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História O Som Do Nosso Amor - J I K O O K - 30. Perigo À Vista


Escrita por: HopeLover__

Capítulo 30 - 30. Perigo À Vista


Chegamos em casa e ninguém tinha voltado ainda. Entramos, ainda em silêncio.

─ Vou tomar banho. ─ Disse baixinho, mas alto o suficiente para Jimin ouvir.

─ Ok, amor. Vou pro meu quarto, então.

Assenti e fui para meu banho, não demorei debaixo do chuveiro, me vesti, sai do banheiro e fui até o quarto de Jimin, bati na porta e ele me permitiu entrar, estava sentado em sua cama, lendo um livro.

Me aproximei e me sentei perto.

─ Posso ficar aqui? ─ Perguntei e vi um sorrisinho fraco nascer em seus lábios e sua cabeça assentir.

Me deitei ao lado dele e abracei sua cintura, Jimin continuou lendo seu livro e acariciando meu cabelo.

Ainda me sentia muito mal, por ter ouvido meu pai falar daquela forma, queria tanto que ele me entendesse e me aceitasse, queria que ele pudesse voltar a me amar como antes, porque por mais que eu diga que estou magoado, sinto falta dele, de como ele era antes... mas cada vez mais, sinto que não vou voltar a ter isso, cada dia parece mais difícil que um dia ele volte a me amar.

─ Você vai se cansar de mim um dia, não é? ─ Perguntei.

Jimin se ajeitou na cama e fechou o livro, voltando seu olhar para mim.

─ Por quê está perguntando algo assim?

─ Relacionamentos na vida real não duram para sempre, a gente não vive no mundo da Disney... então... Um dia, você vai deixar de me amar, ou eu vou deixar de te amar e a gente vai se separar e talvez a gente nem se fale mais, ou troque de calçada quando se encontrar por acaso na rua. ─ Meus olhos se encheram de lágrimas.

Jimin se deitou mais na cama, para conseguir ter contato visual, passou sua mão em minha face, secando as lágrimas que escorriam ali.

─ Talvez... Nada dura para sempre, isso é certo. ─ Disse, fazendo carinhos em meu rosto. ─ Mas só porque não é certo que vamos viver juntos e felizes para sempre, também não é certo que vamos brigar e parar de se falar. Vamos pensar sobre agora, nós brigamos, nos amamos, nos beijamos... ─ selou meus lábios e sorriu. ─ Mas o mais importante, é que nos respeitamos. Além de namorados, somos amigos e aconteça o que acontecer, eu nunca iria te tratar com indiferença. Não quero que pense nisso, não quero que sofra com algo que a gente nem sabe se vai acontecer. ─ Jimin, dizia, me tratando com todo o carinho que era possível.

Assenti e fiquei em silêncio, retribuindo seus carinhos.

─ Aconteceu alguma coisa hoje a tarde, não foi? ─ Perguntou.

─ Jaehyun disse que queria me ver, eu fui... só que... meu pai apareceu depois e ele me tratou como se eu fosse um estranho, como se eu não fosse ninguém pra ele... foi tão doloroso. ─ disse voltando a chorar.

Jimin me puxou mais para si e me abraçou forte.

─ Vai ficar tudo bem. Sei que palavras não adiantam de nada, são só palavras, saiba que eu estarei sempre aqui, quando precisar, pode me falar sobre tudo, meu amor. E se... se você quiser terminar, para que sua família possa te perdoar, eu vou aceitar, só quero que seja feliz. ─ Jimin disse, com sua voz falhando.

─ Eu nunca vou ser feliz sem você.

─ Meu bebê. ─ Jimin disse triste e me abraçou mais uma vez.

Me deitei sobre seu peito, enquanto ele murmurava Crystal Snow, sua voz doce fazia o clima ficar leve e peguei no sono, igual uma criança que ouve uma canção de ninar.

Quando acordei, ele ainda estava ali, ao meu lado, dormindo serenamente, abraçado ao meu corpo.

Eu perdi a minha família, mas não sei se foi algo ruim. Não fiz nada de mal para aquelas pessoas, eu só me encontrei, só descobri quem eu sou de verdade e tentei ir atrás do que me faria feliz.

