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História Amor Idiota - Snack - Enfermaria


Escrita por: Trevo_Cobre

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 2 - Enfermaria


Eu já sabia o que fazer, só precisava achar o Viscoso e isso não podia ser uma tarefa tão difícil, poderia? Onde cobras oleosas se escondiam quando queriam ficar sozinhas? Cacei em minha memória algo que fosse útil, mas o que eu sabia sobre Severus? Praticamente nada e nem gostaria, se pudesse fazê-lo virar fumaça eu faria com prazer. Sabia que ele era insuportável, horrível, que eu o odiei desde o princípio e que justo agora o moreno estava querendo entrar no time de quadribol.

Bem, ele era amigo de Lily... É claro! De repente me veio a mente ela comentar algo sobre o lago e Severus na mesma frase, mesmo que eu preferisse me referir a ele como Ranhoso ou algo do tipo. Já tinha tudo planejado na minha cabeça, eu só precisava que ele caísse na minha armadilha como o sonso estúpido que ele era. Fui até o lago o mais rápido que pude e sorri satisfeito ao ver o Seboso sentado embaixo de uma árvore, me aproximei devagar.

– Vai chorar, Severus? – O sonserino deu um pulo assim que me viu, bem típico da casa dos covardes.

– O que você está fazendo aqui? O que você quer? – Apenas observei enquanto o garoto procurava a varinha.

– Conversei com James – menti – Se quer que ele deixe Lily em paz, vá a meia noite encontrá-lo em frente ao salgueiro.

– E porque eu deveria confiar em você?

– Porque eu também não quero ver James com a sua amiguinha – Outra mentira, mas era por uma boa causa... Sem Severus, sem mais problemas – Vai bancar o covarde agora? Se você não for, então...

– Eu vou, James e eu, um duelo – assenti com a cabeça, por dentro eu estava rindo – Feito.

 

~

 

James me evitou o resto do dia, isso mexeu comigo, a última vez que brigamos e ficamos sem nos falar, foi por um pudim cinco anos atrás, nada se comparava com o surto dele por conta de Snape. Lily Evans era outra que me evitou, o único que se deu ao trabalho de entender o meu lado foi Remus, que depois das aulas sentou comigo no salão comunal e me lembrou de fazer o trabalho de DCAT que era para amanhã. Depois disso fiquei sozinho, tudo por culpa do Ranhoso. Isso fez meu ódio crescer mais e mais.

Mais tarde da noite, ouvi quando Remus colocou a capa de James e saiu do dormitório, ele iria começar a transformação logo, eu sabia disso e isso também significava que em breve eu não teria que me preocupar mais com Severus. Levantei da cama determinado a não fazer barulho, não queria levantar suspeitas de que eu estaria envolvido com isso, afinal, a culpa não era de ninguém caso Snape morresse, Lupin estaria descontrolado e eu... Só teria dado um empurrãozinho – Literalmente – para que isso acontecesse. Não seria nenhuma grande perda.

Me transformei em cão para seguir o resto do percurso até o salgueiro lutador, uma das vantagens de ser um animago era a discrição. Era bem mais fácil andar por aí sem ser parado ou reconhecido, não que ser Almofadinhas não tivesse outras vantagens. Assim que cheguei ao meu destino, procurei Severus Snape com ajuda de meu faro canino, não foi surpresa que o cheiro estivesse se aproximando, mas foi uma surpresa que não fosse um cheiro ruim, na verdade, o Ranhoso cheirava bem e isso me irritou. Rosnei.

Me escondi atrás do salgueiro, lançando um feitiço para que ele não me espancasse logo de cara, de longe eu conseguiria fingir ser James fácil fácil, só precisava me encostar no tronco e esperar o pobre Severus Snape (Que Merlin tenha piedade de sua alma) se aproximar e então jogá-lo no buraco que dava para a casa dos gritos. Eu conseguia ouvir Moony lá embaixo, os gritos quase tão abafados que seriam praticamente inaudíveis para quem não soubesse o que estava acontecendo, fechei os olhos tentando não pensar nele, isso tornava a minha vida mais difícil e eu não gostava de dificuldades. Mas ainda sim, hora ou outra eu teria que encarar o que estava sentindo por Remus sem fugir no último momento...

– Potter? – ouvi Severus chamar, era agora ou nunca, eu precisava agir – O que está fazendo aq...

Antes que o sonserino tivesse chance de revidar, lancei um feitiço para desarmá-lo, o moreno caiu no chão, fui até ele puxando-o pelo tornozelo, só precisava dar um jeito de jogá-lo na passagem para a casa dos gritos e estaria feito. Quem dera tivesse sido tão fácil, os chutes de Snape estavam me atrapalhando demais naquela tarefa simples, como se não bastasse isso, algo chamou minha atenção: um movimento distante, poderia ser alguém. Distraído com isso, quando me voltei para o Seboso, ele me chutou bem no rosto, me desequilibrei e caí.

