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História Amor Além do Tempo - Contos de Fadas


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Vortei, amiguinhos!

Como cês tão? Espero que bem e mais animados depois do último capítulo porque nesse... bem, é melhor deixar vocês descobrirem por conta própria, né?

Boa leitura! :)

Capítulo 52 - Contos de Fadas


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Contos de Fadas

Chloe abriu a porta de sua casa cuidadosamente de modo a fazer o mínimo de barulho possível e sinalizou para que Max, que a seguia de perto, a imitasse. Logo que as duas entraram, a punk pediu, ainda em silêncio, que sua namorada permanecesse onde estava com as malas e, logo que recebeu uma resposta positiva, ela se esgueirou até a cozinha, onde sua mãe preparava o jantar distraidamente sem notar sua chegada.

- Não sei não, hein? Acho que isso aí é muito pouco pra quatro pessoas.

Joyce deu um pulo com o susto pela aproximação inesperada, mas principalmente pela voz surgida repentinamente de suas costas, fazendo-a levar as mãos à boca num primeiro momento e depois usá-las para bater na própria filha em represália por sua brincadeira, até se dar por satisfeita e abrir mão de seus ataques para finalmente abraçá-la.

Logo Max abandonou a bagagem momentaneamente ao lado da escada e apareceu na cozinha para se juntar ao abraço agora coletivo.

- Mãe, você tem uma forma muito estranha de demonstrar saudades.

Chloe brincou quando elas se separaram e Joyce apenas balançou a cabeça num gesto de reprovação à clara ironia de sua filha e, em seguida, se virou para Max com o intuito de perguntar sobre como tinha sido a viagem, o que elas tinham feito por lá, se Chloe tinha se comportado ou dado muito trabalho aos Caulfield. E, enquanto Max respondia sempre prontamente cada nova pergunta direcionada a ela, a garota de cabelos azuis apenas revirava os olhos repetidas vezes a cada questionamento de sua mãe.

Depois disso, foi a vez de David sair da garagem para falar com o trio, sendo devidamente cumprimentado pelas duas garotas ao se juntar à mini reunião que tinha se transportado para a sala da casa.

Quando o assunto se esgotou, depois de muita conversa, Max e Chloe decidiram ir para o quarto para cochilar até a hora do jantar, já que não haviam dormido quase nada entre o dia anterior e o atual, por terem saído muito cedo de Seattle após a noite de ano novo.

Dessa forma, elas subiram calmamente as escadas, carregando as malas com a promessa de que Joyce as acordaria logo que chegasse a hora de comer.

Já no cômodo, elas vestiram roupas mais confortáveis e mais adequadas para dormir, sendo Chloe a primeira a terminar, se jogando de cara na cama e permanecendo nessa posição por alguns minutos até o momento em que se ajeitou e deu espaço para que Max se juntasse a ela.

- Eu tô exausta, mas foi incrível. - Chloe começou a falar, mas logo se corrigiu - Claro, tirando as partes em que brigamos e a em que você ficou internada.

- Foi sim. E espero que possamos repetir em breve. - Max comentou já de olhos fechados, com a cabeça recostada na punk, sentindo o próprio sono aumentar gradativamente.

- E agora podemos convidar o recém formado casal ChaseMarsh pra ir junto conosco. - Chloe respondeu empolgada demais para pregar os olhos - Ainda não acredito que a Vic conseguiu sair daquele 1x0 magrinho.

- Acho que você deixou isso bem claro todas as vezes em que gritou quando as via se beijando depois da queima de fogos. - Max acrescentou sem conseguir suprimir um bocejo, enquanto sentia o peito de Chloe vibrar devido ao riso que aquela lembrança tinha causado nela.

- Pois é... eu não consegui evitar, afinal eu fui a principal incentivadora desse relacionamento. Se não fossem minhas dicas e meus empurrõezinhos, a Vic ainda estaria em negação até hoje. - Max balançou a cabeça, murmurando um "uhum", sem evoluir muito no assunto, o que não foi suficiente para parar Chloe. - Acho que a Vic nem deve ter conseguido dormir essa noite. Eu não conseguiria no lugar dela.

