo disse no carro hoje, o que importa é estar casado no papel.

M-E a cerimônia também importa e muito. E se é importante para você, tenho certeza que será para ele também.

Ca-Vocês mulheres são loucas...(resmungou.) Se Betty já está casada e feliz, por que fazer uma cerimônia agora?

M-Porque é o desejo dela, e ela quer realizá-lo. E você está começando a me irritar. Por que não vai tirar poeira dos livros da vitrine?(respondeu impaciente. Carlo bufou e se afastou das duas.) Não ligue para ele. Como eu disse, se é importante para você, então diga para o Armando. Tenho certeza que ele concordaria.

B-Você acha?

M-Claro que sim!(Betty sorriu.)

B-Tem razão. Vou conversar com ele sobre isso hoje a noite.

M-Ótimo. Agora... Vamos deixar as comemorações de lado, e vamos abrir logo essas portas. Precisamos de muitos clientes hoje para comemorar o aniversário!

B-Com certeza!(respondeu animada.)

...

À noite, Betty terminava de servir o jantar com o bom humor de sempre. Estava decidida a conversar sobre aquele assunto com Armando, e talvez com o incentivo de Sofia ele concordaria com a idéia da cerimônia de casamento. Depois que arrumou a mesa, não demorou muito para que Armando chegasse do trabalho. Ele a cumprimentou e Betty lhe deu um beijo animado, totalmente diferente do que lhe deu pela manhã.

A-Hum... Oi. (sorriu após o beijo.) Está animada.

B-Sim.(sorriu.)

A-Posso saber o motivo?

B-Nada especial. Ah! Sabia que hoje é o aniversário da livraria? Oito anos.

A-Oito anos? Tudo isso?

B-Sim!

A-Meus parabéns, meu amor.(a puxou para um abraço.) Um sonho realizado há oito anos.

B-Sim, e graças à você.(retribuiu o abraço.)

A-Graças à nós dois.(sorriu.) Bom... Vou subir para tomar um banho e desço para jantar, tudo bem?

B-Certo.(ele lhe deu outro beijo demorado, e pareceu satisfeito por ela estar de bom humor. Assim que se afastou, Sofia e Anna entraram à sala.) Lavou as mãos?

AC-Sim, mamãe.

B-Lavou mesmo? Posso conferir?(Anna riu e mostrou as palmas das mãos para ela.) Ah, muito bem!

S-E então...(cochichou quando Anna seguiu para a mesa.) Falou com ele?

B-Não. Ele foi tomar o banho.

S-Pode deixar que já sei exatamente o que dizer.(Betty riu e as duas acompanharam Anna à mesa. Depois de alguns minutos Armando desceu e se juntou à elas, animado com a harmonia da casa naquela noite.)

A-E então, como foi na escola hoje?

S-Bem.(respondeu apenas.)

AC-Muito bem.(sorriu.)

A-Ótimo.(olhou para Betty.) E na livraria?

B-Foi tudo bem.(sorriu. Fez-se silencio à mesa enquanto betty e Sofia trocavam olhares cúmplices. Por um tempo apenas o barulho dos talheres batendo no prato podia ser ouvido à sala, até Sofia quebrar o silencio.)

S-Ahm... Pai.

A-Hum?

S-Você não tem vontade de ter um casamento?(Betty se engasgou com o suco. Armando a olhou estranhamente, mas se preocupou em ajudar Betty a se desengasgar. Ela não esperava que Sofia fosse ser tão direta assim.)

A-Está tudo bem?

B-Sim.(Respondeu com a voz embargada.)

A-Por que a pergunta, Sofi?(a olhou.) Eu já sou casado.

S-Não quis dizer isso. Eu quis dizer se você nunca se interessou em ter um casamento de verdade. Vestir um terno, ficar no altar, essas coisas.(Armando riu.)

A-Não entendo por que esse assunto de repente, mas respondendo sua pergunta, não. Não vejo necessidade disso.(Betty ficou em silencio.)

S-Por que não?

A-Oras, porque eu já sou casado, amo minha esposa, e tenho duas filhas lindas. Não preciso de mais nada.

S-Mas não é questão de precisar. Não acha estranho dizer que são casados e não ter nenhuma foto para comprovar?

A-Nós temos muitas fotos.

S-Fotos do casamento, pai.

A-Por que está tão interessada nesse assunto? Você não está querendo dizer que já está pensando em...

S-Não, pai. Claro que não.(Ela revirou os olhos.)

A-Graças à Deus!(suspirou aliviado.)

S-Só estou curiosa... Nunca falamos sobre isso.