Severus tentou fugir se aproveitando da situação, mas consegui segurá-lo bem a tempo. Com um pouco de força demais, consegui jogá-lo perto do buraco dentre as raízes do salgueiro, conseguia ouvir um uivo relativamente próximo. Tentei forçar o sonserino na passagem, mas ele se agarrava na borda da abertura e, quando finalmente a força dele estava se esvaindo e eu conseguia perceber que ele iria ceder, fui atingido por alguma coisa na cabeça, larguei o Ranhoso na mesma hora.

– Mas que porr... – Quando me virei para ver o que havia acontecido, levei um soco, depois de alguns segundos consegui ver quem estava tentando salvar a coisinha oleosa.

– Mas que caralho, Sirius, o que pensa que está fazendo? – Ninguém menos que James Potter, e ele estava puto. Eu conseguia perceber isso não apenas pelo tom de voz como pela forma como meu amigo mexeu nos cabelos, era uma mania minha e dele – Meu Deus cara, o que você... Vai matá-lo se fizer isso.

– Eu... – Minha cabeça estava doendo, não conseguia pensar direito, senti uma vertigem e agarrei a primeira coisa que vi antes que minha visão ficasse completamente ofuscada.

Ouvi um grito e só depois percebi o que tinha acontecido, eu havia me segurado em Snape, e o pior, com isso o Viscoso havia se desequilibrado e caído na passagem. Eu ainda estava confuso quando vi James se atirar no buraco também, tentei me levantar para ajudar, mas minha cabeça latejava, quando levei a mão à cabeça percebi que estava sangrando. O resto das coisas foram mais confusas ainda, me lembro de alguns flashes apenas, Severus gritando, rosnados de algum cão, a voz de James, um feitiço, Dumbledore e então escuridão.

 

~

 

Acordei na enfermaria de supetão, minha respiração estava ofegante, como se eu tivesse tido um pesadelo. A primeira coisa que senti foi uma dor na cabeça, coloquei a mão no lugar e me lembrei da pancada de ontem. Merda. James havia me batido com força. Tentei me sentar na maca, eu podia sentir que estava ferrado como nunca antes. Só agora conseguia ter noção de meus atos. Droga, eu podia ser preso por tentativa de homicídio, isso é, se Snape tivesse sobrevivido.

– Deitado, Black – A enfermeira me colocou de volta na minha posição inicial no mesmo minuto que me viu sentado – Uma contusão na parte de trás da cabeça, isso vai exigir exames mais a fundo...

– Ontem eu... – A mulher me olhou feio, me calei.

– Todos sabemos o que aconteceu ontem, você tem sorte de seu amigo estar lá para evitar que algo pior tivesse acontecido. James Potter, o herói dessa história, essa eu nunca teria imaginado... – Algo me dizia que a enfermeira estava pegando um pouco pesado, James nem era tão ruim.

– Vou ser expulso? – perguntei imaginando o que eu faria. Eu tinha dezoito anos, pouca ou quase nenhuma habilidade. Arrumar um emprego seria difícil por si só.

– Não pergunte isso para mim, não sou eu quem decide – Depois disso fiquei quieto, eu estava fodido.

Lily e James nunca mais iriam querer falar comigo, Remus... Deuses, Remus iria me odiar, os professores sem dúvidas e meus pais... Eu não estava tão preocupado com eles depois de ter evitado minha casa nos últimos um ano e meio, mas... Se eu fosse expulso de Hogwarts, provavelmente iria morar na rua, ou então em Azkaban. Já Severus... Merda, eu precisava descobrir se ele estava vivo. Não devia ter tentado matá-lo, eu não era assim, mal podia acreditar que fiz isso. Por Merlin, como eu era estúpido.

– Snape está... – A enfermeira me olhou como se quisesse devorar meu fígado, engoli em seco – Ele está bem?

– Fisicamente sim, alguns arranhões apenas – suspirei aliviado, pelo menos eu não iria para Azkaban – Já seu amigo...

– O que? O que aconteceu? James está bem? – tentei me levantar, mas a mulher me segurou na cama, me debati – Me solta sua bruxa velha, preciso saber do meu amigo...

– Cala a boca, Sirius! – Uma voz gritou a algumas macas de mim, me voltei para lá encontrando o rosto familiar de James Potter – Vê se sossega e não dá trabalho para ela.

– Pff... Vou avisar que estão acordados e bem – A enfermeira nos deixou sem dizer mais nada.

– James, você está bem? – perguntei um pouco mais alto para ele ouvir, apesar das feições bravas, meu amigo apontou para o braço com uma tala.

– Você não tem ideia do quão puto eu estou, Sirius – abri um pequeno sorriso, pelo menos ele estava vivo.

– Eu posso sentir daqui as suas vibrações negativas – falei imitando a professora de adivinhação, James me olhou feio, resolvi continuar com a imitação – Ó, eu vejo... Consigo sentir... Você quer me trucidar, mas me ama demais para isso.

– Vai se ferrar – Prongs falou com um sorrisinho minúsculo.

– Eu sei que fiz merda...

– Fez, muita – trocamos um olhar, aquilo era sério, nós dois sabíamos.

– Você vai me odiar agora? – perguntei e ouvi um suspiro alto.

