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História Amor por encomenda - New York


Escrita por: oitnb83

Notas do Autor


Boa noite amores

Capitulo bem legalzinho, bem interessante.

Espero que vocês gostem.

boa leitura.

Capítulo 23 - New York


Em casa Piper terminava de arrumar a mala enquanto sua mãe preparava um macarrão à bolonhesa. Ao terminar desceu e foi encontrar a mãe na cozinha. Carol terminava de escorrer o macarrão quando ela adentrou pela cozinha.

- Precisa de ajuda? - Piper perguntou ao verificar ao redor da cozinha.

- Agora só vou terminar o molho. Sente-se você parece cansada.

- E estou, tive uma péssima noite e o dia foi puxado como você viu - puxou uma cadeira e se sentou.

- Você precisa de férias, só trabalha e mais nada, vai acabar tendo uma crise de estresse.

- Não vou, eu estou melhor do que nunca estive. - Prendeu o cabelo com o elástico que estava em seu pulso - Estou ocupando minha vida com coisas boas.

- Hum, e qual é a ocupação? - olhou pra filha. 

- Prefiro não falar sobre isso agora, tudo bem?

-  Como você quiser - virou-se novamente para o fogão. - E Alex? - Piper se assustou e demorou alguns segundos para responder.

- O que tem ela? - tentou ser o mais normal possível.

- Nada - pegou o macarrão e virou no molho. - Só saber como ela está.

- Bem - hesitou - eu acho - pegou a barra do caminho de mesa e começou deslizar os dedos, estava tensa.

- Porque não a convidou para ir até NY com você? - virou o macarrão com o molho numa travessa e caminhou até a mesa.

- Eu te falei no outro - levantou e foi até o armário pegar pratos - ela tem os compromissos dela - falou devagar equilibrando suas emoções. Respirou fundo e voltou pra mesa e sentou-se ao lado da mãe depois de deixar os pratos em cima da mesa.

- Verdade, tinha me esquecido. Pensei que ela tinha o horário flexível - serviu um pouco de macarrão para filha.

- As vezes ela tem – omitiu - Queria muito que Alex estivesse totalmente livre para viajar com ela. – Uma merda. falou para si mesma em pensamentos. Seria ótimo passar uns dias com a mãe, havia muito tempo que não faziam isso, mas não podia negar que passar esses dias em nova York com Alex seria maravilhoso. - Ela tem um compromisso muito importante esse final de semana. E mesmo se não tivesse provavelmente ela não ia querer ir.

- Porque? New York é tão bom cheio de coisas pra fazer e ver.

- Carol eu estou indo a trabalho - enrolou o macarrão no garfo e enfiou na boca - e não a diversão - falou de boca cheia.

- Cadê a educação que eu te dei?

- Desculpa mãe, estou com fome. Podemos falar de outra coisa?

- Te incomoda falar dela?

- Não mãe, não incomoda - olhou pra mãe com desaprovação. - Nós temos algum motivo pra continuar falando dela?

- Por enquanto não.

-Mãe? - perguntou pensativa.

- Oi – olhou pra filha.

- Nada não - preferiu não prolongar a conversa apesar de ter ficado curiosa com o que a mãe que dizer com o por enquanto. - Vamos comer, o macarrão está esfriando.

Depois de terminarem o jantar em silêncio foram pra sala onde conversaram um pouco sobre a viagem, sobre a tal vaca e Larry não ficou de fora, o que fez Piper revirar os olhos algumas vezes. A alguns meses atrás definhando com a dor da traição, pensou que o sofrimento duraria para sempre e que as lagrimas não cessariam, Larry era tudo, era o amor de sua vida, como esquece-lo, como apagar aquela maldita cena da cabeça, o marido trepando com outra na cama deles, onde se amavam e faziam planos lindos para quando eles fossem presenteados com um filho. Na cabeça dela era impossível, faria todas as merdas, mas ele ainda ia estar lá dentro da cabeça tomando conta dos seus pensamentos e sentimento, atormentando-a dia após dia.
Outro amor? Isso não passava nem de longe pela sua cabeça. O que ela achou que duraria talvez pela vida toda foi dissipado em poucos meses pelo inesperado, por um olhar, um sorriso, um alguém. Alguém que a enche de alegria, rouba seus sentimentos, sua razão que não dá tempo de pensar no que passou. Esse alguém? Uma mulher linda, sorriu ao pensar nela, nunca sonhou ou ao menos cogitou a ideia de que poderia se apaixonar por uma. Não contou pra mãe sua atual posição diante aos acontecimentos, achou que seria melhor assim, evitaria várias perguntas, já que a mãe tirou o dia para isso.
- Boa noite mãe, vou para o meu quarto preciso finalizar a palestra.

