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Amor em Dobro, Escolha Única - Cap 2.


Escrita por: AhMandyn

Capítulo 2 - Cap 2.


Fanfic / Fanfiction Amor em Dobro, Escolha Única - Cap 2.


Chegamos na escola, que estava tão cheia como sempre, talvez até um pouco mais do que o habitual, o que era esperado para o primeiro dia. Felizmente, eu e a Malu ficamos na mesma turma, então teremos quase todas as aulas juntas. Só ficaremos separadas nas aulas de línguas, já que eu escolhi espanhol e ela, alemão. Maldita turma de alemão...
Nossa primeira aula seria História da Arte, a matéria que menos gosto, mas pelo menos hoje seria apenas uma aula de apresentação, para nos conhecermos melhor. Já na porta da sala, percebi que havia muita gente nova.
Minha turma sempre foi numerosa, mas eu imaginei que, com a divisão das séries em duas turmas, elas ficariam menores. No entanto, a sala estava lotada, com pessoas espalhadas por todos os lados, ninguém no seu lugar, um verdadeiro caos.
Pode parecer estranho, mas até gosto dessa bagunça. A despreocupação, a leveza de não ter que se preocupar com provas e seminários. Confesso que sinto falta disso durante o restante do ano.
Quando Malu e eu entramos, todos nos olham como se fôssemos celebridades. Bom, a Malu é quase uma, mas eu sou só a Izis, a amiga de todo mundo e, ao mesmo tempo, de ninguém. Um par de olhos em especial chamou minha atenção. Não me pareciam familiares. Olhei para o lado e vi outro par de olhos idênticos, mas esses estavam realçados por uma maquiagem simples. Ambos me encaravam com uma espécie de admiração. Confesso que me deu um certo medo.
Malu me chamou e desvie o olhar. Nos dirigimos aos nossos lugares habituais, que por sorte divina ficavam bem longe daqueles olhos. Ficamos conversando com nossos antigos colegas até a aula começar. Pontual como sempre, a professora Magnólia entrou na sala e foi direto para sua mesa. O burburinho cessou instantaneamente com um simples olhar dela. Parecia que não eram apenas os alunos que lamentavam o fim das férias; a professora também parecia desanimada.
— Bom dia, alunos. Espero que tenham aproveitado bem as férias, porque, daqui pra frente, o que menos terão é descanso. Para começar o ano, vamos nos apresentar. Digam seus nomes completos, idade e, se for novato, o que os trouxe à Alberto Nóbrega. Vou começar e depois seguiremos por fileiras. Meu nome é Magnólia e serei a professora de História da Arte.
Depois de se apresentar, ela deu início àquela cerimônia chata de todo ano, mas, pelo menos, esse ano havia muitas pessoas novas, o que tornava tudo um pouco mais interessante do que nos anos anteriores, quando todos já se conheciam.
Ouvi todas as apresentações até que chegou a vez das pessoas em quem eu estava realmente interessada. Quando a garota que me olhava na entrada começou a falar, ela não apenas se apresentou, mas também apresentou o garoto que estava com ela antes. Pareciam quase uma pessoa só. Agora, olhando para os dois com mais atenção, notei uma estranha semelhança. Além dos olhos, que eu já havia notado, ambos tinham cabelos pretos bem brilhantes e uma pele levemente bronzeada.
— Bem, boa tarde a todos. Meu nome é Maya Lancaster e esse que está sentado atrás de mim é meu irmão gêmeo, Nikolas Lancaster, mas podem nos chamar de May e Nik.. Temos 18 anos e nos mudamos para cá há cerca de uns dois meses. Viemos porque tivemos alguns problemas na nossa antiga escola e achamos melhor evitar futuros conflitos do mesmo tipo. Mas a diretora daqui nos garantiu que não teremos problemas por aqui.
Gêmeos, que interessante. Isso explica por que são tão parecidos. Fiquei curiosa para saber que tipo de problemas eles tiveram, mas acho melhor investigar isso outra hora, porque minha vez de me apresentar estava chegando.
"Olá, meu nome é Izis Cristina, mas, por favor, me chamem só de Izis. Tenho 17 anos e já estudo aqui há um bom tempo. Novatos, se precisarem de qualquer coisa, podem contar comigo. Sei como é horrível se sentir perdido em um lugar novo e grande como a nossa escola."
Enquanto eu me apresentava, percebi que o tal Nikolas não tirava os olhos de mim, enquanto a Maya parecia estar em qualquer lugar menos naquela sala de aula. Já estava começando a me arrepender de ter me oferecido para ajudar em qualquer coisa. Esses dois são estranhos.
— O que você disse, Zizi? Está tudo bem? — perguntou Malu.
— Hã? Só estava pensando alto. Esses gêmeos aí não são meio estranhos, não?
— Olha, eu não achei nada demais neles, mas percebi que pareciam bastante interessados em você.
— Malu, aí você já está imaginando coisas...
