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História Amor Repentino - Apaixonada


Escrita por: theboucage

Notas do Autor


Olá, boa noite!! hoje terá dupla novamente, aproveitem enquanto a fofura reina....

Capítulo 14 - Apaixonada


Kara observava encantada a vista privilegiada que tinham dali. Lena tinha um sorriso bobo nos lábios e um brilho contagiante nos olhos. O mar calmo, o céu estrelado, tudo cooperava com a intenção de tornar aquele momento inesquecível para Kara.

- Quando foi que você arrumou tudo isso? Eu passei praticamente o dia inteiro com você! – a loira quebrou o silêncio que já durava alguns minutos.

- Eu tenho meus segredinhos, senhorita.

- E tudo isso só para me impressionar e vencer a guerra que alimenta só na sua cabeça contra o meu amigo enfermeiro?

- Não vamos estragar esse momento falando de coisas desagradáveis, Kara. – a morena a repreendeu.

- Certo. Me desculpe.

- Você me disse que um café na cama não lhe impressiona. Me senti na obrigação de me redimir fazendo algo realmente especial para você.

Kara não olhava para Lena. Parecia sem jeito, até envergonhada. Estava apoiada na barra de proteção lateral do iate, observando a paisagem.

- Isso é realmente muito especial. Obrigada. – disse com um sorriso leve no rosto.

Lena sentiu seu coração palpitar e se aquecer ao ouvir aquelas palavras. Um sorriso sincero escapou de seus lábios e ela logo tratou de desviar a atenção chamando a loira para a parte mais alta do iate.

- Vamos até lá em cima. A vista de lá deve ser ainda melhor.

Kara a acompanhou animada e ao chegarem na parte superior do iate havia mais uma surpresa.

- Eu espero que você não esteja tão cheia do jantar. – Lena disse sem jeito.

Na mesa central, rodeada pelo assento branco acolchoado, haviam sido preparados alguns aperitivos. Duas garrafas de vinho, branco e tinto, e dois recipientes tampados que exalavam um cheiro delicioso. Lena se aproximou, revelando mais essa surpresa.

- Vinho e Fondue de queijo e de chocolate. Gosta?

- Você pensou mesmo em todos os detalhes ou isso vem no pacote? – disse com um sorriso largo no rosto.

- Está duvidando de minha capacidade, senhorita?

- Não, é claro que não! – Kara tentava prender o riso – Eu tenho plena consciência da sua eficiência, senhorita Luthor. Só estou surpresa por ter feito tudo isso hoje sem que eu notasse.

- Eu realmente sou muito eficiente. – disse com um sorriso vitorioso.

- E muito presunçosa também! – não conseguiu conter a gargalhada.

- Bom, não estamos aqui para falar das minhas qualidades, que são muitas por sinal.

Kara revirou os olhos em reprovação.

- Sente-se, por favor, senhorita.

A loira acomodou-se no assento ao redor da mesa enquanto Lena as servia.

- Você prefere a Fondue de queijo ou de chocolate?

- De chocolate.

- Então... – disse servindo uma taça para Kara – vinho do porto tinto para você.

- Obrigada. – agradeceu tomando a taça nas mãos.

- E para mim... – disse servindo-se – vinho branco, porque eu prefiro Fondue de queijo.

- Os seus conhecimentos relacionados ao vinho são realmente impressionantes. – Kara soltou enquanto bebericava de sua taça.

- É um assunto que me interessa e não é difícil de entender e aprender quando você gosta de vinhos. É só seguir um certo padrão e você saberá qual vinho utilizar em cada situação. – disse sentando-se ao seu lado.

- Interessante...

Saboreavam os aperitivos calmamente enquanto jogavam conversa fora.

- Mas me diga, – Kara questionou enquanto molhava um morango no chocolate – você não gosta de chocolate ou apenas prefere o queijo?

- Eu não como muitos doces. Só de vez em quando, geralmente quando estou muito estressada, ansiosa ou preocupada com algo.

- Então você não come chocolate regularmente como qualquer mulher normal? – disse parecendo indignada.

- Não. Mas eu continuo sendo uma mulher normal. Qual o problema em não ser fã de chocolate?

- Porque chocolate é chocolate, oras! É a válvula de escape de toda mulher. Alivia o estresse, tensões, acalma...

- Eu tenho outros meios de aliviar as minhas tensões, Kara. – disse com um sorriso sugestivo.

- Posso imaginar. – a loira ficou séria de repente.

Lena a encarava com um sorriso no rosto, que logo passou para uma gargalhada contida.

- O que foi? Por que está rindo?

- Nada. – disse tentando segurar o riso.

- E qual é a graça, Lena?

- A graça é você! – disse suavemente, se aproximando – Você fica uma graça quando está brava. E com esse borrado de chocolate no canto da boca fica mais graciosa ainda.

Lena levou a mão até o rosto de Kara e limpou com seu polegar o chocolate na no canto da boca da loira, tocando seus lábios suavemente. Sem perceber Kara havia prendido a respiração, sentindo o poder que um simples toque de Lena exercia sobre ela.

