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História Amor de Gato - Plano ardiloso


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 20 - Plano ardiloso


Lord Teigr olhava atentamente o mapa do reino, procurando por algo muito especial. Aquilo estava sendo mais difícil do que ele esperava. Seu irmão não era nem um pouco idiota, por sinal.

– Lackey! Lackey! Venha aqui agora mesmo seu imprestável!

Em poucos segundos, o criado apareceu na frente dele.

– Por que demorou? Sabe que eu não gosto de esperar!
– Sinto muito, senhor. Em que posso ser útil?
– Os mercenários já descobriram onde está sendo feito o treinamento dos campeões do meu irmão?
– Infelizmente não, senhor. O local escolhido está sendo mantido em sigilo absoluto e nossos mercenários estão com dificuldades para descobrir onde é.
– Que diabos! Vocês não valem nem as tripas de um peixe podre, bando de inúteis! – ele chutou um móvel ali perto, furioso e foi até a janela do seu gabinete para se acalmar um pouco.

***

– Ain, que sujeito mais burro! Se continuar desse jeito, não vai achar nada! Acho que vou ter de dar um empurrãozinho.
– E você quer que ele encontre o local secreto de treinamento?
– Claro, né seu gato bobo! Isso faz parte do plano. Se der tudo certo, minha escolhida conseguirá dar um passo muito importante na sua missão de conciliar gatos com humanos.
– Nisso eu concordo, só que eu estou com pena dessas pessoas. Não tem outro jeito?
– Você sabe que não. Paciência, são perdas aceitáveis. Há um bem maior em jogo.

Melyn voltou a olhar para Teigr, que parecia ter se acalmado. Se aquele sujeito se tornasse rei, ia ser um desastre para gatos e humanos. Aquilo tinha que ser evitado a todo custo.

***

– Ô Magali, por acaso não é hoje o dia daquele concurso do Quim?
– É, Mô.
– E você não vai?
– Ele não me convidou, disse que é fechado.
– Que mané fechado o quê! A entrada é franca!
– Mais uma razão para eu não ir. Ele não me quer por perto e eu não estou afim de ficar fazendo papel de idiota para ninguém.
– Assim é que se fala! Só falta dar um bom chute para fechar com chave de ouro.

Ela não respondeu, mas começou a considerar aquela possibilidade. Não de imediato, talvez para daí a uns dois ou três meses, caso as coisas não se ajeitassem.

***
Não foi difícil para ele subir na caminhonete usando sua forma secundária. Aqueles dois nem perceberam que estavam levando um clandestino. E Felicius só precisava de carona para ir. Se olhasse bem o trajeto, seria capaz de voltar sozinho caso o local do concurso não fosse longe demais.

– Estás nervoso, filho?
– Um pouco. Nossa se eu ganhasse esse prêmio, ia ser demais!
– Tens mesmo certeza de que queres essa prenda? O que irá acontecer com a Magali se tu fores embora?
– Se eu ganhar, vou terminar tudo com ela. Ah, pai, eu não posso trabalhar em um país e deixar a namorada em outro, ne?
– Por que não? Quando eu vim ao Brasil, deixei tua mãe em Portugal por vários meses antes de eu poder mandar dinheiro para ela vir também.
– Seu caso foi diferente, vocês são casados. Magali e eu só estamos namorando.
– Tu não gostas mais dela, não é mesmo?

O rapaz ficou pensativo por um tempo, já que nunca tinha realmente parado para pensar naquilo. Quando viu que eles estavam chegando ao destino, ele procurou esquecer o assunto. O mais importante era se concentra e fazer um excelente trabalho que impressionasse os juízes. Depois ele cuidaria do resto.

***

“Então é aqui? Quanta gente! Parece mesmo ser um evento importante.” Ele desceu da caminhonete e mudou para a forma felina e depois para a humana usando o anel que Magali lhe dera. Quando lhe deu aquela jóia, ela não fazia a menor idéia de como aquilo iria facilitar o plano dele. Andar entre os humanos tinha ficado muito mais fácil e ele não precisava se esconder. E para sua sorte, qualquer pessoa podia entrar no local. Bastava seguir aqueles dois de perto e não perdê-los de vista.

O local do concurso era uma grande feira de gastronomia e havia várias modalidades como bolos, sobremesas e também pratos salgados. A categoria de Quim era a de bolos, uma das suas maiores especialidades.

Felicius os seguiu e percebeu que havia pelo menos quinze concorrentes, contando com Quim. Era muita gente para ele sabotar!

Esse era seu plano. Já que não confiava na capacidade do balofo e não tinha a menor idéia de como ajudá-lo a fazer um bolo melhor, então ele resolveu sabotar os outros concorrentes. De certa forma, ele era bom nisso.