Eles deviam entender, deviam querer que eu fosse feliz com minhas escolhas, nunca ofendi nenhum deles, só queria ser livre para amar.

Sempre sonhei em viver uma história de amor, digna de um conto de fadas e achei que pudesse estar vivendo agora, mas aparentemente, meu conto de fadas veio com defeitos, aos olhos de quem está de fora, pois ao meu ponto de vista, é o conto mais bonito que já vi.

Vi que Hoseok estava dormindo em sua cama, então todos haviam voltado de sua folga, logo voltei a dormir e mais uma vez, passamos a noite juntos.

Ao amanhacer, tomamos nosso café e já partimos, rumo a um Studio, onde faríamos umas fotos promocionais.

O maquiador me olhava com o cenho franzido.

─ Você está horrível! Não anda dormindo não? Quer ser um zumbi em The Walking Dead? ─ Perguntou.

Dei de ombros e ele voltou a me maquiar.

Ao final da seção de fotos, saímos do prédio e o manager disse que iríamos voltar para casa em dois carros diferentes, nos falou o modelo e cor, em seguida nos deixou sozinho.

Um carro com as descrições que o manager tinha dito, parou na frente do prédio e Jimin foi até lá e abriu a porta, se preparando para entrar, mas notei que haviam mais dois modelos idênticos na mesma cor, se aproximando, sem pensar, puxei o braço de Jimin, o trazendo para mim, o carro arrancou rapidamente.

Nossas respirações estavam descompensadas.

Namjoon se aproximou rapidamente, se colocando a nosso lado.

─ O que aconteceu? ─ Perguntou.

─ Não era o pessoal da empresa, tenho quase certeza de que foi uma tentativa de sequestro. ─ Respondi.

─ Sasaeng? ─ Perguntou Jin.

─ Eu acho que sim. ─ Jimin respondeu.

Avisamos do ocorrido aos funcionários e todos se colocaram a trabalhar, se certificando de que os motoristas que estavam nos aguardando, pertenciam mesmo à empresa.

Chegamos em casa, ainda muito tensos com o ocorrido.

─ Essa história está ficando muito séria. Com toda a certeza, alguém aqui de dentro está tentando nos fazer mal. Sabia exatamente o modelo e cor do carro que nos buscaria, não estamos seguros. ─ Yoongi concluiu.

─ Vou conversar com o Bang, vou pedir que troque todos os funcionários, explicarei os acontecidos, espero que ele entenda a situação e nos ajude. ─ Namjoon disse.

─ Estou com medo. ─ Hoseok disse, fazendo um biquinho e abaixando a cabeça, como se fosse chorar.

─ Não se preocupe, Hobi. Ninguém vai te machucar. ─ Yoongi disse calmo.

Hoseok levantou o olhar, cheio de lágrimas.

─ Estou com medo por vocês. Não quero que se machuquem. Imagina se o Jungkook não tivesse puxado o Jimin? O que teria acontecido? Eu não quero que ninguém faça mal a vocês... Eu estou com medo... ─ Hoseok chorava, secando as lágrimas, só para que novas voltassem a molhar sua bochecha.

Taehyung o envolveu em um abraço, o consolando, Yoongi se sentou ao lado dos dois, descansando uma de suas mãos na coxa de Hoseok.

─ Não fica assim, não aconteceu nada e nem vai acontecer. Todos vamos tomar muito cuidado de agora em diante. Não chora mais. ─ pedia, enquanto acariciava a coxa de Hoseok.

Taehyung a essa altura já chorava junto com o mais velho e o clima que se instalou ali, não era dos melhores.

Jimin abraçou o pescoço de Hobi e aos pouquinhos o mais velho foi se acalmando.

Hoseok sempre gostou muito de Jimin, entendo sua preocupação. Desde o início, Hobi trata Jimin como se fosse seu bebê, são tão apegados, que continuam dividindo quarto, em uma casa que tem mais de cinco quartos vazios.

Um tempo depois de Hobi se acalmar, ensaiamos mais um pouco, fomos para a cidade vizinha, fazer uma apresentação, voltamos para casa e após todos estarem de banho tomado, prontos para dormir, uma nova ameaça foi recebida, outro bilhete, dessa vez deixado por debaixo da porta.

