História "Amor da minha vida" - Meu primeiro dia no inferno.

Acordei um pouco atrasada, afinal, eu estava cansada e minha vontade de acordar cedo pra ter que aturar pessoas, estava no zero. Ontem, a noite não foi tão boa assim. Tive um sonho um pouco estranho. Não que tenha sido ruim, foi bom, mas... Foi meio excêntrico. Acho que foi completamente desnecessário.

Bom o sonho começou assim:

Era uma noite escura... Havia corujas por todos os lados... Não tinha para onde fugir. Todos estavam me olhando. Eu não tinha onde me esconder, não tinha a quem recorrer. De repente, uma luz estranha aparece do dana e eu não vejo mais nada.

Apareço naquele mesmo orfanato, cujo onde fiquei por cinco anos. Eu me lembrava de cada canto daquele lugar, mas ele estava diferente... Havia pessoas asiáticas nele. Não existiam pessoas desse jeito ali. Quando olho para meu lado, vejo aquele mesmo menino, de olhos castanhos, me olhando.

Um túnel me leva até ele e aprece uma lagarta gigante e vários hambúrgueres voadores.

“Nossa vei, eu devo ter tomado uns baseadinhos na esquina, não é possível.” Pensei eu.

Eu estava mesmo ficando maluca. Porque, de repente, aparece uma grande banheira com um liquido azul dentro dela. E olha que estranho, meu avô estava tomando banho nela.

“Que horror! Visão do inferno. Ai meu santo G-dragon do céu.”

Logo depois, ele levanta e aquela mesma lagarta estava me olhando, só que desta vez, ela estava em um lugar não muito apropriado.

Logo depois disso, meu glorioso despertador tocou e me acordou. Nunca fiquei tão feliz por acordar e ver que tudo não passava de um sonho. Estranho não? Sonho louco.

Muito tempo depois, eu resolvi levantar e já estava meia hora atrasada, mas né, quem liga? Eu que não.

Depois de me vestir devidamente e deixar de ser mendiga e virar princesa das trevas, eu desci, peguei uma maçã, e aprecei meu avô pra tomar logo aquele chá, que eu já estava atrasada.

‘Olha quem está preocupada com a hora gora?” Ri com meu pensamento.

“Cala a boca cérebro.” Respondi ao mesmo.

Assim que chegamos no colégio, Inseong perguntou se eu não queria que ele fosse junto pra sabe, ajudar com a papelada. Mas, eu acho que levar seu avô no primeiro dia de ala não é muito apresentado. Vamos esperar pra leva-lo no dia dos avôs no colégio. Que geralmente acontece no dia 30 de Fevereiro.

Entrei e cara, nunca tinha visto tantos rostos iguais em um só lugar. Olha quem fala, eu tenho a mesma cara que a menina que está no bebedouro, também pareço aquela que acabou de sair do banheiro e aquela também, que acabou de chegar. Não sabia que eu tinha irmãs gêmeas.

Fiquei uns dez minutos tentando achar a porcaria da diretoria, para pegar minhas coisas e meus livros e não a achava. Minha sorte foi que passou um menino justo na hora em que não tinha mais ninguém onde eu estava. Até pensei que eu tinha entrado no lugar errado e me perdido lá dentro, mas não, estava no lugar certo. Bom, pelo o que me parecia.

- Licença, você pode-me dizer onde fica diretoria? – Perguntei eu, pegando no braço do menino.

- Fica por aquele lado. – O moreno apontou para uma sala que estava escrito “sala do diretor”. – Bati na minha cabeça como ato de reprovação. – Como sou lerda. – Disse por final.

- Você é a aluna nova não é? – Perguntou o moreno.

- Sim. Eu meio que estou um pouco perdida.  Sabe, não conheço muita coisa aqui. – Falei.

- Bom, eu sou Kim Namjoon. Prazer. – Ele deu um sorrisinho de lado meio envergonhado. Esticou sua mão, afim de eu aperta-la. Assim fiz.

- Kim So Hyun. Prazer. – Ficamos nos olhando por um tempo, até que eu me pronunciei. – Bom, eu já estou meio atrasada, então... Eu já vou indo. Foi... Legal te conhecer... Namjoon. – Devolvi o sorriso, dei um tchauzinho com a mão e fui me dirigindo a sala do diretor.

“MEU G-DRAGON DO CÉU! QUE DEUS GREGO FOI ESSE QUE EU CONHCECI? MEU JESUS QUE PERDOE MEUS PENSAMENTOS IMPUROS.”

Entrei na diretoria e me apresentei formalmente para o diretor. Como não era acostumada a fazer esse tipo de coisa no Caribe, meio que não tenho os mesmos costumes que um coreano normal tem. Então, tenho medo de perder o respeito com alguém por conta disso.

Felizmente, fiz tudo direitinho. Recebi o numero da minha sala e meus livros. Como a escola é bem de ultima geração, nós quase não trabalhávamos com livros. Era na maioria das vezes, com computadores ou tabletes. Que bom, as escolas lá do Caribe, você tinha que escrever no caderno e ler em livros. Como eu amo a Coreia!

