História AMOR e MISTÉRIO (Romance Gay) - Detetives

               THÉO NARRANDO 

"Car rides... to Angra dos Reis..." (entendedores entenderão) é assim que eu me sinto sentado nessa poltrona do ônibus, com o fone no ouvido, numa música bem triste após zerar toda a playlist do Now United. 

Em alguns momentos da viagem, deixei as lágrimas rolarem, tem sido mais difícil do que pensei, mas o que eu queria, eu já sabia que seria assim.

Todas as vezes que eu estava vindo para Angra era uma alegria imensa, encontrar a parte boa da família, passar férias, me divertir. Mas dessa vez não, dessa vez eu tô tentado fugir de problemas que não tem como escapar.

Só nesse período de viagem eu já vi um homem com a fisionomia parecida com a de Gustavo e já quis surtar aqui dentro do ônibus, se isso continuar assim eu vou acabar pulando num pescoço de qualquer homem por aí. 

Após 2 horas e 36 minutos de viagem, chego ao meu destino final, Angra dos Reis! Desembarco, pego minhas malas, e logo avisto minha vó, e meu tio, filho dela, me esperando! Me apresso para abraçar ela.

- Oi vó! Que saudade! - digo quando me aproximo dela lhe dando um abraço.

- Oi meu bem, como você está? - ela pergunta.

- Indo, com uma leve vontade de me jogar de uma ponte super alta, porém indo! - respondi com toda sinceridade.

- Não diga bobagens meu bem, vamos tirar toda essa tristeza com diversão aqui! - ela diz e eu até me animo um pouco.

Cumprimento meu tio, a última vez que tinha visto eles foi nas férias antes de entrar pro colégio, mal sabia eu o quanto minha vida iria mudar.

Minha vó é uma pessoa incrível, ela é uma das pessoas mais importantes pra mim, ela viúva a 8 anos, solteirissima, ela é uma pessoa super religiosa, vocês podem até achar que por ela ser super religiosa ela nunca irá me aceitar, mas se tem uma pessoa que vai ficar no meu lado, esse alguém é ela! Minha vó é livre de todo e qualquer preconceito, ela já foi protagonista em várias discussões, jantando com força pessoas racistas, machistas e homofóbicas! Minha vó é a MULHER! Seu nome, dona Cleunice! 🛐

Ao chegar na casa da minha vó, já sou bem recebido, com uma boa refeição, tô com muita fome mesmo, e cansado da viagem, porém com muito sono, depois de comer, tomo um banho e vou para um quarto que já preparado pra mim, ou pra alguém lá de casa quando vem pra cá, e durmo um pouco.

Esse pouco durou umas 5 horas, e quando vi já estava de tarde, levanto e minha vó fala pra mim ir ver minha tia, que estava doida pra me ver.

Essa tia minha, parece mais uma grande amiga do que uma tia, ela é nova, tem 24 anos, casou com meu tio que tem 30, eles se casaram a 5 anos atrás, e desde então ela se tornou minha tia, mas como disse, parecemos mais amigos, nós nos divertimos juntos, fofocamos de tudo, e fazemos nossas próprias festinhas quando eu venho nas férias, ela tem uma loja de confecções que fica no cento aqui de Angra, é on "ganha pão" dela, e vende super bem.

- Olha elee! Finalmente apareceu! - diz ela quando me vê entrando na loja.

- Oi Bruna! Tava com saudades já! - eu disse lhe dando um abraço. 

- Eu também, já faz tempo que não vem aqui, e é uma pena você ter vindo nessa situação toda de ter perdido uma amiga, sinto muito! - ela disse.

- Obrigado, é a vida né, agora tenho que tentar seguir em frente por mais que seja difícil! - eu disse.

- O processo é complicado, mas você chega lá! - ela disse.

Ficamos conversando um tempão sobre tudo, fofocamos sobre algumas pessoas da cidade que eu precisava de uma atualização! É muito bom ter esses momentos descontraídos, o que tem se tornado raro com tudo que eu venho passando. 

No meio da conversa me levanto para poder me espreguiçar, e vou até a porta da loja pra ver o movimento da rua, até que aviso um caminhão com alguns homens carregando umas caixas nele, e um dos homens parecia muito o Gustavo, fiquei desnorteado, queria correr até, fiquei até ofegante, mas quando o homem se vira pra pegar mais caixas e volta, já não parece mais o Gustavo. 