- Boa noite querida, dorme bem. 

- Seu quarto já está arrumado, dorme bem também - Beijou a bochecha da mãe e foi para o quarto. Antes de começar a redigir o final do texto ligou para Alex pra dar boa noite e dizer que estava morrendo de saudades.

 

//                         

 

Alex e Piper passaram uma boa parte da manhã trocando mensagens, a saudade estava demais, como suportariam todos esses dias separadas? A sensação é que seria uma eternidade. Alex não teve outra escolha a não ser ir até o SPA, precisava ter um pouquinho do seu amor pra vencer o final de semana. Depois de almoçar com Nicky, dirigiu até o SPA.

- Boa tarde - cumprimentou ao chegar na recepção.

- Boa tarde, em que posso ajudá-la?

- Vim ver Piper Chapman.

- Tem hora marcada?

- Na verdade não.
- Ela não gosta de atender sem hora marcada.

- É, eu sei – sorriu – mas quem sabe ela não faça uma exceção hoje.

- Vou ver o que posso fazer - pegou o telefone - ela pediu para não ser incomodada se não fosse urgente.

- Diga que é Alex, tenho certeza que ela não vai se incomodar em me atender. - Segurou um sorriso.

- Chefe...

- Espero que seja importante - interrompendo Maritza 

- Tem uma tal de Alex aqui querendo falar com você, disse que você estava ocupada, mas ela insistiu

- Pode deixá-la entrar - disse com um sorriso enorme no rosto e desligou o telefone.

- Ela está a sua espera, depois que passar pela porta grande, é a esquerda.

 - Obrigada - agradeceu em meio a um sorriso e seguiu em direção ao escritório. Bateu na porta.

- Entre - Piper disse. Alex entrou e encontrou a loira encostada na mesa.

- Oi - aproximou da loira - desculpa ter vindo sem avisar antes, mas eu precisava...

- Shh - colocou o dedo indicador sobre os lábios da morena interrompendo-a - foi a melhor coisa que você poderia ter feito - segurou a cintura dela e encostou o corpo no dela.

- Eu estava morrendo de saudades - falou com os lábios praticamente colado nos lábios dela.

- Eu também - abrindo um espaço com a língua entre os lábios quentes e carnudos. O beijo começou lento, cheio de saudades, as mãos nada sutis de Alex invadiram o suéter de linho da loira, o corpo quente se arrepiou e arqueou levemente com o toque das mãos geladas. O beijo ficou mais intenso quando as mãos de Alex chegaram aos seios da loira e as mãos de Piper apalpavam o bumbum de Alex. Piper terminou o beijo bruscamente e afastou Alex gentilmente.

- O que foi? - perguntou confusa.

- Estamos no meu escritório. Polly está ali do outro lado da porta e minha mãe pode chegar a qualquer momento.

- Sua mãe está aqui? - falou baixo quase um cochicho.

- Sim, vamos para o aeroporto daqui e ela foi aproveitar o que SPA tem a oferecer.

- Espero que ela demore - grudou na cintura da loira e deu um beijo rápido que foi retribuído.  - Trouxe uma coisa pra você - afastando da loira.

- O que é? Você nem ao menos trouxe uma bolsa.

- Está aqui comigo - sorriu e tirou a jaqueta.

- Al! - Piper exclamou.

- Relaxa - tirou o suéter. Piper ficou ansiosa. 

- Tá maluca? 

- Não, só vou te dar o que eu trouxe pra você. - Tirou a camisa cinza estilo vintage com uma estampa vermelha levemente desbotada escrito Love you.

