Elizabeth pov's on
— Eu quero comer... – Elaine falou fazendo o maior escândalo.
— Mas você comeu quase todos os salgados que eu trouxe... – falei. Logo depois solucei e comecei a rir. As meninas me acompanharam. Até mesmo Merlin que vive reclamando das nossas risadas desnecessárias estava rindo.
— Por que a gente está rindo? – Diane perguntou. As risadas que tinham parado voltaram. Elaine caminhou até a janela e começou a gritar.
— E ‘ae, corno! – corremos até a janela. Um garoto estava passando na calçada. É meio tarde para ter alguém na rua, mas okay. – Cuidado para não cortar os fios com seus chifres! Sua cabeça está mais enfeitada do que árvore de natal! – eu e as meninas começamos a rir. O garoto nos encarou e depois saiu correndo. Provavelmente pensou que somos loucas, e ele não está tão errado.
— Como sabe que ele é corno? – Gelda perguntou entre risadas.
— Reconheço um corno de longe! Os chifres dele estão enormes! – e voltamos a rir.
Falamos merda por mais algumas horas, bebemos o que tinha sobrado e depois, uma a uma, acabamos dormindo.
(...)
Minha cabeça estava prestes a explodir. Cada parte do meu corpo desejava dormir por mais doze horas. O maldito professor está atrasado, o que significa que a sala parece até uma feira. Como alguém pode ter tanto assunto tão cedo? Me levantei e quase corri até o banheiro. Eu não aguentava mais ouvir aquelas vozes.
Sabe, muitas vezes eu penso que o universo tira um pouco do tempo dele só para me infernizar. Não, não é drama adolescente. Como se já não bastasse a ressaca do caralho, o único lugar que eu achei para fugir está ocupado. Okay, é o banheiro e obviamente teria que ter alguém, mas tinha que ser duas pessoas transando?
Fui até a pia e lavei meu rosto. Ignorei os gemidos escandalosos que ecoavam pelo banheiro. Vou falar a verdade, esse cara deve ser muito bom ou essa garota acha que precisa fingir tanto. Porra, nem os gatos no meu telhado fazem tanto escândalo assim. E pensar que eu reclamo deles de vez em quando.
Peguei um comprimido para dor de cabeça. Eu queria que tivesse um para me deixar surda e não precisar ouvir isso tudo, mas infelizmente não tem.
Quando a porta foi aberta, o comprimido desceu rasgando pela minha garganta. A garota escandalosa deu um sorriso presunçoso ao me ver ali.
Nunca quis tanto que um teto caísse na cabeça de alguém como eu quero que aconteça agora. Na verdade, poderia cair a escola toda na cabeça dessa vaca escandalosa.
— Depois nos falamos... – ele falou para ela e deu um tapa descarado na bunda dela. A garota saiu toda convencida e empinando a bunda que não tinha. Acho que é um bom momento para a escola cair na cabeça dela. Nem me importo de ser atingida também. – Está tudo bem, Elizabeth? – morra, desgraçado! Morra, Meliodas!
— Estou ótima... – o encarei através do espelho e sorri. Por fora estava tranquila, mas por dentro, cada célula do meu corpo queria matá-lo agora mesmo. Eu não tenho nada com ele, somos apenas “colegas” e eu não tenho esse direito, mas eu não ligo.
— Não parece. – tomara que você seja atropelado quando sair da escola! Maldito!
— Não fale como se me conhecesse bem. Estou maravilhosa. E mesmo que não estivesse, você não se importa, certo? – se controla. Eu não vou puxar ele pelo cabelo e bater a cabeça dele nessa pia, não mesmo. Ainda tenho dignidade.
— Está estressada hoje... – eu tenho dignidade mas posso perder ao esquartejar ele aqui mesmo, não é?
Apertei a pia com minhas mãos. Coloquei tanta força naquele aperto que o sangue parou de circular em meus dedos. Como eu queria que essa pia fosse o pescoço dele para eu enforcá-lo.
— Muito legal você estar querendo trocar de lado, mas acho que você vai se dar mal se te pegarem no banheiro feminino. – se acalma, isso.
— Sabe muito bem porque eu estava aqui. Bem, você ao menos ouviu... – eu vou afogar ele aqui. Alguém me ajuda antes que eu cometa um crime.
— Não tinha como não ouvir... Os gatos que ficam no telhado da minha casa são menos escandalosos que aquela garota. – a vontade de rir é grande, mas a de matar ele é maior.
— Está com ciúme, Elizabeth? Colegas não sentem ciúme um do outro. – eu vou enfiar o ciúme e o colega bem no cu dele!
— Não estou com ciúme. Não tenho motivo para isso. – ah, eu tenho sim, mas ele não precisa saber disso, certo?
Tomara que pegue uma doença! Maldito! Vai se arrepender por esses idiotas terem me chamado de corna!
— Por que parece que está me xingando mentalmente? – tomara que perca seu precioso pau!
— Se for para te xingar não vai ser mentalmente, pode ter certeza. – vai pegar uma DST, desgraçado!
— Bom, isso não importa. Se me der licença, tenho mais o que fazer. – vai para o inferno!
— Pode ir. – ele saiu com aquele maldito sorriso. Não sou muito de violência, mas eu adoraria quebrar os dentes dele bem agora.
Depois de alguns segundos, chutei a parede e gritei. Gritei pelo ódio acumulado por aquele anão e pela dor. Não devia ter chutado a parede. Me sinto bem burra agora.
Por que eu tenho que passar por tudo isso? A volta da Ellate já é castigo demais. Ela estar me odiando e muito provável querendo me matar é ruim, agora aguentar o Meliodas transando com qualquer vagabunda que aparece na frente dele só completa o pacote para me foder!
— Desgraçado! Maldito! Tomara que perca seu pau! Eu te odeio! – gritei o mais alto que consegui. Não me importo se alguém vai me ouvir e pensar que enlouqueci completamente.
— Disse algo? – Meliodas apareceu novamente.
— Estou falando no telefone... – não sei nem como consegui pegar o celular tão rápido e colocá-lo encostado na orelha. – Ah, não. Estou falando com um babaca aqui que invadiu o banheiro das meninas. – decadente até para mim. – Pode sair, Meliodas? Você não devia nem estar aqui. – ele saiu, mas saiu sorrindo. Ah, como estou odiando ele nesse momento.
Guardei o celular no bolso da calça e me olhei no espelho. Lavei meu rosto novamente e xinguei a pessoa ou o ser responsável por toda essa desgraça na minha vida.
O sinal bateu e eu tive que voltar para a sala. Entrei bem plena ignorando todos os olhares e desejei que Meliodas pegasse uma DST mais uma vez, só para garantir.
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