A-É porque sua mãe e eu não me importamos com isso, não é amor?(Betty apenas forçou um sorriso.) Não é?(tornou a perguntar.)

B-Você não se importa de sermos casados apenas no papel?

A-Não. Eu tenho certeza que fiz a escolha certa. Não me importa se começou de forma errada.

B-Mas deveríamos ter boas lembranças de um momento tão especial. Nós nos apaixonamos depois de casados...

A-E é isso o que importa. Nos apaixonamos.

B-Sim, é claro. Mas talvez se tivéssemos uma comemoração para isso...

A-Você nunca se importou com isso, Betty. Por que isso agora?(Ela olhou para Anna e Sofia que prestavam bastante atenção na conversa. Armando não parecia querer ceder, e aquele assunto começava a tirá-la do sério. Sem querer mais discutir sobre aquilo e se magoar ainda mais, Betty colocou o garfo sobre a mesa e afastou a cadeira.)

B-Com licença.(Disse levantando-se.)

A-Aonde você vai?(perguntou confuso.)

B-Vou para o quarto. Estou sem fome.(Sem esperar mais tempo, ela saiu da sala, subindo diretamente para o seu quarto.)

A-O que foi que deu nela?(perguntou confuso.)

S-Ai, homens são todos iguais...(suspirou.)

A-E isso é jeito de falar?

S-Desculpe, pai. Mas é porque vocês são lentos para perceberem as coisas. Não vê que ela ficou chateada porque você não está se importando com essa história de uma cerimônia.

A-E por que isso agora? Ela nunca se preocupou com isso.

S-Vai ver agora ela teve vontade de ter o casamento dos sonhos.(Armando suspirou.)

A-Eu vou conversar com ela.(se levantou e saiu da sala deixando Anna e Sofia sozinhas.)

AC-Por que os homens são todos iguais?

....

Beatriz tentava espairecer a frustração enquanto lia um livro, embora ela não prestasse atenção em nenhuma palavra que lia. Enquanto aquele assunto martelava em sua cabeça, ela percebeu Armando entrar no quarto e caminhar em direção à cama. Sem tirar os olhos do livro, ela o ignorou até que ele quebrasse o silencio.

A-Você está brava?

B-Não.(Respondeu apenas.)

A-Por que saiu da mesa daquele jeito?

B-Só perdi a fome.

A-Não foi só isso.

B-É claro que não foi só isso.

A-Então me diga o que está acontecendo.(Ela fechou o livro com raiva e o olhou.)

B-Me espanta você não se preocupar que não tivemos um casamento digno.

A-Betty, mas isso realmente importa? Já falamos sobre isso tantas vezes e você sempre disse que não se importava se tivemos um casamento arranjado.

B-Eu não me importo!

A-Então qual é o problema?

B-O problema é que eu não quero me lembrar pelo resto da vida que nossa união foi apenas uma assinatura obrigada em alguns papéis.

A-Meu Deus! Já estamos juntos há oito anos e agora você deu para ficar neurótica com essa história?

B-Ah, então eu sou neurótica por querer um casamento romântico?(perguntou ofendida.)

A-Não, eu não disse isso.

B-Disse sim!

A-Está bem! Me desculpe!(disse em voz alta.) Eu nunca imaginei que isso fosse tão importante para você.

B-Não é.(resmungou voltando a abrir o livro.)

A-Ah, não é?

B-Não!

A-Você é tão difícil de agradar, Beatriz.(suspirou impaciente.) Uma hora fala que quer, e outra hora fala que não é importante.

B-Não é importante para mim se não é para você. Você quer que eu te obrigue a ter uma cerimônia de casamento? Posso pegar algumas cordas na garagem e te amarrar no altar.

A-E começamos com as ironias!(Reclamou colocando uma das mãos à testa.) Eu juro que tento te entender...

B-Depois de oito anos já deveria ter entendido.

A-É impossível te entender!(aumentou a voz.)

B-Ótimo! Esqueça esse assunto, esqueça que falamos sobre isso! Se você não se importa, então eu também não me importo! Fim de conversa! Vamos continuar casados apenas no papel. Não interessa o romantismo!(Armando bufou e soltou os braços pesadamente sobre suas pernas.)

A-Eu não vou continuar essa discussão boba com você.(a olhou.) Quando você se acalmar, conversamos.(Antes que ela pudesse responder, ele saiu do quarto a deixando à sós. Betty fechou o livro com ferocidade e o jogou sobre a cômoda. A situação estava ainda pior do que antes.)


Notas Finais


❤️


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