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História Amor e Intolerância - Lucissa - Um Nascido Trouxa Como Eu


Escrita por: Layla_Attwood

Capítulo 5 - Um Nascido Trouxa Como Eu


Fanfic / Fanfiction Amor e Intolerância - Lucissa - Um Nascido Trouxa Como Eu

Narcisa acordou cedo na manhã seguinte e já foi procurar por Andrômeda em seu quarto, precisa conversar com a irmã, era agora ou nunca. 
Ela bateu na porta de forma tímida, porém decidida. 
– Mêda? Posso entrar?  
– Claro. 
Ao entrar percebeu que Andrômeda lia seu livro distraidamente, Narcisa se perguntou se ela realmente lia aquilo, ou se fingia olhar para as páginas somente para ocupar a cabeça. 
– Queria conversar com você, três coisas. 
– Três coisas? – Disse ela sorrindo. 
– Vou começar pelo que acredito ser o mais grave e vou direto ao ponto. Quais as chances de Belatriz ter se tornado uma seguidora de você-sabe-quem?  
Andrômeda empalideceu. 
– Tenho tantas suspeitas quanto você e ouso dizer que tenho tão poucas provas também. 
– Ontem ouvi ela dizendo a Lestrange que estava feliz pela união deles ser aprovada pelo "mestre".  
Andrômeda empalideceu ainda mais. 
– Pode... pode ser o nosso pai. Não pode? 
Narcisa não respondeu, ambas sabiam muito bem que não era sobre seu pai que Belatriz estava falando. Seria uma esperança tola crer que Belatriz se referia ao pai como "mestre".  
– De qualquer forma, não acho que isso seja problema nosso, Cissa. Siga sua vida honestamente e não se meta em problemas. 
Narcisa recebeu o conselho da irmã como um golpe, já não sabia se contaria a ela sobre John.  
– Qual é o segundo problema? – Perguntou Andrômeda dando continuidade. 
– Você. Quero saber o que há com você. Mal come, mal conversa, não sai do quarto. Se Bela realmente escolheu esse caminho, teremos somente uma a outra e acharia bom compartilharmos nossos segredos. 
Andrômeda fechou o livro que estava sobre seu colo com certa revolta e o jogou sobre a escrivaninha, alisou a testa demonstrando muita preocupação. 
– Narcisa... É foda – Disse ela angustiada. Narcisa se surpreendeu pelo linguajar, jamais ouvira a irmã falar dessa forma. 
– O que houve?  
– Não posso contar a você agora, talvez nunca. Só o que eu tenho a dizer é: se tiver que ser feliz de alguma forma, mesmo que isso incomode os outros, seja. Não sofra angustiada como eu. 
– E se eu te disser que o terceiro problema tem haver mais ou menos com isso? – Disse Narcisa tomando coragem, abriu a boca para contar a irmã, mas ela a interrompeu. 
– Não me conte – Disse Andrômeda de forma branda – Não confie em ninguém, para que não possam jogar uma contra a outra depois. Narcisa você conhece nossa família, se fizermos algo errado eles vão nos rastrear e infernizar até não poderem mais. Quanto menos soubermos uma da outra, melhor.  
– Mas eu me sinto tão só – Disse Narcisa chateada, entendia o que a irmã queria dizer, mas precisava desabafar.  
– A solidão será sua única amiga se decidir não tomar aquilo que eles chamam de "Rumo dos Black". Só quero que saiba que independentemente da sua decisão, estou com você. 
– Obrigada – disse Narcisa abraçando a irmã.  
 