- Meu Deus Alex, você quer me matar? - os olhos de Piper desceram até os seios cobertos por um sutiã de renda transparente.

- Só se for de amor - sorriu e deu um selinho longo nela. - Trouxe pra você - entregando ela a camisa. - Você queria meu cheiro, agora você tem meu cheiro - Piper pegou a camisa e levou até o nariz, e o cheiro inundou suas narinas. - Pelo menos para o fim de semana.

- Isso vai me deixar com mais saudades ainda - deixou a camisa em cima da mesa e pegou o suéter de Alex.

- Talvez te ajude a matar um pouco da saudade também. - Piper a abraçou.

- Acho que você deveria vestir isso - enfiou o suéter pela cabeça dela - está ficando impossível resistir ficar te olhando assim - beijou a pontinha do nariz dela.

- Impossível quanto? - inclinou a cabeça e beijou o pescoço dela. - Piper encolheu.

- No limite. Então é melhor terminar de vestir isso - pegou o braço dela e enfiou a manga, pegou o outro braço e fez o mesmo. Alex ajeitou o suéter no corpo. - Assim está bem melhor - ao terminar de falar beijou os lábios dela.

- Você acha mesmo? – falou provocando.

- Não, do outro jeito estava melhor. - A beijou novamente, um beijo longo e apaixonado que só terminou porque lhes faltaram fôlego.

- Já estou sentindo saudade - deu um selinho rápido nela.

- Eu também - fez biquinho.

- Não faz essa carinha, senão eu te sequestro.

- Eu não iria achar ruim.

- Que horas mesmo é o voo?

- As 18hs 

- Quase na hora de você ir - pegou a jaqueta.

- Ainda bem que você veio - Piper se aproximou um pouco mais de Alex para lhe dar mais um beijo quando a maçaneta da porta girou fazendo um pequeno barulho, elas se afastaram imediatamente, Piper foi para trás da mesa e Alex segurou no encosto da cadeira.

- Não se preocupe Alex, vai dar tudo certo, segunda conversamos melhor quando eu estiver de volta de NY.

- Oi Alex que bom te ver novamente. - Aproximando-se da morena.

- Oi Carol, bom ver você também - abraçou a mulher cumprimentando-a - como você está?

- Muito bem e você?

-Bem na medida do possível - olhou pra Piper - vou indo nessa, tenho que resolver uns assuntos 

- Acabei de chegar - Carol disse.

- Eu já estava mesmo de saída e vocês tem um voo daqui a pouco, não quero atrasa-las.

- Nem vi a hora passando - pegou o celular na bolsa pra conferir a hora. - Espero te encontrar em breve Alex.

- Teremos outras oportunidades - sorriu - e mais uma vez foi um prazer vê-la novamente. - Abraçou a mulher mais uma vez - Tchau Piper, façam uma boa viagem.

- Obrigada - mãe e filha agradeceram.

- Eu te acompanho até a porta - Piper disse. Deram uns 5 passos até a porta, Piper puxou a porta fechando deixando um vão suficiente para acomodar seu corpo.

- Te amo - Alex disse apenas movimentando os lábios.

- Amo você também - Piper respondeu da mesma forma e fechou a porta.

 

***

A viagem de pouco mais de uma hora foi tranquila, a primeira coisa que Piper fez ao pegar o celular enquanto faziam o caminho de Uber até o hotel foi enviar uma mensagem pra Alex dizendo que já tinham chegado, que assim que desse ligaria pra ela.
No hotel enquanto Carol tomava banho Piper foi até a sacada para ligar pra Alex, elas conversaram por quase 1 hora, teriam ficado mais tempo se Piper não tivesse sido interrompida pela mãe chamando-a dizendo que estava pronta.

- Com quem estava falando?

- Com Polly, porque?

- Hum, nada não. Você está pronta?

- Só vou calçar a bota e vamos.

- Vamos em algum lugar especial?

- Hoje vamos jantar aqui no restaurante do hotel mesmo, a senhora se importa? Preciso dormir cedo para estar bem-disposta amanhã. - Terminando de calçar as botas.

- Que horas é a palestra? 

