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História Amor Além do Tempo - Um Dia de Cada Vez


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Cá estou de volta com um novo capítulo.
Esse demorou porque eu tive que revisar em cima da hora e, como ele tá enorme, deu um pouco mais de trabalho. Espero que tenha valido o esforço e vocês gostem.

Boa leitura! Vejo vocês nos comentários. :)

Capítulo 41 - Um Dia de Cada Vez


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Um Dia de Cada Vez

Fazia muito tempo que uma semana não durava tanto na percepção de Chloe. Ela sentia como se Max estivesse fora há muito mais tempo do que apenas os quatro dias que haviam se passado desde que ela viajou para Seattle e, mesmo que conversassem todos os dias, a punk sentia como se aquilo não chegasse nem próximo do mínimo necessário para aplacar a angústia que sentia cada vez que acordava sozinha em sua cama de madrugada depois de um pesadelo e levantava para fumar quase um maço de cigarro, enquanto esperava o sono, agora tão raro, voltar.

Os pesadelos, aliás, eram presença constante em suas noites mal dormidas e a levavam a se perguntar constantemente se Max também continuava sofrendo com eles agora que estava longe. 

Mas aquilo permanecia um mistério para a punk, já que Max nunca comentava sobre o assunto durante as demoradas conversas que as duas mantinham durante as chamadas e sempre dava uma jeito de fugir do tema quando Chloe arriscava entrar nele.

E, então, a garota mais velha evitava insistir por não querer iniciar uma discussão com ela estando tão longe, já que uma briga só tornaria aquela situação ainda pior. 

Entretanto isso não afastava de Chloe o medo de que a fotógrafa viesse a ter outro surto tão avassalador quanto o que enfrentou na noite da tempestade, quando precisou sair de casa para acalmá-la no meio da madrugada. E aquele sentimento se tornava ainda pior agora que Max estava completamente fora de seu alcance e cuidado.

No terceiro dia do recesso, Max convenceu Chloe a aceitar o convite de Dana, Trevor, Juliet e Justin para sair, principalmente porque umas das promessas que a punk fez na última vez em que a viu foi a de não passar o período inteiro em que ela estivesse longe emburrada e enfurnada no próprio quarto.

Além disso, a garota de cabelos azuis também estava cansada de sempre dizer que não havia feito nada de interessante o dia inteiro, ao passo que Max contava detalhadamente sobre os lugares que havia visitado e coisas que tinha feito desde que voltou para a casa dos pais.

E foi assim que Chloe finalmente botou os pés para fora de casa, mais por pressão externa que por vontade própria. E a ideia sugerida por Max e acatada a contragosto por ela logo se provou falha, já que, não mais que duas horas cercada por aquele grupo de pessoas e ela já não aguentava mais justificar a expressão amuada onipresente em seu semblante, que parecia despertar a curiosidade de todos os integrantes do passeio.

Era preciso apenas uma palavra, mais precisamente um nome, para explicar seu estado de espírito: Max. Nesse caso específico, a ausência dela. E, apesar da simplicidade da explicação, as pessoas ao seu redor insistiam em não entender, nunca suficientemente convencidas com a explicação, chegando ao ponto de uma Juliet, abismada com a situação, questionar o exagero de seu drama.

- Nossa! Só fazem 3 dias. Você nunca quis um tempo longe dela, não? Sei lá... pra espairecer?

Chloe negou logo que a outra garota concluiu a frase, a considerando até meio estúpida, o que deixou transparecer por meio de um olhar enfadado. 

Podia não ser óbvio para os demais, mas ultimamente para ela até o ato de ficar sozinha só parecia razoável quando a fotógrafa estava por perto, apenas permanecendo no mesmo ambiente, fazendo outras coisas, sem falar diretamente com ela, nem que fosse simplesmente para compartilharem o mesmo ar. Afinal, para a punk, 5 anos já haviam sido tempo demais longe da garota de sardas.

Ela sabia que todos os seus colegas e amigos certamente achavam que aquilo era exagero, que era impossível alguém se deixar abalar tão pesadamente por um situação corriqueira como a daquela separação provisória ou ainda que sua relação com Max não passava de mais uma paixonite de adolescente como tantas outras que testemunhavam constantemente nascer, crescer, declinar e morrer. 

