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História Angel - I Love U.


Escrita por: thbabygirl

Capítulo 18 - I Love U.


Fanfic / Fanfiction Angel - I Love U.

Faltavam trinta minutos para às dezoito horas e eu estava refletindo em meu colchão duro e com crateras. A caixa presente em meus pés é atraente o bastante para me fazer encará-la na maior parte do tempo. 

Eu deveria usar isso? Depois do episódio em sua mansão e toda a conversa estranha?

Camila invade meu quarto sem um aviso sequer. Ela está deslumbrante com seu vestido dourado depois de três horas de produção com Pietra. Noah vinha logo atrás, vestido num terno elegante demais para ser de Noah.

— De quem você roubou?

— Camila insistiu. Margaret deixou sem cobrar nada em troca e ainda me ofereceu uma roupa pra ir. Fiquem atentas, eu acho que ela me quer.

— Já falei que o estranho gostosinho está fodendo com a velha. — Camila afirma. 

Pietra estava fora de meu campo de visão. A menos que...

— NÃO! — grito avançando em cima da Collins que está agarrada com minha caixa. — Devolva isso, Pietra.

— O que tem aqui, hum? É de algum pretendente?

Camila e Noah se aproximam no mesmo segundo, que aumenta meu pânico. Eles entram em nossa pequena luta, mas não antes que eu pudesse retirar a caixa de suas mãos.

— Não existe pretendente nenhum.

A não ser que conte com o ser demoníaco que realmente me enviou isto. 

— Quer saber? Saiam daqui, vocês precisam ir ao baile. Tchauzinho. 

Empurro Pietra com uma mão e Camila com outra. Noah me olha com um sorriso de 'eu sei o que você fez noite passada' e eu tento ignorar.

— Nós não iremos até nos mostrar o que tá escondido ali. Vamos lá, Annie, somos seus amigos. — ele diz com tom carinhoso.

— Me deixem em paz, vamos. Caminhando para fora...

— Escute. — Cam inicia. — Falaremos com Margaret e você irá conosco. Nós te arrumamos algo pra vestir e tudo certo.

— Eu não vou, Cam, você sabe.

Noah já estava no fim do corredor conversando com alguém. Fico na ponta do pé e vejo Shawn muito bem vestido em um terno azul marinho. 

Será que eu sou a única a não ir pra lá? Envio um tchauzinho para as duas e elas seguem me mostrando o dedo do meio.

— Vamos descobrir o seu segredinho, Katherine. — sorri desafiadora para as duas.

 Antes de vê-las partir, uma figura surge por trás delas. Arregalo meus olhos ao encarar Jason com uma rosa de cor vermelha em mãos estendida para mim. 

Pietra e Cam saíram sorrindo maliciosamente em minha direção e comemoram, como se acabassem de achar o mapa do tesouro. 

O rosto de Jason está ocupado por um leve e breve sorriso. Em seu terno havia um lenço da mesma cor que a rosa pendurado em um bolso. 

Talvez eu tivesse ficado um pouco surpresa por vê-lo tão formal, tão longe de como ele costuma se vestir...

— Eu imaginei que estaria aqui e aproveitei para...

A verdade é: Jason é muito bonito, mas havia algum tipo de bloqueio ou trava que me impedia de seguir com qualquer ideia que envolva avaliar seus traços. 

— Para ver como está depois do ocorrido. Você está bem?

— Sim. Na verdade eu mal pensei sobre isso.

— Isso é bom, afinal... ele não vai mais chegar perto de você. Será fácil esquecer a existência dele. — ele sorri, simpático. Ele parece ansioso. — Eu te trouxe isto, como um pedido de desculpas.

— Desculpas?

— Quase cheguei tarde demais.

— Sua definição de quase foi o que me salvou, Jason, e isso para mim será motivo de te agradecer e não desculpar por algo.  

Alcanço a rosa que ele estende para mim. Macia como as que tinha em meu jardim. Uma linda rosa incompleta, em forma de pulseira. 

— Obrigada.

Ele sorri em resposta. O silêncio paira imediatamente, mas de alguma forma não parece ser algo desconfortável com ele.

— Você tem uma companhia para o baile?

Penso rápido antes de responder.

— Isso depende...

É ele

A própria reencarnação do Lúcifer na terra. Impecável como sempre. Seu terno completo em preto o deixa com uma aparência ainda mais firme e lhe era dada toda a atenção que — sem qualquer esforço — ele já tem. Mas aquele terno reforçava o óbvio: toda a sua elegância atrai qualquer olhar. O cabelo alinhado destaca o tom dourado dos fios, quase no mesmo tom que seus olhos.

