História Amor bandido - Jade Final

Faz um mês que sai do hospital, finalmente eu estava recuperada, foi o pior mês da minha vida, não podia beber, nem andar de moto, nem dançar, nem transar, ou seja, não podia viver. Mas finalmente eu estava bem, e iria voltar ao meu trabalho na boate. Eu e o Larry estávamos indo, ele vivia cuidando de mim, e eu adorava todo esse carinho, realmente tenho razão ao amá-lo a uns 7 anos, quando ele quer, ele é um cara incrível. Mas as putas dele não o deixam em paz, se eu tenho ciúme? Lembra que eu amo ele a 7 ano, eu conheço ele como a palma da minha mão. Mas que eu saiba, ele está tentando fugir delas, será que eu fui capaz de mudar esse puto? Eu mereço ser canonizada se fiz isso.  

A boate estava aberta, eu estava no camarim com as duas garotas que dançam comigo, Lana e Louisy, as duas são gêmeas, loiras altas, as duas tem olhos azuis como eu, mas confesso, elas são bem mais bonitas que eu, eu sou comum, elas já nasceram com cara de artista. Coloquei o figurino, hoje seria diferente, primeiro eu me apresentaria na dança do ventre, depois elas entrariam. Era hora, eu iria dançar depois de um mês parada. A musica parou, as luzes se apagaram, e uma única luz se acendeu no meio do palco, entrei e parei sob ela, de costas pra plateia e a musica começou, era uma musica Árabe, era a primeira vez que dançava uma musica assim ali. Comecei a mexer o quadril, sentindo um pouco de desconforto, mas não parei, me virei de frente e a primeira pessoa que eu vi foi Larry, ele estava em pé ao lado do palco, dei um sorriso e ele correspondeu. Fechei os olhos e continuei a dançar, deixando que a musica entrasse em mim e guiasse meu corpo, sem me preocupar com o próximo passo, conselhos que ouvi dele a dois anos em um Whorkshop de dança em SP.

A musica acabou e eu sai do palco me sentindo viva novamente, eu nunca mais  andaria de moto bêbada, pois um mês sem dança foi o pior castigo que eu tive, e não quero de novo passar por isso. Sai do palco e fui pro camarim, deixando as meninas dançando.

- Você melhora a cada dia.

Ouvi a voz do Larry e me virei pra porta.

- Valeu.

- Eu preciso falar com você.

- Diga.

Ele se aproximava devagar, e a cada passo ele me roubava mais um pouco de oxigênio e aumentava uma batida ao meu coração, quando parou na minha frente, segurando minha cintura eu já estava prestes a morrer sem ar ou ter um infarto. Já deveria estar acostumada, é isso que acontece toda vez que ele se aproxima de mim, por isso dizer não a ele pra mim é quase impossível. Ele olhava no fundo dos meus olhos, e eu sentia minhas bochechas queimarem.

- Jade, faz dois anos que você não sai da minha mente. – ele se aproximou do meu pescoço. – Seu cheiro não sai da minha cabeça. Você me chamou de galinha, de puto, você disse às verdades que ninguém me disse.

- Larry aonde você quer chegar?

- Quando eu vi aquela menina de 16 anos indo embora e me deixando sozinha naquele quarto de hotel, eu sentia que te encontraria outra vez, mas confesso que não acreditei quando te vi naquela praça. Jade ao te ver naquela cama de hospital, cada célula do meu corpo chorou, pelo medo de te perder, ali vendo seu rosto pálido, eu percebi que não posso viver sem você.

- Larr... – eu tentava falar mas ali, com sua boca a um centímetro da minha, até minhas palavras ele havia roubado.

- Eu te amo, porra.