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História Amostra Humana. - Divagando.


Escrita por: Korrah

Notas do Autor


Olá amores <3
Fui adiantada agora né? Kkkk

No capítulo anterior:
"- Os Briefs. Freeza tem interesses estranhos...

A frase de Vegeta a deixou incrédula, assim como Kakaroto, de fundo.

- O que sabe sobre isso? - questionou de imediato.
- O que sei? Eu estava lá quando eles chegaram.

A reviravolta a deixou sem chão. A resposta sempre esteve diante dela...
Num ato brutal e impulsivo ela o puxou pela armadura, o deixando sem reação. Kakaroto ergueu as sobrancelhas.

- O que você fez?!

Ele a empurrou com a mesma brutalidade, a fazendo bater contra o painel.

- Eu não fiz nada! O que acontece com a propriedade de Freeza não é problema meu.
- Propriedade?! - se enfurecia ainda mais. - Do que está falando?! Eles são pessoas!
- Você não sabe de nada não é? - riu irônico. - Eles são malditos escravos!

A cada nova revelação tudo ficava ainda mais caótico pra garota. Caiu num mar de incredulidade. Ela olhou pra Kakaroto, sem saber o que perguntar, mas a expressão dele não transmitia nenhuma surpresa.

- Eles... eles...
- … Eu devia ter dito. Sinto muito. - parecia constrangido.

Bulma foi se abaixando aos poucos, até se sentar, atordoada.
Não podia ser verdade..."

BOA LEITURA :D

Capítulo 23 - Divagando.


 

 

“Não pode ser verdade”


Devia ser a milésima vez que a garota dizia a frase à si mesma, tentando se convencer de que era apenas uma outra brincadeira de mal gosto da vida.
As vozes ao seu redor estavam em plano de fundo, e ela estava sem uma noção de realidade. A única coisa que a dava certeza de que não estavam mais na capital, era a vista do espaço
Vegeta e Kakaroto chegaram a um consenso. Ela não entendia como... e sinceramente, ainda não queria entender.

Kakaroto foi atrás dela, como o esperado. Mas ela não estava disposta a ouvi-lo. Vira e mexe ela remoía a cena, rancorosa.

“- Você... não quer descansar um pouco? ”- as palavras saíram ensaiadas.

 

Seria um bom conselho a ser seguido, se ela fosse capaz disso. Lembrou de desviar o olhar, naquela mescla repetitiva de sentimentos como raiva e chateação.
Realmente, a cada dia à prova de que estava sozinha se tornava evidente.

“- Você sabia.” - falou baixa e rouca.

Isso o fez abaixar a mão e dar um suspiro exaurido.

“- Achei que entenderia meu lado.” - começou, e depressa foi interrompido.
“- E eu achei que entenderia o meu.

As palavras não foram bem digeridas por Kakaroto , ela percebeu. Mas depois disso ele simplesmente não insistiu mais, descendo o loft sozinho.
Ele acreditava que a garota precisava de espaço para se reabilitar...e só assim poderiam ter uma conversa decente e esclarecedora. Ele terminou o diálogo olhando para o outro saiyajin, que não fez menção de se mover do controle de navegação.

“ - Melhor alguém descansar por todos... ”



E desde então ela havia perdido a noção das horas recostada naquela parede metálica, segurando os joelhos com força.
Era como se nem estivesse acordada... quase submersa pela dúvida...

- Vai ficar aí me assombrando a noite toda?

Isso a fez afrouxar os braços das pernas, conseguindo a atenção de Vegeta. Que privilégio, ironizou rolando os olhos.
Ele continuava sério, de costas para si, sob a poltrona do painel. Nunca foi do tipo compassível e abrigar dois imbecis era tudo o que menos queria. Infelizmente, era tarde demais pra voltar atrás. Na pressa, saiu do planeta sem pensar muito e de quebra, ferido. Não saiu como planejara; mas a situação não era ao toda incomoda. Ao menos tinha o mapa, o que já o deixava satisfeito o bastante.

A reação de Bulma foi similar a de Kakaroto; deu um suspiro enorme.
Porém ele não ficou esperando uma grande resposta. Ergueu o braço com leveza de repente e puxou o peitoral da armadura pra cima, a retirando. Suas preocupações estavam voltadas a outras coisas e a ação atraiu o olhar da garota, que viu o furo varado na peça. E assim que o homem jogou-a no chão, analisou o tronco ferido, vendo o tecido azul estraçalhado. Não era difícil constatar que havia um estrago ali. Tratou de arrancar aquela parte também, dando uma vista ampla de inúmeras cicatrizes a garota, cada vez mais questionadora.

