História Amor às cegas - Park Chanyeol (EXO) - Encontro remediado pela advogada do diabo

Ser adulto não é fácil; são cobranças excessivas em absolutamente tudo o que você faz. Fora as responsabilidades dessa época tão temida por todo jovem. Porém, Silviane lidava bem com isso. 

No auge dos seus vinte e seis anos, ela já tinha conquistado alguns sonhos, como o de morar com suas amigas, um bom emprego e salário, carro, tinha seus pets, fora sua vida amorosa agitada. 

– Alguém viu meus óculos? 

Já era a quinta vez que Rafaela entrava no quarto que Silviane dividia com Beatriz. Mais míope que a Velma de Scooby Doo, ela saía tateando os móveis, cama, ou pessoas? 

– Tira as mãos dos meus peitos! – Sheila empurrou-a. 

– Foi sem querer. – puro cinismo, apenas aproveitou da situação favorável. – Gente, meus óculos sumiram. – fez beicinho. 

– Usa lentes de contato, Rafa. – Sheila sugeriu. 

– É o que me resta. – lamentou, se dando por vencida. – Ah, chamou o Haechan, certo? 

Antes que saísse do quarto, se virou para a jovem alta, negra de belas e longas tranças. A viu ajustar o top que usava, olhando mais uma vez no grande espelho do quarto de Silviane, se tudo estava ok com sua aparência. 

– Ele se auto convidou. – bufou. 

– Ótimo!! 

– Qual lace eu uso? 

E Beatriz apareceu ali, segurando duas laces, uma platinada e a outra era de um castanho bem natural. Suas amigas olharam melhor para a roupa dela, vestido listrado cinza, com botas que iam até suas coxas. 

– Platinado. – Rafa e Sheila naquele instante dividiram a mesma opinião. 

– Ótimo, deixa eu ir me maquiar. – ia saindo, mas parou abruptamente. – Onde está a Konni? 

– Ah é, banheiro. Ela disse que não vai. Não quer ficar de vela. 

– E ela decide isso em cima da hora? Eu vou matar ela rata imunda! – se virou, saindo dali e indo até o banheiro do corredor que dava acesso aos quartos. 

– Entendo o lado dela, mas não vou deixar o meu Jae na mão. Fui! – saiu dali, já se preparando para colocar a lace e ficar ainda mais bonita. 

E nisso Sheila pegou seu celular, ligando para Haechan, ao qual não demorou para atender o celular. Ele sempre ficava muito feliz quando sua namorada o ligava durante o dia. 

– Fala, minha paixão?! 

– Querido, acho que o cinema de hoje vai dar ruim. Silviane não quer ir. – lamentou ao telefone.

– Também, né?! Nem eu ficaria de vela. A Rafa some com o Taehyung, a Bea fica no maior love com o Youngjae, nós dois parecemos dois palhaços alheios a tudo. A coitadinha iria sobrar, melhor ficar em casa mesmo. 

– Não está ajudando, Haechan! 

– E se a gente buscar no Tinder? – Sheila achou aquilo um absurdo. 

– Vou fazer isso mesmo, mas pra arrumar um outro namorado. 

– NÃO!! VOCÊ É A MULHER DA MINHA VIDA, SHEILA. – gritou como só ele sabia. 

– Meu Deus, que drama. – caiu no riso. 

– Eu só não quero perder o filme. Já que eu não posso ajudar, vou desligar, estou saindo daqui agora. 

– Beijos! 

Desligou, pegando sua bolsa em seguida e indo até a sala, se jogando no sofá e apenas observando a correria de suas amigas. Quando viu Rafaela aparecer ali, calçando seu par de all star com estampa de oncinha, acenou, chamando ela. 

– Silviane não vai, ela não tem um par. 

– O que?! Nem fodendo que ela fica. Eu já comprei os ingressos, fiz reserva em um restaurante caro. Ela vai sim. 

– Vai lá conversar com ela. – Sheila pediu. 

– Finalmente estou pronta. Muito difícil ser preta Patrícia, meu Deus. – Beatriz ajeitou os longos fios platinados, sentando-se ao lado de Sheila. 

– Pelo menos está perfeita. 

– Vou falar com a Konni, já volto. 

Rafaela foi completamente ignorada por suas amigas, que agora tiravam fotos e faziam stories para as redes sociais. Sempre é bom aproveitar quando se está arrumado e atualizar as fotos do Instagram, Facebook, WhatsApp e etc; 

E nem sob ameaça de morte que Silviane sairia daquele quarto, no caso, o seu e agora vazio, já que suas amigas haviam ido se arrumar no de Sheila. 

Não que ver as pessoas amando lhe causasse algum desconforto, mas ela se sentia mal em ficar no meio de vários casais. Como mencionado antes, Silviane amava sua vida de solteira e queria aproveitar aquela noite como tal, mas suas amigas foderam com tudo, marcando aquele cinema e jantar. 

– Rata imunda! – Rafaela passou pela porta, cruzando os braços em seguida. 

– Pomba suja! – rebateu, ignorando-a e voltando a sorver goles de seu drink alcoólico. 

– É só um cinema e um jantar, Silviane. 

– É um compromisso de casais, eu não vou! – bateu o pé. 

– Mas já saímos assim antes. – rebateu. 

– Até parece. Você sabe muito bem o que irá acontecer hoje. – viu Rafa menear com a cabeça, mas não se deu por vencida. 

– E se eu chamar mais alguém? – sugeriu esperançosa. 

– Sabe que eu odeio isso, Rafaela. 

