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História Amor Além do Tempo - Festa do Pijama


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Gente, eu não esqueci de fazer o cap. Na verdade eu esqueci que ontem era sexta e, quando lembrei, já era tarde demais pra vir aqui postar.

Aí decidi deixar pra hoje mesmo, porque não ia fazer tanta diferença.

Desculpa e boa leitura!

Capítulo 50 - Festa do Pijama


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Festa do Pijama

Depois de passarem os últimos dias visitando a cidade, conhecendo os principais pontos turísticos, se aventurando nos mais diversos passeios e, inclusive, tentando desfazer a impressão deixada por Chloe em um novo encontro com Fernando, o amigo de Max, finalmente chegou o dia em que as duas garotas iriam acompanhar Victoria até o aeroporto para receber Kate.

Entretanto, ao contrário de Max, que acordou cedo naquela manhã, se preparando com antecedência para evitar imprevistos que pudessem fazê-las se atrasar durante o trajeto, Chloe permaneceu dormindo, envelopada num emaranhado de lençóis, ignorando os recorrentes apelos da garota menor para que ela se levantasse.

- Acorda, Che. A gente vai se atrasar. - Max repetiu pela quarta vez, por suas contas, já perdendo a paciência.

- Mas ainda tá de madrugada.

A voz da punk saiu abafada, vinda de baixo da pilha de lençóis, que naquele momento só deixavam visíveis algumas mechas azuis de seu cabelo.

- São 8:15, Chloe. - Max falou em meio a um suspiro, tentando manter a calma.

- Exatamente. - Chloe respondeu ironicamente, o que só serviu para aumentar ainda mais a falta de paciência de Max e você obrigou a punk a tentar contornar a situação logo depois. - Relaxa, hippie. Eu tomo banho e me arrumo em 15 minutos, tá?

- O aeroporto é do outro lado da cidade e ainda temos que pegar a Victoria antes de ir pra lá. - Max devolveu quase no mesmo instante. - A Kate chega às 9:30 e a Victoria já deve estar tendo um colapso nervoso a essa hora.

- E você tendo outro aqui. - Chloe comentou enquanto começava a se pôr sentada na cama, ainda se espreguiçando. - Vem cá!

A punk então amaciou o local ao seu lado, sugerindo um convite, que uma Max de braços cruzados e completamente impaciente considerou por muito tempo antes decidir aceitar. Quando ela finalmente o fez, Chloe a abraçou de lado, a puxando para deitar no seu colo e poder acariciar os cabelos dela.

- Por favor, não fica brava comigo.

- Eu não tô brava.

- Tem certeza? - Chloe insistiu desconfiada, o que fez Max sorrir levemente e segurar uma das mãos dela e beijá-la, como uma forma de reforçar suas palavras.

- Só tô um pouco estressada com toda essa situação e não queria que nada desse errado. - Ela confessou em meio a um novo suspiro.

- Não precisa se preocupar. A gente vai chegar lá a tempo, eu garanto. - Max balançou a cabeça em compreensão, embora ainda mantivesse uma expressão preocupada no rosto. - Tem certeza que é só isso que tá te incomodando?

Max desviou o olhar e passou alguns minutos em silêncio antes de finalmente confessar o que a estava tirando sua calma.

- Não... São aqueles sonhos. Eles continuam se repetindo noite após noite e eu não tô conseguindo parar de pensar nisso o tempo todo.

- Max... - Chloe começou a falar num tom sério, mas foi interrompida antes de poder continuar seu discurso.

- Eu sei que você vai brigar comigo, - Max começou a dizer, voltando a se sentar na cama - mas será que daria pra você adiar essa discussão pra depois?

Chloe se manteve em silêncio, ainda com a expressão séria de antes e, embora contrariada, escolheu simplesmente balançar a cabeça para aceitar a solicitação de Max, saindo para pegar roupas limpas e se dirigindo ao banheiro quase em seguida, sem trocar mais nenhuma palavra com a fotógrafa.

E ela permaneceu assim durante o café da manhã, falando apenas o mínimo necessário, respondendo o que lhe era perguntado sem esticar os assuntos e fazendo o mesmo durante o percurso até a casa de Victoria.

