P.O.V Melanie
Ok, está tudo pronto. Estou bem arrumada e bonita. Todo meu material bem organizado, mas… eu me arrumei cedo demais! Agora, não tenho nada para fazer.
Já coloquei comida para os bichinhos, já organizei meu quarto. Já fiz tudo e nada do tempo passar.
Além do mais, a tia que arruma a casa não me deixa encostar em uma vassoura! Isso me irrita demais, porque o que eu fico fazendo? Eu cismei que hoje preparava a janta para os meninos quando eles chegassem e como Taehyung chega primeiro que Jungkook, estou com menos tempo para fazer. Mas a cozinheira também não me deixou tocar nas panelas!
Chateada de ser sempre expulsa dos lugares, vou andando pela casa e olhando mais detalhadamente cada área daquela enorme casa. Apesar de morar aqui há quase dois meses, ainda não explorei ela inteira. Fico receosa de invadir a privacidade dos rapazes. Mas depois dos últimos acontecimentos, creio que tenho que conhecê-los mais. Descubro uma escada para um sótão, a parte de cima das casas tipicamente americanas. Subo dando de encontro com uma porta, abro-a e descubro um estúdio.
Um estúdio de artes!
Várias fotografias, polaróides e pinturas, alguns artesanatos e uns móveis que combinavam com o local inteiro. Aquilo era muito lindo de se olhar. Em um canto havia um sofá e um computador bem grande. Me sentei na cadeira que tinha próximo a mesa do computador e comecei a olhar os cadernos de anotações, entre outras coisas que tinham por lá.
Tudo ali pertencia aos dois, mas, visualmente, tinha mais coisas de Taehyung.
Uma semana se passou desde que tivemos a primeira intimidade sexual. Os beijos e as provocações continuaram ao longo dessa semana. Mas o boquete e aquela frase do Jungkook que não saiam da minha cabeça. Eu queria repetir a dose, por muitas vezes durante a semana que passou, realmente, quis repetir. Mas, não era tão corajosa assim. Só troquei alguns beijos com os meninos, mas eles ainda estão indo aos poucos.
Isso aqui, esse lugar, essas anotações e fotos… são tão artísticos.
Um sorriso brotou em meu rosto, ao encontrar um pequeno texto que me chamou atenção. Era de Jungkook.
Quem diria?!
No texto, estavam escritas as seguintes palavras:
“Em um mar de confusões, senti a segurança necessária para me entregar.
Um coração, que antes se negava a te aceitar.
Não por mal, mas por insegurança.
Hoje em dia, sinto que você é minha esperança.
O seu sorriso, junto com o seu olhar é um conjunto que me faz suspirar.
E é com essa poesia tão boba, que eu fico aqui à toa.
Ainda escondo muita coisa de ti, mas não fique triste não.
Pois, com toda certeza você já mora em meu coração!”
Eu fiquei imaginando ele falando aquilo. Por alguns instantes cheguei a buscar sua voz em meus pensamentos e projetar aquelas palavras. E dou uma pequena gargalhada, pois achei parecido com aqueles versinhos feitos por crianças, tão puro e fofo. Me levanto da cadeira e sento no sofá, relaxando totalmente meu corpo e fechando os olhos, até que ouço uma voz masculina:
– Vejo que finalmente conheceu a parte mais “secreta” da casa… – falou sorrindo e corei por achar que tinha sido invasiva.
– Oh, Taehyung, me desculpe! – falei me erguendo as pressas e encarando o maior. Que sorriu balançando a cabeça negativamente.
– Não precisa pedir desculpas, Mel. A casa também é sua! Aliás, porque ainda está nos chamando por nossos nomes? Não tem nenhum apelido carinhoso em mente? – ele perguntou e me pegando pela cintura, beijou meus lábios, sentando-se no sofá e me puxando para sentar no colo dele.
– Bom, não sei explicar direito… – suspirei, segurando em seu pescoço. – Tae, eu apenas estou tentando me acostumar completamente com vocês, entende?!
– Isso só acontece porque você ainda não se soltou. Tem que se sentir como se estivesse em casa, porque você realmente está. – ele colocou a mão em minha bunda e apertou. Senti todo o tesão acumulado se espalhar em meu corpo só de sentir aquilo e aproximei meus lábios dos dele o beijando e sendo prontamente correspondida. – a propósito, você está linda!
– Obrigada, Tae. – sorri envergonhada, ainda sentada no colo dele. – aliás, as mulheres que trabalham nesta casa não me deixam fazer nada, isso me deixa louca! – confessei brava.
– Sabe? Elas são pagas para trabalhar, você aqui tem outra função. – ele sorriu malicioso.
– Ah, é?! E qual seria? – perguntei curiosa, percebendo o sorriso malicioso do maior.
– Hmm... ser nossa amiga, nossa namorada, mãe dos nossos filhos. – ele começou a citar e eu confesso que senti meu corpo arrepiar, pois ele sussurrou essas palavras, encostando o lábio em meu pescoço.
– Você… – dei uma pequena pausa arfando pesado. – Está me provocando?
– E se eu estiver? – ele perguntou lançando um olhar desafiador.
– Eu não tenho nenhuma defesa ativa no momento, Tae. Isso é um jogo sujo! – falei manhosa, rebolando devagar no colo do maior.
– Opa, vai com calma. – ele sussurrou apertando as bandas da minha bunda novamente. – Você tem que ir para a aula!
– Verdade… – falei em tom triste, levantando-me do colo do rapaz e saindo do estúdio, indo pegar meu material.