Por outro lado, eles não tinham noção de que, quando as duas repetiam uma para outra que ficariam juntas para sempre, aquilo tinha um significado muito maior do que a de uma promessa vazia que tantos outros casais desfeitos já repetiram. Quando elas diziam "para sempre", realmente tinham noção do significado daquele juramento e acreditavam piamente nele.

Mas Chloe não culpava os que duvidavam da profundidade de seus sentimentos. Até porque, antes de seu reencontro com Max, ela mesma pensaria isso de qualquer casal que visse agindo daquela forma. 

A Chloe de dois meses atrás debocharia desse casal e até faria um bolão para apostar no dia exato em que o namoro iria acabar. Só agora a punk notava a ironia da situação e o quanto o destino tinha formas bem sádicas de rir da cara dela.

O dia após aquela saída desastrosa foi exatamente o em que combinou com Kate de comprar os presentes de Natal. E, como nos anteriores, ela acordou quando ainda estava escuro, depois de um novo pesadelo, dessa vez, um em que ela morria pelas mãos de Mark Jefferson no ferro velho. A sua 726470ª morte por suas contas pessoais.

Chloe aproveitou a vantagem de sua insônia para se arrumar mais cedo e não deixar sua nova amiga esperando muito tempo por ela. Quando começou a descer as escadas, já pronta para enfrentar o dia, ela entreouviu uma conversa que era o indicativo de que Kate já havia chegado.

- Prazer em conhecer a senhora também. Eu me chamo Kate Marsh.

- Querida, por favor me chame de Joyce. Eu não sou tão velha quanto pareço. - A Price mais velha brincou com a visitante.

- Claro. - Kate respondeu com um sorriso tímido enquanto ambas notavam Chloe descendo as escadas.

- Parece que vocês me economizaram as apresentações. Ótimo! - Chloe declarou assim que atingiu o último degrau da escada, se escorando de lado no corrimão.

- Mas de onde vocês se conhecem? Fiquei curiosa porque você não parece o tipo usual de amigos da Chloe.

- Ela é amiga da Max. Elas estudam juntas. - Chloe se apressou a dizer, tomando a frente de Kate.

Joyce arqueou as sobrancelhas numa expressão de entendimento, sorrindo para a garota tímida a sua frente, enquanto Chloe andava despreocupadamente em direção à cozinha e enchia uma caneca com café.

- É claro...

- Mas eu sou amiga da Chloe também. Embora ela não pareça muito inclinada a admitir.

Kate completou fazendo tanto mãe quanto filha rirem de sua colocação.

- Você já tomou café da manhã? Eu acabei de preparar panquecas e tem suco na geladeira, se você não gostar de café...

- Obrigada, senhora Pri... desculpa... Joyce. Força do hábito. - Ela se corrigiu sorrindo - Mas já tomei antes de vir pra cá. Quem sabe outro dia?

- Claro. Se considere convidada a voltar quando quiser!

- E volte mesmo, Kate. Porque um dos passatempos favoritos da minha mãe é estufar pessoas com comida até elas não conseguirem mais respirar. Mas sempre vale a pena porque a comida dela é ótima.

Chloe interrompeu o diálogo em meio a uma mordida em seu lanche, fazendo Kate rir e Joyce se aproximar dando um safanão na cabeça dela.

- Se sente e mastigue de boca fechada. Tenha modos.

- Meu deus, mãe. Eu estava te elogiando. - Chloe devolveu indignada - E não preciso sentar, até porque eu já terminei e estamos de saída. - Ela concluiu ao mesmo tempo em que colocava sua jaqueta e se dirigia de volta ao hall de entrada. - Vamos, Kate?

Kate assentiu, se despedindo de Joyce, antes de acompanhar Chloe até a porta de sua casa. Logo elas chegaram na caminhonete e partiram rumo ao único shopping da cidade. 

- E aí, Marshmallow, como você tá? Aproveitando bem a folga de Blackwell?

Chloe perguntou tentando iniciar uma conversa com a garota menor, enquanto ligava som do carro e a assistia expressar as mais variadas reações à medida em que mudava entre de uma música para outra, mas ainda sem expressar verbalmente suas impressões.

