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História Amor Amargo - Meu irmão virou um babaca


Escrita por: GarotaYumii

Capítulo 2 - Meu irmão virou um babaca


Aí... Como minha cabeça doía, mesmo estando imóvel tudo parecia girar, toquei minha testa onde a dor parecia intensa e senti um enorme galo. Por que essas coisas tem que acontecer logo comigo? Me levantei e observei o que tinha a minha volta, eu parecia estar dentro de um carro… Espera… UM CARRO?!

Tentei abrir a porta ao meu lado esquerdo, mas estava trancada assim como a da direita. Até verifiquei se tinha alguma trava para abrir por dentro, mas não tinha (malditos carros modernos). Eu não acredito, eu fui sequestrada pelos impostores! Eu sabia que aquele Nathaniel falsificado era uma distração para o meu coração, mas como eles sabiam sobre meu ponto fraco (ponto fraco: garotos super bonitos) eles devem ter torturado os meus amigos. Gente, será que é alguma pegadinha do Silvio Santos ou é tudo verdade?

E o mais problemático é que eu não estava na frente da escola, na verdade eu nem sabia em que lado da cidade eu estava. Havia tanto movimento que estava difícil de identificar a área exata. Talvez eu estivesse na parte central de cidade.

Tentei abrir as portas da frente, mas foi inútil. Só que para a minha sorte, tanto a porta do motorista quando a do passageiro estavam com as janelas abertas. É eu vou ter que sair pela janela, mas parando para pensar que tipo de sequestrador deixaria as janelas abertas para a vítima fugir? Eu sou burra, mas não é para tanto.

Passei para o assento da frente e tentei sair pela janela, só que eu fui impedida por um homem alto e loiro correndo na minha direção com a chaves do carro em uma mão e na outra uma sacola. Era um homem com uma aparência bonita até, barba bem feita cabelo muito bem arrumado, mas ele era estranhamente familiar.

- Você finalmente acordou, você está sentindo algo incomum? Tonteira ou enjôo? Eu comprei alguns remédios para isso, mas não tenho certeza se são os certos. Seus amigos me deram as instruções mais confusas que já tinha ouvido. - até sua voz me era familiar. Me afastei dele um pouco mesmo tendo uma porta de carro entre nós.

- Desculpa, mas eu te conheço? - quando eu falei isso sua expressão mudou. Ele ficou tão pálido que parecia ter visto a morte em pessoa. Ele tentou relaxar, mas pareceu ainda mais tenso além de estar soando frio.

- Não é hora para brincadeira Zoe, isso é assunto sério você bateu a cabeça feio. - será que ele era o chefe por trás de tudo isso, pelo fato dele ser adulto de… sei lá 30 anos, não seria uma surpresa.

- Falar meu nome não vai adiantar de nada, quem e você? - ele não se entregaria assim tão facilmente Zoe, mas ele é muito burro para deixar seu rosto exposto assim ainda mais em público.

- Não tem graça. - ele queria parecer sério, mas parecia ainda mais desesperado. - Seu pai não está gostando dessa brincadeira infantil. - PAI?! ESSE HOMEM BONITÃO É O MEU PAI! Desde quando? Meu pai era barrigudo (de tanto beber) e tinha uma barba horrivelmente mal feita e ele não tinha essa tonalidade de loiro. Esse cara comparado ao meu pai é um anjo encarnado.

- Ah, você não é meu pai mesmo! - eu disse e tentei sair pela janela da outra porta, mas ele foi mais rápido que eu e me impediu, correndo para o outro lado. - Se você não me deixar sair eu vou gritar.

- É claro que eu sou seu pai, e pare com essas maluquices você nunca foi assim! - com um bipe as portas do carro abriram. Minha chance, pulei para fora do carro em alta velocidade. - Mas o que…

- Seu pedófilo! - gritei e sai correndo pela multidão que me encaravam confusas.