Namjoon foi quem leu para todos.

─ Hoje foi por muito pouco, Park Jimin. Mas não vai conseguir escapar para sempre. ─ Namjoon suspirou e rasgou o papel. ─ Isso vai acabar Jimin, juro que vai. Ninguém vai machucar você. ─ Prometeu.

Jimin assentiu e se agarrou ao meu braço.

─ Quero contar uma coisa para vocês. ─ Eu disse. ─ Acho que vocês já perceberam, mas ainda assim, quero dizer. Estou apaixonado pelo Jimin, minha família me deserdou por isso, não sei como vocês vão reagir, mas eu o amo. Meu irmão me disse ontem, que meu pai e a Jiwoo estão tramando algo para machucar Jimin, então eu tenho quase certeza de que eles estão envolvidos na tentativa de sequestro de hoje e de todos os bilhetes com ameaças que Jimin recebeu. ─ Finalizei.

─ E estamos juntos. ─ Jimin disse. ─ Estamos namorando há alguns meses.

─ Ah! Então é por isso que naquele dia que dormiram juntos, ouvi barulhos estranhos vindo do quarto de Jungkook. ─ Taehyung disse.

─ Agora me contem uma novidade. Todo mundo aqui sabia disso. Na verdade, o mundo inteiro sabe que Jikook é real. ─ Seok Jin disse.

Namjoon sorriu.

─ Eu já sabia também. Estou contente que finalmente tenha decidido compartilhar seus sentimentos com a gente, afinal, estamos todos em família aqui. Seus pais estão sendo muito radicais e quanto as ameaças, se for realmente seu pai, ele vai ser processado, junto com a Jiwoo. Não irei permitir que ninguém ameace vocês e saia impune. ─ Concluiu nosso líder.

Assemtimos. Por estarem todos cansados de tudo que aconteceu, todos foram para a cama, mas Jimin e eu ainda ficamos na sala, sozinhos.

─ A gente podia ir para outro lugar, longe de pessoas que querem nos machucar, pelo menos por um tempo. ─ Jimin dizia, deitado em meu colo. ─ Queria poder dormir em paz, sem acordar a cada vinte minutos, com medo que alguém esteja no meu quarto tentando me matar.

Aquela frase, foi como uma facada no meu peito. Nunca imaginei que Jimin pudesse se sentir assim, queria o abraçar forte e dizer que jamais iria permitir que alguém o machucasse, mas sei que sou incapaz de o proteger o tempo inteiro.

Sinto medo também, mal consigo dormir a noite, sinto medo o tempo inteiro de que algo ruim aconteça, medo e culpa também.

Sei que é minha responsabilidade Jimin estar sendo perseguido, se não fosse por causa de meus sentimentos por ele, meu pai não estaria infernizando sua vida.

Preciso resolver isso, ele acabou de deixar claro o quanto está cansado e isso me dói.

─ Quer ir pra cama? ─ Perguntei.

─ Quero ficar com você, Jungkook. O Hobi foi dormir com o Yoon, não quero ficar sozinho. ─ respondeu.

─ Não vou te deixar sozinho. Quer dormir no seu quarto ou no meu?

─ No seu, sua cama tem seu cheiro.

Sorri.

─ Eu vou estar do seu lado, meu cheiro vai para qualquer lugar que eu for. ─ Disse e ele sorriu.

─ É verdade. Nesse caso tanto faz, então.

Acabamos decidindo ir para o meu quarto, pois minha cama é maior.

Jimin logo dormiu, enquanto eu passei horas e horas pensando no que deveria fazer para que meu pai deixasse Jimin em paz, ele não tem culpa, fui eu quem escolhi revelar o que sentia, Jimin não precisava pagar por o que eu decidi escolher para minha vida, essa situação precisava acabar.

Pensei em várias possibilidades, nem vi a hora em que o dia clareou.

Mas pelo menos tive ideias, pensei em coisas que poderiam ser úteis.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem para a secretária do meu pai.

□ Preciso que arrume um horário para que eu possa falar com meu pai. Mas não diga que sou eu, invente um nome, diga que é qualquer paciente. Te dou uma army bomb. - JK

■ Fechado. Pode vir no último horário da manhã, antes do almoço. - Soo Ah.