- Na verdade, entediada a maior parte do tempo. Não tem muito pra se fazer quando a maioria das pessoas conhecidas está fora da cidade. - Ela confessou em tom de desânimo.

- Eu sei o que você quer dizer - Chloe finalmente encontrou uma música que a agradou e, com isso, aumentou o volume do rádio. - Eu passei quase a totalidade das horas da última semana no meu quarto olhando pro teto e fazendo absolutamente nada.

Kate riu enquanto observava a expressão angustiada de Chloe.

- Parece que alguém está sentindo muita falta da Max.

- É tão óbvio? - Chloe perguntou a olhando de relance e sorrindo sem jeito antes de voltar a encarar a estrada.

- Sim e não. - Kate se divertiu um pouco com a expressão confusa de Chloe antes de esclarecer seu comentário. - Eu tenho falado com ela também. Vocês duas apresentam os mesmos sintomas. Só precisei ligar os pontos. - Ela concluiu rindo.

Chloe, de algum modo, se sentiu satisfeita ao ouvir aquilo da boca de Kate. Ela obviamente acreditava nos sentimentos de sua namorada e em quando ela declarava suas saudades sempre que se falavam, mas ouvir aquele comentário partindo da simples observação de uma terceira pessoa deixava tudo ainda mais real.

- Parece que Seattle continua não sendo páreo pra mim!

Sua conclusão só serviu para fazer Kate rir ainda mais, enquanto desafivelava o cinto, logo que chegaram ao estacionamento do shopping.

Elas se dirigiram a uma das muitas entradas do prédio e imediatamente se depararam com uma multidão de pessoas que as duas nem tinham noção de que também viviam nas imediações da cidade, mas aparentemente véspera de Natal parecia ter os mesmos efeitos em qualquer lugar, inclusive em uma cidade tão pequena quanto Arcadia Bay.

As primeiras buscas foram direcionadas para a compra dos presentes dos pais das duas. E nessa, até David foi lembrado por Chloe e teve direito a seu próprio presente, mesmo com a punk tentando a todo custo disfarçar o esforço adicional feito por ela para escolher um bom item para o padrasto.

Depois disso, elas foram a algumas lojas de brinquedos à procura de um presente para a irmã mais nova de Kate e após muita conversa, pesquisa e testes práticos nos diversos brinquedos expostos nas prateleiras, Chloe conseguiu convencer Kate a trocar a boneca que havia escolhido previamente por um conjunto de lego temático com pontos turísticos famosos.

O próximo passo foi escolher uma roupa ideal para servir como presente para a irmã do meio de Kate, o que demorou mais de uma hora. Mas, quando já partiam em busca do próximo item da lista, a barriga de Chloe começou a fazer barulhos mais altos que o normal e as duas decidiram que era uma boa hora para fazer uma pausa para o almoço antes de retomar a caçada. 

Entre uma mordida e outra em seu hambúrguer e um longo gole em seu refrigerante, Chloe começou a notar a expressão consternada de Kate que, além de parecer muito desanimada, não havia tocado na própria comida e olhava de tempo em tempo para o próprio celular, parecendo muito distante.

- Ei, Kate... tá tudo bem?

A loira apenas deu um leve sorriso, respondendo afirmativamente à pergunta de Chloe, mas não de forma suficientemente convincente para impedi-lá de insistir em seu interrogatório.

- Se você diz que somos amigas, então um bom começo para que isso se confirme como verdade seria não mentir pra mim.

A loira suspirou, baixando a vista e deixando ainda mais evidente que algo estava errado. Ainda assim, ela adiou o quanto pôde o momento de se abrir com a punk.

- É a Tori. Desde que ela viajou, não tem atendido minhas ligações e só responde às minhas mensagens friamente, sempre encerrando o assunto na primeira oportunidade. Nem faz questão de disfarçar que está me evitando.

Ela suspirou novamente ao concluir, mantendo a cabeça baixa, encarando os punhos cerrados e esperando em silêncio a resposta de Chloe, que não demorou a vir.

- Olha, não vai ser fácil ouvir isso, mas ela meio que está fazendo o que você pediu. - Aquela primeira frase foi suficiente para captar a atenção da loira e a fazê-la levantar o próprio olhar pra encarar a punk. - Você sabe... te dando um tempo, se afastando temporariamente, esperando a poeira baixar, essas coisas.

