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História Amor de circo - Vinte e um


Escrita por: Daanzinhaa

Notas do Autor


Olá, anjos

~~boa leitura 💕

Capítulo 21 - Vinte e um


— Mãe? — Ela já estava em casa quando cheguei. Estava no quarto dela, já na cama. Eu cheguei um pouco tarde, e o motivo foi que, depois do cinema, eu ainda te levei para comer algo. Você estava tão feliz, amor… Várias vezes durante nosso passeio eu me senti nostálgico, porque sua alegria naquela noite me recordou daquele garoto; aquele Jimin que conheci a seis anos atrás. A criança que sempre estava alegre e sorridente. — Estava dormindo?

— Não. — Sorriu lá da cama. — Pode entrar. 

Joguei meu corpo para dentro e fechei a porta, indo até a cama grande logo em seguida.

— Tudo certo? — questionou quando me deitei ao lado dela.

Ela estava sentada com as costas apoiadas no travesseiro, lendo algo sob a luz do abajur. Pelo detalhe da capa julgo ser "Orgulho e preconceito", um clássico do século XIX. 

— Hm… Acho que sim. — Deixei minha cabeça sobre o colo dela, por cima do cobertor grosso, hesitando ao perguntar: — Você quer mesmo que eu vá? 

— Não. — Olhei para cima, fitando o rosto bonito. Minha mãe não é velha. Ela se casou nova, com a minha idade. A questão é que ela já estava grávida de mim quando isso aconteceu. Ela tem apenas 37 anos, Jimin, me teve com 18. Ela ainda era de menor na época. O quão cruel e nojento alguém pode ser? — Mas é o único jeito de você não ser alguém que eu não quero que seja. 

Me olhou também, fazendo um carinho gostoso na minha cabeça. 

— Por quê? — os olhinhos dela brilhavam em expectativa quando perguntou. — Você decidiu? 

Assenti. 

— E? 

Sorri. 

— Eu vou com Jimin. — E ela sorriu também. 

— E você está feliz? 

— Acho que sim. — Pendeu a cabeça para o lado. 

— Acha? 

Suspirei.

— Eu sei que vai ser melhor ir… mas não quero deixar você. Nem a Joo. Nem o Tae. — Fechei os olhos. — Eu sei que vocês vão ficar bem e que vão cuidar um do outro, mas… eu vou sentir muita falta de vocês.

Senti a ponta do dedo dela se arrastar pela linha entre minhas sobrancelhas até a ponta do meu nariz. E de novo. E outra vez. Várias vezes seguidas. Quando eu era mais novo, era assim que ela me fazia dormir. Ela fazia carinho ali e eu dormia facilmente. 

— Nós também vamos sentir sua falta, Kookie. Demais. — Sua voz mansa também me dava sono. — E eu sei que não é a mesma coisa, mas nós vamos nos falar sempre. Eu exijo que me ligue, pelo menos, uma vez ao dia. — Eu ri e ela me acompanhou. 

— Jooyoung me fez prometer isso também. — Abri os olhos e a olhei. — Promete que vai se cuidar? Que se aquele asqueroso te tocar de um jeito que você não queira, você vai me avisar? Nem que eu atravesse o mar correndo, mas eu venho e acabo com ele. 

Ela riu alto, assentindo.

— Eu prometo. — Acariciou os fios da minha nuca. — Jungkook… — Fez uma pausa mesmo que minha atenção já estivesse nela. — Eu posso não ter desejado naquela época… porque não era realmente o que eu queria, nem com quem eu queria, mas… — Vi seus olhos brilharem para mim. — Mas eu gosto de saber que você é meu filho. Hoje. Você é um garoto incrível e fico muito feliz em saber que é meu. Mesmo que… que as coisas não tenham sido muito… boas no começo. Eu te amo muito e é sim como meu filho. 

Eu desejei escutar aquilo por muito tempo. Caralho… era, simplesmente, tudo o que eu queria ouvir desde que me entendo por gente. Há muito tempo. Porque filho é muito melhor que Jeon. Eu nunca fui chamado de filho pelos meus pais. Quando me chamavam, era apenas para me apresentar para outras pessoas. Sozinhos em casa, apenas Jeon, Jungkook ou garoto.