- As 10hs. Amanhã podemos ir em alguns lugares o workshop é até as 17hs, mas não devo ficar até o final.

- Faremos o que der pra fazer 

- Vamos? - pegando a bolsa.

Depois de um jantar leve a base de salada e peito de frango grelhado voltaram ao quarto, Piper vestiu um pijama flanelado e antes de deitar para dormir leu o texto mais uma vez conferindo se não estava faltando nada e se estava devidamente por dentro do que teria que falar. Apesar da ansiedade e do nervosismo sabia que tiraria de letra. Desligou o laptop, deu boa noite pra mãe que assistia o noticiário, virou para o lado e de dentro do pijama puxou um pedaço da camisa que Alex tinha a presenteado e assim dormiu sentido o cheiro da amada.

 

***

Piper acordou às 8h, Carol já estava de pé e já tinha pedido o café da manhã, suco, café, salada de frutas, pão de canela e minicroissant. Antes de levantar espreguiçou esticando todo o corpo e sentiu mais uma vez o cheirinho da amada.

 Deu bom dia pra mãe e foi direto para o banheiro, tomou um banho rápido vestiu um roupão felpudo, voltou para o quarto e se sentou pra tomar café. Tomou um copo de suco, comeu um pão de canela, provou o croissant e encerrou com meia taça de salada de frutas.

Usando calça de crepe preta estilo clochard, blusa no mesmo tecido e cor em decote v, scarpin preto e blazer branco, o cabelo preso como o habitual com alguns fios soltos e o mínimo de maquiagem possível. Ela desceu para o salão onde aconteceria o workshop com meia hora de antecedência na companhia da mãe que seguiu direto para onde as cadeiras estavam posicionadas em frente ao pequeno palco e se sentou na segunda fileira juntos com os demais participantes, umas 100 pessoas mais ou menos de várias cidades. Enquanto aguardava ao lado do palco recebeu algumas mensagens desejando-a boa sorte, sorriu lindamente ao ler uma em especial. As palavras de carinho e motivação afastaram um pouco da ansiedade e do nervosismo que estava sentindo. Seria a primeira palestrante depois das apresentações sobre o workshop.

- E agora eu deixo a palavra com Piper Chapman que vai falar um pouco sobre a estética corporal. - Piper subiu ao palco, aparentemente segura, pegou o microfone e sorriu.

- Como foi dito me chamo Piper Chapman, tenho 25 anos e sou dona do SPA Oxygen que fica em Chicago ao lado de uma amiga que cuida da parte administrativa. Desde criança eu tive interesse nessa parte, eu adorava massagear meus pais, eles não gostavam muito, porque eu era desajeitada e apertava mais do que deveria, e eles diziam que estava ótimo, até eu crescer e descobrir a verdade - riu, a plateia também riu. - Agora vamos deixar minha vida de lado e vamos ao que interessa. Estética corporal e seus objetivos.

 

Desde a antiguidade que existe a preocupação com a beleza, Cleópatra é um exemplo. Desde então as pessoas vem buscando tratamentos e produtos para que possam ter uma melhora da aparência física.

A alguns anos atrás o cuidado com o corpo era resumido em dietas, cremes e aparelhos que nem sempre davam resultados satisfatórios. Mas a tecnologia vem evoluindo nas ultimas décadas e os tratamentos estéticos estão dando resultados cada vez mais satisfatórios e com isso mais e mais pessoas estão buscando tratamentos para melhorar a aparência física e ter o corpo mais próximo a perfeição, assim elevando a autoestima e a qualidade de vida.

 

A estética corporal vem melhorando a vida de muitas pessoas e o profissional dessa área é capacitado em usar técnicas e procedimentos que vão melhorar a silhueta agindo em gordura localizada, celulite, flacidez e outros problemas que podem comprometer a boa aparência. E os benefícios podem ser variados dependendo do tipo de procedimento a ser realizado. 

Vou falar um pouquinho sobre alguns tipos de tratamento e seus benefícios, já que são muitas as variedades e cada um com uma finalidade especifica. 

 

Drenagem linfática

Este é um dos mais procurado no meu SPA.

