June ficou cuidando do Shun como se fosse uma enfermeira, ficava ao lado dele o tempo todo e cuidava dele. Ela não reclamava, afinal ninguém a obrigava a fazer aquele trabalho, fazia por amor ao seu amigo.
Shun teve uma melhora muito rápida, em poucos dias já tinha tirado os gesso da perna esquerda e suas feridas se cicatrizaram. Mas nada disso significava que ele não precisava mais da presença de June, muito pelo contrário.
Dias, semanas se passaram, já havia se passado muito tempo e nada, nenhum dois disseram nada a respeito de seus sentimentos. Precisavam aproveitar a oportunidade, o destino fez com que eles se reencontrassem.
Certo noite, Shun teve um pesadelo que fazia ele falar enquanto dormia, como June estava no quarto ao lado ela pode escutar, preocupada foi até o quarto do seu amigo tentar acorda-lo.
-Shun! Shun acorda...- June sacudia ele.- Shun!-
-Ah?- Shun acordou todo suado e trêmulo
-Você está bem?-
-Eu to... Eu to. Não foi nada...-
-Aí Shun, você me deixou preocupada.-
-Me desculpe, mas eu to bem. Foi só um sonho.-
-Pesadelo né.-
-É tem razão...-
-Vou te pegar um copo d’água e já volto.-
June foi até a cozinha, em questão de segundos voltou pro quarto do Shun e entregou o copo pra ele, que bebeu tudo num só gole.
-Se sente mais calmo?-
-Sinto.-
-Quer me contar sobre o pesadelo?-
-É o mesmo que muitos outros, sou eu possuído por Hades, a mesma carnificina...-
-Se quiser conversar melhor, estou aqui pra ouvir.-
-Olha, muita coisa seria diferente se nada disso tivesse acontecido, não sei se mudaria muita coisa na minha vida.... mas andei pensando e, percebi que minha bondade atrapalhou tudo.-
-Como assim?-
-Bem, é muito raro eu ficar com raiva de alguém ou guardar rancor, não me lembro da última vez que senti ódio. Mas acho que talvez, se eu não tivesse piedade pelos meus inimigos, muitos problemas teria sido resolvidos muito mais rápidos.-
-E o que isso tem a ver? Shun, se você acha que sua bondade é um defeito, você está errado.-
-Como não, se não fosse um defeito eu teria me tornando cavaleiro de Andromeda muito mais rápido.-
-Eu não penso assim, você demorou a ser cavaleiro porque você era muito jovem. Shun a sua bondade define seu caráter, e você tem caráter.-
-Me diga alguma coisa boa que fiz sendo bondoso.-
-Muita coisa, você sempre me respeitou como amazona, sabia que não podia ver meu rosto e você nunca faria o contrário.-
-É, sabia da lei das máscaras e nunca quis desrespeita-la, se bem que eu já vi seu rosto.-
-Foi acidente, eu sei que você não queria me machucar e muito menos ver meu rosto.-
-Querer eu queria, mas nunca iria tirar a máscara do seu rosto e nunca ia te forçar a tirar.-
-Como assim queria?-
-Queria ver seu rosto, queria ver se você era tão bonita como eu imaginava....-
June ficou vermelha, e Shun se tocou que falou demais.
-June... me desculpa, eu falei sem pensar. Por favor não se sinta ofendida...- Shun ficou nervoso e não sabia mais o que dizer.
O silêncio tomou conta do ambiente, nenhum dos dois tinham coragem de dizer uma só palavra, apenas se encaravam.
Foi daí que June aproximou seu rosto devagar pra perto do de Shun, olhou fixamente nos olhos dele, estavam confusos. Se aproximou mais, dessa vez entre abrindo os lábios e tocando nos lábios dele.
Shun foi pego de surpresa com a atitude de June, mas deixou rolar, entreabriu seus lábios também pra que ela pudesse aprimorar.