Meu santo não batia com o de Jungseok, mas a minha mãe me tratava de um jeito diferente. Apesar de nunca ter dito diretamente, ela sempre teve um carinho por mim que Jungseok nunca teve. Podia não ser como de uma mãe para um filho, mas significava alguma coisa; muito pouca, mas era. Entretanto, depois que eu descobri e finalmente entendi o que eu era, desejei que não me chamassem de filho, principalmente por Jeon Jungseok. Porque ele acabou com a vida da minha mãe. E acabou com a minha.

Ela ter dito isso, que me ama como filho dela, me fez bem. Me fez realmente bem. Me fez mudar o pensamento de que eu não queria que me chamasse de filho. Apenas ela. Porque foi por escolha dela, por iniciativa dela, e não por pena de mim. 

E eu digo que Jungseok acabou com a nossa vida porque eu nunca consegui olhar no fundo dos olhos da minha mãe sem pensar no que aconteceu com ela no passado para eu estar ali. E por mais que eu tente simplesmente esquecer e deletar esse fato, eu não consigo. Nunca vou conseguir. E tenho certeza que ela se sente do mesmo jeito, mesmo não falando. Eu sei que, até hoje, ela lembra de tudo quando olha para mim. Ela sempre vai lembrar, Jimin, por mais que se esforce para que não. 

Mas… Mas eu fiquei naquele momento. Em que estávamos apenas nós dois na cama e ela me contou aquilo, me olhando nos olhos. Me fez feliz. E eu sabia que ela estava feliz também.

Eu me pergunto até hoje porque tinha que ser justamente quando eu estava indo. Eu só… só queria ter aproveitado mais momentos bons com a minha mãe, sabe? Só isso. 

— E quero que saiba que se um dia tudo der certo e eu conseguir formar a minha família, você não terá um pai mas sim duas mães. — As lágrimas escorriam devagar pelo rosto dela, mas o tom continuava firme. — Aquele homem não contribui em nada. 

Isso é bom. Isso é ótimo. Porque eu também acho a mesma coisa sobre ele. 

— Vai dar certo e você vai conseguir — murmurei meio choroso. — Mas quero que saiba que… Eu gosto da Yerin. Gosto muito. E, para mim, nossa família já está completa. Com ela. 

Eu gosto quando minha mãe sorri. Ela fica tão bonita sorrindo, Ji. Mais bonita. Mas aquela era a primeira vez que eu a vi chorar por algo bom. Era um choro bom.

— Ela também gosta de você — ela disse, me arrancando um sorriso. 

Eu a abracei depois daquilo, e fui abraçado de volta.

Eu dormi com ela. Fazia tempo desde a última vez que deitou comigo, mas aquela era a primeira que eu dormia em sua cama.

Foi muito bom. Eu dormi muito bem. 


⚜️ི꙰͝꧖๋໋༉⚜️

 

Naquela manhã de terça-feira eu fui para a escola apenas por ir. Eu queria aproveitar meus últimos dois dias com a Joo e o Tae. Deixei Namjoon me levar porque… eu não teria mais aquilo. Mas eu quem fui dirigindo até a instituição. Ele apenas levou o carro de volta.

Depois do almoço, Joonie e eu fomos de moto para o circo. A força dele é proporcional ao medo por motocicletas. Minha cintura ficou toda dolorida por causa dos apertos que ele dava sempre que eu arrancava depois de parar em algum sinal vermelho.

Não dá para andar de moto com Namjoon, sinceramente. 

O interior da lona agora estava completamente vazio. Eu… Eu não estava chateado como da primeira vez que você foi embora e eu vi o circo daquele jeito. Porque, desta vez, eu iria junto. Não precisaria te ver partindo porque eu iria também. Mas, ao contrário disso, teriam pessoas me vendo partir.

Eu sabia o que elas estariam sentindo; porque eu já senti. 

Você e eu saímos naquela noite. Fomos à praia. Era tão bonita de noite quanto de dia, e eu fico feliz por ter você ao meu lado naquele momento. E a Millennium Falcon estacionada pouco antes de começar a areia. 

Sim. Minha moto tem um nome e é o mesmo da nave de Star Wars

Eu gosto do Chewbacca, o acho fofo, então eu sou ele – mesmo ele sendo o co-piloto nos filmes. Enquanto você é o meu Han Solo. E, juntos, conduzimos nossa Millennium Falcon. 

