História Amor para três - Fazê-lo sorrir

Naruto tocou a campainha esperando alguém atender. Tinham chegado na casa de Mikoto, e percebeu que seu filho estava muito ansioso para vê-la.

— Quem é?... Ah, são vocês. – A Uchiha abriu o portão com seu belo sorriso, dando espaço para eles entrarem. 

Obs: Boruto escondia a mão machucada nas costas.

— Naru, pensei que estaria trabalhando esse horário.

— É, aconteceu umas coisinhas e tive que deixar as coisas pra depois, ainda mais quando o Boruto me deu um susto hoje de manhã. – Sentaram num banco de madeira que tinha no jardim.

— Susto? O que houve?

— Ó! – Boruto esticou a mão para que a ômega pudesse ver, ela que assim que viu, colocou as mãos na boca e abafou um grito, logo se levantou e se ajoelhou na frente do loirinho.

— Oh meu Deus, o que aconteceu com você anjinho? – Falou preocupada, analisando com cuidado a mão do garoto.

— Eu me cortei sem querer, mas já tô me curando, o tio Sasuke que fez o curativo. – Falou sorrindo, se lembrando das palavras do médico.

— Ah, o Sasuke que te ajudou? – Boruto concordou. — Fico muito feliz com isso, e tome mais cuidado está bem? O que você estava fazendo na hora?

— Estava cortando um pão, aí me cortei. – Mikoto arregalou os olhos.

— Você ainda não comeu? – Boruto negou com a cabeça. — Pois, vai comer agora, venham os dois comigo.

(...)

— Me ouviu Naru? Se precisar que eu olhe o Boruto, ou te ajude em qualquer coisa, pode vir me chamar, não fique com vergonha por favor. – Mikoto dizia, já de volta no jardim depois de fazer os loiros tomarem um café da manhã reforçado. Naruto sorriu concordando, o jeitinho de Mikoto lembrava muito a Minato, seu pai ômega.

Boruto olhou ao redor do grande jardim, depois se virou para a mais velha.

— Hm... Cadê aquele, cachorro... O grandão?

Mikoto olhou para o lado, logo olhando para o pequeno de novo.

— Quer que eu traga ele aqui? – Boruto sem tanta certeza, concordou.

Mikoto se levantou e se afastou. E Naruto olhou para o filho.

— Tem certeza? Você ficou com medo dele naquele dia.

— Mas eu quero ver ele. – Insistiu e Naruto deu de ombros.

Não demorou muito para Mikoto voltar sendo seguida pelo animal, Naruto riu de leve, estava parecendo uma cena de filme. Mikoto sendo protegida pelo seu guarda costas feroz.

— Aí ele. – Mikoto sentou de volta no banco. — Quer tocar nele? – Naruto ia negar, mas Boruto falou primeiro.

— Quero.

Mikoto sorriu.

— Deita trovão. – O animal obedeceu e Boruto olhou maravilhado para a cena. — Pode tocar nele, não se preocupe, ele não morde nem nada, com o tempo você vai se acostumar com ele. – Boruto acreditou que sim, tomou coragem pra tocar naquele pelo tão escuro quanto o céu da noite. Se abaixou com a mão boa esticada nas costas dele, e não demorou para que sua mãozinha encostasse no animal, este que nem se importou.

— Sasuke desde que bateu o olho nesse cachorro, se apaixonou, nunca vi meu filho mais novo se apegar a algo tão fácil, Trovão é praticamente um filho pra ele. – Naruto ouvia com atenção, vendo Boruto fazer carinho no cão com mais "liberdade" e o cachorro parecia até gostar, pois estava de olhos fechados e o rabo balançando. — Sabe Naru... Meus meninos quando pequenos, eram tão próximos, mas do nada, eles passaram a brigar com mais frequência, discutem, saem no soco, tem vezes que, se Fugaku não separar, eles se matam. – Suspirou. — Tudo tem que dar início a uma briguinha, uma discussão, uma aposta, não sei o que houve, Sasuke só sorri pra mim ou para seu cachorro, Itachi sempre gentil, sorri sempre, mas eu sei que ele sente falta do irmão. – Mikoto parece que tinha tirado um peso das costas. Naruto sentiu uma leve aflição pelo que ela dizia.

— Minha nossa... Nunca passou pela minha cabeça que isso vem acontecendo, mas, eles nunca disseram o porque? – Naruto se preocupou com aquele assunto.

— Não, nenhum deles me falam o motivo, nem pra mim, nem pro meu marido. – Sorriu, olhando para o loiro. — Sabe... No jantar, eu via Sasuke sorrindo pra você, acho que Fugaku também percebeu... Quem sabe você possa mudar ele, não só o Sasuke como, juntar os dois, me entende?

