História Amor proibido - Voltando ao Passado Part. 2 - Helena

Eu ainda estava caindo, as sombras estavam ao meu redor como uma camada protetora ou algo do tipo. A sensação gélida de estar longe do Uriel estava apertando meu coração, era como se estivesse o congelando dentro de mim e aos poucos eu via uma luz, e então tudo mudou. Meus cabelos ficaram mais avermelhados, estavam em um renomado penteado acima de minha cabeça e ao redor havia tranças, eu estava com um vestido azul turquesa pesadíssimo que continha um espartilho bem apertado que roubava-me o fôlego, senti meus olhos arderem um pouco e então não senti mais nada. Somente quando abri os olhos eu percebi que estava diante de um espelho, e havia uma garota de cor clara qie estava atrás de mim que terminava de arrumar meu cabelo, as palavras não queria sair, eu queria questionar esta garota e saber porque ela estava me arrumando. Mas antes mesmo que eu pudesse falar algo, ela se adiantou. 

- Deseja pôr algo em seu cabelo para que fique mais bonito Milady? - Disse a garota olhando para mim com uma caixinha de jóias aberta nas mãos. 

- Sim, eu gostaria de pôr uma fita vermelha em meu cabelo - As palavras saíram de minha boca sem eu ao menos saber o porque. 

- Mas a senhorita só usa as fitas em ocasiões especiais... 

Eu me virava para ela e a encarava com um sorriso amável em meus lábios.

- Eu sinto que hoje é um dia especial Liz... 

 Oh, sim! Este é o nome dela! Mas e o meu?! Qual é? 

 - Como quiser Milady - Disse Liz e então puxou a fita vermelha da caixinha de jóias 

- Eu já lhe pedi para me chamar de Helena - Eu dizia quase em tom risonho, o que fez Liz sorrir 

- Vossa mãe não gosta muito que eu a chame assim. 

- Ela não é minha mãe! - Eu esbravejei, o que fez Liz se assustar e a mim internamente 

- Perdoe-me - Liz, abaixou sua cabeça 

- Tudo bem... Eu não deveria ter gritado com você. 

- Esta tudo bem Milady.

 Liz enrolou a fita entorno de meu cabelo e fez um laço completamente perfeito, o vermelho da fita realçava a cor de meus cabelos meus dedos comecaram a ir para cima e para baixo em meu vestido azul turquesa, como se eu estivesse nervosa, pequenas gotículas de suor apareciam em minha testa, e Liz a limpou com um pano meio dourado. 

Liz parecia uma pessoa boa, ela não era tão alta e tinha uma aparência jovem, seus cabelos eram de um loiro claro e seus olhos de um cor de mel azulado, ela era linda e mal dava para acreditar que era minha criada, parecia mais como uma irmã mais nova do que com uma criada. 

Liz me ajudou a me manter em pé, já que viu meu nervosismo e me encaminhou para fora do meu quarto até as escadas. Onde me deixou e desapareceu para fazer algo, meus olhos vagaram por todo o lugar, as escadas eram grandes e altas, o corrimão dourado como ouro, o piso de uma Madeira fina e delicada muito bem cuidada, e enquanto eu varria o lugar com os olhos, algo me chamou atenção. 

Haviam dois homens na ponta da escada, um deles aparentava não ser tão velho, mais ainda sim haviam finas cascatas de branco e seus cabelos e estava segurando a mão de uma mulher, não muito velha, mas também tinha finas mechas brancas em seu cabelo vermelho. 

O outro homem era jovem e robusto, seus cabelos negros em um corte medieval e bem cuidado, sua postura era da mais rígida e exemplar, sua expressão facial era angelical como um Deus grego. E foi ai que os três se viraram para a mim, que ainda estava parada no topo da escada os observando, mas o casal não me espantou, mas o jovem rapaz sim, foi o que fez meu coração pular. 