Legal, né? 

— Amor — me chamou baixinho, enfiando o rosto no meu pescoço.

— Hm? — murmurei, fechando os olhos para escutar melhor as ondas quebrarem não muito longe de nós. Estávamos sentados sobre um pano esticado na areia.

O céu estava sem nuvem alguma, o que deixava as estrelas e a lua bastante visíveis. Magnífico, diga-se de passagem. 

— Vamos fazer aqui. — Me arrepiei ao sentir seu hálito quente na minha pele, seguido de um selar gelado.

— Agora? — Abri os olhos, sentindo sua mão tocar minha coxa.

— Uhum… — Colou a boca na minha orelha. — Agora. — Sorri ladino e te olhei nos olhos quando afastou o rosto do meu pescoço. — Só que… — Soprou uma risadinha astuta, descendo os olhos para a minha boca. — dentro da água. — Mordi meu lábio inferior. — O que você acha? 

Você tem alguma coisa com lugares inapropriados. Você não fica satisfeito até tirar toda a minha roupa quando estamos em lugares assim. 

Mas não é ruim. 

Nosso sexo sempre é uma aventura, não posso negar. 


⚜️ི꙰͝꧖๋໋༉⚜️


— Quando você vai? — minha mãe indagou assim que voltei para casa naquela noite.

Sentei-me ao lado dela no sofá, tomando cuidado para não dizer nada muito alto que pudesse ser escutado por outras pessoas. Minha ida era um segredo aos empregados e, principalmente, a Jungseok. 

Ele daria um jeito de me impedir se souber. Disso eu tinha certeza. 

— Depois de amanhã — respondi, suspirando. — A lona é a parte mais complicada. É muito grande e pesada. 

— Eu sempre tive curiosidade em saber como sobem aquilo. Sério. É mesmo enorme. — Eu ri. 

— Magia do circo. Já escutou que um mágico nunca revela seus segredos? — Foi a vez dela rir.

Afundei no estofado e deitei minha cabeça no ombro alheio. 

— Acho que vou chamar a Joo e o Tae para passarem o dia comigo amanhã — murmurei. — O que acha de trazer a Yerin para dormir aqui? Sei que vocês trabalham amanhã, mas… podem vir depois que acabarem. 

— Você quer vê-la? — pergunta. Eu não a olhava, mas sabia que estava sorrindo.

— Quero.

Senti um beijo demorado ser deixado em minha testa quando falei aquilo. Me fez sorrir. 

Eu não demorei tanto depois para subir e tomar banho para deitar. Eu estava puro sal e areia.

No dia seguinte eu fui, pela última vez, para a escola. Foi uma manhã divertida com Jooyoung e Taehyung. Avisei aos dois que suas presenças eram de extrema importância naquela noite. Seria minha última noite com eles. Minha e de Namjoon. 

Amor, você estava empolgado? Porque eu estava. 

Meu violão já estava em seu trailer. As roupas que eu havia juntado para levar já estavam junto das suas também. Alguns objetos que tinham significado para mim também estavam organizados em meio aos seus. Já a minha moto… Bom, eu vou com ela. Com o tanque cheio e duas maletas de viagem acopladas, uma em cada lado, que eu havia comprado no dia anterior, eu pegaria estrada com ela. No comboio. Você disse que viria comigo. Sua mãe quem dirigia o motorhome. Era sempre ela quem dirigia já que você não tinha carteira. E Namjoon… Bom, Joonie iria no trailer do Jin com o mesmo. E… É isto. Todos estavam ansiosos. 

Naquela tarde, a desmontagem da lona foi finalizada. Uma única carreta era apenas para a estrutura do circo, seja lona ou os aços e metais que a mantinham em pé.

Isso explica porque todo mundo é forte. 

Além disso, os motorhomes e carretas foram abastecidos e revisados para ver se estava tudo certo para pegar estrada. Tudo perfeitamente organizado e precavido para que tudo ocorresse em segurança. 

Fechei os olhos e suspirei fundo no meio do espaço vazio, exatamente onde costumava ficar o palco principal, sentindo seus braços me envolverem pela barriga quando se aproximou e colou o peito nas minhas costas.