- Mas eu não quero que ela se afaste! - Kate se defendeu quase instantaneamente, como se tivesse ouvido uma acusação seríssima.

- Você pediu tempo a ela. Isso é basicamente o que "tempo" significa na linguagem dos relacionamentos. - Chloe continuou calmamente. - A Vic provavelmente está tentando usar a distância temporária pra se acostumar com o fato de que vocês nunca vão ser mais do que amigas e pra tentar esquecer o que sente por você.

- Mas eu nunca disse... - Ela começou a rebater, mas interrompeu a si mesma no meio da frase, o que não passou despercebido aos olhos de Chloe, que sorriu discretamente com a realização dos sentimentos de Kate eclodindo. - Você acha que ela vai conseguir isso? Quer dizer, me esquecer...?

A tristeza com aquela possibilidade ficou clara nas feições de Kate, fazendo Chloe refletir por alguns minutos antes de elaborar uma resposta.

- Eu não sei... tipo, eu não esqueci a Max em cinco anos e eu tentei bastante. - Chloe começou a falar, agora viajando nas próprias lembranças ruins. - Mas cada um é cada um. Não tem como eu afirmar isso com certeza.

Ela concluiu e observou Kate assentindo em resposta enquanto brincava com uma batatinha solitária que segurava entre os dedos.

- Eu só não entendi o porquê da sua preocupação. Afinal é o que você quer, não?

- É... - Kate respondeu impassível, ainda encarando as próprias mãos, num comportamento que contrariava suas palavras. - claro...

Chloe ficou em silêncio apenas a observando refletir, como se sua mente estivesse há muitos quilômetros dali, então decidiu estalar os dedos diante dos olhos da loira para despertá-la de seu transe momentâneo.

- Marshmallow, quando você for mentir pra mim, ao menos faça direito. Só assim, eu vou parar de te encher.

Kate deixou escapar um sorriso nervoso ao ser descoberta novamente contando outra mentira, escondendo a cabeça entre as duas mãos e suspirando longamente, antes de finalmente dar uma resposta mais honesta.

- Eu não sei o que eu quero, Chloe... Quer dizer, tem meus pais. - A expressão dela se tornou sombria antes de concluir a frase. - Eu não gosto nem de pensar no que aconteceria, se um dia eles descobrissem o que aconteceu.

Chloe sorriu, deixando Kate completamente confusa, já que, para esta, o momento e a situação como um todo inspiravam desespero e não bom humor.

- Sinto informar, mas, se o único empecilho que você vê no caminho são seus pais, então significa que você sabe exatamente o que quer. Só não criou coragem pra admitir.

Kate deu outro sorriso, agora com um ar irônico, cruzando os braços e olhando para o lado, observando o fluxo de pessoas antes de votar a encarar Chloe.

- Você não conhece meus pais, Chloe. Principalmente minha mãe. Ela enlouqueceria, se descobrisse... - Ela balançou a cabeça como se tentasse afastar alguma memória específica de sua mente antes de concluir, ainda sem encarar nenhum lugar específico. - Eu contei pra eles sobre você e a Max, sabe? - Chloe arqueou as sobrancelhas, surpresa, após a confissão inesperada.

- E aí?

- E aí que ela gritou bastante, fez um escândalo, falou um monte de absurdos e quis me impedir de continuar andando com vocês. - Kate falou a última frase agora encarando a expressão pasmada de Chloe. - Nós discutimos feio, eu falei várias coisas que me arrependi, até que meu pai se meteu e amenizou a situação.

- Bom, eu imagino o quanto seria difícil pra você, mas não pense que pra Vic também não é. Ela também é nova nisso e está disposta a enfrentar sua família por você. - Chloe contra argumentou - É preciso gostar muito de alguém e ter coragem pra fazer isso. E, a julgar por essa história que você acabou de me contar, você também não é nenhum pouco covarde. - Kate sorriu orgulhosa pelo elogio e Chloe decidiu continuar. - E tem mais, você não precisa contar nada por enquanto. Deixa pra quando você estiver 100% preparada.

- E como você espera que eu esconda? Eu não sou muito boa em mentir como você pôde perceber.

