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Amor em Dobro, Escolha Única - Cap 1.


Escrita por: AhMandyn

Capítulo 1 - Cap 1.


Fanfic / Fanfiction Amor em Dobro, Escolha Única - Cap 1.

Em mais um dia nublado e sem graça, sou despertada dos meus sonhos com minha mãe abrindo a cortina do meu quarto e me obrigando a levantar, dizendo que já é tarde. Mas nem são nove horas da manhã! Por que toda mãe parece ter essa função automática de fábrica: acordar os filhos com um susto e falando que estão atrasados?

Juro que quando eu for mãe, nunca vou fazer isso. Ou melhor, não prometo nada. Vovó sempre diz que não devemos dizer "nunca". Falando nela, aparece na porta, sorrindo para mim e para minha mãe.

— Filha, tenha mais paciência com a Izis, ela acabou de acordar — como sempre vovó mantém a paz nesta casa.

— Bom dia, vovó, e obrigada por sempre me defender da minha queridíssima mãe — resmungo enquanto vou até ela para dar um abraço e um beijinho de bom dia. Depois, passo pela mamãe como um raio em direção ao banheiro.

Meu Deus, ninguém merece acordar desse jeito no primeiro dia de aula. Espero que pelo menos este ano tenha alunos novos e legais. Não que eu não goste dos meus colegas, mas conviver com as mesmas pessoas por anos é meio maçante e bastante estressante.

Deixo meus pensamentos de lado e me concentro em escovar o ninho de mafagafos que chamo de cabelo, prendendo-os de qualquer jeito. Melhor eu ir para a cozinha logo antes que minha mãe venha me buscar pelas orelhas.

Quando chego à cozinha, vejo minhas três mulheres favoritas conversando: minha adorável mãe, minha admirável vovó e Malu, a única melhor amiga que já tive na vida.

Eu e Malu nos conhecemos desde que me mudei para cá aos sete anos. Ela foi a primeira a vir falar comigo na escola, e desde então, primeiros dias são sagrados para mim. Existem inúmeras possibilidades para escolhermos nesses dias.

— Bom dia, Malu...

— Nossa, Zizis, que mau humor é esse? O que aconteceu com a menina que hoje estaria pulando de alegria e sorrindo até para o vento?

Odeio o fato de que ela me conhece bem demais para eu disfarçar quando estou de mau humor. Às vezes, ela estraga tudo por sempre saber como estou. É difícil demais surpreendê-la.

— Ah, Malu, dá um tempo, né? Acabei de acordar. E afinal, o que você está fazendo aqui tão cedo assim? — minha mãe me lança um olhar atravessado, mas finjo que não vejo. Minha manhã já está ruim o suficiente; não preciso ouvir sermão por meu mau humor.

— Eu também te amo, viu, princesa? Só resolvi passar aqui mais cedo para ver como você estava e comemorar mais um ano de amizade contigo.

Tem algo errado nessa história. A Malu não é do tipo que lembra e dá importância para esse tipo de coisa. Que bicho será que mordeu ela para estar tão melosa assim hoje?

— Maria Luciane Bianchini, quem você acha que está enganando com esse papo de boa amiguinha? — ela faz uma cara feia ao ouvir seu nome completo. Sei que ela odeia seu nome, por isso mesmo só a chamo assim em momentos importantes.

— Izis, é assim que você fala com a coitada da Malu? — ralha mamãe. — A garota vem aqui fazer uma surpresa e você a trata assim? Cadê a educação que eu e sua avó te demos?

— Deixa pra lá, tia, já estou acostumada com o mau humor dela e sei que a Izis me ama — Malu faz um coração com as mãos para mim.

— Vamos conversar no meu quarto, então, senhora perfeitinha, antes que vocês consigam estragar meu dia... — digo, já indo em direção às escadas para subir para meu quarto.

Melhor evitar maiores confusões, senão minha mãe vai acabar me deixando de castigo. Subimos as escadas correndo em direção ao meu modesto quarto. Malu entra e senta aos pés da cama, brincando com meus ursinhos de pelúcia que estão em cima da minha cama recém-arrumada. Eu entro e fecho a porta atrás de mim.

