História Amor Lupino (abandonada) - Primeiro dia

Os raios solares atravessando uma fresta da cortina  e iluminando alguns cantos do quarto anunciava o início de mais um dia. Elizabeth permaneceu dormindo por mais alguns minutos sem se importar com a luz contra o seu rosto, até que o barulho estridente do despertador ecoou pelo quarto, fazendo a platinada levantar rapidamente em um pulo e ofegante.

— Merda! — ela exclamou enquanto desligava o despertador que continuava tocando. — Uma hora eu ainda vou ter uma parada cardíaca por causa disso....

Elizabeth calçou suas pantufas e esfregou os olhos. Eram 6 horas em ponto e dali à uma hora teria que ir para escola. Ela foi até o seu closet e pegou uma roupa qualquer; uma blusa cinza de manga longa e uma calça jeans. Depois de pegar um tênis e deixar tudo separado em cima da cama, ela pegou sua toalha.

— Falta cinquenta minutos ainda.... — ela disse caminhando até o banheiro depois de ter visto a hora.

Elizabeth se despiu e mergulhou seu corpo dentro da banheira. Ela sentiu seus músculos relaxarem conforme a água morna envolvia cada centímetro do seu corpo, nada melhor do que um belo banho de água morna antes de ir para a escola.

Enquanto se banhava ela pensava em como seria a escola. Ainda era o primeiro dia e ela já desejava que acabasse. Não sabia como eram os outros estudantes, possuía poucos amigos considerando que não conhecia muitas pessoas, e ainda tinha o problema de sua terrível timidez; daquele jeito ela não conseguiria fazer amizade com ninguém.

— Acho melhor parar de pensar nessas coisas e me arrumar logo antes que eu me atrase.... — ela disse para si mesma, uma mania que adquiriu com o tempo que estava morando sozinha. Falar consigo mesma era algo que ela estava mais do que acostumada.

Elizabeth terminou de se banhar e saiu enrolada em uma toalha. Ela pegou a roupa que havia deixado separada e se vestiu depois de se secar.

Mais uma vez no dia ela suspirou e desceu as escadas até a cozinha, faltavam 20 minutos e ela ainda não tinha nem tomado o café.

Rapidamente ela preparou o café: panquecas e um enorme copo de suco natural de laranja. Não demorou muito e ela terminou de comer. Depois de colocar o prato e o copo sujo dentro da pia, ela subiu as escadas correndo e foi até o banheiro. Faltavam 10 minutos. Ela escovou os dentes, penteou o cabelo e saiu correndo do banheiro. Foi até sua cama e pegou seu tênis.

— Oito minutos. — ela disse olhando para o relógio prateado em seu pulso.

Elizabeth se levantou e saiu correndo, trancou a porta e começou andar/correr em direção a escola, foi quando se lembrou

— Minha mochila! — ela bateu na própria testa e voltou para dentro de casa. Ela correu até o quarto e pegou sua mochila e novamente desceu as escadas, trancou a porta e voltou a correr até a escola.

— Cinco minutos. — ela olhou para o relógio em seu pulso e continuou caminhando.

Ela já estava começando ficar ofegante e ainda precisava percorrer mais alguns metros. Elizabeth olhou para o relógio em seu pulso e percebeu que estava dois minutos atrasadas.

— Merda, merda, merda, merda... — ela falou repetidas vezes até avistar o enorme portão de ferro. — Esse lugar parece uma prisão... — ela disse para si mesma e correu para dentro da escola.

Por sorte, quando fez a matrícula, ela havia conhecido a escola e sabia bem onde era sua sala, então não teria problemas para encontrar.

Elizabeth entrou na sala feito um furacão, para sua enorme sorte o professor não estava na sala e nem os alunos.

— Espera... — ela olhou para o seu relógio e se lembrou que o mesmo estava com a hora adiantada, então ela correu à toa.

A platinada escutou passos atrás de si e viu suas amigas olhando para ela tentando segurar a risada.

— Elizabeth? Você aqui? Cedo?

— Aconteceu uma coisa inesperada e eu acabei vindo mais cedo.... — ela disse sem jeito.

Elizabeth caminhou até suas amigas e abraçou uma a uma.

— Oi, Elaine. — ela beijou a bochecha da loira, a mais baixa entre elas. — Oi, Diane. — ela levantou um pouco os pés, pois a morena era a mais alta ali. — E oi, Merlin. — ela abraçou a outra morena.

As quatro caminharam até as mesas e se sentaram nas últimas carteiras. Se viraram uma para a outra e sorriram.

— Então, Elizabeth... — Diane começou falando. — Nos conte sobre esse imprevisto...

— Prefiro não falar sobre isso. — Elizabeth disse virando o rosto envergonhada.

— Deixa disso! — Elaine falou tentando encorajar a platinada.

— Diga de uma vez. — Merlin disse, também querendo saber.

— Eu pensei que estava atrasada por causa do meu relógio que estava com a hora adiantada e acabei vindo correndo à toa. — Elizabeth disse rapidamente enquanto sentia seu rosto esquentar.

As outras três meninas se olharam e começaram a rir descontroladamente.

— Então... você correu até aqui? À toa? — Elaine perguntou entre risadas.

— Tinha que ser a Ellie.... — Diane disse, também rindo.

— Se você pensou que estava tão atrasada assim, por que não se transformou para chegar mais rápido? — Merlin disse olhando diretamente para Elizabeth.

A platinada olhou por alguns instantes para a morena e depois bateu a cabeça várias vezes na mesa enquanto resmungava algo que não dava para entender.

As três, novamente, começaram a rir mais ainda. Elizabeth esperou alguns segundos e começou a rir também.

— Por que estamos rindo? — Elaine perguntou tentando parar de rir.

— Não sei. — Diane disse do mesmo jeito que a loira.

As quatro pararam de rir imediatamente quando perceberam que os outros alunos entraram na sala junto com o professor.

— Bom dia, alunos. — o professor disse.

— Bom dia. — todos responderam em uníssono.

O professor deu início a aula e Elizabeth acabou se distraindo enquanto olhava para os outros alunos. Ela percorreu toda a sala com o olhar e acabou parando em um certo loiro de olhos verdes que ela conhecia graças a alguns comentários de suas amigas.

Meliodas. Um loiro meio baixinho que possuía um grande poder, era muito temido por todos e poucos trocaram muitas palavras com ele além dos seus companheiros.

Extremamente atraente finalizava perfeitamente a descrição do garoto. 

Elizabeth ficou um tempo olhando para ele enquanto observava cada detalhe do rosto do mesmo sem perceber. Ela sentiu seu rosto esquentar em um nível que jamais pensou ser capaz quando o loiro devolveu seu olhar.

Ele olhou diretamente para ela com a expressão fechada. Elizabeth se atrapalhou toda e acabou deixando seu lápis cair no chão chamando a atenção de alguns alunos. Ela pensou que não tinha como piorar, foi quando percebeu que o lápis havia rolado até perto da cadeira onde Meliodas estava sentado.

— Ótimo! — ela murmurou para si mesma e foi timidamente até perto dele e se abaixou para pegar o lápis. Elizabeth sentiu o olhar do loiro queimando sobre si e correu de volta até seu lugar.

Aquele tinta sido a pior maneira de começar o ano, pensou ela.