Narcisa os dias isolada. Trancou-se no quarto e assim como Andrômeda, fingia ler a maior parte do dia. Sabia que a irmã escondia algo grave dela e de toda família, mas a sensação de não ser a única possivelmente em apuros a deixava razoavelmente confortável. Fora encontrar com Ruth no Beco Diagonal na data marcada, mas quase não suportava o falatório da amiga. Ao final do dia, retornou para casa correndo, alegando que seus pais não deixariam que ela se ausentasse por muito tempo. No restante das férias, Narcisa parou para pensar e descobriu que ela quase não pensara em John Whittier, pensava mais na reação de sua família caso soubessem de algum relacionado a ele, algo que não fazia sentido, porque não era normal sofrer por antecipação sem nem ao menos ter certeza de seus sentimentos pelo rapaz. Mas sua grande preocupação mesmo era Andrômeda. Um dia antes do ano novo, ela desceu para o café da manhã, estavam seus pais e Belatriz a mesa. 
– Cissa, Mêda não vem para o café da manhã? – Perguntou sua mãe. 
– Não sei, não falei com ela hoje cedo – Disse Narcisa. 
– Eu acho que Andrômeda tem estado muito esquisita nos últimos dias – Disse Belatriz desconfiada – Não sei não, mas sempre achei esse jeito bondoso dela muito preocupante. 
– Besteira, ela é apenas sentimental – Disse Druela. 
– Acho que está na hora de encaminhar minhas filhas Druela – Disse o pai das garotas, inesperadamente – Talvez Mêda precise de um namorado. Rodolfo não tem um irmão mais jovem? Para apresentar a ela?  
– Tem sim – Disse Belatriz refletindo – Posso conversar com ele para trazer o irmão. 
– Se ele for como Rodolfo não perca seu tempo, Mêda jamais se envolveria com um rapaz do tipo de Rodolfo – Disse Druela sem pensar, Belatriz fuzilou a mãe com o olhar. 
– Que? O que quer dizer? Acha que os Lestrange não são bons o suficiente para Andrômeda? – Perguntou ela com grosseria. 
– Eu não disse nada disso – Respondeu a mulher com igual grosseria – Estou dizendo que Rodolfo é um rapaz muito altivo e frio, perfeito para você. Mêda é sentimental, gosta de ler e escrever poemas, ela precisa de alguém igual a ela. 
Belatriz revirou os olhos de impaciência, acha a ideia de alguém "sentimental" simplesmente ridícula. Narcisa concordava com a mãe, ela mesma não era tão sentimental quando Andrômeda, mas sabia que tanto ela quanto a irmã jamais conseguiriam viver com alguém cujo a brutalidade era semelhante à de Belatriz.  
– Traga o rapaz mesmo assim – Disse Cygnus – Quem sabe você, Cissa, não se interessa por ele?  
– Não, eu não – Disse Narcisa tirando o corpo fora. 
– Estou começando a pensar que vocês duas – Disse  Belatriz furiosa apontando para a mãe e a irmã – Tem alguma coisa contra a família de Rodolfo e eu gostaria de saber o porquê. 
– Bela, minha irmã queria – Disse Narcisa fingindo uma paciência que não existe – Você gosta de artes das trevas, duelos e grosserias, se o irmão de Rodolfo for igual, perde seu tempo em trazê-lo. Mêda e eu gostamos de homens com classe. 
– Vai para o inferno, Cissa – Disse Belatriz nervosa – Se gosta tanto de homens com classe, porque ainda não deu uma chance a Lúcio Malfoy?  
Narcisa ficou nervosa, Belatriz sabia muito bem que ela não ligava para Lúcio Malfoy. Abriu a boca para responder, mas seu pai interrompeu ansioso. 
– Malfoy? Foi isso que eu escutei?  
– Bela fala sério! – Disse Narcisa morta de ódio por dentro, levantou-se da mesa e saiu nervosa. Ouviu Belatriz murmurar para os pais "porque ela ficou tão nervosa?". 
Narcisa sabia porque estava nervosa, não queria dar esperanças aos seus pais e nem a ninguém, principalmente se essas esperanças fossem relacionadas Lúcio Malfoy. 
Ainda com raiva, Narcisa decidiu ir caminhar nos jardins cobertos de neve de sua esplendorosa mansão. Como não havia sido uma decisão muito bem calculada, depois de andar um bom pedaço, ela se arrependeu amargamente. A neve no chão engolia seus pés a cada passo que dava e a que caía dos céus se intensificava a cada segundo. Avistou umas árvores secas próximas e decidiu se abrigar nelas e ver se a neve cessava um pouco. 
Chegando às árvores, Narcisa se assustou ao ouvir risadas vindo da parte mais densa do pequeno bosque de seus jardins. Curiosa, ela se aproximou para escutar e se surpreendeu absurdamente com o que viu. Sua irmã estava abraçada com um rapaz que Narcisa nunca vira antes, ele era um pouco mais alto que ela, tinha cabelos louros ralos cortados bem curtos e um rosto muito bondoso. Nesse momento parecia envergonhado. 
– Anda Ted, leia logo – Disse Andrômeda ansiosa. 
– Calma, estou me preparando – Disse ele apreensivo. 
O rapaz retirou um caderninho de dentro do bolso e começou a ler um poema. 
–"No meio ao caos de decepção 
Uma mão se estende a mim na escuridão 
A galáxia mais brilhante 
Num universo retumbante  
Com as mais bonitas estrelas 
Andrômeda 
Meu coração te espera 
Com a força de uma quimera 
Não me faça sangrar 
Não me faça implorar  
Para te ter aqui  
Já não posso mais suportar 
Venha comigo 
Vamos povoar 
Esse universo infinito." 
 