Todos se preparavam para os ensaios e nossa rotina normal, mas fiz uma cena, digna de um óscar, dizendo que estava com dor de dente, que nem tinha dormido com tanta dor...

─ Sério? ─ Jimin perguntou. ─ Você não disse nada, não sabia que estava sentindo dor. ─ Fez um biquinho e acariciou meu rosto.

─ Deve ser só os sisos querendo nascer. ─ Yoongi deu de ombros. ─ Para de frescura.

─ Não é frescura! ─ Jin o repreendeu. ─ Ele precisa ir ao dentista para planejar a cirurgia para tirar, eu vou ligar pro meu dentista.

─ Já marquei. Eu liguei pra minha tia, ela vai me atender, hoje às onze horas.

Jin assentiu.

─ Quer que eu vá com você? ─ Jimin perguntou, de um jeito fofo.

Fiz que não e sorri fraco, tinha que continuar fingindo que estava com dor.

─ Não precisa, vou sozinho mesmo.

─ Não vai ficar com medo? Sei lá, dentistas são assustadores.

Sorri, achando aquilo extremamente fofo.

─ Cresci no meio de dentistas, não tenho medo. Vai ficar tudo bem. ─ Prometi, puxando sua cintura para que seu corpo se colasse ao meu.

Ele assentiu e encostou sua face em meu peito, dando alguns suspiros baixinhos, em seguida olhou em meus olhos.

─ Não me esconda essas coisas, podia ter me dito ontem, que estava com dor, queria ter cuidado de você, não ter dormido como um bebê enquanto você sofria sozinho. ─ Fez um biquinho.

─ Não foi tão ruim, tá? Eu tomei um remédio e melhorou um pouco, não fique assim, está tudo bem agora.

Escondia a verdade de todos e mentia descaradamente para Jimin. Não sinto dor nenhuma, não tenho siso nenhum para nascer porque eu já removi todos, me sinto culpado por mentir, mas não posso dizer que vou até lá, Jimin não iria aceitar.

Os seis seguiram para a sala de prática e decidiram que eu precisava de repouso até melhorar. Me sinto mal por mentir para eles.

As horas passaram tão rápido, logo sai de casa, rumo ao consultório de meu pai.

Algum tempo mais tarde, estava com meu carro estacionado na frente do prédio que eu conhecia tão bem, mas sem coragem de descer e caminhar até a porta de vidro, tocar a campainha e esperar para poder vê-lo.

Nosso último encontro não foi nem um pouco agradável, esse com certeza seria muito pior.

Respirei fundo algumas vezes, criando por fim coragem, sai do carro e caminhei até a porta.

Fui recebido por Soo Ah, que também parecia tensa.

─ Ele está finalizando uma paciente, não sabe que é você, eu... disse que era um paciente novo, que era uma emergência. Acho que depois disso vou perder meu emprego. ─ Ela disse, afobada.

─ Espero que não. Mas se perder, me avise que eu te ajudo a encontrar algo novo. ─ Ela assentiu.

─ Sente-se. Logo ele vai poder te receber.

Me deixou sozinho na recepção e voltou para dentro do consultório.

Como ela havia dito, não demorou tanto até a paciente que ele atendia sair de seu consultório, a moça sorriu e reverenciou, em seguida deixou o prédio.

Minhas mãos suavam e minha respiração pesava muito, estava prestes a estar frente a frente com uma das pessoas mais importantes da minha vida e também a que mais me magoou.

Soo Ah apareceu na recepção e disse um "vamos" baixinho.

Enquanto caminhávamos lado a lado no corredor, ouvimos ele dizer "ninguém fez a ficha desse rapaz?"

Passei pela porta e ele pegava uma caneta e uma ficha para orçamento, levantou seu olhar em minha direção, com um sorriso amigável no rosto, que logo se foi.

─ O que você faz aqui? ─ Perguntou, frio.

─ Precisamos conversar. ─ Respondi rapidamente.


Notas Finais


Mas acaba assim?

Acaba.

Fica um suspensezinho para o próximo capítulo.

Obrigada por ler. 💜💜💜

Volto já.


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