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História Amor e Música - Capítulo 10


Escrita por: Smel

Notas do Autor


Aqui vai mais um!

Boa leitura!

Capítulo 10 - Capítulo 10


POV Molly

Acordei no domingo de manhã uma hora antes do meu encontro com Mat. Tomei banho e coloquei uma calça jeans justa e uma bata verde água, prendi meu cabelo em um coque frouxo e acordei An.

- Amiga! Bom dia. – Eu sorri. – Anna! Acorda!

- Oi! O que aconteceu? – Ela me olhou assustada.

- Nada, só pra te avisar que estou indo treinar aquelas benditas músicas... Mat vai me dar uma força...

- Sabe.. – Ela sorriu e se sentou, com a cara amassada e o cabelo bagunçado. – Eu gosto dele... Ele parece ser um cara bem legal...

- Ele é. – Eu sorri e caminhei para a porta. – Me faz um favor? – Ela assentiu. – Vê com a sua mãe se ela consegue me inscrever para a vaga de estágio na técnica do teatro?

- Tá, claro! – Ela sorriu. – Vai ser bom pra você.

- Valeu! Mesmo, mesmo! – Eu sorri e saí correndo para o teatro, pois demorei mais do que o planejado no banho e já estava atrasada.

Cheguei ofegando e segurando na primeira cadeira que vi, para não cair desmaiada no chão. Mat estava sentado na beirada do palco, quase morrendo de tanto rir do meu desespero. O lancei um olhar indignado que o fez rir mais ainda e esperei recuperar a minha dignidade para tentar discutir. Mas ele me interrompeu antes que eu estivesse pronta.

- Sério, Evans... o que foi isso?

- Eu... Vim... correndo. – Disse entre as arfadas.

- Eu sei que você estava morrendo de saudade de mim. – Ele sorriu malicioso e depois deu uma gargalhada. – Mas não precisava correr desse jeito, eu não ia fugir, juro.

- Quer tomar outro copo de água na cara? – Eu o olhei e ele fez que não com a cabeça. – Então cala a boca.

Ele, segurando o riso, se aproximou de mim e beijou minha testa.  

- Vamos, Srta. Evans? – Ele sorriu e afastou o banquinho do piano para eu me sentar. – Ótimo. Por qual música começamos?

- Escolhe você. – Eu sorri e ele entregou uma partitura na minha mão. – Clair de Lune?

- Aham. – Ele se sentou ao meu lado. – Já disse que ela combina com você, não? – Eu ri pelo nariz e ajeitei as folhas no suporte. – Quando quiser, pode começar...

Eu comecei a tocar me concentrando ao máximo nas bolinhas pretas espalhadas pela partitura e as reproduzindo nas teclas do piano, fiz o melhor que pude, eu juro. Mat me observava atentamente enquanto eu tocava e torcia os lábios vez ou outra, o que me deixava cada vez mais tensa.

- Evans, pode parar. – Ele me interrompeu. – Para. Para.

- Tá uma bosta, né? – Eu o olhei, frustrada, batendo com os dedos na tecla, fazendo um barulho dissonante que doeu nossos ouvidos.

- Tá... Mas não por que você não sabia tocar... – Eu o olhei confusa. E ele se aproximou de mim e apoiou suas mãos em meus ombros. – Por que você está tão tensa? Parece que está indo para a forca... – Ele acariciou meus ombros com os seus polegares. – Relaxa, tá? Sou só eu... Vai de novo.

Eu recomecei a música, ainda sentindo suas mãos quentes nos meus ombros, mas prestando a mesma atenção de antes para não errar nenhuma nota. Ele se abaixou, ficando com a boca próxima do meu ouvido direito.

- Molls, não para de tocar, tá? – Eu assenti, ainda concentrada no que estava fazendo, quando ele tapou meus olhos com suas mãos, puxando minha cabeça levemente para trás, a encostando em sua barriga. – Continua.

- O que? – Eu berrei exasperada, sem parar com a música, mas com um certo desespero por não enxergar. – Mat! Que merda! Destape os meus olhos.

- Confia em mim, Molls! – Ele disse risonho. – Só continue a tocar.

Se vendo, já não estava lá aquelas coisas, agora que não podia enxergar, ia sair tudo cagado, certo? Errado. Por incrível que pareça e por mais que eu errasse algumas notas, provocando sons que doíam os ouvidos, consegui pela primeira vez o efeito que eu queria desde o começo na canção. Ela agora estava cheia de subtextos, como se cada nota fosse a expressão única de um sentimento praticamente inominável dentro de um caos completo. Quando eu acabei de tocar, Mat não estava mais tapando meus olhos. Ele aplaudiu, me fazendo ficar corada.

- Isso foi ótimo, Evans... – Ele elogiou animadamente e depois se ajoelhou ao meu lado e me olhou nos olhos pela primeira vez. – Por que você se esconde?

