História Amor entre Cisnes - Memórias

Ao longe podia-se ouvir a voz de uma mulher ditando os passos " Um dois três e Plié , um dois três e Tandu, um dois três e Jeté..."  e junto uma melodia sendo guiada pelos leves toque de cada tecla do piano, onde alegremente um jovem sorria e acompanhava o ritmo que fazia os pequenos bailarinos se divertirem durante a aula. Tudo era tão harmonizado que todos no final podiam se diverti na sala dos espelhos por terem um bom desempenho. A professora dava um intervalo de 20 minutos antes de todos irem embora, enquanto o jovem tocava melodias engraçadas e alegre que fazia cada um presente ali pular como pequenas estrelinhas. Uma criança em especial amava aquilo mais do que qualquer um, o sorriso estampado na face dela fazia com que todos se contagiassem, principalmente o pianista.

Essa criança era Kuronoma que na época tinha cabelos longos e prendia em forma de coque e depois soltava para um rabo de cavalo para se divertir. Ele dançava e cantarolava junto com todos ali, com uma alegria na qual nem mesmo ele saberia que seria possível esquecer. Enquanto todos se divertiam ele também ia para perto do pianista e fazia piruetas e giros para que ele não ficasse só no piano, de vez enquanto sentava no banquinho perto à ele e então junto se arriscava tocar algumas notas juntos. E mais do que tudo, amava sempre olhar para cima e ver o sorriso que o pianista guardava no rosto nesses momentos, era tão alto, tão jovem, tão alegre, um mestre pianista no qual ele havia de uma certa forma pura e inocente se apaixonado. E como um lapso de memória, enquanto estava sentado ali, olhando para aquele rosto enquanto a melodia percorria toda a sala, ele lembrou.. Não era apenas qualquer pianista, era o seu grande ídolo, era Oliver, aquele que estava ali. E entre os sorrisos podia-se ouvir Oliver o chamando " - Kuronoma! haha" "Kurono.." " Kuro..." "KURONOMA!"

Seus olhos se encontraram com o de Oliver que estava ao seu lado o segurando tentando chamar sua atenção enquanto as lágrimas corriam pelo seu rosto. - Hey, você está bem? Por que está chorando? Você se cortou? - Oliver tentava encontrar algum machucado em suas mãos para lhe ajudar. - Oliver.. - Seus olhos ainda cheios de lágrimas. - Oi, estou aqui, o que você tem?

-É você.. todo esse tempo,  e era você.. - Quanto mais Kuronoma tentava falar mais lágrimas saia. - Você era Shiro Sensei... - Kuronoma olhou nos olhos dele.- V-você se lembram? - Oliver o puxou para seus braços, e o apertou como se nunca mais conseguisse forças para soltá-lo novamente. - Por que? Porque eu não me lembrava de você? Como eu pude esquecer? - Kuronoma o abraçou de volta sentindo cada centímetro do corpo como se quisesse se lembra de tudo, e então tocou seu rosto. - Como eu pude me esquecer? - Olhou para cada canto do rosto de Oliver, desde seus leves fios que caiam sobre seu rosto, até cada traço que seu rosto formava. Com o dedo indicador tocou-o em sua bochecha seguindo para seu maxilar. - É você... - E de novo mais lágrimas caiam de seus olhos.

Oliver segurou o seu rosto e o puxou para selar seus lábios em um leve beijo, para que Kuronoma se acalmasse. Se afastou, olhou em seus olhos, e então selou outro beijo, se afastou e então pela terceira vez de um modo mais devagar foi se achegando para perto até de um modo gentil os dois selaram um beijo, onde não apenas seus corpos estavam conectados, mas cada lembrança que tinham estivesse sendo vivida de novo.

Oliver se afastou e com um sorriso estampado no rosto acariciou o rosto de Kuronoma - Pensei que você nunca fosse lembrar.. -  Oliver olhou nos olhos dele e deu uma risadinha com o rosto meio vermelho - Seria um pecado não lembrar de alguém como você haha. - Os dois se abraçaram mais uma vez.

- Bom, acho que as panquecas estão nos esperando não é mesmo? - Oliver olhou para a panqueca queimada na frigideira. - EH?? Ahh não, eu esqueci.. que droga! - Kuronoma correu para por água na frigideira. - HAHAHA! Acho que temos um chef aqui hein, ainda bem que essa era a última ou não teríamos café da manhã! - Oliver disse enquanto roubava alguns morangos.

- ah, me desculpe.. - Kuronoma fez um beicinho enquanto tentava esfriar a frigideira. - Bom, acho que isso não é um grande problema certo? - Oliver o puxou para perto e o beijou o beicinho que Kuronoma fazia. - E-eh.. certo. - Kuronoma ficou logo corado.

- Bom, eu tenho uma reunião daqui a pouco com a diretoria do balé, preciso confirmar os dias e horários de ensaio, então mais tarde irei voltar okay? - Oliver foi comendo algumas panquecas prontas e indo para o banheiro para se trocar. - Ah, tudo bem! Nos vemos mais tarde então - Kuronoma ajeitava a cozinha enquanto isso 

Oliver saiu pela porta um pouco apressado deixando Kuronoma sozinho. Olhando pela janela Kuronoma pensou se isso seria realmente um realidade ou apenas um sonho, onde por maldade alguém a qualquer momento pudesse acorda-lo. Sua memória ainda estava um pouco fraca, não era de muita coisa que conseguia se lembrar, tinha muitos fragmentos e cada um sendo meio incompleto. Mas, algo o incomodava, essas lembranças lhe traziam felicidade, mas ao mesmo tempo algo lhe trazia aflição.