Um retroprojetor foi ligado e alguns slide de fotos e vídeos foi passando a medida que Piper ia explicando.

Através de movimentos suaves e contínuos a drenagem linfática serve pra melhorar o fluxo linfático, acelerando o metabolismo, a circulação, vascularização e é ótimo no pré e pós operatório.

 

Endermologia

 

A endermologia é uma massagem feita por sucção através de um aparelho, que age nos vasos linfáticos eliminando gorduras e toxinas do corpo e ótimo no combate da celulite e flacidez.

 

A palestra durou um pouco mais de uma hora. Piper ficou feliz com o resultado de sua palestra, houveram algumas perguntas que foram respondidas com muita clareza. Fizeram uma pausa para o almoço e a palestra seguintes foi sobre empreendedorismo, que Piper fez questão de assistir. As 17:15hs foi encerrado o primeiro dia, com 1 hora de amostras de algumas técnicas presididas por Piper e dois outros esteticista. O que atrapalhou um pouco os planos da loira de sair um pouco mais cedo, ela não poderia recusar o convite.

O dia foi cheio, apesar de ter sido ótimo foi cansativo, muitos participantes a abordaram ao final, e àquela altura ela só queria chegar em casa, tomar banho e ouvir a voz de Alex. 
E foi o que ela fez assim que colocou os pés no quarto, tomou banho e vestiu uma roupa quente e confortável, sairia com a mãe, mesmo NY estando gelada. Enquanto sua mãe tomava banho ela ligou para o seu amor.

- Oi vida minha - Alex disse ao atender o celular. - como você está?

- Exausta, acho que mais do que deveria.

- Eu te faria uma massagem se eu estivesse aí - sorriu - Como foi a palestra?

- Melhor do que eu imaginei - Piper preferiu ignorar a parte da massagem, sabia muito bem onde a conversa daria - fui muito requisitada – riu.

- Espero que não seja da maneira que eu acabei de imaginar.

- Não foi dessa maneira - riu - apesar de que dois caras me convidaram para jantar e trocarmos umas ideias sobre estética.

- Eu seu muito bem qual estética eles queriam conversar. Fique a senhorita sabendo que essa estética só pertence a mim.

- Pode ter certeza que sim - sorriu como se Alex estivesse na frente dela. - Essa é só você que pode aproveitar.

- Acho ótimo.

- A vista daqui da sacada do hotel é linda, já imaginei você aqui comigo me abraçando e curtindo a estátua da liberdade...

- Não precisa continuar - Alex a interrompeu - não quero sentir mais saudade do que eu já estou sentindo.

- Também estou morrendo de saudades. E Sylvie? 

- Chega amanhã, estou ansiosa.

- Vai dar tudo certo. - Fez uma pequena pausa - Alex?

- Oi

- Promete pra mim que não vai fazer sexo de despedida com ela. - Piper falou sério. Alex riu.

- Eu não vou fazer sexo de despedida com ela - riu - eu prometo.

- Al eu estou falando sério.

- Eu também, eu não vou fazer nada que possa te magoar. Estou aqui arrumando as coisas dela numa mala.

- Espero.

- Não confia em mim?

- Confio - escutou a porta do banheiro batendo - preciso desligar, Carol já terminou o banho, vou dar uma volta com ela, mando mensagem pra você depois ok?

- Ok. Divirtam-se. Te amo e mil beijos nessa sua boca gostosa.

- Também amo você, e outros mil na sua boca. - Desligaram o celular.

Mãe e filha passearam por Manhattan, fizeram compras e jantaram em luxuoso restaurante japonês onde deixaram o sushi de lado e optaram por comer lagosta e tomaram algumas doses de saquê. A noite estava muito fria, mas o passeio foi agradável. Voltaram para casa por das 22:30hs. Depois de se trocar Piper pegou o celular pela primeira vez depois que saiu, sorriu que nem uma boba apaixonada com a mensagem de boa noite que Alex havia enviado, estava tão entretida que não ouviu sua mãe a chamar por duas vezes e só atendeu na terceira vez e mesmo assim porque a mãe despertou a atenção dela jogando um objeto pequeno qualquer que encontrou pela frente.

