História Amor, vamos ter uma namorada? - Nascimento dos bebês.

P.O.V Taehyung

— Quer falar primeiro? — ele perguntou, desligando a TV enquanto eu me encaminhava até o sofá, sentando no mesmo.

— Na verdade, gostaria de te ouvir. — respondi, sorrindo de lado.

— Eu estava pensando, nós dois poderíamos viajar juntos para distrair nossas mentes. Eu sei que não estamos bem, mas nós não podemos desistir do nosso amor.

— Jungkook, é muito bom ouvir isso. Mas o problema não está onde nós moramos, ou na cidade em que estamos e sim em nós mesmos. — respirei fundo, peguei o celular e mandei para ele o contato da Melanie. — Hoje estive com o Jimin e ele me passou esse número, tenho uma notícia… a Melanie está grávida de gêmeos! — sorri emocionado, meus olhos encheram de lágrimas. 

— De gêmeos? Quem diria… — Jungkook falou, meio sem jeito. Ele também sentiu os olhos marejarem e logo começamos a chorar juntos.

— Nosso sonho de ser pai se realizou, até recebemos um extra. Mas, algo de errado não está certo… onde está a Melanie? Onde estão nossos bebês? — Jungkook me encarou confuso. Respirei fundo ignorando o olhar. — Não consigo vê-los.

— Você novamente vai colocar a culpa do que aconteceu em mim, Taehyung? — perguntou levantando-se do sofá. — O que você acha que eu sou? Um robô? Um demônio? Eu sou um ser humano, seres humanos erram! Eu estava estressado naquele dia. Você pensa o que? Que eu me sinto orgulhoso do que fiz? — ele deu de ombros. — Ela também não está certa, pois fugiu! Ela está mais errada do que eu nessa história!

— JEON JUNGKOOK! — gritei sem paciência. — Não se atreva a falar da Melanie. — fui até ele segurando pelo braço, fazendo ele se virar para mim. — Vocês dois erraram, sim. Você não tem culpa sozinho. Mas eu não tive nada a ver com isso! Nenhum de vocês dois pensaram em mim, NENHUM DOS DOIS PENSARAM EM COMO EU IRIA ME SENTIR! Eu sempre ajudava vocês, sempre era o mais calmo, sempre fazia de tudo… mas, vocês… vocês me mostraram o quanto tem consideração por mim. Esse número que te passei, é o número da Melanie. Tente ligar para ela, vocês dois tem algo pra resolver… mas, depois de muito pensar acho que eu nunca fiz parte do relacionamento…

— Do que está falando, Taehyung? Do que você está falando? Olha pra mim! — Jungkook segurou em meu rosto, me fazendo olhar nos olhos dele. — O que está acontecendo com você? O que você tem? Me fala! Eu sempre te amei, estamos juntos. Esqueceu? Eu nunca te abandonei! — Ele bravejava. — Não sei o que está pensando, mas seja lá o que for… acho melhor você falar logo, antes que faça alguma besteira.

— Não sei como te dizer isso, mas… eu preciso de um tempo para mim. Um tempo para saber o que está acontecendo comigo, com a minha mente. Eu não quero continuar nesse relacionamento por agora, pois tenho medo de me tornar abusivo e com o tempo se torne pior e faça nosso amor se esfriar. — falei sentando no sofá cabisbaixo, colocando os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos no rosto, começando a chorar. — Eu quero um tempo sozinho, Jungkook! E isso não é uma pergunta, é uma afirmação. Eu já decidi.

— Taehyung, por favor… não faça isso… — ele se ajoelhou na minha frente, passando as mãos por meus cabelos, sua voz estava trêmula. — Eu te amo.

— Jungkook… — levantei o olhar até o mais novo, sorrindo discretamente de lado enquanto falava. — Dar um tempo não é falta de amor, na minha opinião isso é uma demonstração de que queremos de alguma forma salvar o relacionamento. Da maneira que está, pode ser que tudo piore… imagina só, eu e você, sem amor? Para mim é incogitável, mas é possível. É por isso que eu preciso de um tempo, mas eu vou voltar. Eu vou voltar para você. Acredite em mim. Só me deixe ir.

— Você só se esquece que no passado eu já fui bem mais possessivo e problemático do que sou hoje e não precisei me afastar de você para decidir melhorar, eu só tomei….

— Você só precisou perder a Melanie pra entender que pessoas não são como objetos. — levantei e fui em direção a escada. — Jungkook, meus pensamentos sobre nós três não estão dos melhores, me dê um tempo. Já falei. Não quero que as coisas piorem. Vou arrumar minhas coisas. Cada pessoa tem sua maneira de passar por um problema.

— Taehyung, ultimamente todo problema sério que acontece entre nós, vocês dois querem resolver me abandonando. Eu acho isso muito engraçado!

— Você não vai me fazer mudar de ideia, não importa o que diga! — subi as escadas.

— Tudo bem, como você mesmo já disse, está decidido. Que escolha eu tenho senão aceitar a situação?

Nunca falaria para ele, mas ir embora nunca é fácil pra ninguém. Eu imagino como a Melanie se sentiu quando foi embora grávida, sozinha e pensando que havia sido um erro ter ela conosco. Porém, no momento me sinto mal por causa dos dois e acho que só o tempo vai me ajudar a decidir onde é o meu lugar.

P.O.V Melanie
 

— Meu Deus! Está doendo demais! — gritei aflita. — Não quero mais fazer parto normal, por favor… essa dor ela está me matando!