Ficamos uma eternidade ouvindo todo mundo se apresentar, até que a professora pediu para formarmos grupos de quatro pessoas para socializarmos e integrarmos um pouco. Eu e Malu ficamos juntas, como sempre, mas quase todos já tinham formado seus grupos, sobrando apenas os gêmeos. Deus, por que você faz isso comigo? Eu não quero ser amiga deles, ahhh... Como não tínhamos outra escolha, combinamos que eu iria primeiro falar com a Maya e aproveitar para perguntar se ela achava que a roupa que estava usando era adequada para a escola. Afinal, quem vem de vestido para a escola?
Malu chamou Nikolas para o lugar onde eu estava sentada minutos antes, e eu fui em direção à versão feminina dele. Assim que me viu se aproximando, ela puxou papo, parecendo realmente desesperada para socializar.
— E aí, menina, você gosta daqui?
— Oi, Maya, né? Sim, eu gosto bastante daqui. Você vai perceber que a convivência entre os alunos é bem tranquila.
— É, sim, mas pode me chamar de May. Você é bem bonita, sabia.
— Ah, obrigada... Você também é bem bonita. Gostaria de perguntar uma coisa — Ela assentiu com a cabeça. — Bom, não pude deixar de notar que você veio de vestido para a escola. Você não foi avisada sobre o código de vestimenta ou só é rebelde mesmo?
— Código de vestimenta escolar? O que é isso? Ninguém nos avisou sobre isso. E não, eu não sou rebelde.
— Não temos uniforme escolar, mas precisamos seguir algumas regras e usar roupas adequadas para o ambiente. Saia e vestido muito curtos, por exemplo, são evitados. Mas, fora isso, é bem tranquilo. Provavelmente ninguém vai te dar uma advertência hoje, já que é o primeiro dia de todos. Mas, se continuar usando roupas inadequadas, poderá ser advertida e só poderá entrar na escola se estiver vestida apropriadamente. Se for advertida muitas vezes, seus pais serão chamados. — Ela me olhava com uma expressão que misturava medo e admiração. — Desculpa, só queria te prevenir para você não ter problemas mais tarde.
— Eu entendo sua preocupação, obrigada pelo aviso. Aparentemente, meu irmão estava certo sobre você. Você é mesmo bem legal.
— De nada. Eu realmente não gosto de ver os novatos se darem mal com as regras da escola. Como eu disse quando me apresentei, pode contar comigo se precisar. Você parece ser uma pessoa bem legal também.
— Obrigada mais uma vez por se dispor a nos ajudar, é muito gentil da sua parte. Espero que possamos ser amigas...
Algo nas reticências dela me preocupam mas deixo o pensamento de lado. — Quando for sair para a próxima aula, deixe seu número de telefone na mesa da professora. Assim, ela pode te adicionar no grupo da sala. 
— Claro, vou anotar já num papel para não esquecer de entregar. Agora, é melhor eu ir falar com sua amiga de cabelos coloridos antes que meu irmão se apaixone por ela.
— Melhor ele não se apaixonar, porque ela já é comprometida. Foi um prazer falar com você.
Algo no olhar dela me deixou a impressão de que ela entendeu algo errado no que eu falei, mas fui sincera. Eu realmente estava gostando de conversar com ela. Talvez eu não quisesse admitir, mas seria legal ser amiga dela. Minha tranquilidade durou pouco, pois Nikolas já estava sentando na minha frente.
— Olá, bela donzela dos cabelos de fogo. É um imenso prazer conhecê-la. Serei sua companhia pelos próximos minutos. — Ele pega minha mão em cima da mesa e a leva aos lábios, beijando-a. Fico totalmente sem graça, ninguém nunca me tratou assim.
— O prazer é meu estar na sua companhia. Eu já avisei sua irmã, mas, caso ela esqueça, lembre-a de que vocês devem deixar seus números de telefone para a professora adicioná-los ao grupo da sala. — Cortei qualquer clima que pudesse surgir entre nós.
— Ok, Izis. Obrigado pelo aviso, e desculpa se te deixei envergonhada. É que achei seu cabelo bastante exótico e bonito. Eu não sabia que você não gostava de elogios. Posso te fazer uma pergunta ou isso seria forçar demais a barra?
— De nada, eu realmente quero ajudar o máximo possível. E não é que eu não goste de elogios, só não estava esperando algo tão original assim. Quanto à pergunta, pode perguntar o que quiser. Sua irmã também me fez algumas.
— Bom, eu reparei que você usa óculos e faz questão de arrumá-los a cada vez que eles se mexem. Você realmente não enxerga sem eles ou é só um charme para manter a postura de intelectual? Porque, se for a segunda opção, parabéns, funciona bem.
— Ah, achei que fosse uma pergunta menos óbvia. Claro que preciso deles. Raramente você me verá sem óculos, e, quando isso acontecer, provavelmente estarei de lentes de contato, porque meu médico diz que não é bom ficar muito tempo de óculos.