- Eu não vou tirar toda a roupa, se é isso o que está esperando. - falou a pegando desprevenida.

Bulma ficou desconcertada. Ruborizou de leve e voltou a apertar os braços.

- Não é nada disso! - sentiu-se na obrigação de esclarecer.



Algo parecido com a sombra de um sorriso maldoso preencheu a face do monstro.
Depois ele arqueou o braço até atrás da poltrona, tentando alcançar um kit de primeiros socorros, no entanto, sempre retesava-se no último instante. Eram sinais de dificuldade. Talvez a ferida fora maior do que pensara... Bulma observou aquele comportamento.

Vegeta estava para se levantar irritado com a resistência vulnerável do corpo, quando as mãos da garota se estenderam com o kit em mãos.

 

- Pedir ajuda ás vezes não machuca, sabia? - a voz saiu com certa suavidade.

Ele a encarou desconfiado.
Ela sentou-se mais perto, assim que o homem pegou o pacote de suas mãos. De lá, tirou uma pomada pastosa e transparente, para em seguida aplicar na perfuração da frente e depois na de trás. O gel foi se misturando ao sangue e fazendo um som parecido com o de uma fritura. Quando as sobrancelhas dele se contraíram ela sentiu dor por ele.

- Devia mostrar isso pro Kakaroto. Ele entende dessas coisas... - comentou.
- Achei que estava furiosa com ele. - pressionava a gaze, sem olhá-la.
- ...Eu não sei com certeza se estou furiosa com ele.- lamentou pouco depois. - Estou cansada de omissões.
- Então que porra foi essa, pelas últimas duas horas, encurralada num canto como um ser inanimado?

Haviam muitas respostas para essa pergunta. Não estava psicologicamente preparada pra lidar com mais perdas, não aguentava mais tolerar aglomerados de revelações que sempre a destruíam, além de se sentir como uma secundária em sua própria história toda hora levando uma surra da vida. Ela não era de ferro como ele...

E mesmo se explicasse mil vezes, ele jamais entenderia. Escolheu dar de ombros, evitando diálogos mais profundos.

- Louca.

Era muito controverso ouvir aquilo de Vegeta, o homem que constantemente tinha vontade de matá-la sem nenhum motivo aparente.
Ele finalmente tirou as gazes e as jogou de lado, preparando-se pra fazer o curativo. Se tratava de uma fita, também transparente, que isolava o machucado e acelerava sua cicatrização. Aplicou a primeira, a esfregando. Ela aproveitou o momento.

 

- Você disse que estava lá quando Freeza capturou os Briefs. Como assim?

O homem a fitou de rabo de olho, ainda interessado em cuidar de sua contusão, que provavelmente havia feito um estrago interno. Esgueirou novamente o braço pra cuidar do outro lado, sentindo aquela dor aguda...

 

- Eu... - ela começou baixo, soltando o ar e se erguendo até ele. - Eu faço isso.

 

Notou-o hesitando antes de entregá-la a fita, sempre cheio de suspeitas. Mas no fim ergueu-se, pra facilitar o trabalho dela. A garota notou por alguns segundos que ele devia ser poucos centímetros mais alto... logo passou a cuidar do ferimento.

- … Eles chegaram à capital poucos dias depois da invasão do planeta deles.- o saiyajin começou depois, em seu tempo. - Estavam assustados como o resto dos outros prisioneiros.

Isso feriu Bulma, imaginando a cena.

- O pai e a filha foram levados diretamente à capital. A mãe se mostrou menos útil e foi leiloada com o resto da remessa de escravos. - a frase fez a moça engolir em seco.
 

Ela evitava pensar na mãe, sabendo que ela não era o melhor exemplo de inteligencia. E de todos os familiares, era do destino dela que mais temia desde o começo... o nó costumeiro já se formou.

- O que acontece com os escravos leiloados? - tratou de perguntar.
- Depende. - ele grunhiu de leve quando ela apertou demais o furo. - ...Quem decide é o comprador.

O temor só crescia, e isso a deixava nervosa.

- Quanto aos outros dois, parece que a filha desapareceu. Atualmente existe um mandado correndo pela galáxia sobre a fuga dela...
- S-sim. Disso eu sabia.- acenou tentando manter-se esperançosa. Ao menos Tights sabia se virar.
- Já o Briefs pai foi mandado pra Ludo. As cápsulas estão sendo fabricadas lá por conta dos minérios do planeta, semelhantes aos da tal Terra.