- Pare bem aí mocinha! - ele ordenou com um tom bem autoritário. Ele também correu atrás de mim.

- Se você fosse meu pai de verdade estaria bem longe daqui bebendo até não aguentar mais! - eu gritei e virei a esquina, olhei para todos os cantos tentando achar algum ponto de referência, para ajudar a identificar minha localização. Pelo foco da multidão eu com toda certeza estava na região central, mas em que parte do centro?

- Eu mandei parar! - ele gritou e eu voltei a correr mais ainda.

Que mané pai o que, ele era um possível pedófilo! Aposto que aqueles clones queria que ele desse um jeito em mim, mas eu não sou besta. Eu precisava despistar esse cara para depois chamar a polícia, olhei para trás e o vi se aproximando. MEU DEUS COMO ELE CORRE! Aposto que faz academia, para o meu azar é lógico.

Em questão de segundos ele havia me alcançado e me parou rapidamente, ele pagou meu braço e me fez virar para ele, ficamos frente a frente. Ele segurava meus ombros dificultando a minha fuga.

- Pare com isso e vamos conversar. - ele disse um pouco ofegante. - Já que você está tão convencida assim de que eu não sou seu pai me diga o nome de seus pais e irmão.

- Você acha mesmo que eu vou falar o nome deles? Não confio em você. - desejei tanto ter um spray de pimenta agora comigo, mas eu nem sabia onde estavam as minhas coisas mais. Além de sequestrada também fui roubada, que ótimo!

- Pelo amor de Deus, só diga. - ele disse em um tom desesperado. Fez silêncio e eu observei sua cara assustada (maldito coração mole!). Eu respirei fundo e disse tudo.

- Minha mãe se chama Samantha, irmão Erik e pai Thiago. - eu disse por fim, e ele pareceu mais aliviada. - Está satisfeito?

- Graças a Deus, então era só uma brincadeira. Achei que você estava sofrendo de perda de memória recente. - Que perda de memória? Eu tô é sofrendo de confusão, nem sei o que está acontecendo direito. Mas será que é uma boa oportunidade aproveitar a sua sabedoria já que ele acha "ser meu pai".

Eu tinha que começar a pensar em me controlar, se eu agir assim que nem louca nunca vou conseguir nenhuma resposta descente. É capaz de eu afastar as pessoas isso sim e ser levada para um hospício, eu tinha que começar de algum lugar.

- Onde está a mamãe? - perguntei achando estranho, se ela soubesse que eu tivesse batido a cabeça ela viria correndo mesmo com um furacão ou tsunami em seu caminho.

- Não tente mudar de assunto! Você está muito encrencada com essa brincadeira ridícula. - ele se virou e foi voltar para o carro. Pelo meu bem e pelo bem de seus amigos você tem que fazer isso! O segui ainda com o pé atrás, vai que dá ruim.

Entramos no carro e ele fez várias perguntas sobre o que eu estava sentindo, claro depois de me dar uma baita bronca sobre a "brincadeira". Ele pensou em me levar para o hospital, mas eu o fiz mudar de ideia porque realmente não tinha necessidade. Então, ele resolveu me levar para casa, ignorando meus cursos por achar que eu ainda havia chances de eu voltar a passar mal.

O caminho todo fiquei grudada na porta e de olho nele, qualquer movimento brusco eu abria a porta e pulava para fora do carro, mesmo estando em movimento. Mas foi um grande alivio quando ele me deixou bem enfrente a minha casa.

- Obrigada por tudo. - agradeci como se ele fosse um simples conhecido não um pai, peguei a sacola de remédio que ele me fez prometer que tomaria todos no horária certo e subi correndo para meu apartamento. Eu nem dei tempo para ele dizer alguma coisa.