Eu devo tá ficando louco, minha mente tá me fazendo ver ele sem ser, tenho medo de que eu possa fazer alguma burrada se caso eu achar qualquer homem por ai parecido com ele.

- Tá tudo bem Théo? - Bruna pergunta.

- Tá sim, tava só olhando o movimento! - respondi.

Ela não sabe do Gustavo, nem que eu sou gay, e nem pretendo contar agora, mas vai chegar a hora que terei que conversar com ela. E não, não está nada bem! 

                 ALANA NARRANDO 

De 0 a 10 para o quanto a minha vida tem andado triste e depressiva, eu dou 50! Eu nunca imaginei que eu estaria passando por tudo isso que estamos passando essas últimas semanas, tem sido dolorido e cansativo.

Hoje a noite vamos invadir o colégio, vamos dar uma de detetives e ir atrás de respostas sobre o caso da Eduardsa, que Deus a tenha.

Quando eu pedi pra minha vida ser que nem uma série da Netflix, era pra ser algo romântico, lindo e divertido, e não algo Elite ou Riverdale.

A única coisa boa que tem acontecido esses últimos dias, é o Alex, o filho do meu maestro, temos conversado muito e ele tem me ajudado bastante sobre tudo! Ele tem me animado, me deixa mais leve, ele é pessoa incrível. 

Vicent tinha falado na possibilidade de eu estar apaixonada por ele, e quem sabe até surgir um relacionamento, mas ainda tenho minhas dúvidas, eu já sofri tanto esses últimos meses que tenho medo de ingressar em um relacionamento e me decepcionar.

Nessa aventura de detetives, já temos a consciência de que possa ser algo doloroso pra nós, e pra deixar tudo mais leve, entramos nessa onda fingindo que é uma simples brincadeira, o que eu acho que não vai funcionar.

Vamos todos de pretos, num estilo discreto, para realmente parecer com um detetive, essa nossa invasão me assusta um pouco, eu sou muito medrosa, mas faço tudo pela justiça que a Eduarda precisa.

Nossos pais acham que vamos dormir na casa do Vicente, o que realmente vai acontecer, porém depois que a gente sair do colégio. 

Quando da o horário vou para a casa de Vicent, meu pai vai me levar, levo comigo uma mochila, com a roupa que vou usar para ir lá no colégio, roupa de dormir, e alguns objetos que eu pressenti que seria bom levar por precaução. 

 Chego na casa de Vicent, e só tá faltando, o Fellipe e o Julyo.

- Oi meu bem! - disse vicent me dando um abraço. 

Kira e Williany me cumprimentam também, e logo nós vamos nos arrumar pra essa noite de série teen de drama da Netflix.

Minutos depois os meninos chegam.

- Oi Girls! - disse Julyo. 

- Boa noite boys - kira diz.

- e aí gente, quem aí tá ansioso pra isso? Por que eu tô me tremendo toda - disse Willy.

- Nem me fale, o coração tá saindo pela boca! - disse Vicent. 

- Aí gente! Isso realmente vai acontecer? Eu ainda acho muita loucura, e muito arriscado! - Lip diz.

- Vai ser um risco que teremos que correr, por justiça! O caso da Eduarda não pode ficar impune! - eu respondo.

- Alana tem razão! - Júlyo diz.

- Então vamos! - Fellipe vibra.

Após todo mundo estar pronto, tiramos uma foto no grande espelho do Vicent, todos bem poderosos, quem vê close não vê perrengue! 

Vicent, chamou um amigo dele para nos levar de carro, ele nos esperará num canto um pouco afastado para não ter alguém suspeitando de nada.

No carro nos preparamos cada um com sua lanterna na mão, e algum objeto de defesa, como faca, spray de pimenta, e etc para se livrar de qualquer imprevisto, Julyo também trouxe um objeto que solta bastante fumaça colorida, vai que é preciso. 

Após alguns minutos chegamos ao local próximo ao colégio onde ele ficará nos esperando, e seguimos a pé! Vamos pela frente mesmo, pois na frente do colégio, são terrenos sem casas, então não tem muito movimento, e nem gente andando por aqui uma hora dessas, bom, assim espero.

Quando chegamos em frente ao portão, creio que todos sentiram o frio na barriga que eu senti, a sensação é estranha e medo domina.

- Pessoal, tá na hora de agir, e ir em busca de respostas! Avante! - diz Vicent.

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