História Amor bandido - Larry 2

Dois anos depois...

Estava em Paris, tirei algumas férias para ficar com a minha mãe, ela estava doente, e eu estava preocupado. Era noite, estava frio, Laurent apareceu na porta do meu quarto com uma idéia louca de ir andar de skate em uma pista perto de casa. Mas ele encheu tanto meu saco que acabei cedendo. Coloquei um Jordan uma calça preta, uma camiseta branca e uma blusa de moletom cinza, uma touca e fomos. Fomos de skate até a pista. Lá começamos a fazer manobras, não demorei muito a levar o primeiro tombo. Olhei pra calçada e vida duas mulheres uma delas com um bebe nos braços. Olhei melhor.

- Não acredito. - disse a mim mesmo.

- O que foi? - Laurent perguntou.

Sai correndo sem o responder. Corri até elas, quando me viram correndo, se assustaram, elas iam correr de mim, mas eu parei, elas me encararam.

- Jade? - perguntei.

- Larry? - ela me olhou.

Eu estava boquiaberto, não acreditava que ela estava ali, parada na minha frente, a menina, que eu fiz mulher, a dois ano, eu nunca a esqueci, nunca passei muito tempo sem pensar nela, e até hoje, eu não achei outra que fosse melhor que ela. Ela parecia tão surpresa quanto eu. Ela correu até mim seu corpo se chocou contra o meu com impacto. Eu a abracei apertado. Meu coração pulava de alegria dentro do peito, não conseguia conter o sorriso. 

- Senti saudade pequena.

- Eu também. - ela me apertava forte, parecia que queria sentir se era verdade.

- O que você ta fazendo aqui em Paris? -

- Aconteceu muita coisa esses anos Larry. - ela saiu do abraço e me olhou.

- Jasy? - Laurent disse atrás de mim.

- La..Laurent. - ela gaguejou.

Dava para ver ela tremendo de longe. Assim que Laurent se aproximou o bebê em seu colo fez um barulhinho parecia que ia chorar, mas desistiu.

- Jade, a gente tem que ir. - ela disse nervosa.

- Por que quer fugir de mim? - ele perguntou cada vez mais próximo a ela.

- Só preciso ir embora.  

- Por que quer me esconder sua filha? -

- E..eu não to escondendo ela.

Laurent foi até ela, e tirou a bebê de seus braços que não chorou, pelo contrario deu uma risadinha fofa. Vi uma lagrima caindo dos olhos do meu irmão.

- Vocês precisão conversar. - Jade disse.

- O que ta acontecendo? - perguntei.

Laurent me mostrou a bebe em seu colo, ela tinha a pele pouco mais clara que ele, o cabelo crespo e alto, os olhos pequenos, ela era muito parecida com ele, mas como isso era possível?

- Onde vocês moram? – ele perguntou.

- Aqui perto, vocês não podem ir lá, Laurent, o que você ta pensando não tem nada a ver, a gente tem que ir. - ela disse nervosa pegando a menina dos braços do Laurent.

- Não tem nada a ver? Como assim? Ela é minha filha e você não me contou isso? Por quê?

- Você não sabe se ela é sua filha.

- Você acha que eu não senti nada ao pegar ela? Você acha mesmo? Okay! se vai insistir em negar eu faço o DNA, amanhã.

- Laurent não mexe nisso, ela não é sua.

- Eu exijo o DNA, me da seu endereço, amanhã a gente vai fazer o DNA, ela saiu de mim, e eu posso sentir isso.

- Não adianta Jasy, pra que negar? Ele sabe. - Jade disse.

- Vocês precisam conversar. - disse.

- Amanhã, agora vamos Jade. -

- A gente se vê. – Jade me disse sorrindo.

E elas foram, ficamos a olhando até que elas entraram em um prédio.

- Eu não acredito. - disse.

- Isso foi um sonho? Ela nem me disse o nome dela. -

- Acho melhor a gente ir pra casa, amanhã a gente vê isso. -

Pegamos os skates e fomos pra casa, assim que cheguei fui direto pro meu quarto e me joguei na cama, fiquei pensando um milhão de coisas até que adormeci.

- Larry acorda logo. - Laurent dizia me sacudindo na cama.

- O que você quer? -

- Eu não consegui dormir, eu preciso ir lá, preciso falar com ela. -

Levantei-me quase sem acreditar, olhei no relógio, eram 6:00.

- Você ta brincando né?

- Não.

Fui até o banheiro, voltei, coloquei uma calça, um nike, uma camiseta preta e uma de moletom preta fechada. Sai do quarto Laurent estava na sala.

- Vamos. - disse.

Ele deu um pulo do sofá e saiu sem me responder, foi quase correndo pelo prédio até o elevador, pegamos o carro e fomos eu fui dirigindo, do jeito que ele ta mais fácil ele bater o carro. Parei na porta do prédio que vimos elas entrar ontem, ele desceu do carro e tocou o interfone. O porteiro atendeu minutos depois o portão abriu e Jade saiu. Ela estava com o cabelo preto ondulado e cumprido preso em um rabo, um short cinza de moletom e uma camiseta branca. Aquele mini short meu deu uma puta saudade daquela noite.