Ela está tentando passar a aura inocente que sempre usa quando sabe que está errada, mas não quer admitir.

— Dona Izis, você pode mentir até para o Papa, mas não para mim. Desembucha logo o que está te atormentando, eu te conheço melhor do que você mesma.

— Malu, você sabe como é... Primeiros dias são importantíssimos para mim, mas não sei se este ano é adequado fazer novas amizades, já que nem sei se ano que vem vou estudar na mesma escola. Enfim, não sei o que fazer...

— Nossa, eu aqui morrendo de preocupação, achando que tinha acontecido algo grave que você não tivesse contado para sua mãe e sua vó, e era só isso? Seriamente, Izis, você já foi melhor que isso — Malu parecia estar realmente desacreditada. Será que é tão difícil assim acreditar em mim?

— Ai, amiga, eu sei que parece besteira, mas... deixa, deve ser só paranoia minha. — Percebo que a expressão dela se suaviza, então melhor não voltar atrás e manter a decisão de deixar para lá.

— Problema resolvido. Agora, vá ao real motivo de você estar aqui. Minha vó e minha mãe podem até acreditar nessa historinha furada de que você veio aqui só pelo nosso aniversário de amizade, mas eu te conheço, e sua cara sempre denuncia quando você está mentindo. Sei muito bem que minha amizade não seria motivo suficiente para você aparecer aqui tão cedo.

— Pelo amor de Deus, você gosta de um drama, hein? É óbvio que seria suficiente, mas sim, tem um motivo por trás de eu estar aqui a essas horas. Eu realmente tinha planejado vir aqui hoje para comemorar mais um ano de amizade, mas eu iria vir depois da aula. Porém... — percebo que ela está com um pouco de vergonha de confessar o real motivo da sua vinda. Coisa boa não é.

— Vixi, se tem um 'porém', é porque lá vem bomba. Fala logo antes que minha ansiedade me mate.

— É que eu e o Jonas combinamos que ele me levaria à escola hoje, mas ultimamente meus pais estão implicando um pouco com o nosso relacionamento pela diferença de idade, então...

— Me deixe adivinhar, então você marcou de ele vir te pegar aqui em casa para que seus pais não soubessem de nada. Acertei? Óbvio que acertei. O que seus pais pensariam se descobrissem que a princesinha deles está mentindo para eles?

Malu fica vermelha, talvez com medo de eu contar algo, mas se ela me conhece bem, sabe que eu nunca trairia sua confiança.

— Você falando assim até me faz sentir mal... Mas sim, é isso mesmo. Tem algum problema para você? Você também vai sair ganhando com isso, afinal, vai chegar à escola com a gente e não sozinha...

Nem a deixo terminar a sentença. Ela só pode estar tirando onda com minha cara. É impressão minha ou ela acabou de insinuar que eu ia para a escola com ela e o namorado?

— PARA TUDO! EU VOU CHEGAR NA ESCOLA COM O JONAS? — grito para ela perceber o quão absurda é essa ideia.

— Leny, até parece que você nunca foi para a escola acompanhada por alguém além de mim. — Desvio o olhar rapidamente para ela não ver a resposta estampada na minha cara, mas aparentemente não adiantou muito. — Amiga, não queria ser a pessoa a falar isso, mas você precisa de amigos urgentemente, viu?

— Não é isso, o problema é que estamos falando do garoto mais playboyzinho que já estudou na Alberto Nóbrega, vai levar a gente para a escola. Minha amiga, você tem ideia de que seu namorado é uma celebridade e que vamos virar atração pelo resto do ano?

Às vezes parece que ela não pensa. Eu, hein, menina que parece estar sempre no mundo da lua. Ela não tem problemas com a popularidade porque pertence a esse mundo dos famosinhos, mas eu... eu definitivamente não nasci para isso.

— Não tinha pensado nisso... Vamos ter que estar lindas para eles babarem na gente. Com qual roupa você ia mesmo? — vejo um brilho estranho aparecer no olhar dela. Isso definitivamente não é bom. Hoje o dia promete.