— Está nervoso? — sussurrou, apoiando queixo em meu ombro.

Sorri e abri os olhos, tocando e acariciando suas mãos que se uniam em meu abdômen.

— Um pouco — fui sincero. — Mas não de um jeito ruim.

— E… — Beijou meu pescoço. — O que quer fazer em seu último dia aqui? 

Suspirei fundo de novo e girei em seus braços, ficando de frente para você. 

— Quero convocar vossa ilustríssima presença novamente. — Te vi sorrir, o que me fez sorrir também. — Vou passar essa última noite com as pessoas que deixarei aqui. Vem comigo? Quero que esteja ao meu lado. — Beijei sua testa ao terminar de falar. 

— Tem certeza? — Te envolvi pelos ombros, sentindo você me apertar mais na cintura. 

— Absoluta — garanti, com a boca ainda colada em sua testa. — Quero te apresentar oficialmente as minhas mães como meu namorado. — Sorri ao te escutar soprar um riso. — E ao meu pai também. 

Você se afastou quase que instantaneamente de mim ao me escutar dizer aquilo. 

— Seu… p-pai? — Você ficou amedrontado. Juro que não era a intenção te assustar.

— Sim. Pai. — Olhei além de você, sorrindo ao ver Namjoon brincar com uma das gêmeas juntamente com Seokjin. — Meu pai. 

Acho que você entendeu o que eu queria dizer. Você olhou exatamente para onde eu olhava e voltou a me olhar com um sorriso largo na boca. Seus olhos também brilharam mais que o normal. Emocionado. 

Você estava emocionado. 

— Eu adoraria que me apresentasse como seu namorado ao seu pai. — Sorri ao te escutar dizer. — Já disse isso para ele alguma vez? 

Eu não sabia se você estava falando sobre você ser meu namorado ou sobre considerá-lo meu pai ao em vez de Jungseok. De todo modo, a resposta é não para as duas coisas.

— Ainda não — te respondi, fazendo um gesto de "vem cá" quando Namjoon olhou em nossa direção. 

Ele deixou a garotinha junto com Seokjin e veio em passos tranquilos até nós dois. Vê-lo me fez sorrir. Namjoon sim era meu pai. O cara que cuidou de mim, me ajudou no dever de casa, me colocou para dormir, me amou, que foi em todas as minhas reuniões e apresentações de escola. Me viu falando e andando pela primeira vez. Kim Namjoon. Sempre foi Namjoon. 

— Quê? — Soprei um riso quando perguntou assim que chegou perto.

— É que… — comecei, olhando para você por dois segundos antes de voltar a olhá-lo. — Eu queria apresentar alguém importante. Para os dois. — Ele franziu o cenho. 

— O Jimin? Eu já conheço ele. — A cara de confuso dele era engraçada. 

— Pois bem. — Apontei para você, que ainda estava em um dos meus braços. — Esse aqui é Park Jimin, meu namorado. — O vi sorrir. — E, amor — Apontei para Namjoon. —, esse aqui é Kim Namjoon, meu pai. 

— É uma honra namorar seu filho. Prometo fazer ele muito feliz. — Eu ri, mas não sei se era por você ter entrado na onda ou pela cara do Nam.

— P-pai? — Assenti. 

— Acredito que… a figura pai está bem longe de ser o cara que contribui biologicamente para a sua existência. Muito longe mesmo — expliquei. — Eu demorei um pouco para perceber isso, mas… Jungseok não me amou, não cuidou de mim, não me deu banho, não me levou para a escola, não se ensinou a falar e nem a andar. Não me ensinou a dirigir, não me incentivou a continuar tocando, nem cantando, tampouco me apoiou quando eu decidi continuar ao lado do amor da minha vida. — Dei de ombros, vendo, pela primeira vez, lágrimas escorrerem pelo rosto do motorista. — Você fez isso, Namjoon. Você sempre esteve ao meu lado. Em todas as situações. — Também não me importei em derramar lágrimas. — Nunca te considerei meu motorista ou empregado, como Jungseok considerava. Tem noção de que foi você que me criou? Tudo o que eu sei hoje, foi você que me ensinou. E… E-eu sou tão grato a isso. Você é meu pai; que me levava todas as manhãs para a escola. Que me deixava sentar na frente e me deixava colocar minhas músicas favoritas no rádio. E… eu te tenho como espelho, eu quero ser um cara incrível como você quando eu crescer. Sinceramente, Joonie, se isso não é ser pai… eu realmente não sei o significado dessa palavra.