- Preciso falar com vocês.

- Fala.

Ela foi até o capo do carro e se sentou ali, eu e Laurent nos sentamos um de cada lado dela.

- Parabéns Laurent, você é pai, sua filha se chama Perrie, ela tem exatos um ano e três meses, minha irmã não tinha contato com você, e não quis procurar, quando meu pai viu sua neta negra ele expulsou minha irmã de casa, eu tinha vindo estudar dança aqui em Paris, e ela veio pra cá, sem ele saber.

- Seu pai é racista.

- Sim, racista, homofobico, tudo isso, mas ele é um bom pai, e um bom marido.

- Por que ela não que eu suba?

- quando eu disse que vim morar aqui, bem... eu não moro sozinha, eu moro com meu tio, minha tia, um primo e uma prima, meu tio aceitou a Perrie, mas..

- Mas a gente ele não aceitaria. - completei.

- É.

- Eu preciso falar com ela, eu preciso ver minha filha, ninguém pode me impedir disso.

- Tenha calma, hoje nós vamos ao cinema, a gente se encontra lá, não tenta nada antes disso, ele pode mandar as duas de volta pro Brasil se descobrir.

- E você? - perguntei.

- Se ele me expulsar eu vou morar na faculdade, mas ela não, ela ainda está tentando um trabalho aqui, mas com a Perrie pequena, fica difícil, eu trabalho, mas ainda não é o suficiente pra um apartamento pra nós três, mas eu to tentando.

- Ela pode morar comigo, eu pago pensão pra Perrie, com isso ela pode arrumar um lugar pra elas, posso pagar escola e uma babá se ela quiser trabalhar.

- Laurent, com calma. Okay?

- Okay. Mas eu preciso dar uma volta.

Ele saiu andando pela rua sem olhar pra traz.

- E a gente? - perguntei a encarando.

Como ela estava diferente, estava mais mulher, o corpo mais bonito ainda, os seios maiores, a bunda não tinha mudado muito, seus olhos tinham confiança, ela não era mais aquela menina. Ela aproximou seu rosto do meu e me beijou, seu beijo era quente, urgente, eu queria mais, meu corpo pedia por mais, na minha calça acontecia uma festa. Ela parou o beijo.

- Mais tarde a gente se vê. - ela sorriu me deu um rápido selinho e saiu.

Fiquei ali alguns segundos, me recuperei do efeito "princesa" peguei o carro a sai procurando meu irmão. Ele estava em uma praça ali perto, parei o carro desci e fui até ele.

- Eai, novo papai.

- Cara e agora?

- Laurent você sempre quis ser pai.

- Mas não assim né, ontem a essa hora eu nem sonhava com isso, e agora?

- você vai se dar bem, ser pai é a melhor coisa do mundo. - agora vamos pra casa que eu to com fome.

Ele se levantou e eu o abracei, fomos assim até o carro.

Chegamos no shopping meu irmão estava gelado, fomos andando até a praça de alimentação, e vimos elas, Jade estava sentada dando mamadeira a Perrie, Jasy olhava em volta e roia as unhas, dava pra ver que ela também estava nervosa.

- Oi. - Laurent disse com a voz trêmula.

- Lau. - ela respondeu pior ainda.

Ela se levantou e os dois se abraçaram, sentei-me à mesa ao lado da Jade. Perrie era mais linda que eu pude ver na noite passada, ela estava com uma roupa de ursinho branca, o que fazia ela a coisa mais fofa do mundo.

- O que acha da gente também ter um? - perguntei baixinho no ouvido dela.

Ela negou com a cabeça rindo.

- Só gosto das partes boas, hora que ela chora, entrego pra minha irmã.

- Isso é verdade. - Jasy disse ao se sentar.

Lau veio até a Jade e pegou a Perrie e saiu andando pelo shopping sem dizer nada.

- Acho que eles precisam se conhecer. - Jasy disse o olhando.

- O Lau sempre falou de você Jasy, ele sempre disse como você é uma das garotas mais legais que ele já conheceu.

- Ele também é um cara incrível.

- Como você vai fazer? E o papai? – Jade perguntou.

- Eu não vou fazer nada, ele não pode saber do Laurent, se ele souber nunca mais deixa eu voltar.

- Mas você não pode voltar, meu irmão não pode ficar longe da filha dele.

- Eu não posso morar aqui, eu nem sei falar Frances, as chances de emprego pra uma estrangeira são péssimas, como vou criar ela?

- Você sabe fala inglês, você é super inteligente, só precisava validar sua faculdade.

- Não é tão simples assim, Jade.

- Lógico que é Jasy, eu vou arrumar outro apartamento, a gente vai sair da casa do meu tio.

- O Laurent vai te ajudar com a Perrie, ele vai assumir o papel dele. - disse.

- Tenho medo, a vida dele vai mudar tanto.

- Meu irmão é homem, ele assume as consequências do que faz.

Olhamos e ele voltava com uma bebe risonha no colo.