Estava andando pelos corredores e finalmente, depois de tanto esforço, consegui achar. Ela estava fechada, então a abri e entrei. Todos que estavam na sala, incluindo o professor, me olharam.

- Senhorita Kim So Hyun não é? A senhora Mina me avisou que chegaria atrasada por conta das papeladas que teria que resolver. – Disse o professor já entendendo minha situação. (Bom, a culpa no atraso, foi porque estava com preguiça, então cheguei tarde porque quis, mas isso não vem ao caso não é mesmo?) – Poderia se apresentar para a turma, por favor? – Perguntou o professor.

“Filho duma vaca sem teta, desgraçado do escambal. Ele bem que podia ter esquecido isso né?”

- Claro. Meu nome é So Hyun e eu tenho 16 anos. – Falei.

- Não gostaria de falar mais sobre você? – Perguntou de novo o prof.

- Não obrigada. – Disse meio ríspida. – Desculpa. – Disse logo que percebi que meu demônio interior tinha falado por mim de novo.

- Bom, então pode se sentar. – Ele apontou para a única carteira livre. Era do lado de uma menina. Bom, já vi que terei que começar a aturar o padrão “fofinho” coreano.

A menina parecia ser legal, bom, tirando sua roupa extremamente purpurinada e com cores extravagantes, ela era uma boa menina. Seu nome era Go Ara. Ela era muito fofinha e muito lindinha.

Seu padrão “fofinho” coreano, era meio diferente do que eu imaginei, mas ainda estava contando. Sabe quando a pessoa é muito felizinha, mas você não? Então, foi justamente essa bagaça aí mesmo.

A aula até passou mais rápido quando a gente começou a conversar sobre j-rock, que é um dos meus gêneros de musica preferidos. Tirando kpop claro.

Assim que terminou o horário da aula, estava me dirigindo a porta quando ouço a voz fininha de Go Ara lá do fundo da sala me chamando.

Ela veio até mim e me puxou pelo braço até onde estava com seus amigos.

- Esses são meus amigos. Hoseok, Taehyung, Yoongi, Jin e Jungkook. – Apresentou ela.

- Prazer. – Apertei a mão de todos. Ou quase todos. O tal de Taehyung veio e me abraçou. Menininho estranho. – Bom, foi legal conversar com vocês, mas eu tenho que ir. Depois a gente se fala. – Me despedi de todos e sai da sala.

“NOSSA! QUANTO COREANO BONITO! VOCE NÃO VIA ISSO NO CARIBE. AQUELE TAL DE JUNGKOOK, MEU DEUS, QUE PINTA DE HOMEM EM.”

Passando pelos corredores, saí esbarrando em todos. Tenho um excesso de preguiça acumulada dentro de mim, que me faz ser preguiçosa até para desviar das pessoas na minha frente.

Até que veio uma e me deu um empurrão. Nossa, precisava ser tão grossa? Não sabe diferenciar a pessoa com preguiça, da pessoa que queria te barrar não? Oshi!

- Olha a frente tampinha! – Gritou a menina, rindo da minha cara. Pronto, foi o prato completo pra descer o satanás e incorporar dentro de mim.

- Sorte tua que hoje eu estou de bom humor, se não, eu quebraria essa sua cara de patricinha todinha. – De uma hora pra outra, apareceram várias pessoas em volta dela.

- O que você disse? – Ela chegou mais perto.

Acho que o capeta estava de férias hoje, né possível que eu esteja tão calma assim

. Numa horas dessas, eu estaria quebrando a cara dela.

- Estou com preguiça de responder. – Virei às costas e sai. Eu disse que era preguiçosa.

Uns minutos depois, ouço uma voz conhecida.

- Poderia me informar as horas? – Falou a pessoa.

- Eu tenho cara de relógio pra marcar as horas? – Falei nenhum pouco interessada em responder.

- Desculpe por perguntar So Hyun. – Falou por final o que reconheci por ser um menino.

- Pera aí, como sabe meu nome? – Foi aí que levantei a cabeça e vi o menino do aeroporto. – Park?

- Como veio parar aqui? – Perguntou o loiro.

- Bom isso é um colégio, eu provavelmente cheguei aqui como a maioria das pessoas, de carro. – Ele riu com minha resposta.

- Eu cheguei de ônibus. Pois bem, você é de que sala?

- Sou da 460BL. E você?

- Acredita em destino?

- Não. – Lembrei-me do acidente de meus pais. – por quê? – Perguntei.

Ele me entregou um papelzinho. Era seu crachá de reconhecimento que usam para se identificar uns dos outros. Estava escrito.

‘Aluno: Park Jimin.

Ano: segundo do ensino médio.

Sala: 460BL.’

Ele pegou o seu crachá de volta, piscou, deu as costas e saiu andando pelos corredores.

Estou dizendo, esse garoto o que não tem de altura, tem de mistério... Gostei.