- Você não vai precisar mentir, só omitir. Vocês podem manter tudo só entre vocês... - Chloe riu da própria frase e se corrigiu em seguida. - Bem... entre vocês, eu e a Max. Nós inclusive podemos ajudar com álibis.

Kate riu daquela sugestão e Chloe não deixou de notar a mudança de humor evidente nela, enquanto parecia considerar suas palavras de ânimo renovado. Mas, antes que ela pudesse dar prosseguimento ao assunto, seu celular tocou, atrapalhando sua linha de raciocínio.

[Max]: Você não vai acreditar em onde eu tô...

Chloe sorriu automaticamente ao ler a mensagem que não tardou a responder.

[Chloe]: Não faço ideia, mas espero que seja na mesa atrás de mim na praça de alimentação do shopping.

[Max]: Hummm... comprando presente pra mim? ~{^_^}~

[Chloe]: Na verdade tô almoçando. E seria bem estranho comprar presente pra alguém numa praça de alimentação (vou ignorar o emoji porque tô com saudades)

[Max]: Engraçadinha!

[Chloe]: Mas e aí, onde você tá?

A nova mensagem da garota de sardas consistiu numa imagem dela numa sala ampla e luxuosamente decorada com quadros, esculturas e fotografias. Ao lado dela, estava Victoria, de braços cruzados e parecendo contrariada por ter que posar para a foto.

[Chloe]: Max, tem um ser estranho e perigoso do seu lado, é melhor você tentar fugir enquanto ainda dá tempo.

A resposta que veio em seguida fugiu bastante das recebidas anteriormente, mas nada que a punk não já esperasse.

[Max]: EU LI ISSO, SUA IDIOTA!!! (Ass: Victoria)

[Chloe]: Aproveita que você tá bisbilhotando e faz o favor de responder a Kate direito, sua grandíssima imbecil! Ela tá triste. Eu até limpei sua barra, mas não deveria porque você não merece.

[Max]: Ela tá triste?

[Chloe]: O que você acha, sua tapada?

[Chloe]: Você deveria inclusive me pagar uma bebida porque, mesmo com você tentando ferrar com tudo, eu consegui convencê-la a considerar a hipótese de te dar uma chance.

[Max]: Você o que...?

[Chloe]: O que você leu. Agora devolve o celular da minha namorada e para de interromper minha conversa com ela.

[Max]:  Voltei! :}

[Chloe]: Prove me mandando um nude.

[Max]:  ( o )( o )

[Chloe]: Maldita nerd! XD

[Chloe]: (Isso não foi um emoji, foi um erro de digitação)

[Max]: Sei...

[Max]: Ei, vou ter que ir agora :( Eu e a Vic vamos na galeria dos pais dela. Falo com você mais tarde. Beijos, te amo!

[Chloe]: Beijos! E também te amo!

Quando Chloe baixou o celular, a primeira coisa que notou foi o olhar sorridente de Kate direcionado para ela e nem precisou perguntar o motivo, pois a loira logo esclareceu.

- Eu nem preciso perguntar pra saber com quem você está trocando mensagens porque sua cara diz tudo. Como ela tá?

- Bem. Ela tá com a Vic. - Kate não pareceu nenhum pouco surpresa com aquela informação, o que fez Chloe ficar curiosa. - Você já sabia?

Kate corou e sorriu estranhamente ao ouvir a pergunta.

- Ela me mandou uma mensagem enquanto você estava aí falando com a Max.

- E aí?

- Não existe "e aí", Chloe. Foi só uma mensagem. Ela disse que me ligaria a noite e eu tenho a impressão que um passarinho andou sussurrando algo pra ela. - Kate falou direcionando um olhar acusatório para a punk. - Talvez até mandando mensagens. Você sabe algo sobre passarinhos que sabem escrever?

Chloe sorriu, levantando as mãos em um gesto de rendição e logo contando o que havia acontecido, sem mencionar a parte de ter confidenciado à Victoria sobre a possível chance que ela poderia ter com Kate.

A loira pareceu satisfeita com a explicação, pois não perguntou mais detalhes ou se Chloe estava omitindo alguma parte da história e, ao final e para o alívio da punk, apenas decidiu finalmente terminar sua refeição já fria para partirem em busca do presente de Max.