Fechei a porta correndo, a trancando cheia de paranóia até verifiquei se a barra tava limpa no olho mágico. Vai que ele me seguiu, nunca se sabe? Me joguei no sofá me sentindo exausta, que dia estressante! Por que tudo está tão diferente, é como se eu realmente estivesse em um universo paralelo à minha vida. Será que eu estou presa em um sonho, tipo um… um… AI MEU DEUS SERÁ QUE EU ESTOU EM COMA NESSE MOMENTO?! Fudeu tudo. 

Aí o que eu faço, eu preciso acordar! Eu quero voltar para a minha vida antiga mesmo gostando mais desse pai do que o meu verdadeiro, ele estava parecendo um ator bonitão de Hollywood. Pensei e pensei em várias maneiras de acordar, já posso retirar da lista "cair de cara no chão" (no que eu estava pensando?!). Olhei para minhas mãos, me rendendo ao site, vídeo, sei lá o que vi com essa informação. E eles estavam perfeitamente normais.

Que saco! Como que eu saio desse pesadelo? Me levantei e peguei uma caneta e um caderno velho meu, comecei a anotar coisas sobre o que percebi hoje. Talvez eu entendendo mais como esse pesadelo funciona eu consiga acordar. Pode não funcionar, mas não chega a ser uma má ideia. Comecei a escrever da maneira mais organizada.

O primeiro tópico eu fiz sobre meus amigos, como eu não cheguei a ver as meninas (Violet, Kim, Iris, etc), então deixei um espaço para elas, para depois eu preencher. Tá eu sei, eu sei, talvez nem todos tenham mudado, mas se a Ambre, A AMBRE mudou elas devem estar mudadas também. Só anotei sobre os garotos.

Castiel se transformou no Kentin (antes de ir para escola militar);

Nathaniel se transformou no Lysandre;

Lysandre se transformou no Armin (o que não caiu nada bem nele, prefiro seu estilo 1800 e bulufas);

Kentin se transformou no Castiel (que agora me odeia profundamente);

E por fim, Armin virou o Nathaniel (o que é MUITO estranho de se ver);

Pensei em comentar sobre Ambre e Alexy, mas eu não tenho certeza em quem os dois se transformaram (a Ambre eu tenho sérias dúvidas se foi entre a Priya ou a Rosalya. Provavelmente a Priya foi a azarada), mas como eu poderia saber mais? Ligando para eles talvez, mas o que eu diria? Ainda mais depois desse alvoroço que eu fiz, eu ia precisar de uma boa desculpa antes.

Depois comentei sobre meu pai, que havia se tornado um puta homão do nada. Ainda me recuso a achar que aquele homem é meu pai, cadê a barriga de bebum dele? E depois sobre minha mãe, na verdade não notei nenhuma mudança nela e muito menos em It. Pensei mais um pouco, vai que algo passou despercebido por mim…? Não sei não, será que isso só funcionou em algumas pessoas da minha vida?

Perdida em meus pensamentos continuei anotando tudo que aconteceu até agora, como um diário, mas tomei um baita susto ao ouvir um miado bem atrás de mim. Gritei tão alto que assustei o pobre gatinho de rua que estava ali. Ele deve ter entrado por alguma janela aberta, ótimo agora vou ter que resolver mais um problema. Me aproximei dele sem fazer nenhum movimento brusco.

- Meu Deus, você me assustou! Você deve está perdido... - olhei para o gato preto de olhos azuis e vi uma coleira nele, tinha uma plaquinha indicando o nome. - Vamos ver de quem você é… Yato? - Cara isso é um nome que eu com certeza daria para o meu gato, claro se eu tivesse um. Desculpa telespectadores, mas só quem viu noragami vai estender.

Virei e olhei o que tinha atrás da plaquinha, como já esperado havia um endereço nele. Espera um pouco, esse é o nosso endereço!!! Como assim? Minha mãe é extremamente alérgica a gatos, ela quer morrer ou é uma piada? Espera, será que foi isso que mudou, minha mãe parou de ter alergia a gatos? Mas não pode ser só isso, com certeza não.

