Bakugou xingou mentalmente Denki com todos os palavrões que conhecia, e alguns que inventou em meio. Tudo pelo rapaz ter esbarrado consigo na porta enquanto corria.
— Ah, desculpa, Bakugou — disse o Kaminari, antes de voltar a caminhar se sentar em frente a Eijiro, que sorriu assim que o loiro tocou seu braço.
Katsuki ficou parado na porta encarando os dois rapazes. Olhava para o sorriso largo de Kirishima e desviava para os olhos brilhantes de Denki.
Aqueles dois tinham algo?
— Está com ciúmes, gatinho? — indagou Ashido parando ao lado do loiro rabugento, que a olhou rapidamente antes de voltar seu olhar para os rapazes. — Eles andam bem próximos ultimamente. Kiribaby disse que se sente feliz quando está com "um loirinho", só descobriu se é você ou Denki.
— Como se eu ligasse para isso — Bakugou murmurou colocando as mãos nos bolsos de sua calça.
— Vocês ficaram bem próximos também, não? É até engraçado você trocar duas palavras com uma pessoa sem xingar ou ficar com sua super cara emburrada — Mina sorriu nervosa quando recebeu o olhar mortal de Bakugou. Engoliu o seco antes de sair aos prantos de lá.
— Kirishima — Katsuki chamou da porta, caminhando até onde o rapaz estava e se sentando em cima de mesa, bloqueando a visão de Kaminari para o falso ruivo. — Uma amiga vai dar uma festa para comemorar seus dezenove anos, e... sabe, eu posso levar um amigo.
— Que legal! Dê meus parabéns para ela... mesmo que eu não a conheça — Kaminari riu baixinho com a inocência do amigo, fazendo com que Katsuki voltasse seu olhar para si.
— Eu queria que você fosse comigo, idiota. — A fala de Bakugou fez um "ah!" sair dos lábios do de fios vermelhos, sorrindo em seguida. — Eu já falei com sua mãe, então é só você aceitaria... ou recusar.
— Eu adoraria! Amo festas, principalmente aquelas que tem bastante comida, sabe? — Katsuki desceu da mesa, dando espaço para Denki debruçar sobre a mesa, olhando para Eijiro com um olhar doce.
— Ótimo. Eu passo na sua casa no sábado no finalzinho da tarde para irmos — disse Bakugou com seu olhar fixo em Kaminari, que deixou um sorrisinho surgir em seus lábios no instante em que Eijiro sorriu. — Tá parecendo um cachorro apaixonado — Kaminari subiu seu olhares para Bakugou, que mantia sua típica cara de raiva.
— Não posso mais olhar para o Kiribaby como se ele fosse a coisinha mais preciosa do mundo? — Kiribaby? Sério? Até ele?!
— Tá gostando dele? — Kirishima estava perdido em meio a conversa, mas se mantinha calado para tentar entender alguma coisa. Enquanto isso, Denki negava com a cabeça, deixando um suspiro de alívio sair de Bakugou.
— Meu coração é da Jirou, todo mundo sabe disso — Katsuki fez apenas um "uhum" e voltou seu olhar para Eijiro. — E você? Tá gostando dele, é?
— Que? Ele é meu amigo, idiota! — Denki sorriu sarcástico, negando com a cabeça algumas vezes enquanto se levantava.
— Você não está sendo sincero, está? — indagou Kaminari em um sussuro para Katsuki, antes de depositar um selar na bochecha de Kirishima e sair em encontro com Sero.
— Eu vou matar esse Pikachu da deep web!
(...)
"A festa de um amigo dele? Quem sabe isso não é um encontro" — disse Mina, do outro lado da ligação.
Kirishima e Ashido estava em ligação a alguns minutos. Eijiro usando o celular de sua mãe, ficando surpreso pela garota ter conseguido tal número telefônico.
— Não acho que seria um encontro... nós somos melhores amigos, Mina.
O de fios vermelhos estava deitado na cama de seu quarto, com o celular no viva voz e a porta entre aberta. Virava de um lado para o outro enquanto conversava com a rosada.
"Eu já acho que ele gosta de você."
— Ele gosta de mim? Mas, tipo, como pessoa, não é?
"Não, ele gosta de você como jaguatirica" — Kirishima riu baixinho com a fala da amiga. — "Digo que ele gosta de você em sentido de namorar, Kiribaby.
O rubor que surgiu no rosto de Kirishima fora inevitável. Com toda certeza Mina iria rir de si se o visse naquele estado.
"Ele é a reencarnação do diabo com todo mundo, menos com você. Tá sempre te ajudando e até te chamou para sair. É claro que ele gosta de você. Mas e você, gosta dele?"
— Gosto... Digo, não... Quero dizer, gosto... Mas... Eu não sei, tô confuso! — Kirishima ouviu Mina rir alto de sua fala, o que o fez fazer bico com os lábios. — Eu nunca gostei de ninguém antes, não sei como é isso.
"Seu primeiro amor? Uh, Bakugou vai ficar se sentindo quando descobrir isso."
— Ele não precisa saber, Mina. Eu nem sei o que sinto.
— Filho, o jantar está pronto — Kirishima se sentou na cama ao ouvir a voz de sua mãe.
— Eu vou precisar ir agora, nos falamos amanhã na escola. Tchau!
"Tchau, Kiribaby! Amanhã vou te dar umas dicas infalíveis para conquistar o coração do seu mozão" — Eijiro riu baixinho, antes de ouvir o som da ligação ser desligada.
(...)
A mesa estava um começo silêncio. O senhor e a senhora Kirishima estavam com receio de dizer algo como no dia anterior e deixar o filho aos nervos.
Enquanto Eijiro queria conversar com seus pais, mas pensava que eles estavam tristes consigo pelo dia anterior.
Mas como o bom menino que era, iria puxar assunto. Nunca ficou brigado com seus pais, e não seria agora que ficaria.
— Eu... vou sair com o Bakugou no sábado. Ele disse que falou com a mamãe, mas achei melhor avisar. — O de fios disse enquanto brincava com a comida de seu prato.
— Ele falou comigo, e... uhm, quando quiser sair com algum amigo, não precisa pedir. Você já é grande. Mas peço que avise para onde e com quem sairá, para que eu não fique preocupada, sim? — disse a senhora Kirishima.
— Pode deixar! — Eijiro sorriu largo enquanto falava, fazendo sua mãe sorrir junto. — Vocês não estão bravos comigo por ontem, né?
— Claro que não, filho — disse o senhor Kirishima. — Você é adolescente, essas explosões são normais. Além do mais, acho que eu e sua mãe somos um pouco invasivos demais na sua privacidade. Fiquei surpreso de como você não saiu xingando a gente ainda — Eijiro riu baixinho antes de colocar um pouco de comida em sua boca. — Bem, só peço que tome cuidado quando for sair com o menino Bakugou. Qualquer coisa me liga.
O de fios vermelhos assentiu, sorrindo largamente enquanto terminava de comer.
Ainda faltava alguns dias para sábado chegar, mas Eijiro estava ansioso.
Ansioso demais para uma simples saída.
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