- Você acha isso engraçado?– perguntou afastando-se do contato.

- Acho. Graciosamente engraçado. – disse a observando.

Kara pegou outro morango e o molhou no chocolate. Tomou a fruta em sua mão e encarou maliciosamente a morena em sua frente.

- Vamos deixar as coisas mais... engraçadas então.

Kara fez um gesto com o dedo indicador da mão livre, chamando Lena para se aproximar. Assim que a CEO estava perto o suficiente, Kara aproximou seus lábios insinuando um beijo, mas o que Lena sentiu foi seu rosto ser aquecido com o chocolate quente do morango que Kara tinha em mãos, deixando seu queixo e bochecha melados.

- Você não fez isso! – disse prendendo um sorriso.

- Você está uma graça, Lena!

- Ah, Kara... Você está brincando com fogo.

- Eu acho que já não tenho mais medo de me queimar.

Lena a fitou por alguns segundos e logo virou o rosto para se limpar.

- Espera. – disse segurando a mão da morena – Deixa que eu limpo.

Kara se aproximou novamente, levando sua boca até o rosto da chefe. Beijou com calma e logo começou a lamber cada resquício de chocolate que havia em seu rosto, fazendo-a  rir da situação. 

Ao descer até o queixo mordeu com força suave, subindo seus lábios até os de Lena para iniciar um beijo intenso. Kara passeava sua língua na boca dela sentindo um turbilhão de gostos e sensações. Sentiu as mãos ágeis de Lena apertando a sua cintura, o que a fez tremer enquanto a puxava pela nuca, cravando suas unhas na pele da morena.

- Eu gosto dessa Kara dominadora. – disse se afastando aos poucos enquanto lhe dava selinhos repetidamente.

- Gosta, é?

- Gosto. Mas só de vez em quando porque quem manda aqui sou eu, senhorita. – disse dando um último selinho e mordendo seu lábio inferior.

Kara arfou, sentindo seu corpo se arrepiar.

- Arrepiada... – Lena disse observando os braços da loira – Ta com frio? – perguntou sugestiva.

- Também... – respondeu com malícia.

- Vou descer na cabine e lavar meu rosto, que você deixou todo melado, e pegar algo pra gente se cobrir.

Kara assentiu enquanto a CEO descia. Tomou mais vinho e ficou observando a linda vista.

“Ela não pode ser tão perfeita assim! – negou com a cabeça – Será que ela realmente gosta de mim ou só está fazendo tudo isso pra me conquistar e depois me descartar? Não... ela não se daria ao trabalho. Ela pode ter quem quiser. Mas ela me quer! E eu quero ela... Quero muito!” – suspirou.

- Encontrei essa manta lá na cabine. – Lena voltou trazendo um cobertor – Me parece bem quentinha.

Se juntou a Kara e ajeitou a manta sobre elas. A loira logo tratou de abraçá-la e se aconchegar em seu peito, o que fez com que Lena sorrisse surpresa, a abraçando também.

- Não entendo você, Lena...

- Por que diz isso?

- Até uma semana atrás você estava me tratando normalmente, até com certa indiferença. Isso depois de todos aqueles acontecimentos entre nós. Agora você age como se estivéssemos num filme de algum romance do Nicholas Sparks. – disse sorrindo.

- Bem, eu... Só achei que não devesse mais investir em você daquela forma. Estava atrapalhando o bom andamento do nosso convívio no trabalho.

Kara gargalhou.

- É sério? – disse com deboche.

- Não. – gargalhou também – Eu só preferi deixar os ânimos entre nós se acalmarem um pouco. Você parecia querer vir até mim, mas quando eu me aproximava você fugia. Me disse que era hétero, depois veio esse... esse seu amigo enfermeiro, enfim. Por um momento eu pensei em deixar pra lá e não me envolver mais nessa história, mas eu não pude simplesmente porque já estava envolvida. Ver você todos os dias pode ser torturante, senhorita.

Kara tinha um sorriso nos lábios.

- Ah, é mesmo é? Quer dizer que eu sou uma tortura para você?

- Você sabe muito bem deixar alguém perdido de encantos por você. E esse seu perfume não ajuda em nada! Quantas vezes eu tentava me concentrar no trabalho, mas um simples movimento seu me distraía. Você é uma perdição para qualquer pessoa.

- Mil perdões, senhorita minha chefe. Vou deixar de usar perfume para ir trabalhar. – disse com humor.

- Não! Por favor, continue usando ele sempre. – disse virando-se para olhá-la – Eu adoro seu cheiro, seu jeito, seu beijo... Tudo em você, Kara. E por mais que isso às vezes me desconcentre, eu não me incomodo nem um pouco.

Lena a encarava com brilho nos olhos. Se aproximou e selou seus lábios, num beijo intenso, mas suave. Pela primeira vez sentiram o beijo uma da outra com calma. Não era um beijo desesperado e cheio de luxúria, havia carinho. Havia sentimento.