- Você não tá conseguindo nem agora. - Max brincou.

- É porque gosto de esperar você dormir antes. - Chloe respondeu beijando a cabeça dela - Mas, enfim, se fosse com a gente, eu ia passar uns 3 dias insone. Pena que você estava no hospital, eu fiz bobagem e nós brigamos logo depois de finalmente nos entendermos.

- O que importa é que tudo deu certo no fim e estamos aqui agora. - Max respondeu, se aconchegando mais ainda em Chloe e recebendo a concordância dela através de um novo beijo em sua cabeça. - Agora concentre suas energias em coçar minha cabeça porque eu tô quase dormindo.

- Quando você ficou tão mandona, hein?

- Não estou mandando, só pedindo com carinho. - Foi a vez de Max responder pontuando com um beijo rápido no pescoço da punk. - E atender meus pedidos sempre irá gerar benefícios futuros pra você.

Chloe esboçou um sorriso, acatando a solicitação de Max quase no mesmo instante e a sentindo adormecer nos seus braços, enquanto deixava escapar pequenos ruídos de contentamento provocados pelos carinhos.

__________________________

Quando a garota de sardas adormeceu, acabou "acordando" num mundo que visitava com mais frequência do que gostaria, um que ela só deveria conhecer num futuro distante, mas que, por ironia do destino, continuava marcando presença constantemente em seus sonhos.

Dessa vez, a fotógrafa cantarolava uma música qualquer enquanto preparava o café da manhã na cozinha do apartamento que dividia com sua agora esposa Chloe Price. 

A nerd estava tão distraída com sua atividade que não notou a aproximação da punk até ser abraçada por esta, enquanto terminava de virar uma panqueca na frigideira. Ela apenas sorriu, continuando focada no preparo da comida ao passo que Chloe beijou seu rosto e passou a observar atentamente o que ela fazia com a cabeça sustentada em seu ombro.

- Por que justamente no único dia do ano em que eu quero que você fique na cama até tarde, você decide levantar cedo e vir ver o que eu tô fazendo? - Max perguntou com um sorriso, olhando de esguelha para Chloe, mas voltando sua atenção, quase no mesmo instante, para o preparo da comida.

- Desculpa, mas o cheiro disso tá quase tão bom quanto o seu. Não consegui resistir. - Chloe respondeu, beijando novamente o rosto da garota de sardas ao mesmo tempo em que mantinha seu enlace ao redor da cintura dela. - Mas por que mesmo eu tinha que ter ficado na cama hoje?

Max apagou o fogo e se virou para Chloe com uma expressão que indicava que ela tinha feito uma pergunta completamente absurda, mas mesmo assim se dispôs a responder.

- Porque não sei se você lembra, mas hoje é seu aniversário. - Chloe arqueou as sobrancelhas, fingindo começar a tomar ciência daquela informação só naquele instante.

- Tenho uma vaga recordação...  - Ela respondeu como se ainda refletisse a respeito.

- Pois é... e uma das surpresas que eu tinha planejado fazer pra você hoje era preparar e levar seu café na cama. - Ela começou a explicar - Surpresa essa que, dadas as circunstâncias, agora vai permanecer só no campo das ideias.

- "Uma das"? - Max confirmou com um aceno enquanto se desvencilhava da punk e começava a pôr a mesa - Então quer dizer que são várias surpresas, né? Hum... Conte mais, Maxaroni! Estou interessada.

- Bom, ainda tem o seu presente, um jantar com alguns dos nossos amigos num lugar bem legal que eu escolhi e - Ela fez uma pausa dramática, olhando para Chloe, que a encarava de volta impaciente - tem a última surpresa que vai acontecer quando voltarmos do jantar e ser realizada no nosso quarto.

Chloe abriu o maior sorriso que lhe era possível naquele momento, voltando a se aproximar de Max para abraçá-la e beijá-la, antes de respondê-la devidamente.

- Quem sabe podemos antecipar essa última supresa e deixar as outras pra depois, que tal?

