Natal
Como odiar Natal?
Impossível
Todos os anos os Weasleys, meus padrinhos e algumas pessoas do círculo mais íntimo da ordem – vulgo Tonks e Moody - nos reuníamos nessa data na antiga mansão Black. Esse ano alguns não puderam participar, mas mandavam lembranças.
No começo da tarde eu comecei a sentir um pressentimento ruim, não sei ao certo explicar, mas estava ali. Ignorei. Esse estava diferente dos outros, mais intenso, mas não chega a doer, era como um aviso que algo estava acontecendo
Agora todos nos encontrávamos na mesa para jantar. Tonks mudava constantemente sua aparência fazendo Hermione e Ginny rirem, Sirius e Arthur estavam em uma conversa sobre quadribol, os gêmeos falavam aos cochichos, Remus e Molly conversavam sobre novas técnicas culinárias, e tinha outras conversas paralelas ao redor da mesa. Ainda me sentia estranho, aquele pressentimento estava me deixando louco, meu peito doía e eu não sabia o porquê. Parecia que a cada segundo a dor aumentava mais e mais, será que fiz mal em deixar isso passar?
Provavelmente sim
-Cara, você ta’ legal? – Ron pergunta
-Sim Ron não se preocupa. – Rony voltou a comer e sem querer escuto uma pequena parte da conversa de Padfoot e o Sr Weasley
-Severus disse que vinha depois que as crianças fossem dormir, ao que parece hoje teve uma pequena reunião e ele tem novas informações – falou o Sr Weasley – Pedi a Remus permitir a entrada dele um pouco antes do jantar
-Fez bem Arthur – Pad concordava enquanto colocava mais vinho em sua taça
Como assim o professor Snape viria para cá? E o que ele quis dizer com ‘novas informações’? Sou tirado dos meus pensamentos por conta do som da lareira indicando a chegada de alguém. Todos olham na sua direção, de lá surge Snape, ele carregava alguém nos braços e esse alguém era Draco.
O meu Draco
Não consigo me mexer, estou em estado de choque. Draco estava ali praticamente inconsciente, isso me preocupava
-Preciso de ajuda – Foi a única coisa que Snape disse antes de Molly fazer um feitiço tirando tudo o que tinha sobre a mesa
-O que aconteceu Severo? – Remus perguntou
-Draco foi torturado – foi tudo o que ele disse enquanto colocava Draco em cima da mesa
-É melhor tirar as crianças daqui para podermos cuidar dele – Molly disse e nesse momento Draco abre os olhos.
-Harry... – foi tudo o que ele disse
-Eu estou aqui Dray – Digo isso enquanto pego a sua mão, tomando cuidado, pois vi que a mesma estava machucada – Shiiii, agora tudo vai ficar bem
-Dói muito Hazz – ele diz deixando umas lagrimas caírem, me apresso e seco elas com a minha mão livre
-Eu sei Dray, mas agora eu estou aqui – todos estavam congelados ao nosso redor
-Ai meu deus Harry – Hermione era a única pessoa que sabia que eu havia encontrado meu companheiro e nesse momento ela acaba de descobrir quem é
-Será que é possível alguém se mover e me ajudar a cuidar do Draco? – Snape falou, fazendo assim todos acordarem do mine transe que estavam
-Quem não é necessário por favor saia – Molly disse, e com isso todas as ‘crianças’ saíram junto com Arthur, eu não fiz menção de me mover – Harry isso inclui você também
-Eu não vou sair do lado dele – foi tudo o que eu disse antes de começar a fazer um pequeno carinho na mão de Draco
-Harry a coisa pode ficar feia aqui, acho melhor você sair – Quando eu ia responder Snape fala na minha frente
-Acho difícil que consiga tira-lo daí – Molly olha confuso para ele – Draco é o companheiro do Harry, ele não sairá do seu lado até que esteja tudo bem com ele
-E o que acontece se tentarmos – Sirius perguntou
-Harry pode te matar – Snape fala assim, na lata. Com isso Sirius e Remus saem para buscar as ataduras, a pedido de Molly
Bem que Molly disse que não seria bonito. Draco tinha algumas costelas quebradas e vários ferimentos abertos pelo corpo, a pior parte era os seus pulsos, eles pingavam sangue, mas não saltava a sua mão, ele precisa daquele contato, eu precisava.
Snape tinha ido até a sua casa pegar algumas poções para dor e outras aí que eu nem sabia para que serviam
Em nenhum momento eu soltei a mão de Draco, a cada vez que algo doía muito e pedia para que ele apertasse a minha mão que eu aguentava e assim ele fazia. Fala coisas bonitas para ele para tentar distrair. Para mim era importante que ele soubesse que eu estaria ali para ele, para tudo que ele precisasse.
Snape volta um tempo depois com uma maleta repleta de poções e vai dando de pouco em pouco cada uma delas para Draco.
