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História Amor em Meio ao Apocalipse - Capítulo 18 - "Já Chegamos?"


Escrita por: WImpala67

Notas do Autor


Oiii pessoas! Espero que tenham gostado do último capítulo, e que gotem desse também, principalmente os fãs dos greens!

Capítulo 18 - Capítulo 18 - "Já Chegamos?"


Boomer tinha sangue em seu rosto, sangue em suas mãos, sangue que não era seu.

A chuva fazia com que todo aquele cenário horrível ficasse ainda pior, aumentava o cheiro metálico de sangue e o cheiro terrível de coisa morta. Estava ficando forte, mas Boomer não ligava, se eles o vissem, seu disfarce estaria arruinado e seus planos acabados.  Não iria correr esse risco, não mais.

As gotas de chuva escorriam rápido pelo seu corpo e levava consigo toda a culpa e todo o arrependimento que o loiro já tivera ou ainda vai ter. Para ele, não era hora de ser sentimental, não era hora de ser bondoso, não era hora de sentir pena. Era hora de continuar vivo.

Não iria morrer, nem tão cedo. Ainda tinha contas para acertar.

O azulado olhou frio para os seus olhos, como se dissesse que não tinha como fugir, ele não iria recuar. Era sua vida ou a dele.

E com uma grande força de vontade, Boomer apertou o gatilho.

O corpo do homem de meia idade foi derrubado bem no peito, levou a mão trêmula para o lugar em que a bala atravessou e sentiu o sangue jorrar como e fosse uma fonte, e molhava todo o seu corpo como a chuva fazia. Seus olhos apagados e quase sem vida encarava o Boomer tristemente, e a última imagem que sua mente veria, era o semblante frio e duro do loiro.

Sem mais forças, o homem castanho caiu no chão já morto, como tinha de ser. Seus olhos não tinham mais vida, sua boca expelia sangue, e sua pele permaneceu pálida.

Boomer abaixou a arma que saía fumaça. Não falou ou pensou nada, guardou a pistola na calça e saiu andando antes que os mortos começassem a vir atrás de si. E antes que entrasse no milharal, o loiro escutou os abutres rasgarem a sua pele antes que ele virasse zumbi.

Por dentro, ele sentia que seu cérebro e seu coração lutavam pela razão. Embora o loiro sempre ouvisse seu coração – sua emoção – nesta situação ele achou que sua mente fosse a mais correta a se escutar. E mesmo que já tivesse resolvido, ainda restava um certo arrependimento. Uma certa culpa.

Ele nunca quis matar ninguém, nunca quis espalhar ódio. Mas agora estava de mãos atadas, e cheias de sangue que não eram seu.

Só Deus sabe quantas pessoas já matou.

Boomer permanecia calado ouvindo a discussão entre seu cérebro e seu coração. Ele não queria opinar.  O órgão circulatório dizia que seria melhor ter ajudado aquele pobre homem, o recrutado e dado alguns de seus recursos e sua mente lógica justificava que ele poderia causar problemas, gastaria muitos suprimentos e pelo visto, aquele homem não sabia o que fazer nesse apocalipse.

Para você leitor que não está entendendo bulhufas, aqui está um flashback:

Era de manhã cedo, havia chovido um pouco e o seu cheiro de vivo estava mais destacado pelo ar fresco, Boomer estava andando em uma calçada de uma pequena cidade, procurando indícios de qualquer comida ou água que estaria ali, mas a sua sorte estava contra ele.

O loiro se levantou olhando pela rua e as casas abandonadas ao seu perímetro, não havia nada, apenas o silêncio inquietante e uma pilha de zumbis que estavam presos numa cerca que ficava na outra calçada, impedindo que os zumbis invadissem o outro lado da cidade. Eles ainda estavam vivos, mas presos, então não valia a pena perder o seu precioso tempo matando-os.

Boomer se virou para a parede ao seu lado, abriu sua mochila azul escuro com detalhes em amarelo e retirou uma lata de tinta spray sem nem tirar os seus olhos da parede bege.

Levantou mais pouco seus pés por ser meio baixinho, balançou a lata spray com força e começou a pichar uma mensagem com grandes letras:

“Bubbles, vá para Big Mama, Boomer”.

Era curta e direta, com o simples desejo de que a sua amada visse aquela mensagem e todas as outras que deixou pelas cidades que já passou. Era 40% de chance de vê-la. Mesmo sendo pouco, ainda eram 40%, e em algum lugar ela deveria estar.

Ao terminar, Boomer suspirou e colocou a lata dentro da mochila junto de algumas roupas, uma garrafa de água e uma mochila de plástico com algumas poucas mangas que havia encontrado pelo caminho.

“Era muito estranho, mangas só são plantadas em regiões tropicais como o Brasil, e aqui está em temporada de inverno, como elas vieram parar aqui?” – Ele pensou suspeito quando viu as amarelas mangas em sua bolsa. Porém, como era sorte tê-las encontrado, não devia questionar.