Chloe perguntou enquanto distribuía vários beijos pelo pescoço da fotógrafa, mas esta negou a proposta quase instantaneamente, afastando a punk de modo que pudesse ver seu gesto contrário e ignorando o bico feito por ela em resposta.

- Mas é meu aniversário... - Chloe insistiu numa voz forçosamente chorosa, erguendo Max alguns centímetros do chão e a assistindo rir de sua fraca atuação.

- Mas a surpresa é minha e vai acontecer da forma que eu planejei e na ordem que eu planejei - Max rebateu, a beijando no nariz.

- Até nessas horas você é nerd - Chloe se lamentou, mas sem desistir de se perpetuar no assunto - Você pode pelo menos me dar uma pista do que pode vir a ser?

Depois de posta no chão, Max sorriu, colocando a mão no rosto da punk, lhe dando um beijo rápido e, em seguida, cruzando os dois braços ao redor do pescoço dela e a encarando antes de lhe conceder a resposta que aguardava.

- Vamos dizer que eu fiz algumas compras de coisas pra usar na cama e não estou me referindo a lençóis ou travesseiros.

Chloe ficou boquiaberta com aquela nova revelação, apenas encarando uma Max que sorria orgulhosa pela reação que havia causado nela, antes mesmo que a punk soubesse exatamente ao que ela se referia.

- Agora sente e coma porque eu não preparei tudo isso só pra ficarmos olhando. - Ela pontuou sua sugestão com um beijo no rosto de Chloe e logo se sentou em sua própria cadeira para também comer.

Assim que as duas terminaram, Chloe se levantou correndo da mesa sem dar nenhuma explicação, indo em direção ao som estéreo que possuíam na sala, zapeando por diferentes músicas até escolher uma que lhe agradou.

Quando satisfeita, ela voltou até onde Max permanecia sentada, ainda confusa por sua saída repentina e estendeu a mão num gesto silencioso para que ela a pegasse.

- A senhora poderia me conceder o prazer desta dança?

Max sorriu e não hesitou em dar a mão à punk, levantando da cadeira onde se encontrava e sendo levada por ela até a sala de estar.

- Dessa e de todas as outras que vierem depois. - A fotógrafa voltou a falar, já sendo conduzida pelo cômodo, com os braços contornando o pescoço da punk e com os dela em sua cintura, a encarando sorridente e a sentindo responder seu olhar com outro apaixonado.

Mas o momento de romance não durou muito tempo e Max notou isso nos olhos de Chloe que, diferentes de antes, agora possuíam apenas um mix de desespero e pavor direcionados para sua figura.

A morena instintivamente levou uma das mãos ao nariz, tocando a superfície agora molhada pelo líquido vermelho, que lhe causava calafrios. Logo vieram as dores fortes de cabeça, a visão escurecida e o corpo que não respondia mais ao cérebro e, então, ela estava desabando nos braços de Chloe, sendo carregada afoitamente por esta até a saída da casa diretamente para o hospital mais próximo, enquanto a música de antes ainda preenchia o ambiente.

__________________________

Max acordou, se pondo sentada na cama no mesmo instante em que abriu os olhos, se sentindo nervosa, hiperventilando, com as palmas das mãos suadas e a sensação do sonho ainda muito viva em sua cabeça.

Ela abraçou os próprios joelhos quando sentiu seus batimentos cardíacos acelerarem drasticamente e seu corpo começar a tremer, ao mesmo tempo em que buscava reestabelecer o padrão normal de sua respiração, já que agora trazer ar para dentro de seus pulmões estava parecendo uma tarefa muito mais complicada do que costumava ser usualmente.

- Max, o que houve? - Chloe perguntou ainda desorientada com o despertar repentino dela e tentando se situar na penumbra do quarto.

- O que você acha? - Max devolveu a pergunta de forma ríspida, movida pelo próprio momento de horror. - Eu tive outra droga de pesadelo, outro sangramento, outro desmaio, bem no dia do seu aniversário.

- Vem cá. Foi só um sonho.