A garota de cabelos azuis mantinha o som do carro alto e os olhos vidrados na estrada, ignorando completamente o olhar fixo de Max nela, até o momento em que a fotógrafa decidiu finalmente reagir àquele tratamento de silêncio.

- Você vai ficar assim o dia todo?

- Assim como?

- Você sabe como. Emburrada e me ignorando.

Uma Max já impaciente e bastante incomodada com o comportamento da punk não mediu mais as palavras que usou para se dirigir a ela, enquanto uma Chloe claramente irritada mantinha a expressão impassível.

Só estou fazendo o que você me pediu. - Ela respondeu com os olhos fixos na estrada.

- Não foi isso que eu te pedi. - Max devolveu ainda a encarando.

- Desculpa, mas eu não consigo fingir que não estou chateada e agir como se nada tivesse acontecido. - Chloe respondeu, dando de ombros.

Max suspirou e baixou a cabeça, tentando se acalmar antes de voltar a responder a punk.

- Pare o carro, por favor.

Chloe não discutiu, simplesmente diminuiu a marcha e encostou a caminhonete no acostamento, assim que achou um local onde pudesse estacionar, desligando o motor, mas se mantendo com o olhar direcionado para frente.

- Será que você está tão irritada que não pode sequer olhar pra mim?

Aquela pergunta foi o estopim para atrair a atenção de Chloe que, em momento algum, tentou disfarçar o incômodo que sentia com a situação, encarando Max de braços cruzados e com uma cara de poucos amigos, pronta para descarregar tudo o que vinha segurando a manhã toda.

- Olha, você não pode me culpar por ficar irritada. A gente já conversou sobre isso e você prometeu que não iria mais esconder nada de mim. Aí, alguns dias depois, você vai e faz a mesma coisa. - Ela começou a desabafar, de cenho franzido, com um olhar raivoso direcionado para a fotógrafa. - Se ponha no meu lugar, Max. Você vive falando pra eu não esconder quando estiver preocupada ou assustada, mas faz exatamente o contrário do que me pede. É muito injusto.

Max suspirou, fechando os olhos, com uma expressão derrotada e procurando as palavras certas para dizer a Chloe naquele momento, agora ela mesma sem coragem de encarar a punk.

- Eu sei. Desculpa. Você tem toda razão de se sentir assim. - Max confessou cabisbaixa - É que, quando converso com você sobre isso, tudo se torna muito real, ao ponto de me deixar aterrorizada. E eu não queria lidar com isso agora... não quando estamos tão bem, tão felizes... eu... eu não queria pensar que isso pode acabar de uma hora pra outra e nem...

Quando notou Max com a fala cada vez mais atropelada e com um aspecto cada vez mais abatido em seu semblante, Chloe não pôde mais sustentar sua postura distante. Ela rapidamente se aproximou da fotógrafa e, sem pensar duas vezes, a abraçou apertado, a sentindo respirar aliviada em resposta, enquanto retribuía o abraço.

- Para com isso, tá? Para de falar essas coisas. É por isso que você tem que conversar comigo sempre que tiver esses malditos sonhos. Pra não ficar se consumindo e pensando besteira... - Chloe rebateu, impedindo que Max desse continuidade ao próprio discurso.

- Mas eu...

- Você nada. - Chloe a cortou de novo, se afastando levemente para segurar o rosto dela com as duas mãos, antes de concluir - Sem mais segredos, omissões ou mentiras, entendido?

Max concordou timidamente com apenas um aceno de cabeça, ainda se sentindo afetada pela discussão que tinham acabado de ter, o que não passou despercebido aos olhos de Chloe.

- Não faça essa cara. Eu já te perdoei e não tô mais brava. - Chloe falou, tentando confortá-la - Se você me der um sorriso agora, eu te compro um sorvete no caminho do aeroporto pra ajudar a melhorar seu ânimo.

- Eu vou ganhar sorvete depois de ter causado uma briga? - Max perguntou confusa.

- Vai. Porque eu sou uma ótima namorada, porque você se redimiu confessando e também porque eu quero comemorar uma das poucas vezes nesse relacionamento em que não sou a causadora de uma briga.