Eu olhei confusa dentro daqueles olhos azuis e ele acariciou meu rosto.

- Não sei por que você é tão insegura com a sua música. – Ele sorriu e apertou a minha bochecha esquerda enquanto eu murmurei algo como “AI” ele continuou a falar, agora um pouco mais distante. – Você é uma pianista incrível quando se trata de técnica, eu jamais conseguiria tocar uma música dessas com tão pouco tempo de estudo. Sua limpeza rítmica é incrível e você não erra uma notinha sequer. Mas você se esconde atrás de toda essa técnica... você não se mostra enquanto tá tocando. – Ele estava se sentando ao meu lado no banquinho do piano e colocando sua mão esquerda sobre a minha mão direita, que descansava em cima das teclas, fazendo um barulho dissonante. – E você jamais deveria se esconder desse jeito por que você é linda, Molly Evans, e quando VOCÊ toca, como fez nessa última vez, a sua música fica tão linda quanto você.

Eu sorri por não ter nada melhor para falar e ele segurou minha mão e a beijou.

- Eu... – Pigarreei e encolhi os ombros, sentindo minhas bochechas corarem. – Obrigada.

- Eu não fiz nada. – Ele sorriu. – Só te falei o que já deveriam ter te falado há muito tempo. Agora... você de daria a honra de ouvir essa belíssima pianista que está ao meu lado tocar?

Eu sorri e recomecei a canção, pensando em tudo o que ele tinha me dito. De certa forma, fazia sentido, mas eu nunca tinha parado para pensar na música além das notas e partituras. Eu perdi tanto tempo da minha vida me esforçando para ser a melhor pianista que poderia ser que esqueci de perceber que antes de ser uma pianista eu era um ser humano, uma mulher com um turbilhão de sentimentos que até então estavam camuflados em todos aqueles livros técnicos que, desde pequena eu colecionava. Pensando nisso, desatei a chorar e fui obrigada a parar de tocar pela tremedeira de minhas mãos.

Mat, se colocou ao meu lado em um pulo quando isso aconteceu, me observando e abriu os braços assim que eu levantei e me abraçou, segurando minha cabeça em seu peito e acariciando meus cabelos. Ficamos assim por alguns minutos, sem falar nenhuma palavra. Então ele beijou o topo de minha cabeça e se afastou, me olhando, para ver se eu estava bem.

- Desculpe... – Eu murmurei.

- Deixa de ser besta. – Ele sorriu. – Isso acontece... – Agora ele olhava pra mim, erguendo uma das sobrancelhas. – Isso só prova que bem lá no fundo desse seu coração de pedra, você tem sentimentos.

- Ah, Mat. – Eu o olhei rindo. – Vai pra merda!

- Acho que chega de piano por hoje. – Ele sorriu, abrindo a mochila e jogando um pequeno chocolate no meu colo. – Toma, come!

- Valeu. – Eu sorri, cortando o chocolate no meio e dando metade para ele. Em seguida eu me sentei na beirada do palco e ele me acompanhou.

- Sabe... – Eu o olhei sorrindo. – Eu estive pensando na nossa conversa de ontem e sabe o que eu acho? – Ele me olhou curioso. – Que no fim de semana que vem você poderia fazer uma surpresa pra Audrey...

- Uma surpresa?

- É! Vai até a casa dela, leve flores, enfeite o quarto com velas, faça uma serenata... Mas não avise nada para ela, porque aí perde a graça.

- Interessante! – Ele sorriu. – Nunca tinha pensado sobre isso...

- Não me surpreende. – Eu gargalhei e ele ficou com cara de tacho, me encarando.

- Não entendi o que você quis dizer, Evans.

- Eu não QUIS dizer... eu DISSE que vocês homens não costumam pensar nessas coisas.

- Você está insinuando que eu não sou romântico? – Ele me olhou, fingindo braveza.

- Não... estou afirmando que você é meio lentinho as vezes. – Zombei, dando de ombros e comendo o último pedaço de chocolate.

- EU SOU O QUE? – Ele me olhou com um olhar homicida, se aproximou e começou a me fazer cócegas.

- Não vai adiantar, Adams. – Eu falei tentando controlar o riso e me jogando na direção oposta e ele se jogou junto comigo. Estávamos os dois jogados no chão do palco e morrendo de rir. Era realmente muito bom ter um amigo como Mat. Ele era um amor! Audrey tinha muita sorte por ter encontrado um cara como ele. Foi nesse momento, que eu jurei para mim mesma que nunca iria perder essa amizade, não importa o que acontecesse e que, se um dia um cara como ele aparecesse na minha vida, eu não o deixaria passar. 


Notas Finais


Por hoje é só!!!

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Beijinhos!


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