Alec tinha um sorriso enorme estampado no rosto, em sua mão carregava uma linda rosa vermelha. O cabelo nada arrumado não chamava a atenção de quem passava. Alec era discreto no modo que se vestia mas nem por isso não era notado, afinal ele era lindo e a beleza todos notam. Foi exatamente assim que ele encontrou essa rosa. Estava caida em meio a tulipas, sozinha e diferentemente linda. Então a agarrou e saiu caminhando pela rua que mostrava o por do sol.
- Alexander Lightwood! - Alec reconheceu a voz e se virou prontamente.
- Oi, Will. - Comprimentou com gentileza.
- Então é assim? - Cruzou os braços - Aparece na cidade e não avisa os amigos.
Alec torceu a boca e revirou os olhos.
- Você é sempre tão ocupado.
Certamente era. Will estava muito ciente das festas que estava perdendo estudando, porem se orgulhava disso. Sempre foi a ovelha negra da família, fumante, sem futuro ou qualquer tipo de compromisso com a vida. Ultimamente tudo oque estava esperando era o fim da faculdade só para jogar na cara dos pais o quão idiotas foram.
- Pra você? - Indagou - Nunca! Você sabe que sempre será o meu crush supremo. - Alec corou como sempre. - É pro Magnus? - Questionou mirando a flor.
Alec gaguejou e levantou a flor sorrindo.
- Na verdade não. - Comentou - Fica pra você. Eu sei o quanto amas essa flor. - Will sorrio largo quando a mão de Alec foi esticada. Pegou com um certo receio mas não pode esconder a felicidade. - Eu realmente tenho que ir.
Will suspirou e assentiu rapidamente.
- Claro! Foi ótimo te ver.
- A recíproca é verdadeira. - Respondeu Alec.
Will derrepente virou as costas e saiu caminhando. Alec olhou adiante e notou o quanto o menino era parecido consigo, talvez seja por isso que não tenha dado certo, pensou, mal consigo ligar comigo mesmo. Riu com o pensamento e então voltou a seguir o seu caminho.
A universidade Idris tinha uma estrutura meio antiga e isso era o que mais agradava Alec. Agora subindo as escadas pode ver o quanto a arquitetura pode diferenciar seu humor.
- Você pode me dizer onde fica a turma de Magnus Bane? - Alec perguntou para a recepcionista que riu.
- Sinto muito senhor, mas ele é um homem reservado e não recebe visitas sem hora marcada.
Alec arqueou a sombrancelha e pela primeira vez na vida ia dar carterada em alguém.
- Sou Alec, namorado dele. - A mulher engoliu a seco.
- Me desculpe. - Pediu. Alec assentiu com um sorriso singelo. - Ele deve ter esquecido de te colocar na lista de conhecidos.. Bom, ele já não está mais aqui. Soltou já faz uma meia hora, foi direto pro hospital.
Alec serrou o senho com desconfiança. Passou os dedos sobre a mesa de madeira e saiu.
O cheiro de hospital já fazia parte da fragrância de Magnus. Passava mais tempo nele do que na própria casa, que aliás não via a um bom tempo. Colocou seu jaleco branco que na verdade, pra ele, era a cor da morte, e entrou mais uma vez pela porta que tanto amava.
- Acho que alguem vai poder finalmente sair dessa cama de hospital! - Magnus indagou animado. O menino que estava sentado no chão enquanto segurava dois carrinhos pequenos, sorrio largo. - Finalmente você vai parar de ver tanto branco.
- Acho que gosto mais de preto. - Disse Max, se levantando e indo em direção a cama. - Você vai ir me visitar? Sabe, no orfanato.
Magnus torceu os lábios e suspirou repentinamente. Não queria dar esperanças falsas ao pequeno, não fazia ideia de como Alec reagiria a criança.
- É claro. - Assentiu. - Agora é melhor você descansar pois amanhã comprarei um enorme dinossauro para a sua despedida.
O menino pareceu satisfeito e então se deitou de forma confortável. Uma sombra se fez e então Magnus se virou para mirar sua secretária meio aflita. Arqueou a sobrancelha e então fez sinal para que saísse, assim ela fez. Magnus voltou a olhar o menino que já tinha as pálpebras fechadas e saiu de fininho.
- O que aconteceu? - Magnus perguntou enquanto fechava a porta.
- Seu namorado está na recepção.
Magnus nem disse mais nada, apenas saiu apressado da ala infantil onde tudo era colorido e passou para a ala, agora, vermelha pelo natal. De longe pode ver Alec com os braços cruzados, sentiu seu coração saltar pela boca mas fingiu naturalidade ao chegar mais perto.
- Alexander! - Magnus comprimentou com certa surpresa. Inclinou um pouco a cebeça e deixou um selinho carinhoso nos labios sorridentes do moreno - Pensei que você ia voltar pra Los Angeles ontem.
Alec passou os dedos sobre a orelha e colocou seus cabelos para trás enquanto seus dentes puxavam seus lábios machucados pelo ato.
- Pensei em te fazer uma surpresa mas não te achava em lugar nenhum. Em falar nisso.. Esse não é o seu turno.
- Bom, eu.. - Magnus estralou os dedos e olhou para os lados como se algum daqueles pacientes fossem sair correndo e esfaquear outro.
- O que você está me escondendo? - Questionou com os olhos serrados.
- Puta que pariu! Meu cachorro ta pegando fogo! - Magnus fingiu apavoramento e Alec revirou os olhos.
- Você não tem cachorro.
- Verdade.. - Murmurou - VAMOS COMPRAR UM! Mas desta vez eu juro que não vai ter combustão espontânea.
Alec bufou.
- Magnus!
- Ok. - Se deu por perdedor - Eu ia te pedir em casamento mas você estragou tudo.
- Magnus, somos irmãos, não podemos casar! - Disse como se fosse óbvio - Agora me diga a verdade.
Magnus lembeu os lábios e fechou os olhos por alguns segundos. Logo após abrir viu que Alec estava ficando irritado então apenas pegou sua mão e o puxou, e Alec certamente o seguiu até o tal quatro B18.
Ali havia um enorme vidro que mostrava um quarto desarrumado por brinquedos e um belo menino dormindo sereno na pequena cama de hospital.
- Esse é o meu cachorro. - Falou Magnus. Alec riu - Que dizer.. O meu menino, que nao pega fogo mas.. Ah! - Exclamou. - Você entendeu.
Alec continuou olhando o menino com divertimento da confusão do asiático.
- Eu nunca te vi nervoso. - Alec observou. - Por que estais agora?
Magnus colocou a mão por de trás do pescoço e se sentiu um idiota de tão nervoso que estava.
- Alec, eu sei que não podemos casar. Porem eu ainda quero ter uma família contigo, então.. - Alec desviou o olhar da janela e arregalou os olhos azuis para seu amado - Quero que ele faça parte dessa família.. Quero que o Max faça, faça tudo que o outro não teve a oportunidade de fazer. Tudo que você queria ensinar como irmão, poderá ensinar como pai.. Quero ter dar uma vida pra ele, uma vida com você.
Alec sentiu seus olhos lacrimejarem e um sorriso bobo surgir em meio a única lagrima que conseguiu escapar.
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