Eu nunca o vi chorando tanto. Na verdade, nunca havia o visto chorar antes. Eu só não sabia se isso era algo bom ou ruim. 

— Acho que eu vou… — Senti seu braço soltar meu tronco. — Melhor eu deixar vocês sozinhos.

Eu não disse nada, apenas deixei que se soltasse e se afastasse completamente de mim, nos deixando a sós. 

— Diga algo, por favor — pedi, talvez um pouco aflito. 

Ele permaneceu quieto por mais alguns segundos e eu estava prestes a dizer mais algo quando o vi abrir os braços.

— Então me abraça, filho. 

Filho. Eu sou filho dele. É claro que eu sou. Eu não tenho dúvidas disso. 

— Eu te amo, pai — me declarei, choroso e abafado contra o ombro dele quando nos abraçamos.

"Eu te amo, pai" desliza pela minha língua como um punhado de algodão doce. Macio e doce. É tão bom, amor… 

— Eu também amo você, filho. — A voz dele ficava rouca e completamente falha quando chorava, o que era fofo porque soava manhosa. Mas eu estava mais preocupado em como eu te amo e filho soava fascinante no tom da voz dele.

— Eu sei.

Eu não sei exatamente quanto tempo nós ficamos daquela maneira; agarrados no meio do espaço vazio. Entretanto, foi bastante tempo. Quando nos afastamos, ele me deu um beijo demorado na testa e eu não contive o sorriso bobo.

Eu estava muito feliz. 

— Espero mesmo que você faça meu Jungkook feliz — foi o que ele disse quando te chamei para tentar te apresentar mais uma vez.

— Não farei nada menos que isso — foi sua resposta. 

Eu estava muito bobo. 

No final daquele dia, eu deixei meu pai em casa, tomei banho e voltei para te buscar. Eu não sei exatamente como Yerin, secretária – e namorada, esposa, amante ou sei lá – da minha mãe havia chegado, mas Jooyoung e Taehyung foram trazidos por seus devidos motoristas.

Havia comidas, bebidas e música. Não algo formal como em comitês, eventos beneficentes ou festas empresariais. Era algo mais despojado, mais simples, sem formalidades. 

Era um encontro de pessoas queridas e especiais. 

— Você está tão bonito — sussurrei rente ao seu ouvido, sorrindo ao te ver se arrepiar no segundo seguinte.

— Eu não sei quando você vai parar com essa mania de ficar me elogiando. — E foi quando te olhei diretamente que vi o quanto suas bochechas estavam vermelhas.

Simplesmente amo quando você não usa maquiagem na minha presença. Seu rosto era como um céu noturno, garoto, e suas sardas representavam as estrelas; se admirado com cautela, era possível mapear as constelações.

Por isso passo tempos longos te namorando.  

— Nunca. — Espremeu os olhos para mim. — E sabe porquê? — Não respondeu. — Porque você nunca deixa de ser bonito. 

— Ridículo. — Me deu um tapa fraco no peito, me arrancando uma risada. 

Me inclinei e selei demoradamente sua boca.

— Vem. Vamos te apresentar para elas. — Segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos.

— Estou nervoso — te escutei murmurar atrás de mim quando começamos a andar pela sala enorme. 

— Não fique — pedi, acariciando o dorso da sua mão pequena. — Atrapalho? — questionei, chamando a atenção das mais velhas que conversavam próximas. 

As duas fazem um casal bonito. Minha mãe sorria tanto na presença dela. Yerin a faz tão bem… Eu realmente gosto dela. 

— Não — minha mãe respondeu, sorridente. 

— Olá, Jungkook — sorri ao que a secretária me cumprimentou. 

— Oi, Yerin. — Não me importei em me aproximar e abraçá-la. — Obrigado por fazer minha mãe sorrir. Ela tem um sorriso tão bonito. 

Minha.mãe.corou.

— Eu concordo! — E corou mais, dando um tapa fraco no braço da secretária dela. 