– Não, mas tenha certeza que LiIy não vai te perdoar tão fácil – Eu sabia o que aquilo significava, ele teria que fingir estar tão bravo comigo quanto ela. O que James não faria pela Evans? – Você sabe que é ela quem manda com quem eu saio ou não, certo? Quer dizer, eu não vou colocar meu relacionamento em risco, não depois de anos tentando conquistá-la.

– Isso quer dizer que vamos ter que nos encontrar as escondidas nos próximos dias? Me sinto uma amante agora – falei jogando meu cabelo sensualmente por cima do ombro.

– Sinta-se um imbecil, vai ter sorte se não for expulso – murchei na hora e foi a minha vez de suspirar.

– Bem, se eu for... Ninguém conseguirá impedir A lmofadinhas de entrar na escola escondido e comer Snape vivo – Não era justo que eu fosse expulso por conta do seboso, mesmo que a culpa fosse minha nessa história toda.

– Você não aprendeu nada com tudo isso?

– Aprendi que você é um panaca, Lily uma chata e Severus um grande sortudo – cruzei os braços – Além do mais que merda você jogou na minha cabeça?

– Um tijolo – murmurei um "Ah" – Você acha que vai ficar calvo no lugar da contusão? Seria bem feito para você.

– Tudo menos isso, expulso sim, mas calvo não – falei mexendo no meu amado cabelo, James riu e antes que pudéssemos falar mais alguma coisa, Dumbledore abriu as portas da enfermaria.

– Sirius Black, James Potter... Temos muito que conversar – O diretor nos cumprimentou e parou entre a minha cama e a de James, a enfermeira nos olhava a distância – Primeiro você, sr. Potter, eu e toda a equipe de professores gostaríamos de parabenizá-lo por sua bravura e coragem, sem você os eventos dessa noite poderiam ter tornado proporções bem piores. Dessa forma, resolvemos conceder a Grifinória 50 pontos no torneio das casas desse ano, também vai ficar isento de detenção ou quaisquer outras punições, mas apenas dessa vez.

– Obrigado, diretor – Pontas me olhou enquanto falava, se haviam cogitado puni-lo por ser o herói daquela história... Eu tinha motivos para me preocupar seriamente.

– Sr. Black, talvez fosse melhor conversarmos a sós – Dumbledore olhou para James, que olhou para a enfermeira.

– Você quebrou o braço e não a perna – A mulher comentou de mal humor, meu amigo se levantou e começou a andar em direção a porta com Madame Pomfrey em seu encalço. Queria pedir para ele ficar, mas sabia que eu só estaria sendo inconveniente e birrento.

– Vou ser expulso? – perguntei assim que eles saíram, Albus Dumbledore olhou para mim com os olhos cerrados.

– Você desrespeitou o toque de recolher, tentou agredir um colega e pôs a vida de todos em risco – fiquei em silêncio, o olhar duro persistiu por mais alguns segundos – Você não terá que deixar Hogwarts.

– Mas você acha que eu deveria – falei, tudo que o tom de voz de Dumbledore denunciava, mas que ele não poderia dizer.

– Sim, acho bom que entenda que as circunstancias são a única coisa que impedem a sua expulsão, se Severus Snape e James Potter também não estivessem desrespeitando as regras para se encontrar furtivamente durante a noite ou se alguém saísse com machucados mais graves, então as coisas seriam diferentes – assenti com a cabeça, eu estava feliz, mas ao mesmo tempo percebi o quão sérias as coisas poderiam ficar, como se tivesse escapado por um triz – Acredito em segundas chances apesar de tudo, mas você terá que se esforçar, Black. Tem pouco tempo para se redimir, ano que vêm não estará aqui e acredito que uma carta elogiando suas habilidades seria de grande utilidade caso deseje mesmo ingressar como auror.

– Só Sirius, nada de Black, e sim diretor, vou reparar meus erros e tentar melhorar e...

– Cumprirá detenção com Severus Snape durante dois meses, e mais três meses sozinho – O diretor falou arqueando a sobrancelha para mim, pisquei.

– É o que?

– Você ouviu, agora preciso ir, tenho assuntos a tratar – Dois meses com o ranhoso e mais três sem. Cinco meses – Boa recuperação, Sirius, pode pedir mais informações sobre a detenção a Severus e é claro, aproveitar para pedir desculpas.

Aquilo era uma punição dos deuses, cinco meses para pagar por um plano que criei em menos de oito horas e que deu completamente errado. Dois meses tendo que passar horas ao lado de um sonserino que eu odiava. Três meses vendo todos felizes com horários livres. Cinco meses que eu teria que me esforçar mais que nunca para não matar Severus Snape por me colocar em uma situação dessas.

Deitei novamente na cama, as próximas horas longe de detenção, amigos e professores furiosos e um inimigo na minha cola, talvez fossem as últimas horas que eu teria paz de espírito por um longo tempo.  

 


Notas Finais


Não deixem de comentar, favoritar e conferir outras histórias minhas que possam ser do seu interesse.
Até o próximo capítulo!


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