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História Analogy - Him


Escrita por: LadySacerdotisa

Capítulo 2 - Him


As cortinas acinzentadas não bastavam para abater os raios luminosos que serpenteavam o escritório bem mobiliado. Objetos, milimetricamente posicionados qualificavam com maestria a extrema elegância e fulgor do empresário acomodado confortavelmente atrás da mesa de mogno.

Movimentos apurados, carentes de qualquer ruído, alegavam uma disciplina degradante, contudo, responsável por efeitos mais do que satisfatórios. Suas mãos trabalhavam freneticamente na estrutura de relatórios e revisões de contratos e termos, não obstante, por vezes, direcionavam-se a franja rebelde numa tentativa supérflua de adestrar os fios prateados teimosos e incorrigíveis, convictos, em seu objetivo incomodo.

Um silencio completo e aclamado apoderava-se do aposento, em conjunto com a intensa fragrância da exótica colônia italiana mesclada ao toque cortês de cafeína.

Sons compassados entoaram, amplificando-se pouco a pouco, oriundos de outra sala, até que três toques foram dados pelo suposto funcionário que pedia permissão para pronunciar-se.

–Entre

A porta de mármore deslizou sobre o carpete fosco dando passagem a executiva que caminhou desengonçada, em seus sapatos camurça, até a mesa de mogno.

Oscilava exageradamente as madeixas loiras que se estendiam até a cintura, firmando de forma abaladiça as duas pastas vermelhas em mãos. Logo após entregar os papeis em seu poder, postou-se tímida diante de seu objetivo, aguardando ou até suplicando a formação de um diálogo.

Nada.

Inclinou-se, pegou a xicara de café, fazendo menção de caminhar até a cafeteira para restitui-la, porém foi detida pelo engenheiro que agora estancava sua mão esquerda sobre os braços magros.

Os olhos cristalinos brilharam esperançosos no rosto feminino.

–Se-sesshoumaru... -a voz tênue evadiu pelos lábios delgados, deleitando-se perante os escassos movimentos, administrados pelas mãos vigorosas e varonis, que apesar de seu dono frio e apático, vertiam sua quentura com extrema eficácia.

–Não há necessidade, sei aprontar um café.

Uniu a sobrancelhas, confusa, ao perceber que seu superior, nem ao menos se deu ao luxo de desatentar de seu oficio por alguns míseros e insignificantes segundos para dirigir-lhe a palavra.

Custava aventurar as orbes formoseadas por filetes de ouro pelos seus ornamentos, aplicados com extrema delicadeza e cuidado em uma suplica de atenção por pelo menos um instante? Custava-lhe agir como dias anteriores? Ou teria ele apenas atuado? Mimoseando seu corpo de maneira indiferente acobertando-se pelo véu opaco da falsidade?

Como se não bastasse, ele acenou para sua retirada, logo depois de soltar seu braço e retornar seus afazeres mecanizados, as mãos mais amofinadas em seu trabalho do que em qualquer outro capricho.

A loira suspirou, saindo a passos largos e contínuos do escritório, extremamente indignada com aquela situação, para tanto que permitiu-se um "singelo" equivoco no momento de fechar a porta atrás de si.

Apesar do pequeno "abalo sísmico" Sesshoumaru aparentou não se veicular ao ocorrido, permanecendo em sua profissão por mais duas ou três tediosas horas.

 


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