Snape depositava uma poção verde em seus ferimentos e logo depois Molly e Tonks enfaixavam.
-Agora ele precisa descansar - Snape disse - Não posso deixa-lo na minha casa, Lucius pode ir atrás dele
-O pai dele fez isso com ele? - Molly perguntou incrédula
-Ele e mais alguns dos antigos seguidores de Voldemort – Molly suspira
-Onde colocamos ele? – Molly pergunta para os meus padrinhos, eu não os deixo responderem
-No meu quarto - Quando Sirius ia protestar eu sinto que meu olhar muda e minha garras aparecem. A um tempo eu li que quando o companheiro de um veela submisso está ferido ele fica extremamente protetor, e eu estava assim com Draco – Acho melhor não contrariar padrinho, eu não quero te machucar – Sirius se encolhe e fica ao lado do seu marido
-Tudo bem então – Snape fala – Harry me mostre o caminho – Solto a mão de Draco e começo a andar para o meu quarto, Snape com Draco no colo logo atrás de mim. Ao chegar no meu quarto Severus coloca ele no meio da minha cama e se vira para mim – Vou deixar lá em baixo as coisas dele
-Certo – respondi
-Cuide dele Harry, e dê essas poções a ele – ele diz colocando as poções na minha escrivaninha – Se possível ainda hoje – assinto com a cabeça
-É o que eu farei – digo sentando na cama
Fico ali olhando Draco dormir por um tempo, beijo a sua testa e vou avisar a todos que vou ficar cuidando de Draco
-Harry querido – Moony começa a falar quando me vê – Podemos conversar? Acho que todos temos perguntas
-Certo, mas tentem ser rápidos, por favor.
-Desde quando sabe que Draco é o seu companheiro? – Remus pergunta
-Desde a segunda semana de aula se eu não me engano
-Porque não mandou uma carta nos contando sobre que havia encontrado seu companheiro? – Remus era o único a fazer perguntas enquanto os outros apenas fica me encarando
-Porque eu não me sentia preparado para contar, Hermione era a única que sabia que eu havia encontrado meu companheiro. Ela descobriu eu não contei e também pedi que ela respeitasse meu espaço para contar quando me sentisse confortável. – Olho o relógio na parede – Tenho que ir, amanhã conversamos melhor, eu prometo. A antes que eu me esqueça boa noite – começo a subir, mas escuto Pad me chamando
-Espere Harry – Padfoot começou a falar – até que ponto vocês foram?
Apenas ignorei a pergunta do meu padrinho e segui para o meu quarto. Draco ainda dormia e me senti um pouco mal por ter que acorda-lo para tomar as poções que Snape pediu para dar, mas tinha que fazer isso, então sento na cama ao seu lado e começo a chama-lo fazendo um pequeno carinho em sua cabeça
-Dray acorda. Vamos Dray é só para tomar uma poção depois a gente pode dormir – digo e ele só solta um resmungo – Vamos lá Dray, é rápido prometo – ele abre os olhos e eu sorri
-Oi – ele fala com uma voz um pouco rouca
-Oi – respondo me levantando para pegar a poção – como se sente?
-Dolorido, mas no geral me sinto bem – eu o ajudo a tomar a poção
-Se sente bem para tomar um banho? – pergunto, afinal ele este todo sujo e com sangue seco espalhado pelo corpo
-Acho que sim
-Ok – me levanto vou até o banheiro que fica no meu quarto e começo a encher a banheira
-Como eu vim parar aqui? – ele pergunta enquanto eu sigo para o meu guarda roupas pegando as peças mais largas e uma toalha, não estava a fim de descer e pegar seu malão agora
-Snape te trouxe aqui
-Mas porque ele faria isso?
-Pelo o que eu entendi Snape é um agente duplo. Enquanto ele está nesse grupo de seguidores fieis as ideias de Voldemort, ele recolhe informações para a ordem
-Uhm
-Vem, vamos tomar esse banho e depois vamos dormir – Eu o ajudo a tomar banho e a vestir as suas roupas – Agora todos sabem sobre nós – digo me deitando ao seu lado
-Significa que poderei te agarrar na frente de todo mundo – ele fala com aquele sorrisinho de lado, olho nos seus olhos e vejo um pouco de dor
-Definitivamente não – faço um movimento para que ele deite no meu ombro – Quando você estiver melhor Sirius nos enchera de perguntas constrangedoras – ele ri nasalado e começo a fazer carinho em seus cabelos
-Eu não fiz nada que você não quisesse – ele fala e dou um tapa bem leve em sua cabeça o fazendo rir – Boa noite Hazz
-Boa noite Dray
Mas eu não consegui dormir nada naquela noite. Estava preocupado, e se algo acontece enquanto ele dormia?
Quando vi que os raios de sol já entravam no meu quarto, sabia que jajá teria que descer e enfrentar meu padrinho maluco. Que deus me ajude
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.