O gato se moveu, deu um pulo e subiu no sofá para se repousar sobre meu colo. OOOOWWWWW, que fofinho!!!! Eu não posso com animais, se eu morar sozinha minha casa seria um zoológico. Sério, meu sonho é ter um Ouriço, calopsita, cachorro (Husky, de preferência), gato (preto como o recém conhecido, Yato), Porco e um Furão (eles são fofos) de estimação. Eu juro que não estou exagerando, eu realmente quero ter muitos animais de estimação apesar de não ter responsabilidade nenhuma para cuidar.

O acariciei e ele ronronou, meu deus como gatos eram fofos. Sorri e anotei isso também, eu não podia deixar nada passar em branco. Quanto mais eu anotar, mais chances terei de sair daqui (desculpa Yato, mas quem sabe em uma outra vida), levantei para pegar um copo de água e me deparei com um bilhete encima da mesa.

"Zoey, não esquece de buscar seu irmão. Hoje ele vai sair mais cedo, umas 15:30 se não me engano. E hoje vou chegar mais tarde do trabalho.

Mãe"

AI MEU DEUS, QUE HORAS SÃO?! Corri para pegar meu celular, mas… droga cadê o meu celular?! Procurei nos bolsos do macacão e nada, eu devo ter o deixado cair quando tentei fugir dos impostores. E agora? Liguei meu notebook e quase tive um infarto quando olhei às horas, 15:25. Peguei a chave e sai correndo disparada em direção à porta, eu posso zoar com a cara do meu irmão, mas isso não quer dizer que eu o odeio.

Abri a porta e a tranquei logo depois, pulei as escadas de dois em dois degraus. Nunca desejei tanto que aquele prédio tivesse um elevador (ou morar no primeiro andar, não no quinto). Quando cheguei na portaria me deparei com Castiel, ele parecia ter acabado de chegar e estava acompanhando por Ambre e Alexy. Droga, agora não! 

- Zoey? Menina o que aconteceu? - mal sai do prédio que Ambre já veio cheia de intimidade, botando a mão no meu ombro. Confesso que me afastei e toda ofegante falei entre vários e vários puxões de ar (cara, esse prédio adicionou algumas escadas a mais ou é impressão minha?).

- Eu não posso falar agora, tenho que buscar meu irmão. - desculpa por não explicar antes, mas eu estou tão apressada assim porque da última vez que eu demorei para o buscar alguns capetinhas bateram nele. Ele estava com o olho roxo e quando me viu desabou em lágrimas, foi tão triste ver ele daquele jeito… - Vocês podem esperar lá dentro se quiser, volto em 5 minutos.

- Vamos com você. - disse Alexy já tomando iniciativa. Ele começou a caminhar para a direção certa como se soubesse o caminho muito bem. Quem eu quero enganar, eles já me acompanharam nessa trajetória várias vezes, não é nenhuma confusão eles saberem o caminho. - Não é muito longe, e não vamos te deixar ir sozinha nesse estado. Vai que você da uma de maluca de novo. - disse ele cheio de graça.

Maluca?! Malucos eram eles, que absurdo. Expulsei esses pensamentos, não podia me distrair.

- Agradeço, mas eu não posso me atrasar. - comecei a correr novamente, os deixando para trás. Acenei para eles. - ME ESPEREM AÍ! - apesar de não serem os meus amigos, eles eram até que legais. Confesso que prefiro o Castiel e a Ambre muito mais desse jeito, mas tudo que é bom dura pouco.

Atravessei o parque e subi mais duas ruas, eu perdi velocidade na metade do caminho. Aquelas escadas haviam acabado comigo… Corri um pouco mais rápido, mas quando cheguei quase cai no chão pelo extremo cansaço. Entrei no pátio a procura de Erik, droga será que aqueles garotos haviam pegado ele de novo? Dessa vez eu não vou me segurar, se for para proteger ele eu farei qualquer coisa.

