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História And Then? - Farewall


Escrita por: TahMadeira

Capítulo 3 - Farewall


Quantas vezes aquilo foi motivo de gritaria, portas batendo e discussões sem fim, houve um tempo que as brigas dos dois eram finalizadas na cama. E aquele era sempre o melhor sexo deles, ainda mais quando ela sentia o gosto da vitória, porém isso foi a muitos anos atrás, ela já não era mais aquela Maria Marta, nem ele aquele José Alfredo, hoje era pessoas que mudaram e muito e principalmente o casamento deles mudou,  já não existia entres eles era apenas um status que não estava mais segurado o peso de carregar. 

 

O papel possui  um peso maior do  que  algumas folhas, tinha um peso de uma vida inteira mudada e moldada de diversas formas, e o envelope pardo destoa e muito daquele quarto, deixou uma carta junto ao envelope, os dois, envelope e carta, um conjunto estranho naquele quarto de  cor predominante preto. Entretanto, ele iria encontrar mais fácil ali em sua  suíte, do que em qualquer outro lugar da casa, e ela  não queria que fosse outra pessoa e achar, a decisão já estava tomada, e as malas estavam prontas, era hora de partir 

 

— A senhora tem certeza disso, mãe? —diz Clara assim que desço o último degrau da escada, seus braços logo passam por minha cintura e se agarra em mim. 

 

— Sim, minha filha. —beijei sua cabeça e não posso deixar de pensar que coisas boas  aquele caos trouxe, estar mais unida com os meus filhos era uma vitória que ninguém iria  tirar. 

 

—Mas mãe, o pai levou a garota embora, ela nem dormiu aqui, não tem porque a senhora sair e se exilar novamente. 

 

—Meu filho—abro o outro braço e logo meu menino vem se juntar a sua irmã. — Não importa Lucas, se Isis ficou ou não, e sim que seu pai cogitou trazê-la para cá, para a nossa casa, e não só isso como escolher fazer vocês passarem por isso. Nosso casamento já afundou tem anos, vocês sabem, e cansei desse papel humilhante, e se de algum modo o que ele faz for pra atingir vocês o melhor é recuar. 

 

—Mãe fica pelo menos aqui no Rio? — Pedro pede com aquela vozinha que quase me faz ceder, mas não posso tenho que fazer isso por mim. 

 

— Neste momento preciso me afastar um pouco, conseguir de volta a minha dignidade, volto ao Rio logo, ainda que não queira mais ficar neste apartamento. — consigo abrir espaço para mais um naquele abraço e José Pedro se aperta entre nós. — E sabem que eu vou sempre estar com vocês, que não há jóia mais preciosa que os meus filhos. 

 

— E nós? —Cristina, Eduarda e Amanda me olham. 

 

— Pra vocês também, minhas meninas. — e as três se juntam a nós, ficamos uns momentos assim que nem percebemos o homem de preto chegar e ficar olhando a cena. 

 

— Que reunião familiar é essa que nem fui convidado?— ele diz enquanto mexe os bigodes nervosamente. 

 

— Bom, crianças preciso ir o motorista me espera. — digo saindo daquele calor que me dá energia que preciso para dar os últimos passos. 

 

— Dona…. Marta, a senhora me dá uma carona até o "Vicente"? — Cristina pede assim que pego a minha bolsa. Todos ignorando a presença do comendador, que bufa  na sala. 

 

— Sim, vamos querida. — Passei por ele achando que conseguiria resistir de olhar, mas foi mais forte do que eu e vi um  olhar perdido, tentando entender o que está acontecendo. Os filhos nem olhavam em sua direção, pareciam ter entrado em um acordo de ignorar a presença do pai. Mas ele mesmo quem foi atrás daquilo, que buscou a frieza dos filhos e horas. 

 

—Até você vai ficar sem falar comigo Cristina? Seus irmãos, eu até posso vir a entender, mas você permanecerá ao lado de Marta? — ele tenta segurar no braço da filha, que desvia. 

 

— Eu tentei ficar do seu lado, fiquei mesmo quanto tinha que mentir para todos por sua causa. Mas eu vi o sofrimento de cada um dos meus irmãos, e me doía não poder fazer nada por lealdade ao senhor. — ela engasga com o choro, limpa uma lágrima solitária— Vi dona Marta sofrer de noite, e ter que está bem de dia para poder reerguer a empresa, dar apoio que os meus irmãos precisavam, quando passei algumas noites a aqui a convite tanto dela  quanto de Clara, não foi uma ou duas que a vi chorar escondida, sentindo falta do senhor. E implorei para o senhor contar a verdade, tirar todos desse sofrimento, mas não, o senhor quis levar adiante o seu plano e só parou quando a polícia apareceu, e eu estive em risco. Quando  fingia de morto, o senhor manteve Isis ao seu lado e achei cruel demais, enquanto os demais sofriam, mas  pior… o pior foi o senhor ter a audácia de trazê-la para cá. Onde o senhor estava com o juízo? —Cristina sai porta fora, deixo um último olhar para meus filhos, consigo alcançá-la já na porta do elevador. Entramos em silêncio, sua mão tremia ao apertar o botão, e então segurou a minha. 

 

—Eu nunca culpei você por saber e não contar. 

 

— Eu sei, carrego essa culpa sozinha. 

 

— Você não precisa ficar sem falar com o seu pai, escolher um lado. 

 

— Já escolhi o lado errado uma vez dona… Marta, não vou fazer isso de novo.

 

Nós entramos no carro, e o motorista fecha a porta. Não sabia como Cristina tinha se culpado por seguir cegamente as ordens do pai, ajudá-lo a ficar oculto e morto aos olhos dos outros. Agora conseguia entender o fardo pesado, ainda mais que para o pai sair dos mortos ela foi usada por Maurílio, inimigo de José Alfredo que quase a matou. 

 

 Tinha de fato perdoado a menina, afinal qualquer um teria agido do mesmo modo seguindo as ordens do comendador. Tinha se afeiçoado de verdade pela enteada, a coragem dela lembrava um pouco a sua, se bem que Cristina tinha mais senso de justiça, isso a incomodava um pouco, mas que depois a cativou. A arrecadação que tinha feito em prol das meninas carentes que queriam uma linda festa de 15 anos, tinha feito muito bem para a imagem da "Império". E a coleção que ela e Clara fizeram juntas sobre o tema, ainda rendia ótimos lucros. 

 

—Obrigada pela carona—ela diz assim que o carro estaciona na frente do restaurante do marido. — Não fica tanto tempo longe de nós Marta. 

 

—Cristina e Vicente, vocês estão convidados a me visitar em Petrópolis, sempre que quiserem, cuida bem desse bebê.— nos despedimos com um abraço afetuoso. 

 

José Alfredo após ver os filhos se retirarem sem ao menos dizerem uma palavra, decide ir tomar um banho, a última noite não foi das melhores, teve a pior briga com Isis, seus últimos atos não ajudaram em nada e os pensamentos confusos só faziam a aquela dor de cabeça aumentar. 

 

Já no quarto, a primeira coisa que nota é o branco do envelope de carta, ao pegar encontra a letra inconfundível da esposa.



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