 - Aí mãe.

- Estou te chamando e você não responde, não teve outro jeito,

- Desculpa, distrair lendo uma mensagem aqui.

- De quem?

- Suzanne minha advogada confirmando nossa reunião pra segunda e falando de alguns pontos importantes. - O que era verdade.

- E precisa sorrir assim?

- Claro talvez seja um ponto final na minha história com o Larry, mas não vamos falar dele por favor, não quero estragar minha noite.

- Queria te fazer uma pergunta sobre uma coisa que eu estou muito curiosa.

- Sobre? - Piper deixou o celular de lado depois de enviar uma mensagem curta de boa noite pra Alex.

- Sobre você - Carol a olhou pensativa.

Neste momento o celular de Piper tocou.

- Oi pai.

- Oi querida, como você está?

- Exausta, mas bem.

- Como foi a palestra?

- Ótima, melhor do que imaginei

- Que bom filha, fico feliz. Gostaria muito de ter estado aí.

- Tudo bem pai eu entendo a situação.

- Sua mãe está perto de você?

- Está sim, vou passar pra ela. - Piper passou o celular pra mãe e foi até o banheiro, escovar os dentes, fazer xixi e dormir.

 

***

Sylvie chegou em Chicago por volta das 9h e foi direto para o seu apartamento como havia combinado com Alex no dia anterior. Por volta das 13hs Alex saiu do seu apartamento a caminho do apartamento de Sylvie carregando a mala com os pertences dela. Fez o caminho todo super tensa, estacionou o carro e desceu levando a mala consigo, entrou no prédio e subiu até o andar que Sylvie mora, parou diante da porta, respirou fundo e tocou a campainha. Não demorou muito a porta foi aberta por Marie mãe de Sylvie.

- Oi Alex, quanto tempo não te vejo. - Abraçando a morena.

- Oi Marie - Alex soltou a mala e retribuiu o abraço.

- Como você está?

- Ótima, e você?

- Cansada da viagem, mas bem.

- Fico feliz. Onde está Sylvie?

- No quarto, deve estar deitada, chegamos agora pouco do restaurante.

- Vou lá. - Deu meio sorriso e seguiu para o quarto de Sylvie puxando a mala. Assim que entrou no quarto Sylvie correu para abraça-la, um abraço apertado e saudoso, Alex não abraçou da mesma forma, Sylvie foi beija-la e ela esquivou virando o rosto para o lado, o beijo pegou na bochecha.

- O que foi? - Sylvie perguntou confusa.

- Precisamos conversar.

- O que aconteceu Alex? Não me diga que fez merda.

- Eu não fiz merda. O que tenho pra falar é sério e não tem outra forma de ser dita sem te magoar. - Alex fitou a mulher que já tinha o olhar desolado e o pesar da voz da morena fez a sua expressão mudar severamente de feliz para angustiada o que a fez se afastou da morena.
- O que tem nessa mala?
- Suas coisas.

- Meu Deus não, me diz que... - Sylvie engoliu seco e não conseguiu terminar a frase.

- Eu gosto muito de você e o que tivemos foi muito importante pra mim, é uma dívida que terei para sempre com você. Eu cheguei à conclusão de que eu não te amo da mesma forma que você ama e que o melhor será nos separarmos. - As lágrimas minavam dos olhos castanhos a cada palavra saída da boca de Alex, elas entravam pelo ouvido e caiam como rocha em seu peito esmagando seu coração. - Eu sinto muito Sylvie. – Os olhos de Alex marejaram.

- Eu sinto muito Sylvie? - replicou com a voz embargada - Você realmente sente Alex? Como você chegou a essa conclusão em tão pouco tempo? - alterou o tom de voz. 

- Sylvie eu só quero que você entenda que não seria justo ficar com você e não retribuir o sentimento da mesma forma, e eu não seria justa comigo mesma ficar com você só pra não ter que te magoar sendo que eu não compartilho do mesmo amor.

- Alex a gente não deixa de amar da noite para o dia - aproximou da morena - seja lá o que você tenha feito eu posso superar. - As lágrimas ainda molhavam o rosto da mulher.