Procurei por cada canto com olhos de águia, até o chamei, mas não tive resposta. Quando me aproximei de uma árvore foi aí que comecei a escutar vozes. Segui as vozes, que deram perto de um conjunto de lixeiras recicláveis. 

Três meninos (valentões) haviam cercando um garotinho contra a parede. Por sorte o garoto cercado não era meu irmão, mas não era só por isso que eu ficaria de braços cruzados. Me aproximei furiosa, um dos garotos levantou a mão, o mesmo segurava um pedra e a ameaçava jogar contra aquele garotinho.

- Hey, sua mãe não te ensinou que… - quando peguei o braço do muleque fiquei em choque. - Erik!

Os outros dois garotos, saíram correndo não querendo arrumar encrenca. E quanto ao garoto que estava prestes a levar uma pedrada de meu irmão ficou lá parado me olhando extremamente surpreso.

- Me larga! - foi tudo que ele disse, na cara de pau. Como ele…?

- Pede desculpas - falei séria, ele não ia se safar dessa tão fácil.

- Ele que começou! - que desculpa mais merda! Ele acha mesmo que eu vou acreditar nessa.

- Pede desculpas, Erik! Eu não tô brincando. - eu disse o largando e cruzando os braços, o esperando fazer o que mandei. - Se você não me obedecer diga adeus ao seu Playstation 4!

- Tá… - ele abaixou a cabeça e disse tão baixo que mal consegui ouvir. - Desculpa…

- Pede desculpas direito muleque!

- DESCULPA! - gritou (melhor dizendo, berrou) e saiu pisando forte, largando a pedra ali. Olhei para o garoto que me olhava com os olhos brilhando, será que ele iria começar a chorar? Era só o que me faltava, não que seja um incomodo, mas meus amigos estavam esperando.

- Não se preocupe ele não vai voltar a fazer isso, eu prometo. - o garoto ficou em silêncio. - O que ele fez com você? - perguntei achando que o assunto era mais sério que aparentava, com um grande esforço ele disse.

- Nada.

- Não precisa mentir.

- É verdade, ele não fez nada. - persistiu, claro que ele não ia confessar. Pobre garoto, então o mundo deixou meu irmão se transformar em um babaca mirim? Que droga, aquele garoto vai se ver comigo.

- Peço sinceras desculpa. - disse como despedida e fui atrás de Erik. Não foi difícil de o encontrar, ele me encarava de cara feia. - Você tá maluco? Você podia ter o machucado feio com aquela pedra!

- Ah não enche! - eu fiquei indignada no que meu irmão havia se transformado. 

- Olha como fala, eu sou sua irmã! - dei um tapa na cabeça dele. - Se você voltar a fazer isso acho melhor você correr de mim como o diabo corre da cruz. Mamãe não te ensinou a… - ele me interrompeu.

- Eu já entendi! - ele cruzou os braços e começou a andar mais rápido que eu.

Eu não acredito, de um vítima ele virou um babaca? Como isso é possível, meu irmão mal tinha amigos e nem sabia se defender direito e agora ele virou isso. Mas eu já havia notado o problema, se antes meu irmão era anti-social na frente das pessoas e brincalhão comigo. Então, agora ele é brincalhão na minha frente e agressivo nas minhas costas.

Chegamos em casa e como esperado, meu grupo de amigos estavam lá me esperando sentados na calçada. Erik passou de cabeça baixa por eles sem falar um "a", mas eles não pareciam incomodados. Isso era normal para eles? O que aconteceu com o meu irmão?! Eu não ia comentar nada na frente deles, não queria criar uma torta de climão.

Guardei minhas anotações e ficamos na sala de estar.

- O que aconteceu com você hoje? - disse Castiel deixando seu pote sabe se lá o que tinha dentro na mesa de jantar. - Você me deu um baita susto. - ele se jogou no sofá, se sentando ao meu lado.