Chloe falou tentando acalmá-la ao mesmo tempo em que buscava uma aproximação, abrindo os braços para envolver a fotógrafa, mas sendo imediatamente repelida por ela.

- Não, Chloe. Não foi só um sonho. Você sabe que não foi só um sonho e que eles vão continuar se repetindo dia após dia, sabe-se lá até quando. - Max rebateu irritada - Mas o pior não é isso. O pior vai ser o dia em que eles começarem a se realizar. 

O tom de voz de Max era mais alto que o normal, algo que Chloe não lembrava de ter visto acontecer nem nas brigas mais sérias das duas, ao mesmo tempo o olhar dela parecia perdido, sem focar em nenhum lugar fixo e se movimentando de forma frenética, como se estivesse prestes a chorar de desespero.

- Eu destruo tudo o que eu toco. O que está acontecendo agora, o que aconteceu no passado e o que ainda vai acontecer é tudo minha culpa.

Ela concluiu e as lágrimas logo começaram a rolar livremente por seu rosto, a levando a escondê-lo entre os joelhos, ao mesmo tempo em que continuava murmurando frases ininteligíveis para si mesma.

- Você não destruiu nada. Você me salvou.

- Não! - Ela rebateu num tom raivoso, levantando a cabeça apenas para encarar a punk com uma expressão possessa - Eu te pus nessa bagunça toda em primeiro lugar. Eu ferrei a sua vida.

- Max... você sabe que isso não é verdade... - Chloe tentou argumentar, começando a desvendar aos poucos o que estava acontecendo com a garota de sardas.

A fotógrafa simplesmente ignorou as palavras de Chloe, virando o rosto para o lado contrário e encarando um ponto fixo no chão do quarto, enquanto permanecia falando coisas baixo, provavelmente para si mesma. E, para a punk, aquilo era um indicativo bastante claro de que Max estava enfrentando uma crise de pânico.

Com isso em mente, ela mudou completamente sua abordagem, numa tentativa de acalmar a morena da única forma que ela achava que seria eficaz numa situação com aquela.

- Ei, olha... vamos conversar... - A garota mais velha propôs, passando algum tempo pensando sobre um assunto que poderia despertar o interesse de Max, enquanto esta apenas lhe direcionava um olhar confuso - que tal se você me falasse sobre seus fotógrafos favoritos e porque você gosta deles? Ou sobre os tipos de lente que você usa e qual o efeito de cada uma?

- O que? Você acha que eu quero falar sobre fotografia agora? - Ela respondeu completamente incrédula e, ao mesmo tempo, incomodada pela sugestão de Chloe. - Apenas me deixe sozinha no meu canto. Eu tô cansada disso!

- Não.

- "Não"...? - Ela repetiu, recebendo a confirmação de Chloe - Tudo bem. Então eu saio.

Max foi pega de surpresa pela negativa firme e direta de sua namorada e mais ainda pela atitude que esta teve em seguida, quando a impediu de se levantar, se posicionando sobre ela, a deitando com as costas na cama e a prendendo com a ajuda do peso do próprio corpo, auxiliada pela posição favorável em que agora se encontrava.

- Que droga você está fazendo? Me deixe sair daqui agora, Chloe! - Max esbravejou enquanto tentava inutilmente se desvencilhar, murmurando impropérios, ao ser imobilizada por Chloe, que permanecia sentada sobre a barriga da fotógrafa e mantinha os ombros dela encostados no colchão com o auxílio das duas mãos.

- Eu te deixo sair, mas você vai ter que conversar comigo primeiro.

Max apenas bufou em resposta, fazendo um novo esforço para afastar a punk, tentando se erguer da cama, empurrar as pernas Chloe e depois a cabeça dela com uma das mãos, mas sendo repelida por esta quase no mesmo instante, repetidas vezes, o que a levou a esmurrar a cama com as duas mãos motivada pela frustração por sua imobilidade.

Chloe pensou por vários minutos, deixando Max cada vez mais impaciente, até finalmente escolher um novo tema para trazer para discussão. Um bastante familiar para ambas.