Max sorriu de novo, um pouco mais animada que antes, enquanto Chloe voltou a dar partida no carro, as levando em direção à casa de Victoria.

__________________________

- Finalmente! Onde vocês se meteram? Ela já deve estar chegando. E se a gente se atrasar e ela pensar que eu esqueci?

Victoria parecia uma pilha de nervos, soltando palavras como uma metralhadora, enquanto as outras duas garotas ouviam tudo na porta da casa dela, sem ousar interromper. Entretanto isso se tornou inevitável, quando a loira demonstrou que sua torrente de perguntas e preocupações ainda duraria muito tempo.

- Cara, relaxa, senão você vai ter um ataque cardíaco e vamos passar a virada do ano no hospital. - Chloe falou, tentando acalmar Victoria, quando esta parou seu bombardeio para respirar.

- Eu mandei uma mensagem pra Kate pra evitar um desencontro e avisar sobre um possível atraso, garantindo que estaremos lá, aconteça o que acontecer. - Max falou logo após a punk.

- O que não vai acontecer, já que pretendo chegar lá bem no horário combinado. - Chloe a interrompeu, já caminhando de volta para o carro.

- O que você pensa que está fazendo? - Victoria perguntou impaciente, mas sem se mover um centímetro do lugar em que estava.

- Você por acaso tem perda de memória recente?

- Nós não vamos no seu carro. Não cabe todo mundo nele. - Victoria respondeu prontamente, entendendo de imediato o que Chloe estava sugerindo.

Com um sorriso malicioso, Chloe já tinha na ponta da língua a mesma sugestão que fez da última vez em que teve que levar Kate e Victoria em sua caminhonete, mas esta não lhe deu a oportunidade de concluir.

- Eu obviamente não espero que a Kate venha sentada no meu colo. Seria constrangedor pra mim e pra ela.
E como nós vamos então? - Chloe perguntou calmamente, evitando entrar numa discussão com Victoria.

- No carro do meu pai. Ele não está em casa e, portanto, não vai precisar usá-lo, então não teremos problema.

Chloe deu de ombros, o que Victoria entendeu como um sinal de concordância e logo  tomou a frente, as conduzindo até a garagem, que abriu com o auxílio de um controle remoto e possibilitou a vista de um SUV preto, novo em folha, que parecia ter custado muito dinheiro, mas nem perto do limite que os Chase poderiam pagar.

A loira então entregou a chave do carro nas mãos de Chloe e caminhou em direção ao banco de trás, sem falar mais nada, esperando que ela e Max a seguissem.

- Eu vou dirigir? - Chloe perguntou, ainda imóvel no mesmo canto onde parou.

- Vai. Eu tô muito nervosa pra sequer raciocinar direito, quanto mais pra lidar com o trânsito.

- Tudo bem. É melhor nós irmos então. - Chloe falou, girando a chave no dedo, após destravar as portas, sentando confortavelmente no banco de motoristas do carro luxuoso e regulando os retrovisores, antes de decidir dar a partida. - Espero que ela não fique com ciúme.

- Ela? - Max e Victoria perguntaram quase ao mesmo.

- Minha caminhonete. Não quero que ela pense que estou trocando ela por um modelo mais moderno. Ela tem um valor sentimental imensurável.

Ao mesmo tempo em que fez Max rir com aquele Comentário, Victoria passou a espumar de ódio e impaciência, o que não demorou a expressar.

- Apenas cale a boca e dirija!

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As três garotas chegaram ao aeroporto em cima da hora, partindo imediatamente em direção ao setor de desembarque. Não mais que alguns minutos depois, surgiu a figura de Kate à distância, arrastando sua mala de rodinhas e olhando em volta, buscando identificar um rosto conhecido.

Depois de algum tempo, engajada em sua busca, ela finalmente avistou as três garotas acenando para ela e apressou o passo até alcançá-las.

Max foi a primeira a cumprimentá-la, assim que ela largou a mala, a abraçando demoradamente, enquanto perguntava sobre as novidades dos últimos dias. Depois veio Chloe, que trocou com ela um abraço mais modesto, porém igualmente apertado.