— Calma, seja forte! — falou uma das enfermeiras que estavam acompanhando o parto. — Você está indo muito bem, a dilatação está quase perfeita!

— Parece que eu já estou vendo os demônios, porque as dores que sinto me leva no inferno e me traz de volta para a terra. — falei desesperada.

— Você já deve ter ouvido falar, mas o inferno é aqui na terra. — a obstetra falou. — Pronto, conseguimos! Agora pode fazer força para o bebê sair

Foram os quarenta minutos mais sofridos da minha vida! Mas toda dor tinha valido a pena… pois ouvi os dois chorinhos, infelizmente só faltavam os meninos aqui. Mas, a vida nos faz fazer coisas que a gente não entende muito bem o porquê.

— Olha só! O bebezinho que estava se escondendo esse tempo todo é uma menina! — A obstetra falou me mostrando a garotinha cabeludinha e chorona. — Vamos limpá-los e em breve traremos eles para você.

Alguns minutos depois ela trouxe meus bebês. Um menininho e uma menina, eu gostaria de saber se estou sonhando?! Pois eles são tão lindos! A menininha nasceu cabeludinha e o menininho era carequinha, só alguns fiozinhos de cabelo para enfeitar a cabecinha pelada. Meus bebês lindos!

A enfermeira colocou-os para que eu amamentasse, foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Ainda bem que estavam filmando tudo para mim. Eu estava muito emocionada, porém muito cansada, então não demorou muito para que eu pegasse no sono.

Uma semana depois…
 

Eu já estava na casa da minha mãe e a gente tinha organizado um quartinho lindo para meus filhotes, como a sapequinha da minha filha escondeu o seu sexo pela gravidez inteirinha, só descobri no parto que é uma menina, estava amamentando o irmão dela enquanto a pequena estava ninando, encostei minha cabeça na poltrona enorme e aconchegante que ficava no quarto e comecei a pensar nos meninos, como eles estão?

Não demorou muito para que minha mãe aparecesse no quarto correndo com o telefone na mão, ela parecia surpresa. O celular estava recebendo uma ligação, deve ser alguém muito importante para ela ficar desse jeito.

— Mãe, o que aconteceu?! — perguntei arqueando a sobrancelha.

— Pega logo esse telefone e atende! — ela ordenou.

Abri a boca em formato de “o” sem acreditar no que ela estava falando.

— Mãe??? Eu estou alimentando meu filho!

Ajeitei ele direitinho para não correr o risco de machucá-lo de alguma forma, peguei o telefone e olhei o nome do contato: “Jeon Jungkook”, olhei para minha mãe que ainda permanecia lá e ela incentivou para que eu aceitasse a chamada e assim fiz.

~ Inicio de ligação.

— alô? — falei apreensiva, eu não sei porque minha mãe me obriga a fazer coisas tão difíceis.

— Melanie! Que bom que finalmente me atendeu! Como você está? — ele perguntou, parecia estar nervoso também.

— Na verdade, estou um pouco ocupada agora. Mas estou bem e você? — questionei suspirando.

— Estou bem. Olha… eu queria conversar sério com você, mas precisa ser pessoalmente! Por favor, me diga onde você está e onde podemos nos encontrar? Prometo que não vai se arrepender.

— Jungkook, agradeço muito o convite… mas de imediato, não posso te encontrar. Acho que até o fim da tarde te darei a resposta por mensagem, tudo bem? — perguntei em tom simpático.

— Sim, claro. Mas por favor, pense com carinho… eu preciso muito falar com você! — ele falou em um tom carente e aquilo fez meu coração derreter de amores.

— Te darei a resposta em breve, até breve.

Ligação Encerrada~

Coloquei o celular no criado mudo que ficava próximo a poltrona em que eu estava e encarei minha mãe, que me olhava com um sorriso parecido com o do coringa.

— O que ele queria? — ela perguntou curiosa.

— Ele quer conversar. — respondi pensativa.

— E você? — questionou mais uma vez.

— Ainda não sei se… — minha mãe me interrompeu.

— Ainda não sabe? Menina, eu não te criei pra você deixar seu cérebro desligado. Você tem filhos com esse homem, ou com o outro que é marido dele! Mas você tem filhos com eles então trate de agir como uma adulta e ir resolver esse assunto inacabado logo.

— Tem razão, mãe. Não adianta eu ficar fugindo o tempo todo, afinal… eles precisam conhecer os filhos.

— Caralho! Vejo enfim a luz brilhar, filha! Já estava na hora. — ela falou animada, depositando um beijo em minha testa.

Coloquei meu filho em seu berçinho junto com a irmã. — sim, os dois dormem juntos. — observei novamente para ter certeza de que estavam em segurança e sai do quarto deixando a babá eletrônica ligada, levei comigo o celular. Me joguei deitando no sofá, desbloqueei meu celular e procurei o número do Jungkook em meus contatos. Lembrei do dia em que ouvi ele falar que se arrependia de ter me incluído no relacionamento, mas respirei fundo, engulo na mesma hora o medo e o orgulho. Eu tenho que agir como uma mulher e não como uma criança assustada, são meus filhos e ninguém vai tomá-los de mim, assim como os pais também não devem ser afastados dos bebês. Ao encontrar o nome dele entre os contatos, escolhi a opção de enviar uma mensagem e assim foi feito, estava escrito:

“Aceito sua sugestão de encontro, Jungkook. Eu estou no Texas, quando chegar aqui te enviarei a localização do estabelecimento que estarei te esperando, então…  fica marcado para o domingo à noite, hm?! Também tenho algumas coisas para conversar. Até lá.”