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História Amor e Intolerância - Lucissa - A Caminho da Morte


Escrita por: Layla_Attwood

Capítulo 24 - A Caminho da Morte


No terceiro dia após o desaparecimento de Narcisa, as coisas para Ruth já estavam absolutamente fora de controle. No dia seguinte ao sumiço da amiga, os pais dela haviam sido chamados pela diretoria para informá-los que a filha deles havia desaparecido de maneira inexplicável possivelmente nas mãos de um aluno. Cygnus e Druela  vieram na companhia de Belatriz, e todos os três pareciam aterrorizados e se abalaram muito com a notícia. Ruth fora chamada mais uma vez para se explicar, mas dessa vez fora as lágrimas na hora da narração, o nervosismo foi muito grande, pois havia medo de que seu plano burro e maligno fosse percebido pela irmã mais velha da amiga, que era de uma maldade e brutalidade conhecida por todos. Depois de algumas horas, ela havia notado Lúcio na companhia dos pais de Narcisa conversando em um canto, ele parecia chorar também e ela não pode deixar de lamentar por ele, mas também achava que ele estava fazendo um papel ridículo. Para piorar, no mesmo dia fora emitida uma nota do hospital St. Mungus, alegando que de fato alguém havia roubado a varinha de John Wittier e lançado nele uma maldição Imperius mal executada, o possivelmente que justificava ele ter tentado estrangular um colega da Grifinória e supostamente o desaparecimento de Narcisa, isentando ele de qualquer culpa. No terceiro dia, Ruth estava agradecendo que ele ainda não estivesse em condições de depor, quando para piorar, uma nevasca começou a cair, o que certamente mataria Narcisa de frio em poucas horas.  
Sentada a um canto isolado do salão comunal, ela estava a chorar desesperada, sua idiotice, egoísmo e intromissão levara ela e a amiga nessa situação. Nem mesmo seu namorado não conseguia consolar suas lágrimas, pois Ruth sabia muito bem que caso Narcisa retornasse sem vida a escola (ou não retornasse nunca mais) ela também perderia a sua em breve. Lúcio não parava de lhe direcionar ameaças e ela sabia que ao menos um grupo de Comensais da Morte viria atrás dela. Ela já havia sugerido lugares para os professores buscarem por Narcisa, dentre eles a Floresta Proibida, que ela mencionou de forma inocente tentando não parecer que sabia demais. Mas nada parecia ter resultado, John Wittier parecia ter enviado Narcisa para o coração da floresta, onde ninguém seria capaz de achá-la, ou na pior das hipóteses, ela já havia sido levada pelas aranhas gigantes. 
 
A história de Narcisa parecia ser cíclica, ela acordava dolorida e sem entender o que estava acontecendo, quando caia em si, as mais assombrosas visões a consumiam, quando o pânico já não mais cabia em sua cabeça, ela desmaiava e passava horas a fio desacordada. Entretanto, agora ela estava começando a morrer, literalmente. Três dias amarrada a um tronco de uma árvore, sem água, sem comida, com frio, os machucados na pele estavam começando a infeccionar e a mente sendo comida por monstruosidades. As assombrações que vinham visitá-la estavam cada vez piores e seu corpo estava resistindo cada vez menos.  
Ela acordara mais uma vez, já havia perdido a noção dos dias, sua boca estava roxa, sua pele acinzentada e sem vida. Seus olhos quase não abriam. Ela pediu pela morte, implorou para que sua alma partisse de uma vez por todas, mas ela ainda estava lá. Sua visão momento eram cadáveres podres asfixiando sua família, eles pediam pela sua ajuda e ela não conseguia socorrê-los, era uma das visões mais apavorantes. Ela fechou os olhos novamente, balançou a cabeça para acabar, pedindo por tudo que era mais sagrado que quando abrisse os olhos não estivesse no poço novamente. Quando teve coragem de olhar, finalmente não havia nada a sua frente, absolutamente nada pela primeira vez em dias. Mas já era tarde demais, seu corpo já não tinha mais energia para se felicitar. Ela se perguntou (com certa esperança) se havia de fato morrido. 
Ouviu um barulho de cascos ao redor. Dentre todos os barulhos que havia escutado, esse era o menos pior. Uma mão pousou em seus cabelos. 
– Vai ficar tudo bem – Disse uma voz, seu tom era suave mas a voz era muito grave – Isso só existe na sua cabeça. 
Ela sentiu as cordas que a prendiam afrouxando. Abriu os olhos lentamente, haviam dois centauros próximos a ela. Um deles a examinava (o que estava com a mão em sua cabeça), o outro desatava as cordas que a prendiam. 
– Agouro, criança humana foi amaldiçoada – Disse o que estava a examinando. 
– Dê água a ela – Disse Agouro – Já é quase adulta, não sei se devemos interferir. 
– Ela está morrendo, dá para ver. Restam menos de vinte horas de vida, não irei deixar que isso aconteça – Ele pegou uma bolsa de couro e depositou água na boca de Narcisa, ela sentiu um raiozinho de esperança – Vá buscar Hagrid.  
Agouro saiu trotando com velocidade enquanto o outro centauro a ergueu nos braços, andou com ela no colo até uma fonte de água. Ela tinha sido colocada no chão, tentou se mover para conseguir beber mais água, mas não conseguiu, não tinha forças. 
– Escute, humana – Disse o centauro de forma lente e vigorosa – Nem tudo que reluz é ouro – Narcisa não conseguiu responder, mal conseguia escutar, quanto mais raciocinar. Ele prosseguiu olhando para os céus – Está escrito nas estrelas uma guerra, um período de paz e outra guerra. Mercúrio, o planeta regido pela sabedoria diz: saibamos filtrar nossas companhias para que não precisemos filtrar a maldade deles instalada em nossa alma.  
Narcisa tentou questionar a fala do centauro, ele percebeu seu esforço, mas antes que ela conseguisse abrir a boca, Agouro reapareceu, trazendo Hagrid em sua companhia. 
– Por sorte Hagrid já estava embrenhado na mata – Disse Agouro. 
– Céus, é a garota Black! Está desaparecida a três dias! Onde a encontraram?  
– A uma milha daqui, seguindo em direção ao coração da floresta.  
– Certo, vou levá-la para a escola. O ministério já estava até planejando pôr a equipe de aurores atrás dela... 
Hagrid pegou Narcisa nos braços sem esforço e saiu em direção ao castelo. Ela tentou olhar ao redor, ao mesmo tempo que achava que ia viver, achava que ia morrer. Seu coração estava confuso e seu corpo com menos força a cada minuto, ela desmaiou novamente.



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