— Interessante, os óculos combinam bastante com você, principalmente com essas sardas no seu nariz. — Ele se aproxima para olhar mais de perto minhas sardas, aquelas que eu tento esconder com maquiagem por achar horríveis. Eu podia sentir sua respiração próxima à minha.
— Foi ótimo falar com você,  mas eu e meu irmão temos que ir. Precisamos procurar a sala de espanhol para nos apresentarmos à professora. Sua amiga me disse que vocês eram da sala de espanhol no ano passado. Pode nos dizer onde fica? — Maya nos interrompe sem aviso prévio. Não sei se agradeço por ela ter aparecido na hora certa ou se me sinto envergonhada. Seu tom de voz parecia carregado de ciúmes. Ela não deve ter gostado nem um pouco do irmão tão próximo de uma garota que acabaram de conhecer.
— Na verdade, ainda sou da turma de espanhol, então posso fazer melhor do que dizer onde fica. Posso levá-los até lá, caso queiram minha companhia, é claro.
— Seria ótimo, mas temos que falar com a professora sobre o grupo da sala. É melhor você ir, senão vai se atrasar. Nós temos uma boa desculpa, já você não.
Percebo que ela prefere ficar sozinha com o irmão, então é melhor não insistir. Eu realmente gostei dessa garota e não seria legal perder uma possível amizade por parecer inconveniente.
— Bem, então vou guardar um lugar para vocês na sala. Preferem sentar perto de mim, no fundão, ou querem se sentar na frente?
— Perto de você.
— Na frente.
— Perto de mim ou na frente? Vocês vão ficar separados? Eu entendi certo?
— Não, claro que não, Nik vai sentar comigo na frente.
— Tudo bem, então. Tenham uma boa aula então.
Melhor não insistir, afinal, não devo me intrometer em briga de irmãos. Eu até entendo a Maya estar com ciúmes, pois sou uma garota estranha perto do irmão querido dela.
Malu já estava me esperando ao lado da porta, com uma expressão péssima, como se tivesse visto um fantasma.
— Você está bem? Parece que viu algum tipo de fantasma. Quer uma água, amiga?
— Não, estou bem. Só estou achando um pouco estranho você, logo você, a garota mais quieta que eu conheço, estar toda soltinha com esses dois aí. — Ela fala dos gêmeos como se fossem algum tipo de bactéria nojenta que vemos nas aulas de biologia.
— Maria Luciane, você está com ciúmes de mim?
E SE EU ESTIVER QUAL O PROBLEMA?
— Não é problema nenhum, mas também não precisa gritar comigo. Mas me deixa tentar entender. Você, está com ciúmes de mim?
— Claro, né, boba! Você é minha amiga há anos, e sempre foi só eu e você. Daí chegam dois gêmeos idiotas e te roubam de mim em dois instantes? Eu achei que minha amizade fosse importante pra você, mas, aparentemente, eu só era sua amiga porque você não tinha achado coisa melhor. E saber que esses anos todos eu te considerei como uma irmã...
— Calma, que não é bem assim a história. Eu sempre te considerei minha irmã também, mas eu realmente só tinha você. Se existe alguém aqui que abandonou a amiga, esse alguém é você. Eu sempre aceitei de boa ser sua segunda opção, porque eu só tinha você como amiga, e você sempre tentava me incluir nas coisas com suas outras amigas e depois me deixava sozinha.
—Eu não sabia...
— Me deixa terminar de falar. Depois que suas amigas foram para outras escolas, aí você veio querer ser minha Best, e eu, bem boba, aceitei. Eu sempre fui qualquer coisa pra você, a última opção. E agora que finalmente estou fazendo amizades exatamente como você disse que eu deveria, você vem dar ataque de ciúmes? Olha, Maria, sinceramente, eu te aturei muito tempo. Agora eu não posso mais ter amigos além de você? Só você, princesa, pode ser amiga de meio mundo e me deixar de lado?
— Zizis, desculpa, eu não sabia que você se sentia assim. — Ela sussurra, envergonhada.
— Claro que não sabia, você nunca se importou realmente comigo. Agora vai para a sua sala e me deixa em paz. E da próxima vez que for querer dar lição de moral em alguém, reveja sua conduta primeiro. Eu assumo que fiz errado em te deixar de lado hoje, mas eu finalmente estava confortável em conversar com alguém sozinha. Você deveria ter ficado feliz por mim, e não vir dar ataque.
— Você nunca falou comigo assim, desculpa mesmo. — Ela quase geme com a voz embargada e olhos marejados.
— Vou pensar se você merece meu perdão. Agora vai para a sua sala e me deixe em paz quanto a isso por enquanto.
— Calma, não faz isso comigo... — Ela se aproxima de mim para tentar me abraçar, mas os gêmeos a impedem dizendo ser melhor dar um tempo para os ânimos desinflamarem.



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