Lena prolongou o beijo o máximo que pôde. A sensação de ter Kara entregue à ela, não somente de modo sexual, deixava seu coração aquecido. Sentia uma alegria enorme tomando conta de si. Kara havia baixado a guarda e parecia disposta a se permitir.

- Desse jeito eu não vou conseguir resistir a você. – Kara sussurrou afastando seus lábios.

- Ótimo! Não quero que resista. – disse sorrindo – Você gostou do dia de hoje?

- Foi adorável! – disse abraçando-a novamente – Você também é uma mulher cheia de encantos, Lena.

- Então eu consegui te impressionar? Ponto pra mim?

- Você não precisava ter feito isso para me impressionar. Apesar de que eu gostei muito. – sorriu – Mas você é naturalmente uma mulher incrível.

- Sou? – franziu o cenho.

- Claro que é! Não falo apenas das suas qualidades como profissional ou dos seus dotes e habilidades. – fez uma pausa – O Oliver me contou o que você fez pela filha dele.

Lena ficou séria, soltando um suspiro.

- Você fica nessa pose de mulher forte, que não se abala, mas é sensível. Tem um coração maravilhoso. Você é justa, honesta, respeitosa. Ta certo que tem um ego maior que lhe cabe, – sorriu – mas é um poço de doçura e sensibilidade.

- Não é pra tanto.

- É sim! Você é uma mulher maravilhosa, Le.

A morena sorriu leve, ainda sem olhar para Kara.

- E fica uma graça envergonhada. – disse a fitando.

- Só você pra tirar de mim tantas sensações ao mesmo tempo. E eu não estou envergonhada!

- Está sim!

- Não. Não estou.

Kara aproximou-se novamente e começou a distribuir beijos pelo rosto de Lena enquanto sussurrava.

- Está sim! E está linda assim.

A CEO apenas sorria tentando não dar o braço a torcer.

- Não pense que sempre vai me ganhar com esses beijos e carinhos. – disse com os olhos fechados, prendendo um sorriso enquanto recebia os beijos de Kara.

- É realmente uma pena... – sussurrou próximo à orelha dela – Porque eu adoraria me empenhar a te convencer de qualquer coisa que fosse utilizando desses artifícios. Sempre!

- Você não precisa disso para ter o que quiser de mim, Ka. –  a encarou nos olhos – Mesmo antes de eu me dar conta disso, você já me tinha em suas mãos. Eu não sei o que você fez e se fez. A única certeza que tenho é a de que estou completamente apaixonada por você.

Kara sentiu uma batida de seu coração falhar. A fitou da mesma forma intensa que Lena a olhava. Não sabia o que dizer e nem como reagir àquela declaração tão direta. Sem saber o que fazer, selou seus lábios aos dela, beijando-a com intensidade. Após longos minutos se afastaram.

- Eu... eu não sei o que te dizer, Le. – disse sem jeito.

- Não diga nada.– abraçou a loira a aconchegando em seu peito novamente – Eu não tenho pressa. Vamos com calma, como você pediu.

- Mas e depois? Até quando vamos ficar assim? Vivendo apenas esses momentos sem ter certeza de nada.

- Até quando você quiser.

- Lena...

- Sim?

- Me diz... – respirou fundo – Você está comigo apenas para vivenciar esse sentimento que tomou conta de você? O que pretende realmente? Pelo que sei você nunca manteve uma relação séria com alguém. Por que comigo seria diferente?

- Kara, eu não sei te responder essas perguntas porque nunca senti nada assim. Nunca tive vontade de estar a todos os momentos com alguém mesmo a vendo boa parte do meu dia, quase todos os dias da semana. Eu nunca senti um carinho por alguém na mesma intensidade em que sinto desejo e que chega a ser sufocante. Nunca tive vontade de agradar e impressionar uma mulher, fazer tudo que estiver ao meu alcance simplesmente para fazer ela gostar de mim, sem ter segundas intenções. Eu nunca tive que conquistar uma mulher unicamente pelo fato de que eu não me importava com isso. Quando eu queria uma mulher que me queria também, ótimo. Se ela não me queria eu seguia em frente sem me importar. Mas com você foi diferente. Eu te quis e ainda quero. E sinto uma necessidade absurda de que você me queira também.

- E se eu te quisesse?

- Como assim?

- Se eu te disser que também quero você, como seria? Digo, a nossa relação...

Lena sentiu seu coração palpitar acelerado. Um nervosismo tomou conta de si.

- Se você me quisesse eu faria de tudo para te fazer feliz e para você não se arrepender de ter tomado essa decisão.

Kara suspirou.

- E se você me quisesse, – a morena continuou – e se não fosse um problema para você, é claro, bem... Você aceitaria manter uma relação comigo?

- Você quer dizer... – a encarou.

- Sim. Caso isso tudo que estamos tendo dê certo, futuramente, quem sabe... você aceitaria namorar comigo?



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