Naruto corou, desviando o olhar, se lembrou que Sasuke sorria pra si desde o momento que entrou na sala do hospital, até a hora que saiu. 

— H-hm, quem sabe eu não possa ajudar né? – Mikoto ficou imensamente feliz. Não que ela estivesse obrigando Naruto a fazer alguma coisa, ela somente percebeu, que em muitos, muitos meses, Sasuke sorriu para outra pessoa por livre e espontânea vontade.

— Ele pode ficar um pouco aqui? Tenho que limpar a bagunça na minha cozinha e não quero que ele veja. – Naruto perguntou, mudando de assunto.

— Claro que pode, não se preocupe eu e ele vamos nos divertir bastante aqui. – Mikoto sorriu para Boruto que agora estava deitado, atrás do cachorro. Parece que estavam se dando bem.

(...)

Já era noite, como prometido, Sai, o amigo de Naruto foi ver ele e Boruto, e aproveitaram pra colocar o papo em dia.

— Agora tá explicado toda a afobação de hoje de manhã.

— Não teve afobação nenhuma. – Boruto falou, concentrado no joguinho do celular do tio, se irritando, pois jogava de mal jeito, por causa da mão machucada.

— Então Naru... Notícias do Kiba?

Naruto revirou os olhos.

– Nenhuma, até hoje aquele desgraçado não deu sinal de vida, eu juro que se um dia eu me encontrar com ele, eu desço ele no soco.

— Poisé... Quatro longos anos e Kiba Inuzuka não deu sinal de vida, desde que ele foi pra Bélgica. – Sai falou, e Naruto continuou emburrado, aquele assunto era difícil pra ele e seus amigos. — Ninguém sabe se morreu, se tá vivo...

— A mãe dele deve saber, mas ela se mudou pra não sei aonde, e piorou as coisas. – Naruto mudava de canal, tentando achar algum bom.

— Pra que esse imbecil foi pra Bélgica mesmo? – Naruto olhou para o amigo, este que tinha um sorriso no rosto... Um sorriso estranho.

— Fazer faculdade e cursos pra ser juíz... Sei não viu, Kiba não era meio certo...– Naruto não se sentia bem falando do melhor amigo, e com certeza ele ia chorar a qualquer momento. — Eu vou no meu quarto, já volto. – Subiu.

Sai suspirou, louco pra contar. Mas seus pensamentos foram cortados pelo som da campainha. Foi atender, quem seria aquela hora?

Abriu o portão vendo um alfa sério, parado ali.

— Boa noite...?

— Boa, o Naruto está aí? – Perguntou frio.

— A-ah, tá sim, quer entrar? – O alfa não respondeu, apenas entrou.

Sasuke ignorou o beta, assim que chegou na sala, viu Boruto tentando jogar em um celular, e foi até ele.

— Eai carinha. – Boruto largou o celular indo abraçar o alfa.

— Tio Sasuke.

— E a sua mão está melhor? Eu vim te ver. – Sasuke pediu para ver a mão do menino. — Não force muito sua mão, sim? – Boruto assentiu. — Cadê seu pai?

— Tá atrás de você.

Sasuke se virou vendo Naruto parado ali, sorrindo pra si, e o outro cara sentado no sofá olhando a cena.

— Sasuke, você por aqui.

— É... Sim. – Sorriu pequeno, Naruto na hora se lembrou do que Mikoto tinha dito. — Eu trouxe remédios pra caso ele sentir dor. – Esticou uma sacolinha pra o ômega que pegou de sua mão.

— Obrigado por... Se preocupar. – Sorriu, com seu típico sorriso Uzumaki, vendo Sasuke sorrir também.

Sai olhava aquela cena cansado, se demorassem mais, ele podia jurar que em sua cabeça acenderia uma chama, uma verdadeira vela.

— Não precisa agradecer, eu... Eu já vou indo–

— Eu te levo até lá fora. – Naruto seguiu Sasuke, sem perceber o sorriso malicioso do amigo no sofá.

— Mas uma vez, obrigado. – Agradeceu novamente assim que chegaram ao portão.

— De nada Naru. – Sasuke sorriu mais uma vez, se virando para ir embora.

— Sasuke. – O alfa parou e se virou. — Quando você tiver um tempo livre, será que a gente poderia ir na casa daquele seu amigo? – Foi o que Naruto conseguiu pensar agora, talvez assim ele poderia passar mais tempo com o Uchiha.

— Claro, quando der eu te falo. – Piscou para Naruto e foi embora.

Naruto suspirou. Sasuke ficava lindo sorrindo, e porque não fazê-lo sorrir mais vezes?

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