- É você estava muito estranha, como se fosse outra pessoa. - disse Alexy pensativo, mas o mesmo pareceu não perceber no que havia falado. Ambre bateu em seu ombro, chamando sua atenção, mas ele mostrou língua como resposta.

Mas isso me incomodou, será que tinha uma outra versão de mim? Talvez, julgando pelas fotos isso fortifica mais essa teoria. Então, eles eram uma outra versão da minha vida? Cara que confuso, onde eu realmente estava?

- Outra pessoa? - perguntei mais curiosa do que confusa, mas eles não pareceram notar.

- Ah, é como se agora você fosse mais… Extrovertida. - disse Ambre, mas rapidamente voltou atrás de suas palavras. - Não que você não seja, mas é… antes você era menos descida e comunicativa.

- Como assim? - agora sim eu estava confusa.

- O que ela quer dizer é que, antes você mal falava com Kentin porque ele te dava medo e agora... - Alexy começou a me explicar, mas logo depois ele riu. - Você o amedrontou de verdade.

- Eu nunca vi você agir daquele jeito. Você foi incrível... - Castiel estava impressionado com essa "mudança" minha, enquanto eu estava tentando entender quem eu era nesse sonho ou sei lá o que isso seja. - O que te fez mudar? - tentei ir na onda deles, vai que com sorte eles esqueçam do mico que paguei na tentativa de acordar e de fugir deles.

- É tão ruim assim, essa minha mudança drástica?

- Não, não, é que… a esquece. - disse Cassy corando. Nossa, ele fica fofo que nem o Kentin ficava quando corava isso me trouxe boas lembranças de meus momentos com Kentin. Agora ele tá aí, sendo um idiota você vai se ver comigo ainda Kentin. Mas foco na missão!

Vai na onda deles...

- Sabe que nem eu sei muito bem o motivo. Eu acordei hoje já me sentindo assim. - você tá indo bem, continua assim - Não é estranho? 

- Mais estranho que você falando que meu irmão não era responsável, falando que o Kentin era seu melhor amigo e agindo que nem maluca pelos corredores? É acho que não. - PORRA ALEXY! Me ajuda um pouco!

- Bem sobre isso...

- O pai dela já disse que foi um ataque de pânico! - Castiel me defendeu contra os argumentos de Alexy. Eu nunca tive nenhuma ataque de pânico, mas eu só concordei. O que me der lucro eu estava aceitando.

- É, foi tudo um ataque de pânico! - missão concluída, e olha que nem precisei inventar uma desculpa. Obrigado pai que não é meu pai, nunca duvidei de você. - Peço desculpa pelo susto que te dei Ken… - droga quase chamei o Castiel de Kentin, eu realmente preciso me acostumar com eles. Mas a semelhança entre os dois é tão grande que chega a me confundir! Eu não vou ficar muito tempo aqui, lógico, mas eu precisava me adaptar até acordar. - Quem diria que eu te assustaria tanto assim?

- É impressão minha ou você quase me chamou de… - Castiel me observava confuso e eu fiz uma cara nervosa, eu gritava não através de meus olhos para ele. Só que mal sabia eu que Alexy e Ambre haviam percebido a mesma coisa.

O que eu mais temia estava prestes a acontecer... Maldição!

- Estava pensando nele? - perguntou Ambre curiosa como gato, olhei para ela negando freneticamente com a cabeça. Claro, haja assim na frente dela para criar mais suspeitas sua burra. - Ai meu Deus, não me diga que…

- CLARO QUE NÃO! - gritei não a deixando terminar a frase, e percebi que Castiel havia falado a mesma coisa ao mesmo tempo. Alexy olhou para mim chocado.

- Sério?!

- NÃO! - eu corei como nunca havia corado antes. - Eu não gosto dele, Deus me livre. - fiquei toda desengonçada, quando eu ficava envergonhada eu começava a ficar desastrada com as coisas, principalmente com as palavras.