Então o olhar dela repousou numa Victoria ainda sem jeito, postada mais afastada em relação a Max e Chloe, ainda incerta de como reagir à presença de Kate, que se aproximou dela timidamente e em silêncio, mas com um sorriso acolhedor para finalmente abraçá-la.

- Eu senti muito sua falta. - Kate confessou no meio do abraço, deixando Victoria ainda mais desnorteada.

- Eu... eu... eu...

- E a Vic estava tendo um surto psicótico antes de você chegar, o que é possível de se confirmar pelo gaguejado repentino que ela adquiriu agora.

Chloe intercedeu na conversa fazendo Victoria direcionar um olhar ameaçador em sua direção e Kate e Max rirem. Superadas as emoções iniciais e uma conversa rápida sobre as novidades de cada uma, elas decidiram voltar ao estacionamento para saírem do aeroporto.

- Uau, Chloe! O presente da Max foi bem superior ao seu. Nunca imaginei.

Kate brincou assim que chegaram até o carro dos Chase.

- Tá vendo, Max? Um dia andando comigo e ela já é quase uma comediante. imagina o que eu posso fazer a longo prazo.

- Espero que não consiga transformar ela numa punk desajustada igual a você. - Victoria comentou num tom cortante, ainda irritada pela intromissão de Chloe na interação dela com Kate minutos antes.

- E, então, pra onde vamos daqui e o que vamos fazer hoje? - Max perguntou, evitando que o estranhamento habitual entre Chloe e Victoria se prolongasse por mais tempo.

Depois de alguns momentos de silêncio em que, uma esperava pela outra para responder, Victoria  decidiu tomar a frente do planejamento.

- Bom... nós podemos ir até minha casa deixar a mala dela, depois sairmos pra visitar alguns pontos turísticos e, em seguida, almoçar em um lugar legal, já que só vamos ficar por aqui hoje e amanhã. - Ela começou a falar percebendo as outras garotas balançarem a cabeça em concordância. - Depois, ou jantamos fora ou voltamos lá pra casa e pedimos algo por telefone. Pronto.

- Nós deveríamos fazer uma festa do pijama. - Kate comentou de repente para a surpresa de todas. - Por que essa cara, gente? Vai ser divertido! E, como só vou passar dois dias aqui, seria um desperdício não aproveitar até o último minuto. 

- Mais um reflexo da minha influência. - Chloe brincou ao fim da explicação. - Eu concordo totalmente, Marshmallow.

- Além do mais, eu nunca fiz isso antes quando era criança, apesar de sempre ter querido. - Ela completou num tom desapontado. - Minha mãe sempre foi contra e eu nunca fui de discutir muito, então...

- Nunca é tarde pra uma primeira vez, Kate. - Chloe a interrompeu, tentando contornar o viés melancólico que a conversa estava tomando. - E eu garanto que vai ser a melhor festa do pijama que você já presenciou.

A punk concluiu fazendo todas, inclusive uma Victoria que revirava os olhos por causa da brincadeira, rirem em resposta.

- Agora se arrumem nos acentos e apertem os cintos, porque vamos começar nossa jornada.

Depois que saíram do aeroporto, elas primeiro foram até a casa do pais de Max para avisar que passariam a noite fora e, ao mesmo tempo, pegar roupas e itens de higiene para serem usados enquanto estivessem por lá. Então partiram para a casa de Victoria para deixar tudo e, só então, se ocuparam em visitar alguns pontos famosos da cidade.

O primeiro e mais óbvio foi o Space Needle, onde elas puderam tirar várias fotos, agora em grupo, em cada um dos pontos do passeio pelo local.

Depois de almoçarem, elas partiram para a próxima parada, o Seattle Waterfront, já que este continha várias atrações próximas, sendo ideal para o curto período de tempo que possuíam para exploração. A frustração de Chloe veio nos destinos que vieram em seguida a este, os museus.

Entretanto, a punk mudou totalmente de ideia, se empolgando quase de imediato, ao visitar o EMP Museum, um espaço criativo dedicado à música, mas também ao mundo do cinema e da ficção científica, que levava o visitante a viajar na história dessas artes através das várias experiências interativas oferecidas lá.