- Bom, que tal se você me dissesse dez coisas que te fazem lembrar de mim?  Prometo que, depois disso, eu te solto.

- O que!? - Max perguntou sem conseguir acreditar na solução que Chloe tinha sugerido para conter seu momento de desespero.

- Você ouviu. Dez. Quanto mais rápido você começar, mais rápido vai sair daí.

Max grunhiu frustrada, batendo a nuca repetidas vezes contra o travesseiro, enquanto decidia se voltaria a falar ou só ignoraria Chloe até ela desistir e liberá-la de sua prisão. No final, sua impaciência venceu.

- No momento, um elefante, já que você parece estar pesando uma tonelada em cima de mim. - Ela disse a contragosto, desviando o olhar da punk, que ria da primeira resposta.

- Ok, uma. Faltam nove.

A expressão frustrada de Max contrastava com a bem humorada de Chloe, que não parecia nenhum pouco abalada pela má vontade de sua namorada, a qual após alguns minutos de um tratamento silencioso, resolveu ceder de novo.

- Boxe, já que eu queria muito te dar um soco agora ou até te nocautear pra sair daqui.

A garota de sardas respondeu desgostosa, empurrando as duas pernas de Chloe, mas sem conseguir movê-las um centímetro do lugar e, em seguida, usando os dois braços para tentar se erguer da cama, mais uma vez sendo contida no mesmo instante pela punk, o que a motivou a descontar sua frustração novamente no colchão.

- Essa foi um pouco ofensiva, mas eu vou aceitar. Temos duas.

- Pilhas de roupas, cinzeiros abarrotados, garrafas vazias, desordem de toda espécie, porque você é a pessoa mais bagunceira que eu já conheci na vida.

A nerd decidiu continuar com seu padrão de respostas mal criadas, enquanto mantinha uma carranca emburrada no rosto, que para sua decepção não parecia ter o mínimo efeito em Chloe, a qual apenas ria com cada nova resposta.

- Obrigada pelo cumprimento. Três.

- Porque você não desiste e simplesmente me deixa sair?

Max reclamou num tom de lamento indignado, enquanto tentava a todo custo empurrar Chloe, movê-la forçosamente de cima de si, mas era impedida sem muito esforço por ela, que se mantinha inabalável em seu propósito.

- Porque isso não foi o combinado.

A fotógrafa grunhiu de novo, escondendo o rosto com as duas mãos e levando-as até a cabeça logo depois, afastando a franja da testa e suspirando derrotada, enquanto adiava o máximo possível a continuidade daquele inquérito forçado.

- Incêndios - Ela falou repentinamente, tirando as mãos da cabeça e encarando a punk antes de explicar sua resposta - porque você está sempre cheirando a fumaça.

- Me lembre de comprar uma fantasia de bombeira pra interações futuras. - Chloe brincou, já notando uma leve mudança no comportamento de Max. - Quatro.

- Paredes de concreto porque sua teimosia é gigantesca e eu só consigo comparar à dureza de uma, quando penso sobre o assunto.

- Você poderia ter dito que eu sou durona como uma peça de mármore, mas tudo bem. São cinco e nós estamos na metade do caminho. - Chloe respondeu com um leve sorriso de incentivo, acariciando o rosto da fotógrafa ao final da frase e notando a expressão dela amolecer contra a própria vontade.

- Rosas, - Max falou inesperadamente num tom de voz mais calmo e sem quase nenhum resquício da irritação de antes, com a atenção agora voltada para a tatuagem de Chloe - porque você é bonita, mas pode ser espinhosa de vez em quando.

Chloe arqueou de leve as sobrancelhas com aquele comentário, principalmente quando a garota de sardas voltou a encará-la com outra atitude ao concluir a explicação, o que a motivou a acariciar os cabelos dela com uma das mãos, enquanto lhe dava um pouco mais de liberdade de movimento, mas sem livrá-la totalmente.

- Estou lisonjeada com o seu seis. - A punk respondeu com um novo sorriso.