- Tá vermelha por que então? Agora me explica, por que você nunca contou? - Ambre por um segundo ficou quieta enquanto olhava para o horizonte. Não sei por que, mas sua expressão de alegria e empolgação mudou para tristeza de repente. E depois eu era a doida.

Alexy também ficou quieto, na verdade todos ficaram quietos. O que aconteceu? O que eu fiz? Eu falei alguma coisa de errado? Mas quem liga, era a chance perfeita para mudar de assunto.

- Então, querem alguma coisa? - levantei rapidamente ainda envergonhada.

- Ah não, mas você perdeu grande parte da diversão! - disse Ambre mudando de assunto rapidamente. - Descobrimos por que a Rosalya não foi a aula, ela está com catapora ou seja… Milagres são reais!

Espera aí... O que ela quiz dizer com...?

Ah não, a ficha caiu. A Rosalya e a Ambre haviam trocado de lugar uma com a outra, já era para mim. Eu com toda certeza não ia saber lidar com ela, eu e Rosalya sempre fomos muito amigas e não vou conseguir ser grossa com ela. É capaz de eu sofrer mais com isso do que todos. Mantenha a calma, vai que eu esteja enganada, nunca se sabe? E não cause suspeitas.

- Que bom! - foi tudo o que disse quando sai para a cozinha para pegar um copo d'água para mim. - Tem certeza que vocês não vão querer nada? - perguntei a longa distância e todos disseram não.

Bebi uns 3 ou 4 copos de água. Cara que merda, todo estava sendo jogado no liquidificador e se transformando em uma coisa confusa. Só agora que eu parei para pensar, como eu devo agir na frente deles. Como era a Zoey deles? Se é que existe mais uma eu. Eu estou ficando maluca com isso tudo, e o pior que não havia ninguém para conversar sobre. Se eu falar isso é capaz deles me botarem em um hospício.

Ok, eu precisava pensar mais detalhadamente sobre as minhas atitudes. Na verdade não ia mudar muita coisa já que eles só trocaram de lugar, mas mesmo assim não deixa de ser difícil, vocês entendem, não é? Imagine que sua melhor amiga tenha trocado de lugar com uma babaca da sua escola, não ia ser difícil de encarar essa realidade? Claro que seria.

- Que coisa… - disse para mim mesma e voltei para a sala. Conversamos mais um pouco, mas nada de importante foi discurido. Sabe só coisas aleatórias, na verdade eles só perguntaram sobre mim, mas enfim. Depois me despedi deles.

Mas antes de irem, por sorte minha, Castiel (tenho que passar a chamar ele de Cassy nos meus pensamentos, assim me acostumo mais facilmente) me devolveu o meu celular perdido. A película estava levemente quebrada, mas ainda dava para usar. Ele disse que havia caído do meu bolso quando corri deles, também havia dito que tinha feito sanduíches de atum para mim. Agradeci, e assim eles foram embora.

Que dia longo, e isso tudo aconteceu através de vários e vários combos. Arrumei o sofá e fui para o meu quarto, com a intenção de descansar um pouco.

- Até que enfim! Achei que eles nunca iriam embora. - PUTA MERDA! dei um grito tão fino que teria Melody ter inveja. Havia um homem de cabelos rosas sentado na minha cama com uma roupa de elfo, fada, sereia, sei lá o que era aquilo que ele vestia.

- Cala a boca! - ouvi meu irmão dizer irritado de seu quarto, me controlei. Não queria causar pânico, ainda mais perto de uma criança.

- Quem é você?! - disse me preparando para dar trocas de socos com aquele homem. Eu ia apanhar, mas eu também ia quebrar ele na porrada.

- Bom, no sei mundo eu sou sua tia, mais conhecida como "fada madrinha". - ele sorriu. - Eu que causei tudo isso através de um desejo feito pela sua outra eu. E agora eu estou aqui para te explicar tudo! - não estou acreditando...

- É o que?



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