Quando o dia já estava escuro, o grupo decidiu que era hora de voltar, pedir pizza, preparar vários lanches e selecionar as atividades que preencheriam sua noite na casa de Victoria.

- Cadê seus pais, Vic? Eles sabem que a gente vai passar a noite aqui? - Chloe perguntou logo que entraram na residência.

- Viajaram sem me avisar nada de novo - Ela respondeu, jogando as chaves na mesa e demonstrando já estar acostumada com a situação. - Nem sei porque eles fazem questão que eu venha pra cá nas folgas, se nunca estão presentes.

- Eu sinto muito, Tori. - Kate disse com uma expressão consternada, alisando o ombro de Victoria.

- Tudo bem. Eu não ligo mais. - Ela respondeu com um meio sorriso. - O importante é que vocês estão aqui.

- ...E o dia só tá começando. - Chloe completou, colocando um dos braços sobre o ombro de Victoria e a notando se encolher instintivamente. - Onde vamos fazer a festa?

Victoria apenas apontou para o andar de cima e subiu as escadas, esperando que as outras garotas a acompanhassem e, depois de passarem pelas portas de pelo menos quatro cômodos, ela finalmente abriu a quinta, que consistia num quarto com um papel de parede perolado, decorado com fotos dela e de outras pessoas desconhecidas, alguns pôsteres, uma TV enorme, ainda maior que a do seu quarto em Blackwell, além de móveis com aparência luxuosa e uma cama kingsize, onde certamente caberiam seis Victorias.

- Cara, sua cama é gigantesca. Você pode até dormir na diagonal que ainda não vai preencher o espaço todo. - Chloe comentou, sentando na beirada, enquanto analisava o resto do quarto.

- É... só não se empolgue muito quando estiver deitada nela ou eu vou socar sua cara.

Chloe riu da ameaça gratuita vinda de Victoria, passando o braço por cima do ombro de Max, que estava distraída demais olhando tudo ao redor para prestar atenção ao teor da conversa.

- Não se preocupe, Vic. Eu vou tentar manter minhas mãos longe dessa coisinha fofa aqui. Só não garanto que vou conseguir. - Chloe brincou piscando para Max.

- Escuta aqui, sua punk... 

Victoria começou a falar num tom irritado, mas foi interrompida quase no mesmo instante por Chloe.

- Relaxa, Vic. Eu tô brincando, não seja tão mau humorada quando seu dia está ótimo. - A garota de cabelos azuis disse olhando de relance em direção à Kate, que observava as fotos de Victoria, alheia à discussão. - Além disso, ninguém vai dormir hoje. É uma festa do pijama. Temos que virar a noite pra valer.

- Disse, a pessoa que sempre dorme no meio dos filmes. - Max debochou daquele plano, recebendo um olhar incrédulo de sua namorada.

- Eu não acredito que você disse isso. - Chloe respondeu exagerando o máximo possível sua expressão de choque. - Você é minha namorada. Deveria ser a primeira a me apoiar, mas é justo a que me apunhala pelas costas.

- Acho que você anda convivendo muito com meu pai, Chlo. Está herdando o talento dele pro drama.

A punk cruzou os braços, tentando manter uma cara emburrada e não querendo dar o braço a torcer, mas seus planos foram por água abaixo quando Max se apoiou com as duas mãos nos ombros dela e ficou na ponta dos pés para beijá-la rapidamente.

- Eu vou tomar banho e me trocar. Vejo vocês daqui a pouco. - A garota de sardas disse enquanto se afastava rumo ao banheiro.

- Vocês podem ir nos outros banheiros, caso queiram ir logo. - Victoria sugeriu e Chloe e Kate concordaram, partindo cada uma para o banheiro indicado por Victoria e deixando esta para ser a última a usá-los.

Quando Chloe voltou ao quarto, encontrou Max sozinha, distraída enquanto observava as fotos e vestida com um short escuro e uma de suas inconfundíveis regatas. Ela se aproximou silenciosamente abraçando Max por trás e a fazendo pular de susto.

- Você quer me matar do coração? - Max perguntou se recuperando do susto.