- Não foi do dia pra noite Sylvie, isso já vem de alguns meses e sua ida pra Alemanha foi só o dosador. Eu não te amo como você merece ser amada, eu não sei te amar como você me ama e não quero ficar brincando com seus sentimentos, eu sinto muito mesmo em estar de magoando porque eu realmente tenho um carinho especial por você.

- Sente um carinho especial, mas não pode me amar? Vai você e o seu carinho especial para o inferno – gritou.

- Sylvie - Alex se aproximou e colocou a mão no ombro dela - me perdoa. - A mulher se afastou

- Você está brincando comigo, não está?

- Não, eu realmente gostaria que você me perdoasse e tentasse entender.

- Você vem aqui, faz o meu mundo desabar, faz o chão sob meus pés se abrir, e o pior partiu meu coração sem nenhum escrúpulo, e quer o meu perdão?

- Não tinha outra forma de fazer isso, eu queria muito que tivesse outro jeito de ter essa conversa sem te machucar.
- Mas não tem outro jeito Alex. Você me amou de verdade algum dia? - fitou os olhos verdes marejados. Alex hesitou, pensou e fitou com pesar a mulher a sua frente. - Responde Alex e para de ficar me olhando com pena, a merda já foi mesmo derramada. - A mulher tinha a voz completamente alterada. Na sala Marie e Trícia tentavam entender o que estava acontecendo. 

- Sylvie!

- Responde Alex, é uma pergunta simples.

- Não o tanto que você merece.

- Quer saber Alex, some da minha frente e vai procurar perdão na casa do caralho, eu espero que um dia você sofra tudo o que está me fazendo sofrer.

- Sylvie...

- SAI ALEX - apontou pra porta.

- Sylvie, por favor.

- SAI AGORA.

Alex saiu cabisbaixa, encontrando Marie e Trícia na sala uma mais assustada que a outra. 

- O que aconteceu lá dentro? - Marie perguntou.

- Terminei com ela. - Suspirou e as lágrimas que ela vinha evitando rolaram. - Me desculpem por isso, acho que ela precisa de vocês. - Alex disse.

- OMG - Trícia disse e saiu correndo em direção ao quarto.

- Sinto muito. – Alex disse mais uma vez.

- Relacionamentos são assim, fique tranquila, eu sei que deve ter sido difícil pra você tomar essa decisão pela história de vocês. - Abraçou a morena - não vou te odiar por isso.

- Obrigada Marie isso é muito importante pra mim. - Abraçou a ex sogra de volta. 

- Vou lá conversar com ela e você fique bem.

- Obrigada. - Assim que Alex saiu Marie foi pro quarto da filha e a encontrou em prantos nos braços da irmã.

Alex foi direto para o apartamento de Nicky, estava aliviada por ter tirado esse peso das costas e de estar totalmente livre pra Piper, mas por outro lado estava triste por ter magoado alguém que tanto a ajudou. Só queria um abraço apertado e ouvir que não tinha outra maneira. Nicky como sempre consolou a amiga e disse que pior seria se tivesse contado que tinha outra pessoa. Passaram praticamente o resto da tarde juntas deitadas e abraçadas na cama da amiga .

 

***

 

Fim de tarde em New York, a palestra sobre estética facial havia sido ótima, e a vontade que Piper tinha em inserir o procedimento em seu SPA só aumentou, pensaria sobre o assunto em breve. 

Piper terminou de se trocar e pegou o celular, tinha acabado de chegar do shopping com a mãe e queria muito ligar pra Alex saber em detalhes como tinha sido a conversa com Sylvie, mas Carol parecia um cão de guarda, e a ansiedade de Piper era quase perceptível.

- Piper tem quase meia hora que você está olhando esse celular. Aconteceu alguma coisa?

- Está tudo bem, só estava aqui pensando em algumas coisas. 

- Eu acho que você quer ligar pra alguém.
- Eu não quero falar com ninguém.
- Pois é o que parece.

- Pra quem eu ligaria? - sorriu nervosa.

- Que tal você me contar? - levantou e sentou ao lado da filha.

- Não tenho nada pra contar - largou o celular na cama.