Juro que sempre me pergunto como somos amigas. Malu cresceu sendo a princesinha popular e adora ser o centro das atenções. Eu, por outro lado, sou bem mais quietinha e odeio ser o centro de qualquer coisa.

— Bom, eu estava meio em dúvida entre umas roupas. Escolhe para mim? Você tem um bom gosto muito melhor que o meu. Já percebi que você quer causar bastante hoje, e você sabe que sou um desastre quando o quesito é causar.

— Claro, Leny. Diz quais são as opções para hoje.

— Bom, pensei em usar uma blusinha listrada, um casaquinho jeans, calça preta rasgada, e um all-star.

— Desculpa, miga, mas vai parecer que você está indo dar um rolê com os amigos ou que está indo a um enterro qualquer. Além de que isso não combina nada com você, queremos chamar atenção, mas sem deixar de ser autênticas e ainda parecer adequadas para a escola.

—Também pensei nisso, então escolhi uma segunda opção: uma blusa de lã de manga longa com uma jardineira jeans preta, uma botinha coturno preta e uma touca preta também.

—Muito melhor! E coloca os óculos, assim você não precisa perder duas horas com essas lentes de contato. Pronto, visual do dia aprovado, totalmente a sua cara.

—Obrigada, linda. Mas e esse cabelo? O que eu faço com ele?

—Para de reclamar do seu cabelo! Você é uma princesa com esse ruivo maravilhoso. Deixa solto mesmo e aproveita!

A Malu sempre diz que daria tudo para ter um cabelo ruivo como o meu, mas o loiro quase branco com as pontas azul-celeste combina tão bem com ela. Lembro que foi uma confusão quando ela resolveu pintar o cabelo. Queria que minha mãe fosse tão compreensiva quanto a mãe dela foi.

—Tá bom, não precisa começar aquele discurso de como sou abençoada por ter um cabelo lindo e todo aquele blá blá blá. Mas mudando de assunto, será que vai ter algum menino bonito na nossa sala esse ano?— Melhora mudar de assunto, odeio discutir com ela porque ela nunca sabe quando parar.

—A última vez que você ficou com alguém foi na 8ª série. Posso saber o motivo desse interesse repentino?— Péssima escolha de assunto, deveria ter pensado em outra coisa.— Não era você mesma que queria um ano tranquilo?

—Não posso nem ser curiosa? Óbvio que não vou ficar com ninguém, longe de mim. Só queria saber se devo alertar o Jonas sobre possíveis admiradores...— Pensando bem, nem era uma mentira tão grande.

—Uiii, vai jogar essa zica em outra pessoa, quer me deixar mal com meu namorado? Que tipo de amiga é você?

—Para com isso, só estava brincando! Você e o Jonas são meu casal favorito. Ainda vou ser madrinha do casamento de vocês.

Ficamos jogando conversa fora por bastante tempo e só nos demos conta da hora quando minha mãe veio nos avisar que o almoço estava pronto. Nós tínhamos perdido a noção do tempo, já eram mais de onze horas e não tínhamos feito quase nada, ainda tínhamos que almoçar, arrumar o material e nos arrumar.

Descemos as escadas comentando nossas expectativas sobre os novos alunos. Eu estava muito mais otimista do que a Malu, o que não era surpresa nenhuma, já que para ela, todo ano é a mesma coisa.

Assim que chegamos à cozinha, começamos a pegar os pratos e talheres para pôr a mesa.

—Malu, larga esses pratos! Onde já se viu visita arrumar a mesa? Deixa que a Izis Cristina faça isso.

—Que nada, tia eu adoro arrumar a mesa.— Claro que a Malu não sabe mentir, todo mundo sabe que é a mãe dela que faz tudo.

Minha mãe me chamando por meu nome composto na frente dos meus amigos de novo... Eu tento ignorar, mas é mais forte que eu.

—Por que essa cisma de me chamar pelo meu nome? A senhora sabe que eu não gosto mãe.

—Já te expliquei, te registrei como Izis Cristina, então esse é seu nome, e ponto final. E se não estiver bom, a porta está ali, tá?

Ela nunca sabe quando deve ou não ser sincera. Isso é uma benção e uma maldição.



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