Andrômeda começou a chorar, abraçou o rapaz, ele parecia chorar também, Narcisa achou aquilo simplesmente ridículo. Se segurando para não dar risada, ela continuou ouvido a conversa dos dois, se perguntando porque a irmã nunca mencionara nenhum "Ted" a ela. Inesperadamente, Ted e Andrômeda começaram a se beijar ardentemente, eles se entrelaçam num abraço apertado e seus lábios colados demonstravam que ambos já eram familiarizados um com o outro. Narcisa, pela primeira vez na vida se viu diante de um sentimento que jamais sentira, a inveja. Sendo linda, inteligente, rica e bem posicionada socialmente, Narcisa sempre considerou todos a sua volta inferiores a ela, mas nesse momento era diferente. Ela nunca havia sido beijada, podia sentir o amor que envolvia o beijo de sua irmã de longe e sentiu uma inveja colossal de nunca ter vivido um momento desses. Não que ela quisesse roubar o momento da irmã, mas sentia pela primeira vez na vida que precisava descer do seu pedestal e se entregar de vez a uma paixão. 
– Você gostou? – Perguntou ele emocionado depois de se largarem. 
– Eu... Eu... Não sei o que dizer Ted. Você expressou tudo que sentimos a anos, o quanto estamos sofrendo. 
– Não podemos mais esperar, você mesma já se convenceu que a sua família nunca vai me aceitar. Escute, depois do seu pai ter perguntado ao namorado da sua irmã qual era o sobrenome sem nem ao menos dar um boa noite, depois das suas suspeitas de que ela é uma Comensal da Morte, Mêda, sinceramente, você acha que eles irão aceitar um nascido trouxa como eu?  
Narcisa deu um grito de surpresa, levou a mão a boca correndo para conter o barulho, mas era tarde demais, Ted e Andrômeda escutaram e olharam diretamente para ela, que não foi rápida o suficiente para se esconder. Andrômeda se horrorizou. 
– Cissa... – Disse ela agora pálida. 
– Mêda... – Respondeu Narcisa tão pálida quanto a irmã. 
O silêncio do pânico reinou entre eles, Ted, mais consciente que as irmãs, interveio. 
– Acho que vocês têm muito o que conversar, o que acha que acompanhar sua irmã até em casa Mêda?  
– É uma boa ideia – Disse Andromeda perturbada. 



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