Harry pov
Estava com medo. Não sabia ao certo o que meus padrinhos queriam perguntar ao Dray, isso me assustava.
Draco estava sem reação, ele apertava a minha mão e eu a dele Rem tinha um olhar um pouco curioso e preocupado, já Sirius, era difícil descrever
-Malfoy – Sirius começou - Não fizemos perguntas até agora, mas, acho que já está na hora de nós contar
-Contar o que padrinho? - perguntei olhando para ele
-O que aconteceu na noite que você veio para a nossa casa? Por que chegou naquele estado
Draco travou ao meu lado. Percebi desde a hora que ele acordou no dia seguinte, que era um assunto delicado para ele. Ele olhava perdido para um ponto qualquer da sala, aperto sua mão, como um aviso que estou ali. Ele suspirou e começou
-Para vocês entenderem tudo terei que contar desde o início - Dray fecha os olhos e respira fundo
-No seu tempo, Draco, não tenha pressa – Moony disse
Ficamos em silencio por um tempo, Draco manteve seus olhos fechados o tempo todo, eu fazia um leve carinho em sua mão.
-Quando eu tinha uns quatro anos - começou, mas mantinha seus olhos fechados -, eu e meus pais estávamos no beco dando uma volta, quando meu pai vê dois homens se beijando – ele abre os olhos e nos encara – e eu fiquei olhando, era uma criança curiosa, aquilo era novo para mim. Quando percebeu que eu olhava para os dois rapazes me tirou logo dali, mas antes lançou vários comentários nojentos para eles...
Ele olha para mim apertando minha mão mais forte, eu não sabia o que fazer. Seus olhos, estavam nublados e cheio de dor, isso me machucava
-Quando chegamos em casa, perguntei para a minha mãe se aqueles dois homens se amavam, pois meus pais me disseram que eu só poderia beijam quem eu amasse. Ela não me respondeu. Se manteve calada, com medo. Eu era uma criança - os olhos dele começam a lacrimejar – minha mãe não fez nada enquanto meu pai me puxava para o porão - a cada palavra uma dor crescia em mim – eu tinha quatro anos, não sabia de muita coisa e buscava descobrir aquilo que me interessava. Eu tinha quatro anos – voltou a dizer – quando meu pai me cruciou pela primeira vez – pelo canto do olho, vi Pad fechar os punhos e Moony fazer uma cara que não pude descrever
Draco lutava contra as lágrimas que teimavam e queriam descer
-Fiquei trancado no porão por uns dois dias, se não mais. Quando foi permitida a minha saída, meu pai apenas falava que eu só poderia amar uma mulher e de preferência a que ele escolhesse para ser a minha prometida. Desde aquele dia, ele sempre escolhia a dedo todas as pessoas que iam na Mansão, porque ele não queria exemplos de impureza. - Ele fecha os olhos e uma lagrima cai – E por isso, todas as coisas que eu fazia de errado, ou deixava de fazer eu era punido. Todas do mesmo jeito, crucius e sem comida ou água por alguns dias
Nenhum som era ouvido, a não ser a voz de Draco e a Belinha no quintal comendo grama feliz da vida
-Um dia eu perguntei o porquê de uma imperdoável, sua resposta foi: “sem marca sem remorso”. Quando eu te vi – ele fala olhando para mim – não sabia o que aconteceu comigo, era diferente, nunca tinha sentido isso antes. Tinha vontade de te beijar, abraçar, proteger...., e como não sabia o que eu sentia te provocava – ele ri – agora ‘ta explicado – olho para ele sem entender – outro momento Harry - ele respira fundo e continua – Em uma das festas na Mansão eu acabei beijando Theodore Nott – okay, sem motivo aparente, eu passei a odiar Nott – e foi ali que eu descobri que gostava de homens. Quando Nott apareceu namorando com um menino, meu pai cortou quaisquer relações com eles
Draco suspira, olha para cada um de nós e sorri meio triste
-Era meio difícil ser quem eu sou e não ter ninguém ao meu lado. Ver os pais de Nott o apoiando, enquanto o meu me ensinava a odiá-los, isso me destruía - ele me encara – Pelo menos até o início desse ano. Com você posso ser eu mesmo, ser aquele que eu sempre sonhei em ser. Quando vi o meu pai na estação de trem eu soube que ele sabia de algo, ele mandava eu ser como ele queria que eu fosse e “parasse de ficar com o Potter”, queria que eu encontrasse a minha companheira, e quando falei que era companheiro ele surtou.
Eu percebia que toda aquela história mexia com ele, via o quão magoado ele estava. Puxo Draco para deitar em meu colo iniciando um cafuné nele, vendo-o se acalmando aos poucos
-Dessa vez ele pegou mais pesado que todas as outras vezes. Meu pai achou um livro que pertencia ao meu padrinho, que ficou em casa quando ele morava com a gente. Nele tinha um feitiço Sectumsempra, era como se uma faca ou espada que corta mil vezes, doía, doía muito. A minha sorte é que ele curava logo depois, impossibilitando de ficar cicatriz. - Tentava não chorar, minha vontade é de estraçalhar Lucius Malfoy
Sirius e Remus não ficaram tão chocados com a descrição da azaração, aí tem coisa
-Às vezes não era apenas o meu pai que me punia, uma vez ele e mais dois de seus ‘amigos’, me lançaram um cruciatus, juntos. Acabo desmaiando diante tanta dor, e quando acordo Mike estava lá - fico estático, parando o carinho que fazia em Draco, que soltou um leve resmungo me fazendo voltar a fazer o cafuné - era ele Harry, era ele quem te seguia, foi ele que contou para o meu pai, por conta dele tudo isso que aconteceu comigo aconteceu. Meu pai vai colocá-lo para ser parte da família, ele vai virar um Malfoy, se já não virou.
-Quando eu o pegar nem vai ter história para contar – murmuro entre dentes
Ele continua contando, histórias de quando era pequeno, respondendo perguntas sobre a sua infância, acho que ele aproveitou aquele momento para desabafar tudo o que ele carregou. Moony dava bons conselhos e Pad, dizia que não o odiava mais, mas estaria de olho, principalmente no Draco Junior, Draco no desespero colocou a mão o protegendo e falou, “Se o Harry experimentar, vai ser difícil você conseguir você tirar”. Resultado, meu padrinho e Draco estão correndo pela casa, eu e Rem estamos rindo e tomando chá
Tudo estava tranquilo, até eles gritarem
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