O azulado, antes de fechar sua mochila, pegou uma das frutas e começou a comê-la com gosto. Andou mais pela calçada até ouvir um som familiar.

Click

Era o barulho de uma... Shotgun... A sua Shotgun.

Brianna. Sua querida Brianna.

Boomer calmamente e sem emoção no olhar, tateou o coldre em seu quadril para ter certeza que aquilo não era um pesadelo.  Mas... Não tinha nada. Nenhum indício dela.

Sua cara agora ficara pálida de repente, branca feito papel.

- V-você a-aí. – Uma voz atrás de si falou e Boomer continuou quieto na dele. Se esqueceu completamente que deixara a arma no chão enquanto pichava a parede e não pegara de volta.

“Mas que merda.”.

O loiro escutou um tremelique baixo, mas suficiente para ouvir, o tal sujeito estava tremendo. Talvez com medo, ou pavor.  Não se podia concluir tanta coisa apenas escutando.

- Cara, olha só, eu não faria isso se fosse você, por favor devolva a minha arma e vamos conversar civilizadamente ok? – Ele tentou dar conversa mole, sim, ele não ia simplesmente pegar sua arma de volta e começar a conversar com o sujeito, seu plano era fazê-lo devolver sua Remington e fugir pelo milharal.

Boomer escutou o som da arma ser abaixada, e o homem ainda estava tremendo alto, engolindo em seco como se estivesse confuso. O azulado achou que ele iria aceitar a proposta, até que ouviu ele acionar a arma novamente, mudando de opinião.

Ele respirou fundo para conseguir parar de gaguejar e fingiu uma voz corajosa: - Me dê sua mochila e suas armas, eu não vou ser bonzinho. – Boomer achando que não tinha escolha, soltou sua bolsa dos ombros e colocou no chão, junto com uma pistola sem balas e uma faca santoku.

Com passos lentos e meio receosos, o homem se aproximava para pegar as coisas que estavam no chão. O loiro não mexia um músculo, sabia o quanto a sua arma era boa e suas balas não costumavam deixar as vítimas vivas.

Ouviu a sua mochila ser arrastada para longe rapidamente e suas armas serem levadas.  O sujeito parou no mesmo lugar que antes e novamente acionou a arma para o azulado.

Boomer não sabia o que fazer, uma coisa é ser assaltado e viver sem nada, outra é recuperar suas coisas e correr risco de morrer. Ele tinha que pensar rápido no que fazer. Porém, sua mente falhava quando o assunto era pensar sob pressão.

E continuou no mesmo lugar, congelado, sem saber o que fazer.  E de súbito escutou o barulho alto da sua Brianna ecoar pelo seus ouvidos e seu cérebro.

Mas o tiro não pegou no loiro.

Acabou indo parar numa árvore, fazendo um buraco fino e pequeno.

“Esse cara não sabe atirar...”

Seus reflexos foram maiores que seu raciocínio, o corpo de Boomer simplesmente agia por impulso. O loiro se virou rápido vendo o homem com os olhos arregalados e correu veloz jogando todo o peso do seu corpo em cima do homem, o derrubou ficou por cima e puxou a arma de sua mão se afastando rapidamente, mirando a Remington em sua cabeça.

- Melhor devolver as minhas coisas, porque ao contrário de você, eu tenho uma ótima mira. – Enfatizou ele. Encarando seu rosto pálido e magro suar e tremer. De repente, bem devagar, o homem se abaixou não parando de fitar a arma e pegou sua mochila, jogando para perto do loiro ainda tremendo.

- Por favor, não me mata. – O castanho começou a chorar de desespero e tristeza, Boomer não tirou o seu olhar duro do rosto. – Eu tenho um filho, ele está me esperando... Pelo amor de Deus, não me mata.  – Continuou a implorar.

O azulado olhava sem acreditar, suas lágrimas não pareciam verdadeiras, talvez fosse apenas uma fachada para sair impune. Seu coração gritava para ele parar e deixar aquele pobre homem ir embora, seguir seu caminho.  Então ele só perguntou:

- Qual é o nome do garoto? – Boomer viu o homem olhar para os cantos, meio encurralado. Ele pensou um pouco, e então respondeu.

- Greg. O nome dele é Greg. – Respondeu rápido. E então Boomer teve certeza do que tinha que fazer. O que tinha que escolher.

E então, por fim, ouvem-se os disparos da shotgun.

O resto vocês já sabem.

Abriu as portas de trás do veículo e entrou em meio a aquela bagunça, começando a procurar rapidamente o que queria. Meio impaciente.

Puxou uma gaveta branca e finalmente achou o porta lenços. Com ele em mãos, saiu da parte traseira do caminhão branco e sentou em meio ao volante. Pegou a garrafa com o álcool em gel no banco do carona, junto com um lenço, e começou a limpar sua mãos sujas de sangue.

Ele se melou ao cortar com sua faca o pescoço do castanho, decapitando-o.