- Não, você que está tentando dificultar minha noite. - Chloe respondeu beijando o ombro dela.

- O que? - A fotógrafa perguntou confusa, se virando de frente para ela.

- Você nas minhas roupas é bem sexy e bastante difícil de resistir.

- É sua culpa por ter bagunçado tanto minha mala quanto a sua e tornado praticamente impossível achar, às pressas, uma camisa boa pra eu dormir. - Max devolveu tocando o nariz de Chloe com dedo indicador várias vezes e tentando ignorar a reação que aquele comentário tinha provocado nela.

- Pode parecer que estou reclamando, mas não tô. Inclusive, sinta-se encorajada a repetir isso em outra oportunidade, quando estivermos a sós. - Chloe concluiu assistindo Max revirar os olhos e se afastar, corando visivelmente.

- Eu estou entrando, Price. Espero que não tenha ninguém pelada aí. - Victoria brincou antes de abrir a porta e voltar ao quarto, sendo seguida de perto por Kate.

- Vic, você tem sorte de eu não querer constranger a Kate porque eu já tinha uma resposta na ponta da língua preparada pra você.

Victoria ignorou as ameaças e depositou uma série de salgadinhos, pipoca e variados doces, além de refrigerantes e sucos, que trouxe com o auxílio de Kate, após uma visita à cozinha.

- Se sirvam como acharem melhor. Eu já liguei pedindo a pizza, mas acho que vai demorar um pouco pra chegar.

- O que a gente vai fazer, enquanto isso? - Max questionou ao se sentar na cama ao lado de Chloe, que já atacava um pacote de salgadinhos.

- Bom, nós podemos...

- Eu quero provar bebida. - Kate falou de repente, interrompendo a possível sugestão de Victoria e captando a atenção de todos quase instantaneamente. - O que..? Não é isso que se faz em festas do pijama?

- É sim, Marshmallow, isso e a brincadeira da garrafa, verdade ou desafio ou, melhor ainda, podemos falar sobre os garotos de quem estamos afim. - Chloe brincou, não levando a sério as intenções de Kate.

- Mas eu queria mesmo... - Ela insistiu incomodada com a reação das outras garotas.

- Eu não sei se é uma boa ideia, Kate, você...

- Poxa, Tori. Somos só nós aqui. Não vai ser como naquela festa. Eu confio em vocês.

Victoria considerou a proposta inesperada por alguns minutos, ainda incerta de qual decisão tomar, olhando de Kate para as duas outras garotas, até finalmente suspirar e dar o braço a torcer.

- Eu acho que deve ter algum vinho na adega, de que meus pais não sentirão falta, se sumir. - Victoria respondeu se levantando e sendo abraçada alegre e inesperadamente por Kate.

- Obrigada, Tori. Muito obrigada!

- Não tem porque agradecer, só tente ir devagar. - Victoria falou sem conseguir disfarçar o sorriso e o rubor em seu rosto, motivados pelo abraço.

__________________________

- Não é ruim. Parece suco de uva, só que um pouco mais forte. - Kate respondeu depois de um terceiro mini gole na taça cheia até a metade que segurava.

- Um suco de uva bem caro, eu diria. - Chloe comentou, tomando um gole de sua própria taça. - Tem certeza que seus pais não vão sentir falta.

- Dificilmente, mas também tanto faz. - Victoria respondeu despreocupada - Se eles notarem, eu nem vou estar mais aqui pra receber sermão.

- Kate, tem algum problema se eu postar uma das fotos que tiramos hoje? Quer dizer, por causa dos seus pais e tudo mais? - Max perguntou incerta - Eles podem não gostar de saber que você está andando comigo e com a Chloe por aqui.

- Claro que pode, Max. Aliás, deve. - Kate respondeu sem nenhuma sombra de dúvida. - Eu já estou aqui e eles não podem vir me buscar agora. Além disso, vocês são minhas amigas e eu me orgulho de vocês. Meus pais vão ter que lidar com isso.

- Você é a melhor, Marshmallow! - Chloe falou enquanto depositava a taça vazia na mesinha de cabeceira e voltava sua atenção para a pipoca.