- Eu gostaria que você fosse sincera comigo.

- Não tenho nada pra contar mãe. – Deu de ombros

- Só me diz desde quando - falou olhando nos olhos da filha.

- Eu não sei do que você está falando. – Desviou o olhar.
- Então eu vou ser direta, e eu espero que você seja sincera comigo.
- É melhor, porque eu realmente não estou entendendo onde você quer chegar. – Piper sentiu um pequeno frio correr por sua espinha.

- Você e Alex. É disso que estou falando. - Piper arregalou os olhos e sentiu suas bochechas queimarem e a boca secar.

- Já tivemos essa conversa - a voz da loira vacilou.

- Eu não quero saber quando a amizade começou ou como ela se tornou sua ouvinte, eu quero saber desde quando estão juntas como casal. - Piper engoliu em seco, não esperaria ouvir isso nunca da mãe dela, depois de desviar os olhos por alguns segundos da mãe deu um riso nervoso.

- Mãe você está ficando louca. Eu e Alex casal? – riu – De onde tirou isso?

- Eu não nasci ontem Piper, você é minha filha e eu te conheço. Você acha mesmo que aqueles dias na fazenda eu não percebi como vocês duas se olhavam, o seu sorriso quando estava perto dela e o jeito que você olhava para o seu primo quando ele se aproximava dela, eu só não falei nada porque eu poderia estar errada, mas ontem eu tive certeza que vocês estão tendo algo que não é só amizade. – Encarou a filha - Eu ouvi parte da conversa e não foi minha intenção, eu estava saindo banheiro, eu sei que poderia ter sido com qualquer um, mas sem querer eu acabei vendo a mensagem que você enviou pra ela - Piper ouvia tudo de cabeça baixa e em silêncio. - Ou eu imaginei isso tudo?

Piper ficou pensativa por alguns segundos, ela não sabia se contaria a verdade ou inventaria qualquer coisa para se safar, mas decidiu que era melhor falar a verdade. - Por favor mãe não fique chateada e nem conte para o papai, eu juro que tentei não me apaixonar por ela. - A voz saiu, áspera, pesada e um tanto desesperada.

- Piper eu quero saber desde quando, você pode ou não me responder?

- Poucos dias antes de irmos para fazenda. Você vai me odiar por eu amar uma mulher? - a sinceridade na voz de Piper fez sua mãe estremecer. 

- Claro que não minha filha, a gente não escolhe por quem vamos nos apaixonar - levantou a cabeça da filha - você não vai deixar de ser minha filha por causa disso, eu quero mais é que você seja feliz, não importa se é com homem ou o mulher. Acariciou o rosto dela – Eu só queria saber como aconteceu.
- Eu não se explicar, apenas aconteceu. Eu tentei fugir – Sorriu – Mas não teve jeito, eu não conseguia para de pensar nela – falou apaixonada.
- Você está feliz com ela?

- Muito, muito mesmo. Ela é a melhor coisa que me aconteceu no pior momento da minha vida. - Piper estava em lágrimas. - Ela é maravilhosa.

- É isso é o que importa - abraçou a filha.

- E o papai?

- Ele não precisa ficar sabendo agora, quando você se sentir preparada você conta a ele, se ele não aceitar o problema é dele, você é independente e não precisa dele pra nada, quem tem que ser feliz é você e não ele.

- Obrigada mãe por me apoiar - abraçou a mãe bem apertado e deu um beijo terno na sua bochecha. - Eu não estava pensando em te contar tão cedo, mas estou um pouco aliviada por você estar sabendo.

- Eu sei por isso te perguntei, não estava mais aguentando ver a sua tensão olhando sem parar para esse telefone. – Sorriu - Agora vai ligar pra ela que eu sei que tá morrendo de vontade, e não precisa esconder mais a camisa dela dentro do seu pijama. - Sorriu.

- Mãe! - exclamou envergonhada.

- Desculpa, você sempre foi péssima para esconder as coisas. - Riu, fazendo Piper rir também.

- Também não precisa jogar na cara - se levantou e foi até a sacada ligar pra Alex.
 


Notas Finais


Carol melhor pessoas <3


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