A informação veio como música em seus ouvidos. Kakaroto falara brevemente sobre o planeta uma vez, antes de irem à capital. Todavia, não o culpou por isso. Ele claramente não sabia que o pai dela estava lá. Vegeta tinha uma patente maior, logo, maior acesso.

- Também existem boatos sobre uma outra filha. - pareceu dizer por acaso.

Bulma parou subitamente, com as mãos roçando nas costas do homem.

- Sabe como é. Foram meses de pesquisa pra planejar o ataque, tenho certeza de que conheciam bem os alvos desse planetinha. - cada palavra parecia ser dita somente com a intenção de provocá-la, ou na pior das hipóteses, interrogá-la.

Ela nunca sabia o que ele ia fazer.

- Então me diga: Por que tanto interesse nessa família?

Como esperado. Teve pouco tempo pra pensar em algo realmente convincente. Aquilo precisava servir...

- Meus pais eram funcionários de longa data na empresa. Os Briefs confiavam neles. Achei que uma coisa levaria a outra. - engoliu em seco. - Preciso achá-los a todo custo.

Um breve quietar estabeleceu-se sobre aquele painel de controle.
Bulma voltou a esfregar a fita, e ele estalou o pescoço de maneira habitual.

- Hum. - deu de ombros. - Os pais disseram que ela morreu no ataque. De qualquer forma, nunca se sabe... não é?

Ela acenou silenciosa. Isso explicava muita coisa...
A melhor coisa a se fazer era se calar por enquanto e manter apenas entre Kakaroto. Mas sinceramente, ela duvidava que Vegeta não fosse descobrir em breve, vendo como era arisco. Isso a deixava preocupada.
Queria perguntar tanta coisa, mas isso só ia deixar a conversa ainda mais duvidosa. Mudou de assunto, sutilmente.

- Quem fez isso? - se referiu a perfuração. - Achei que dava conta do serviço.

E Vegeta se afastou, vendo que ela já havia terminado. Ela o observou recolher a armadura e a parte de cima da malha azul no chão, antes de andar até as escadas.

- Você faz perguntas demais terráquea. Melhor dormir se quiser ficar atenta em Kanassa.

Kanassa?”, se perguntou mentalmente. Pelo visto teria de encarar Kakaroto o mais rápido possível e esquecer por um instante dos problemas.

- Ah, e não esqueça. A cápsula. - lembrou, antes de descer. - Uma coisa por outra.

A moça segurou os ombros, voltando a sentar-se assim que ficou só. Cápsulas, Kanassa, a Capital... nada disso importava mais. Ela só imaginava um destino agora. O caminho que a levaria a uma etapa definitiva de sua busca...
Afundou a cabeça, pronta pra digerir mais descobertas.

E abaixo do painel de controle, havia uma cozinha e um quarto hospitaleiros, com o necessário para se sobreviver. Kakaroto estava deitado sobre um banco estofado fitando o teto e com insônia, pra variar. A mente divagava.
O lugar parecia confortável demais. Novamente o jovem se perguntou a quem Vegeta havia recorrido. Até então, a única certeza era de que o rumo era Kanassa, e que fora difícil convencer ao outro saiyajin dá-los uma carona até o planeta...
Devia estar aliviado, certo? Eles saíram da Capital por um triz...
E ainda assim não conseguia, por um motivo.
Aquele destino o fazia sentir uma nostalgia ruim. Aconteceu depois daquela missão em Kanassa, há vinte anos... apesar de se lembrar vagamente da época, sabia que seu pai nunca mais foi o mesmo homem. As memórias corroíam seu coração de uma forma brutal e dolorosa, o recordando que ainda havia muita angustia dentro de si. E ele odiava aquilo.
Fechou os olhos, querendo esquecer e fingir que o amanhã seria melhor.

 


Notas Finais


Capítulo curtinho e de passagem, do jeitinho q eu amo. Eu estava com saudades de fazer algo nesse formato, pra variar, já que os últimos capítulos sempre estão contidos de muita emoção.
Mas os últimos parágrafos já deixam o adendo de que muita coisa está pra acontecer, então comecem a se preparar psicologicamente kkk.

Eu gostei muito dessa interação entre os protagonistas, mostrando q as coisas tem evoluido entre eles.
O Kakaroto sabia sobre o lance da escravidão mas ficou quieto. É justo pra Bulma ficar furiosa, mas ele vai explicar o porque no próximo capítulo, q aliás, terá uma boa participação dele :)
Obrigada por ler, uma boa semana :D

Não esqueça de deixar sua opinião sobre o capítulo, por favor.
Oq vc acha desse formato? Gostaria de ver mais vezes? Kkkkkkk


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