Resolveu limpar o sangue por não querer que Bubbles o visse tão sujo.

(...)

*-- Roswell (Novo México) – Domingo 09:09

 

-BLAKE!!!!!! ELE NÃO É MEU NAMORADO! QUANTAS VEZES VOU TER QUE DIZER?!! – Ela berrava e berrava. Mas os risos do seu irritante irmão mais velho faziam-a querer explodir.

-Eu vi vocês dois sozinhos no meio da quadra quando estava saindo da biblioteca, não adianta negar. – Na maior calma ele falava. Mordiscando de leve a linguiça grelhada com a mais perfeita calmaria. 

Barbara sorria baixinho diante da situação, garfando o espaguete ao molho com vontade sem olhar seus filhos discutindo. Todo o dia era a mesma coisa, ela até cansou de tentar mudar. Enquanto seu marido, já com a calvice notável, grunhia e resmungava em pensar na situação de sua filha ter um namorado.

- E desde quando você vai para a biblioteca? – Ela respondeu cruzando os braços e apertando os olhos. Blake ir justamente para aquele lugar específico do colégio era muito esquisito, em todos os anos que estudou lá, nunca viu o irmão na biblioteca.

- Ele foi se encontrar com a Stepha... – A boca do pequeno Booby foi fechada pela mão do mais velho, o impedindo de continuar. Blake viu todas as pessoas da mesa o encararem e um sorriso de lado no rosto de Buttercup.

Frank abanou a cabeça para os lados, em negação, e começou a falar:

- Mocinho, você não vai repetir o ano de novo para se encontrar com sua... Sua... Sua sei lá o que. Está mais do que na hora de tomar jeito e começar uma faculdade para sair da minha casa e nos dar orgulho. – Ele respondeu duro, enquanto Buttercup sorria alegre em ver a bronca do irmão mais velho. – E você senhorita, está proibida de namorar agora, depois quero ter uma conversa com esse tal de “Butch”.  -  Voltou a comer o espaguete terminando de falar. Enquanto que agora era Blake que sorria com o esporro que Buttercup levou.

- Ok... Mas ele não é meu namorado, se é o que está pensando. – Ela respondeu se retirando da mesa levando o prato para a pia e pegando sua bolsa da academia.

Caminhou até a porta bebendo um pouco de água da sua garrafinha, saiu de casa e levou um susto grande ao ver quem estava ali.

Butch. O idiota do Butch.

- Mas o que... O que você tá querendo aqui?! – Buttercup exclamou irritada, quase havia se engasgado com aquele maldito garoto.

Ela o olhou de cabo a rabo e ficou surpresa. Ele estava de terno e o cabelo estava mais brilhoso que glitter. Se não visse os inconfundíveis olhos verdes e o cabelo preto, não o reconheceria.

- Oi docinho, eu vim aqui para pedir sua mão em casamento ao seus pais, se não for muito incômodo, claro. – Ele disse na maior tranquilidade e o coração da morena quase saltou da garganta.

“C-casar?”

Sua voz não saía, ela queria gritar um “não” bem alto e firme para aquele estúpido, que não queria se casar agora e nem ver a cara dele também. Mas antes que sua mente processasse seu pedido, sua mãe apareceu bem na porta, atrás de si, com um sorriso grande no rosto.

- Eu ouvi o que você disse Butch, e sim, eu deixo você se casar com nossa filha. Ah Buttercup, você vai ficar tão linda de vestido de noiva, vai passar a herança da família! Frank! – Barbara falou com corações nos olhos e uma grande alegria no peito, depois entrou para contar a novidade ao marido.

Buttercup ainda ficara paralisada com o ocorrido. Não conseguia se mexer e seu olhar estava vago.

“Marido?”

“Casamento?”

“V-vestido?”

- NÃÃÃÃÃÃÃOOOOO! – Gritou com a maior força que já teve na vida. De repente tudo ficou branco.

E aí ela... Acordou.

“Era tudo um sonho?”

Buttercup levantou-se do banco traseiro com os olhos cansados. Reconheceu logo de cara o mustang laranja em que estava, mas não achara Bubbles no

banco da frente.

- Graças a Deus aquilo tudo foi um sonho... Nunca me casaria com o estúpido do Butch, ele já deve estar morto a esta hora. – Levantou-se do banco abrindo a porta do carro enquanto falava. Iria sair e procurar Bubbles sem dar chilique dessa vez.

Mas quando levantou seus olhos para sua frente. Seus olhos arregalaram-se com tal visão.

Era um celeiro gigante, com diversos muros com arames e estacas de madeira, em meio ao nada. Havia uma pichação no muro com letras feias e pretas, onde lia-se:

Bem-vindo a FunkyTown. Temos tudo o que precisa.

E a única coisa que Buttercup conseguia pensar era:

“Nós... Já chegamos?”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Gostaram? Quero ver muitos comentários ok? Os reds estão vindo aí!
Até o próximo capítulo Hunters, Walkers, ou qualquer coisa que vcs forem!


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