Ele deu entrada para a língua dela, deixando tocar na dele, June tocou sua mão no rosto de Shun pra sentir seu calor, ele por sua vez deu intensidade pegando na nuca dela.
Mas o beijo foi desfeito com a falta de fôlego dos jovens inexperientes, assim se beijaram novamente com a certeza de como era. As duas línguas dançavam com o contato que tinham uma com a outra, explorando também a região bocal que abrigavam.
O segundo beijo foi desfeito, pelo mesmo motivo do primeiro, Shun e June estavam com suas testas coladas, apenas trocando olhares. Foi quando June se afastou e disse:
-Eu.... já está tarde... até amanhã Shun.-
June saiu do quarto e fechou a porta, Shun ficou sem entender nada e ficou encarando a porta. Parou pra pensar no que ele podia ter feito de errado, será que ele não foi bom o bastante?
Decidiu voltar a dormir, não iria perder tempo pensando.
Na manhã seguinte, acabou que Shun e June não tomaram café juntos, afinal Shun não conseguiu dormiu e acordou tarde.
Após tomar café, Shun ficou na sala lendo uma revista, viu June chegar e chamou por ela.
-June!-
-Oi Shun, Bom dia!-
-Vai fazer alguma coisa essa manhã?-
-Não. Por que ?-
-Quer andar pela cidade comigo?-
-Parece bom, quero sim.-
E assim os dois caminhavam pelo bairro, Shun resolveu levar June para conhecer o parque perto dali. Juntos viam as belas árvores ao seu redor, não tinha muita gente naquele horário, assim só escutavam o som da natureza.
Shun se aproximou de umas das árvores e chamou June para ver uma coisa.
-Veja, o tronco desta árvores está cheia de marcas do socos. Meu irmão costuma treinar seus golpes aqui e me inspirava a ficar mais forte.-
-Sente falta dele?-
-Queria que ele saísse logo do coma pra finalmente ficarmos juntos como nessa época. Mas na verdade, mesmo sem ter ele por perto, eu nunca me senti sozinho...-
Shun pegou na mão de June, levando ela para um outro canto do parque, dessa vez levou para um local onde dava pra ver um parte da cidade. Os dois se sentaram no gramado, para admirar a vista.
-Sempre achei essa parte do parque a mais bonita, da pra ver quase tudo daqui. Eu sempre penso que eu poderia ter tido uma vida diferente, onde eu fosse um garoto normal de cidade grande.-
-Não teria problemas que um cavaleiro tem na vida.- disse June
-Exatamente. Mas eu agradeço por não ter tido uma vida normal.-
-Por que?-
-Porque simplesmente eu não teria te conhecido. Apesar de tudo, eu não trocaria minha vida por nada, só por causa de você.-
-De mim?-
-Não ha outra mulher no mundo igual ou melhor que você, June.-
-Shun...-
-A lei das amazonas dizia que se um cavaleiro visse o rosto de uma, ela teria duas opções pra manter seu cargo, matá-lo ou amá-lo. O engraçado, é que se essa lei não tivesse sido banido, eu não estaria preocupado, já te amava antes.-
June não podia acreditar no que estava ouvindo.
-Shun, confesso que... eu te amava... não... ainda te amo. Mas eu não sabia dos seus sentimentos por mim, e não iria te forçar a nada.-
-Você não estaria me forçando, estaria realizando um sonho meu.-
Shun se aproximou de June e a beijou, agora tinha experiência e não se sentiu inseguro. Os dois desfizeram o beijo, e June disse:
-Eu poderia ter te dito antes, o quanto sempre te amei.-
-Pelo menos você disse. E eu me sinto o homem mais feliz do mundo.-
Os dois voltaram a se beijar, com mais intensidade e mais calor, Shun passava uma das mãos na nuca de June e a outra se apoiava na grama, já a June apoiava suas mãos no pescoço de Shun.
Perderam o fôlego e pararam, os lábios de June ficaram vermelhos e inchados, Shun respirava com dificuldade e sorria, sorria pra June, o amor de sua vida.
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