- O oceano - Max falou logo em seguida, segurando a mão livre de Chloe entre as dela e a analisando, enquanto elaborava o resto da resposta. - porque é azul e imprevisível. Às vezes sereno, em outras revoltoso, mas sempre fascinante.

- Hum... ahn.. sete... - Foi tudo o que Chloe conseguiu responder, claramente mexida com a evolução das comparações feitas pela garota menor.

- Música, porque algumas vezes me acalma, em outras me anima, além de me ajudar a dormir.

- Oito. Só mais duas.

Nesse momento, Chloe já tinha rolado quase totalmente para o lado dela na cama, mantendo apenas parte de seu corpo sobre a fotógrafa, que por outro lado não esboçava mais nenhuma intenção de se afastar.

- Fé. - Max falou fazendo os olhos da punk se abrirem em surpresa e confusão antes de ouvir a justificativa. - Acreditar, confiar e ter esperança inabalável em algo. Nesse caso, em alguém. É assim que me sinto em relação a você.

- Uou! -  Chloe exclamou, liberando Max quase totalmente de seu enlace. A única parte dela que se mantinha sobre a fotógrafa agora era a mão que acariciava seus cabelos. - Nove.

- Contos de fadas. 

Ela falou logo após, sem necessidade de qualquer incentivo por parte da punk, agora sorrindo e olhando no fundo dos olhos desta, antes de dar a subsequente explicação.

- Amor eterno, verdadeiro e finais felizes.

A punk fungou, tentando afastar as lágrimas de felicidade que agora tomavam seus olhos, aproveitando o momento para envolver a fotógrafa num abraço apertado, se deleitando através do contato com sua pele e seu corpo agora calmo, enquanto notava os batimentos cardíacos dela recuperando a constância pouco a pouco. 

Max então se inclinou, a beijando calmamente, enquanto acariciava o rosto dela com as costas dos dedos e permanecendo assim até o momento em que elas se separaram.

Foi quando Chloe encostou a testa na dela e abriu um sorriso antes de murmurar.

- Dez.

__________________________

As duas garotas permaneceram deitadas na cama em silêncio apenas aproveitando a companhia uma da outra depois da tensão de antes, até o momento de contemplação ser interrompido pelo chamado de Joyce vindo do andar de baixo, as lembrando do jantar.

Max suspirou, voltando a ficar inquieta e nervosa até ser acalmada quase no mesmo instante por Chloe.

- Fica aqui. Eu aviso a eles que você não tá se sentindo bem e trago sua comida pra cá. - Chloe sugeriu, já se pondo sentada na cama, enquanto esperava a resposta.

- Obrigada, Chlo. E desculpa por ter surtado com você.

- Você tá brincando, hippie? Você não tem culpa de ter um ataque de pânico. Eu, no seu lugar, já teria perdido o juízo completamente. - Ela respondeu se inclinando para beijar a testa de Max antes de levantar - Além disso, você já aguentou merdas muito piores de mim sem jogar na minha cara. Eu não tô fazendo mais do que minha obrigação.

- Estou feliz que você estava aqui pra me ajudar.

Max comentou com um olhar pesaroso, enquanto se lembrava de seu surto de minutos antes, sendo abraçada por Chloe em uma nova tentativa de reconfortá-la.

- E onde mais eu estaria? Ou melhor, onde mais eu iria querer estar? - Ela perguntou com um sorriso - Eu não trocaria esse conto de fadas maluco e essa princesa com super poderes estranhos e estresse pós traumático por nada no mundo.

- Se eu sou a princesa, isso faz de você o príncipe? - Max perguntou em tom de brincadeira.

- É... acho que sou o príncipe estressado, que quando não está se pondo em perigo para ser salvo pela princesa, está tentando ajudá-la a se recuperar dos traumas causados por esses salvamentos.

- O melhor príncipe de todos. 


Notas Finais


Esse capítulo deu uns apertinhos no coração, mas terminou relativamente bem, né?
Não maltratei tanto vocês dessa vez. Acho que tô ficando de coração mole. Hehe!

Beijos e até a volta! :)


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