Não demorou muito e um homem anunciou o inicio do concurso e falou sobre o premio do primeiro lugar: um intercâmbio para a França. O vencedor ia trabalhar como aprendiz na confeitaria mais famosa de Paris e aprender vários truques e segredos. O Intercâmbio ia durar um ano e como o concurso era para jovens talentos, o vencedor ia poder freqüentar uma boa escola e também teria alojamento e alimentação garantidos. Era o prêmio perfeito para Quim, que estava ansioso para melhorar muito suas habilidades. Aquele intercâmbio podia ser para ele melhor do que cinco anos de trabalho em qualquer outra confeitaria do Brasil.


– Muito bem, os concorrentes devem se preparar. O concurso começa agora!

Havia ali uma grande cozinha onde cada um tinha uma pequena mesa separada para misturar os ingredientes e vários fornos industriais.

Quim se apressou em fazer a mistura para a sua massa, uma receita caprichosamente planejada para ser um sucesso e impressionar os juízes.

Felicius acompanhava a movimentação, olhando os outros concorrentes misturando os ingredientes com cuidado. Era hora de entrar em ação. Ele havia levado um pequeno saco contendo algumas substâncias com gosto desagradável. Seu objetivo era misturar aquilo nas receitas dos outros concorrentes. Para que ninguém suspeitasse, ele não pretendia fazer com todos. Em uns, ele ia misturar aquilo. Em outros, colocar muito açúcar, muito sal ou arrumar outra forma de atrapalhar a receita.

Aquilo era mais fácil na teoria do que na pratica, mas ele acabou dando um jeito. Por ser muito rápido, ele conseguia ir sabotando as misturas para massa, glacê, recheio e cobertura. As pessoas não viam nada e ele tomava o cuidado de fazer isso só depois que o concorrente provasse a mistura e aprovasse. Assim não haveria o risco de a pessoa experimentar novamente.

Quim ia preparando seu bolo de chocolate branco com recheio de trufa. Para decorar, ele usou glacê real e fondant para dar um aspecto liso e bonito ao bolo. Para decorar, flores feitas com chocolate de modelar. À medida que ele ia decorando, o bolo ia ganhando mais vida e ficando com um visual espetacular.

Seus concorrentes não faziam idéia de que estavam sendo sabotados e ninguém percebia as ações de Felicius. Não era preciso fazer muita coisa, só o suficiente para que as receitas não ficassem boas. Ele tinha aprendido com Magali que se abrisse a porta do forno antes da hora, o bolo ficaria prejudicado e acabou usando esse conhecimento para sabotar outro concorrente, já que não tinha conseguido colocar nada na mistura dele. Só havia restado, além de Quim, um único concorrente que ele não conseguiu sabotar, para sua raiva. Era preciso pensar em outra coisa.

– Muito bem, pessoal, tempo esgotado! Parem de trabalhar agora! Os jurados vão avaliar a obra de vocês!

Os trabalhos iam ser avaliados por um grupo de cinco jurados. Cada concorrente tinha que levar seu bolo para a mesa dos jurados, onde eles pretendiam avaliar os bolos levando em consideração o visual, combinação das cores, criatividade, técnica, impacto e claro, o sabor.

O primeiro concorrente foi um fiasco. O bolo tinha ficado lindo, mas que sabor esquisito era aquele? Com o segundo se deu a mesma coisa, assim como o terceiro e o quarto. Quando chegou a vez do quinto concorrente, Felicius deu um jeito de fazê-lo tropeçar. O colo espatifou no chão e o pobre rapaz teve que ser eliminado.

Quando chegou a vez de Quim, os jurados ficaram muito surpresos com a qualidade do trabalho e adoraram o sabor do bolo, tão perfeitamente preparado. Aquele tinha sido o melhor trabalho até então.

Após os outros concorrentes terem sido avaliados, o resultado: Quim acabou tirando o primeiro lugar, para a alegria de Feflicius. Claro que o príncipe não estava feliz por ele e sim por saber que em breve o balofo ia embora para bem longe, deixando Magali só para ele.

– Parabéns, filho! Fico feliz que tenhas ganhado!
– Nossa, pai, eu nem acredito, foi demais! Eu vou para a França, uhuu!

Não havia mais nada para fazer ali. Seu plano fora um sucesso e ele resolveu ir embora para não abusar da boa vontade do seu pai, que tinha concordado em conceder aquela tarde de folga para que ele pudesse colocar seu plano em ação.

Como os dois iam demorar muito para irem embora, ele resolveu ir sozinho. O local não era longe e ele sabia que ia conseguir chegar rapidamente correndo e dando grandes saltos.

No caminho de volta, ele pensava em como Magali ia reagir ao término do namoro. “Espero que esse balofo não seja grosso com ela...” será que ela ia sofrer muito? Ele torcia para e isso não acontecesse, embora soubesse que não dava para evitar. Bem, pelo menos ela o tinha para consolá-la. Sua gatinha não estava só e abandonada.


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