Não foi muito difícil para Kate encontrar o que procurava, após visitar apenas mais duas lojas, ela se decidiu pela compra de um livro de fotografia que sabia que Max certamente iria gostar pois esta já havia falado a respeito dele em diversas oportunidades.

Já não se podia dizer o mesmo sobre Chloe, que rodou praticamente todas as lojas do shopping e o máximo que conseguiu se decidir por comprar foram filmes novos para a velha câmera polaroid de Max. Se sentindo cada vez mais frustrada à medida que visitavam cada setor do shopping.

- Quem sabe um livro ou uma camisa daquelas de estampa que ela costuma usar? - Kate sugeriu depois de as duas passarem um bom tempo rodando pelas galerias.

- Não, muito simples.

- E se você comprasse algo fofo, tipo um bichinho de pelúcia? - Kate insistiu, refletindo sobre uma possível reação de Max. - Eu certamente iria gostar disso.

- Não, o urso dela de infância ia se sentir ofendido. Já basta ela ter engolido um dos olhos dele quando criança. Isso seria muita traição.

Kate riu daquele comentário, logo acompanhando Chloe em sua observação distraída pelas vitrines, sugerindo mais algumas ideias de presentes, mas que a punk sempre rejeitava, não se sentindo totalmente satisfeita com nenhuma.

Depois de muito caminharem, o foco dela se dirigiu para uma vitrine específica, da qual se aproximou quase imediatamente.

- Aquilo. - Ela falou apontando através do vidro, logo que Kate a acompanhou.

- Tem certeza? Acho que vai ser meio caro.

- Você acha que ela iria curtir?

- Disso eu não tenho dúvida.

- Então vai ser isso mesmo. - Chloe respondeu com um sorriso satisfeito, entrando na loja.

__________________________

- Pronto! Tudo comprado. Você tá pronta pra ir?

Embora ainda parecesse incerta, Kate balançou a cabeça positivamente, começando a se dirigir até a saída, mas sendo impedida por Chloe, logo que a ultrapassou.

- Cara, pra quem não sabe mentir, você anda tentando muito, viu?

Kate ficou envergonhada, encarando os próprios pés, sem falar nada, após ser pega em flagrante mentindo pela terceira vez no mesmo dia por Chloe, que logo notou seu constrangimento e tentou animá-la.

- O que é, Marshmallow? Você quer brincar na piscina de bolinha e tá com vergonha? Deve ser pra criança, mas eu convenço os funcionários a te deixarem entrar, se for preciso.

Kate finalmente sorriu com a sugestão, abandonando momentaneamente a expressão constrangida e decidindo se abrir com Chloe.

- É que eu queria comprar um presente pra Tori também.

- Bom, então você deveria ter dito. Vamos voltar. - Chloe disse já se dirigindo para a área central do shopping.

- Não é tão simples... - Ela começou a dizer, se mantendo parada e fazendo Chloe voltar para onde estava anteriormente. - Como você presenteia uma pessoa rica?

- Aposto que ela vai gostar de qualquer coisa que você der. - Chloe tentou consolá-la, mas as feições da garota menor diziam que ela estava longe de conseguir.

Então a punk ficou um tempo pensando, tendo várias ideias impróprias até chegar em uma que pudesse externar para Kate.

- Olha, você poderia dar algo que ela não pode comprar, algo feito por você. Tenho certeza que ela ia ficar lisonjeada com o gesto. Você só tem que pensar no que fazer.

Aquela sugestão simples pareceu iluminar as feições de Kate, pois esta logo abandonou a expressão frustrada  de antes e colocou um sorriso animado no lugar.

- Eu acho que já sei exatamente o que pode ser. Obrigada, Chloe.

- Sempre que precisar. - Chloe falou erguendo a mão esquerda, que Kate notou após alguns como um gesto para que ela batesse com a sua, o que ela fez timidamente ainda sorrindo.


Notas Finais


Gostaram dessa dupla dinâmica, amiguinhos?
Espero que sim porque adoro fazer essas interações entre personagens improváveis e, com certeza, vou tentar encaixar mais algumas ao longo da história.

Bom fim de semana pra vocês e até a volta,
Beijos!


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