Era o Uriel, ele estava lindo e estava na minha frente, seu sorriso era o mais belo, eu nunca havia o visto sorrir, nem mesmo comigo, mas aqui e agora o olhando daqui de cima da escada, me fazia o amar mais ainda. Foi até que leis pés obedeceram o corpo e seguiram escada abaixo, com um sorriso leve noa lábios, eu queria correr mais o corpo não obedeceu — Por algum motivo — mas quando finalmente desci as escadas fiquei ao lado da mulher, e encarei Uriel, meu eu interno estava delirando e quase gritando, quando meu eu externo se comportava educadamente. 

- Está é minha filha Helena, a que tanto lhe falei - Anunciou meu pai com um sorriso 

- Helena este é Lord Damen. 

- Milord - O reverenciei enquanto ele pegava minha mão e fazia uma reverência para mim 

- Milady - Disse ele, com um sorriso nos lábios, os seus olhos quando encontraram o meu brilharam mais do que mil estrelas. 

Minha garganta estava seca e minha respiração acelerada, eu estava exatamente como estava internamente, mas eu queria me jogar em seus braços e me derreter em seus lábios, senti-lo muito mais do que só um toque. 

Eu estava com saudades dele, ou dele na forma do Uriel. Mas eu sei que não posso toca-lo como eu quero, eu não controlo este corpo e provavelmente eu não irei controlar os próximos. 

- Helena? - Chamou-me minha madrasta e eu a olhei, quebrando o contato de olhares com o Damen. 

- Sim? 

- Esta tudo bem? 

- Esta sim - Eu sorri forçadamente para ela 

- Por que vocês não dão uma volta? - Sugeriu meu pai 

- Seria uma honra senhor - Disse Damen 

- Me concederia esta honra Milady? 

- Claro - Disse eu em tom meio cantante 

Ele estendeu a mão para mim, e assim que a segurei seguimos para o jardim de mãos dadas. 

Era um pouco estranho e ele estava tremendo como se estivesse com medo de alguma coisa, mas foi até quando chegamos perto da fonte que eu entendi o motivo, algumas faíscas negras brilhavam na fonte e depois sumiam. Meu coração se apertou, um frio subiu sobre mim e logo soube que em breve era o fim da minha vida como Helena e ele sabia disse, ele deve estar sentindo.

Damen olhou fixamente para mim, que procurava algo ou alguém e foi quando eu o ouvir bufar segurando o riso. 

- Esta procurando alguém Milady? 

 - Estou procurando a Liz... 

- Sua irmã? 

- Quem dera - Eu sorri - Ela é minha criada, mas para mim é como se fosse uma irmã 

- Ela deve ser uma pessoa de sorte, por você a considerar assim Milady 

- Me chame de Helena por favor 

 Ele sorri. 

- Como Quiser, mas então devo me atrever a pedir que me chame de Damen 

 Eu soltei uma risadinha 

- Se é isso o que quer... 

 No momento em que disse isso, vi claramente ele levantar a mão e acariciar meu rosto, sua carícia pareciam penas em minha face, e foi até que senti seus lábios perto dos meus, eu queria que ele me beijasse e era isso o que ele queria mais se recuou. 

- Não posso... - Disse ele 

- O que houve? 

 - Isso não está certo 

- O que não está certo? - Meu coração começou a disparar, por uma fração de segundos pensei que ele havia descoberto que meu eu do presente estava ali no momento. 

- Não posso beija-la sem firmar o compromisso 

- Compromisso? 

- Seu pai me deu sua mão em casamento 

Meu mundo parou! Casamento? Como assim casamento? 

- Casamento? 

- Sim, se você quiser... 

- Sim - Disse eu sorrindo 

- Verdade? -

-Sim - Eu ri 

Ele me abraçou e me ergueu do chão me rodando, enquanto eu gritava rindo eu vi claramente meu pai e minha madrasta nos olharem sorrindo. 

Eu iria casar com o Damen, mas meus coração estava aflito por alguma coisa...