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História Anestésico - Café


Escrita por: pairofsocks

Notas do Autor


@methoxyflurane, amo vc mt

Capítulo 1 - Café


Ela gostava tanto de café quanto odiava falar sobre si mesma ou indagar coisas ao seu próprio subconsciente, porque não havia nada pior do que ecoar dúvidas no momento em que a xícara tomava seus lábios. Aquele momento se fazia instantâneo, belo, impassível, era quando ela sentava e pensava, não sobre si, mas sobre como o amargo era tão sobre ela nas horas vagas.

E, não sendo por falta de fala, os domingos são, de longe, os piores dias da semana, com toda a certeza. Eu afirmo porque a conheço há tempo suficiente para dizer que é o dia em que o café esfria mais rápido, onde a singularidade faz-se terrena, é quando os ponteiros do relógio são arrebatados, param no doze e a música vira reza. A monotonia vira moda e os pecadores se vestem de tédio; logo ela, que acha que seu quarto é um universo paralelo, onde a viagem e infinita para seu faz-de-conta; a monotonia, no domingo, é inimiga do querer.

E por falar em faz-de-conta, eu poderia contar que ela é surreal. Poderia dizer que suas obras preferidas são aquelas em que a certeza dá espaço à ambiguidade, à magia dos céus. Poderia, por esmero, dizer que os gatos são os melhores animais do mundo, e nem digo isso apenas por existirem, digo porque a simbologia pode ser maior do que a própria existência.

E, ela... Ah, ela, o que dizer? Que sua música preferida é o barulho dos pássaros? Não, ela não é assim. Os pássaros e sua melodia lhe dão uma dose de raiva. Ela não é assim, e não é porque não tentei, é só porque é ela. E há algo mais belo?

E sobre meninos, eu diria que os clássicos lhes dão uma pitada de desleixo; sarcasmo e cavalheirismo lhe fazem ir à afronésia dos desejos. E tal tema, o capricho de tuas fantasias, é quase arte. Os olhos opacos são amor quando a dor chega ao ápice. O sangue se esquenta, a doçura aumenta, e... Ah, ai de quem se atreve.

E, apenas em razão de viver, quero contar que o café me faz tão mal quanto o açúcar que adentra sua xícara de cisma. A quentura, enquanto ela sorve vagarosamente o café, deixa seu peito mais aconchegante; a cafeína entra em sua corrente sanguínea e coincide com o caos de seus sentimentos, o qual só ela e o composto conhecem.

E, depois de tanto tempo, eu ainda tenho a audácia de me indagar: quem é ela? Desculpe-me, é demais para meu conhecimento. Não é algo que eu possa responder.

Se você ainda não sabe quem é ela, eu chutaria que é o abstrato dos quadros, algo na essência, que não é humano, sequer flor ou animal.

Ela é... apenas ela. Sem mais.


Notas Finais


feliz aniversário, meu singelo presente a ti


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