– Não é um encontro às cegas. Você quer companhia e ele acabou de se mudar, quer fazer novas amizades. 

– Ah é?! E como ele é? – foi até a janela, terminando de tragar do seu cigarro. 

– Ele é perfeito para você, nem precisa ajoelhar pra mamar. – riu maliciosa. 

– Estou fazendo sério, Rafa! – Silviane abaixou a guarda ali. 

– Bom, ele é muito alto, uma maravilha! Deixa eu pensar melhor… ama música, pratica esportes, é bem competitivo, aliás. 

– Interessante. 

– Ele gosta de animais também. Uh, ele é todo forte, parece uma geladeira Eletrolux de duas portas, com água e gelo na porta. 

– Você reparou demais nele, Rafa. – apagou o cigarro que já estava no fim. 

– Óbvio. Todo mundo tinha uma queda por ele. Ah, uma voz rouca que é uma perfeição. Cês vão se dar bem, confia. 

Até queria, mas perdeu a conta de quantas vezes suas amigas lhe meteram em problemas e situações constrangedoras, relacionadas a encontros, pretendentes e afins, deixando Silviane possessa. 

– Está bem, eu vou, me convenceu. – virou a bebida de uma vez. – Mas se eu odiar ele, te jogo daqui de cima. 

– Você não seria louca, você me ama. Somos amigas. – foi até ela, abraçando-a rapidamente. 

– Amiga da onça, você. 

– Não demora! Haechan já já chega. 

Saiu do quarto, fazendo Silviane se dar conta de que ela definitivamente não tinha muito tempo para ficar arrumada para aquela noite. 

Ignorou tal fato, já que a beleza dela era algo tão natural que transparecia com facilidade. 

Foi até o guarda roupa, escolheu uma saia preta jeans, uma blusa preta com listras na altura dos seios, calçou um tênis que tinha um saltinho e foi até o espelho. 

Foi rápida em fazer uma maquiagem mais simples e colocar alguns acessórios em seu corpo. Por fim, pegou sua lace ruiva com franjinha, ficando extremamente atraente naquela noite. 

– Konni, ele chegou… UAU! 

– Eu sei, estou muito gostosa. Eu mesma me pegaria. 

– Eu também, mas vamos logo! – Beatriz a chamou, tendo a mesma a segui-la para fora do quarto. 

Chegando na sala, viu que Rafaela já não estava ali e soube por suas amigas que ela tinha ido primeiro com Taehyung, mas que os aguardaria no cinema. 

Pegaram tudo o que faltava e foram para fora do apartamento, parando de frente a uma bela 4x4 preta. Silviane pensou em como era vantajoso Sheila namorar um cara rico. 

– Meus Deus, como estão bonitas. Vocês se superaram hoje. – Haechan virou para o banco de trás, vendo Silvane e Beatriz sorrindo mínimo. 

– E eu? – Sheila se inclinou, tocando no rosto dele e o virando para que ele a beijasse e isso aconteceu. 

– Acima de você só os helicópteros da federal, amor. 

– Vamos logo.

Aos risos, os amigos saíram dali após Haechan dar partida no carro. Durante o trajeto, Silviane ia olhando as redes sociais, havia algumas mensagens de pessoas com quem ela se relacionava sem compromisso algum, pensou que seria bom, caso desse errado com o estranho que a sua amiga cismou de apresentá-la. 

Durante o trajeto foram conversando sobre o filme de terror que iriam assistir e sobre o que iriam comer na Lemon Cake. Estavam bem animados e por conta da conversa boa, esqueceu de seu pequeno "dilema". 

Quando finalmente chegaram ao shopping, Haechan estacionou o carro e eles desceram. Já na entrada do shopping avistaram Rafaela e Taehyung, e como sempre, fazendo bagunça. Ela estava dentro de um carrinho de supermercado e ele a empurrá-la. 

– Eles dividem o mesmo neurônio, por isso se dão tão bem. 

Após o comentário de Silviane, eles foram até o casal de amigos. E uma coisa que Silviane achou que não fosse a ocorrer, aconteceu. O suposto amigo de Rafaela estava atrasado. Ela deu de ombros, afinal, não tinha criado expectativas e nem queria também. 

– O filme começa em quinze minutos, vamos entrar? – Beatriz foi surpreendida por Youngjae, que a abraçou por trás. Ele tinha chegado junto deles. 

– Rafa, e seu amigo bonitão? – Silviane perguntou ironicamente, vendo ela limpar a garganta e olhar sem graça para Taehyung. 

– É você quem está dizendo. 

– É, cadê esse cara bonitão que você estava falando com a Konni? – Taehyung apoiou suas mãos nos ombros de Rafa. Ela até quis fugir, mas não foi necessário, pois ele estava vindo. 

– Olha ele ali. Chanyeol, aqui!  

Acenou animadamente, vendo Silviane se virar para a direção de onde ele vinha. A primeira coisa que ela notou foi o porte atlético dele. Sim, Rafaela não estava errada, ele era muito alto e forte. 

A camisa preta e justa evidenciava bem o abdômen e peitoral largo, fazendo Silviane se animar um pouquinho. O boné dava um ar misterioso no rapaz, mas foi quando ele sorriu que ela se pegou meio compenetrada na beleza dele. 

– Desculpa a demora, mas o trânsito estava horrível. 

Ele sorriu largo, tirando o boné e ajeitando os cabelos lisos e castanhos, muito bem tratados. Silviane nem reparou que o olhava como uma besta, uma boba vendo uma escultura da era renascentista.