Provocar Taehyung enquanto Jungkook não está é um pouco arriscado para mim. Pelo menos ao meu ver, pois por mais que já tenha acontecido coisas entre nós três, não me sinto no direito de ficar com um na ausência do outro. Mas, para não deixar Tae triste, ou desapontado, entrei na brincadeira dele. Mas, o que aconteceria se eu não tivesse que ir para a aula?
[...]
Já no carro, a caminho da faculdade, conversamos sobre coisas bobas, como filmes que vão lançar esse ano, séries e também uns jogos que estão em alta, também falamos sobre as artes do estúdio e ao chegar na faculdade, Taehyung mais uma vez me beija se despedindo de mim. Percebo que, a cada dia que se passa os dois rapazes estão se sentindo cada vez mais confortáveis comigo. Eu ainda não sei bem como me sinto, é como se eu tivesse que tomar cuidado o tempo todo, me sinto num jogo de campo minado e há qualquer momento, posso acabar pisando em uma bomba, é por isso que cada coisa que faço, vou com cuidado e também com medo de dar errado. Tenho que deixar esse medo de lado, já que a iniciativa de me incluir na relação foi deles.
Isso é bem mais complicado do que parece!
Entrei na faculdade, observando o carro de Tae se afastar. Ao chegar até a minha sala, percebi que Park Jimin estava conversando com algumas pessoas. Me aproximo dele e ele ao me ver, abre um sorriso enorme e corre para me abraçar.
Dentro desse tempo, que passamos juntos, pude perceber que Jimin é um ótimo amigo. Ele já havia conversado comigo sobre várias coisas que haviam acontecido com ele. E eu estava precisando conversar com alguém sobre como eu estava me sentindo em relação aos meninos.
[...]
Achei que a melhor hora para falar sobre isso, seria enquanto Jimin e eu estivéssemos no intervalo. Então, nós dois estávamos comendo no refeitório da faculdade, quando chamei a atenção dele.
– Jimin? Preciso falar com você. – sussurrei enquanto me aproximava. Ele arregalou os olhos e parou de comer o macarrão com salsicha na hora.
– O que aconteceu? – perguntou nervoso.
– Preciso de uma opinião sua sobre meu relacionamento. – confessei, fazendo o mesmo abrir a boca.
– Não pode ser, amiga… você… você… está… está… grávida? – ele falou, colocando a mão na frente da boca que continuava aberta e eu comecei a rir.
– Não é isso, seu idiota! – dei um tapa leve no braço dele. – Mas, está um pouco relacionado a isso…
– Prossiga. – incentivou Jimin, voltando a comer.
– Como você sabe, estou em um relacionamento poliamor. Hoje um dos rapazes me pediu para eu me soltar mais com eles. Eu estou tentando, mas as vezes é difícil para mim. – respirei fundo. – Para uma garota que não imaginava que ia namorar nem tão cedo, acaba arrumando dois de uma vez, é uma reviravolta das grandes.
– Pois é, e você é sortuda porque pelas fotos que me mostrou, todos dois são gostosos e bonitos. Especialmente, aquele Jungkook. – Jimin confessou e eu ri.
– Ah, o Jungkook? Bem, no início do relacionamento ele ficou bem inseguro e eu tenho medo que ele fique inseguro. Isso é bastante complicado. – confessei.
– Bem, vamos lá… – Jimin respirou fundo, empurrando a bandeja com seu prato para o meio da mesa, me encarando em seguida. – Você estava bem de boa lá na sua, chorando porque perdeu o emprego, certo? – assenti com a cabeça. – A iniciativa, foi do Jungkook em te chamar, certo?
– Sim! – respondi.
– Jungkook poderia ter te ajudado de várias formas. Ter te oferecido emprego de domestica, cozinheira, ou até mesmo ter te indicado para algum lugar, já que ele é advogado, ele deve conhecer muitas pessoas. Estou errado? – perguntou.
– Não. – respondi.
– Mas, o que ele decidiu fazer? Isso mesmo, te oferecer uma oportunidade dessas de ser mãe de um filho deles e também namorada deles. – ele concluiu. – Tem dúvidas que de alguma forma você chamou atenção dele? Mais do que você imagina? – revirou os olhos. – Agora, não é culpa sua se algo entre eles der errado, você foi convidada por eles. É por isso que você tem que tentar se soltar mais. Você realmente tem que agir como namorada deles, caso contrário sempre vai ficar assim. Esqueça as inseguranças de Jungkook. Se o outro cara te pediu para se soltar, é porque ele quer alguma coisa de você. Então, dê pra ele! – ele falou em um tom malicioso, rindo e me fazendo rir também.
– Ai, Jimin… como você é idiota! – suspirei.
– Na verdade, você tem que dar para eles. Já que são dois namorados. – ele riu. – Você vai dar conta do recado? – arqueou uma sobrancelha ao perguntar.
– Bom, eu não sei. Nunca transei com dois homens antes… – falei pensativa. – Mas tudo tem uma primeira vez, certo?
– Não, garota! Nem tudo tem sua primeira vez. Para de ser anta, que nem todo mundo tem a sorte que você tem, então, para de ser fresca e anda logo. Começa a provocar eles e agir como namorada deles de verdade. – ele disse.
– Está bem, vou tentar! – disse animada.
– Agora tenta mesmo! Não quero que você me venha com um: “Ai, hoje eu dei um beijinho neles antes deles irem para o trabalho!” Se bem que, isso é fofo e você tem que continuar fazendo, mas… a partir de hoje, quero mais emoção. Me prometa que vai tentar de verdade?
– Eu prometo! – falei animada, mas por dentro estava tremendo mais que carro velho.
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