Depois da sessão de experimentação de vinho, acompanhada da pizza que chegou quando elas já pensavam em desistir e de muita conversa sobre os dias do recesso de Blackwell, elas decidiram colocar um filme para assistir quando já tinha passado da meia noite. e, conforme previsto por Max sem a necessidade de nenhum super poder, Chloe acabou dormindo bem na metade da projeção.

Então, a fotógrafa resistiu alguns minutos mais, tentando se entrosar na conversa que Kate e Victoria travavam a cada nova cena do filme, mas logo seu sono superou sua força de vontade e ela decidiu se entregar ao mundo dos sonhos.

Depois de algum tempo dormindo pacificamente com a cabeça sobre o ombro de Chloe, um movimento repentino desta, ao se ajeitar até se dispor mais confortavelmente na cama, fez Max despertar instantaneamente, mas permanecendo no mesmo lugar e se tornando hábil a entreouvir a conversa que Kate e Victoria mantinham em algum lugar próximo dali, mas que ela não ousava se mexer um centímetro para tentar identificar.

- Meu deus, Kate! Isso é incrível. Eu não sabia que você pintava também, muito menos que poderia deixar aquele desenho ainda mais bonito.

- A modelo ajudou bastante. - Kate comentou, enquanto Victoria ainda observava a pintura extasiada, a fazendo ficar sem jeito e desviar o olhar logo que ouviu aquilo.

Quando se recuperou, ela andou até o armário sem dizer nada e voltou com uma caixinha pequena de veludo que entregou nas mãos de Kate.

- Eu tenho uma coisa pra te dar também.

Com uma expressão de curiosidade dominando seu rosto, Kate abriu a caixinha para encontrar um delicado escapulário de ouro que parecia muito caro, fazendo-a ficar dividida entre amar o presente e achar que não deveria aceitá-lo.

- Tori, isso parece ter custado muito dinheiro. Eu não sei se...

- Não me custou nada. Sério. - Victoria explicou imediatamente. - Eu ganhei da minha avó quando era mais nova e acabei nunca usando muito por não ser ligada nesses lances de religião. Por isso, decidi que você tem que ficar com ele, porque vai ter um significado muito maior.

Kate ficou ainda mais pasmada com aquela revelação, sentindo suas bochechas esquentarem fora do seu controle, enquanto olhava de Victoria para a joia e tentava pensar o mais racionalmente possível antes de dar uma resposta.

- Mas isso só quer dizer que ele é ainda mais valioso, Tori. E eu só te dei um quadro... eu não sei se...

- Por favor, Kate. O quadro que você me deu é tão valioso quanto. Pelo menos pra mim. - Victoria a interrompeu com uma voz firme, mas baixa, tentando não acordar Chloe e Max. - Minha avó ficaria imensamente satisfeita, se soubesse que eu dei isso à alguém pra quem vai ter um significado profundo. - Victoria deu uma pausa antes de concluir. - E, se você não aceitar, eu vou ficar muito ofendida.

Depois de algum tempo em silêncio, ainda considerando as hipóteses, enquanto olhava o objeto, Kate suspirou e finalmente deu o braço a torcer, murmurando um 'tudo bem' sorridente e deixando que Victoria colocasse o colar nela.

- Bom, acho que agora a gente deveria ir dormir. Aquele vinho me deu sono e eu acho que já tive festa demais pra um dia só. - Kate brincou fazendo Victoria rir, mas logo o sorriso dela se desmanchou ao olhar para a própria cama e imaginar o passo seguinte.

- Se você não quiser dormir aqui, pode ficar num dos quartos de hóspedes. Não tem problema. - Ela sugeriu olhando para o chão, constrangida demais para encarar Kate.

Mas ao contrário do que pensou, a garota menor balançou a cabeça e andou calmamente em direção à cama, se deitando em parte do espaço vazio, deixando uma parte ainda desocupada.

- Não seja boba, Tori. Vem, vamos dormir.


Notas Finais


~Continua~

O próximo é o último capítulo em Seattle, se não me engano. Vamos viajar de volta e rumar pra reta decisiva da fic.

Vejo vocês lá. Beijos! :)


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