Exatamente como você faz comigo quando te elogio. 

— Viu? Até Jungkook concorda comigo — completou. — Não é esforço nenhum fazê-la sorrir. Eu amo o sorriso dela. 

Sorri ao ver minha mãe tomar o líquido vermelho escuro da taça apenas para não ter que dizer nada.

— Enfim, eu… — Soltei sua mão e toquei a base das suas costas. — Queria apresentar oficialmente meu namorado para vocês. Park Jimin. — As duas sorriram para você.

— Ouvi falar muito de você, trapezista. O famoso Park Jimin de Paradise — Yerin disse e você… você ficou tímido! 

Era seu sonho, não era? Você me disse uma vez que um dia iria ser reconhecido. Park Jimin de ParadiseEu lembro. Me disse no dia em que nos conhecemos. 

Você se deu muito bem com elas depois disso. Nós quatro ficamos conversando por um tempão. Depois nós conversamos com Taehyung e Jooyoung, e meu pai também. E num momento todos nós estávamos num círculo, conversando todos juntos. Rindo. Felizes. Descontraídos. 

Era um sentimento realmente muito bom. 

— Última oportunidade para fazer amor em uma cama. Quer? — sussurrei quando colei minha boca na sua orelha de novo.

— Seu safado! — acusou em tom baixo, me fazendo rir. 

— Eu só sugeri, príncipe. Tudo bem se você não quiser — dramatizei, voltando minha atenção para os mais velhos, esses que estavam um pouco mais afastados.

Senti sua mão deslizar pela base das minhas costas, colando o corpo no meu, assim como os lábios carnudos na minha orelha. 

— Eu quero, Gguk. — Sorri ladino, lambendo o canto da minha boca ainda olhando para frente.

— Quer? — Te olhei, vendo você prender o lábio inferior nos dentinhos da frente.

Você apenas assentiu e me olhou daquele jeito arteiro de quanto estava pronto para aprontar algo. Você sempre me olhava assim quando estava prestes a pedir para fazer amor em lugares que normalmente não são usados com aquela finalidade.

— Então vamos. 

Nós subimos de mãos dadas. Eu sequer olhei para trás para ver se alguém nos olhava. Apenas subi e nos tranquei no meu quarto. 

— E se… a gente usar… — Mordeu a ponta da língua, apontando para o banheiro. — aquela banheira… 

Hm… 

— A jacuzzi? — Você assentiu e eu sorri. — Excelente ideia. 

E nós usamos. Fizemos amor dentro da jacuzzi, com a hidromassagem ligada, com a temperatura da água alta. Vinho. Espuma. E… Uau… foi incrível!

Ainda não era tarde quando descemos. Nós precisamos descansar bastante para que, na manhã seguinte, pegássemos a estrada cedo. E, desejando passar aquela última noite em casa, eu apenas te levei de volta e voltei para ficar com minha mãe. 

Com minhas mães, na verdade.

Yerin dormiu conosco também. Eu até pensei em dormir com elas, mas me perguntei quando foi a última vez em que tiveram um momento a sós. Então… eu resolvi nem interromper aquele momento, apenas fui para o quarto do Nam a fim de chamá-lo para dormir comigo, já que minha cama era maior. Ele aceitou e… foi bom. Também já tive a presença dele várias vezes quando me colocava para dormir. Sempre me senti protegido.

Difícil foi conseguir pregar os olhos sabendo que eu estava a horas de simplesmente ir embora.

Com você.


Notas Finais


Olá, anjos! Como vocês estão? 
Eu estou… cansada kakaka

Enfim. O capítulo de hoje foi bem emocionante, certo? Principalmente a parte pai e filho entre o Nam e o JK. E a parte de mãe e filho entre a Shinhye e o JK. Na moral… Eu escrevi essas partes chorando kakakak

O próximo capítulo é o último e o Jungkook vai embora para ser livre… Será que vai acontecer alguma coisa que não vai deixar nosso menino Jeon ser feliz? Não sei rs

Jikook fizeram amorzinho no mar e na jacuzzi… Esses safadinhos hahaha
Vale lembrar que isso é uma história, transar dentro da água (principalmente salgada) dá merda.

Enfim… É isso por hoje! 

Minha conta no twitter:
@DanKyunsoo  

Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜


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