— Depende do que ela dirá quando eu a convidar. — ele completa enquanto se aproxima. — Precisamos evitar esses encontros desagradáveis, Sanders.

Após uma brusca encarada em minhas roupas, — um enorme e folgado vestido branco — Justin está aparentemente irritado por não me ver vestida com mais um de seus mimos. Ou seria... decepcionado? 

Toda a sua confiança parece ter sumido naquele instante. Por uma fração de segundo, vejo Justin inseguro por Jason estar, mais uma vez, um passo à frente.

— O que faz aqui?

Jason ri com a pergunta, e, decidindo parar de ignorar a existência de Bieber, resolve encará-lo. Cruzo meus braços, tentando disfarçar o quanto estava me divertindo com a situação.

— Estou verificando o bem-estar de uma aluna. Afinal, sou o supervisor geral. Inclusive... se eu não me engano... deixe-me ver. — ele finge pensar em alguma coisa, e ergue um dedo indicador para o teto. — Ah, é. Sou supervisor dos funcionários também. E ao que me lembro, você é um dos instrutores, certo? Então eu deveria perguntar: o que você faz aqui, Bieber?

Eles estavam tão próximos agora. 

Iriam se beijar? Eu confesso que sempre quis saber qual a sensação de ver dois homens bonitos se beijando.

— É uma pena que eu tenha que te pedir isso, mas... poupe seu tempo, Sanders. Porque eu não sou um funcionário. — Jason o interroga, indignado. — Sou o dono.

— O quê? — Jason e eu perguntamos em uníssono. 

Todos sabem que ele faz parte de uma família fundadora, mas não que é dono. Ao menos não foi deixado claro em nenhum dos discursos de Margaret. 

Justin dá de ombros, permanecendo com seu olhar duro sobre Jason.

— Enfim... — Sanders coça a nuca. — Eu só queria garantir que estaria bem e queria que usasse isso esta noite para lembrar do meu quase-pedido-de-desculpas. 

Ele toca minha mão para pegar a rosa e amarrá-la ao meu pulso e eu sinto sua mão cuidadosa e delicada. Observo cada expressão que Jason fez ao realizar aquela breve tarefa e sorri antes que ele partisse. Ele retribui o gesto e lentamente some no fim do corredor escuro. Justin acompanha o trajeto do rapaz. 

Deus. Isso devia ser engraçado, mas já passava do senso do ridículo. Encaro-o sugestiva, convidando-o a se retirar. Ele coça a sobrancelha, irritado — para variar.

— Eu achei que seria o único.

Ele estende uma rosa branca em minha direção. 

Eu gostaria de negar o efeito que isso trouxe aos meus batimentos cardíacos.

— E eu achei que tivesse deixado claro que não queria te ver.

— Você deixou. Mas não disse que eu não poderia ver você. — sorri. 

Mas que diabos?! 

Por que justo ele tem que ser dono de um sorriso tão perfeitamente invejável? 

— Por favor, aceite.

Ele toma a iniciativa de ocupar meu outro braço com sua rosa. 

Eu o encaro novamente, por fim. Eu temo pelo que iria sentir a cada vez que eu o faço. É sempre como se eu já tivesse visto seu rosto em todos os lugares tantas vezes e sentisse exatamente a mesma sensação. Sinto meu corpo gelar quando ele está próximo o bastante para sussurrar próximo dos meus lábios, fazendo com que eu sinta o embriagante cheiro de menta.

— Seja meu par, pequena Annie.

Uma música clássica toca num tom agradável no meio do grande salão. Posso ouvir antes que entrasse no local alvo de pessoas. Um garçom passa por mim algumas vezes, servindo bebidas variadas. Aceito uma água e o agradeço. Não dava para ficar aqui pra sempre, não quando se produz para um evento como esse. 

Eu sabia que ele estaria bem ali do outro lado.

Sabia que iria encará-lo a noite inteira. 

Que seria seu par durante a cerimônia. 

Céus. 

Esse era o meu plano de manter distância?

Foi uma péssima ideia. Respiro fundo duas vezes e finalmente empurro as portas. O estrondo foi simplesmente infernal e altíssimo, fazendo com que toda a conversa paralela lá embaixo fosse cessada. O tom calmo e leve da música permitia que qualquer som fosse perfeitamente nítido. 

Permaneço paralisada no topo da escada, observando cada olhar focado em mim naquele segundo. Eles olham assim para cada pessoa que entra aqui ou será que estão avaliando o grau da minha vergonha?

Eram incontáveis rostos a me analisarem no momento. Pisco algumas vezes, tentando desviar o constrangimento. Não basta ver que todos estavam reunidos em casais? Tinha que passar por essa indiscrição com as portas? 

Seguro o vestido, suspendendo-o um pouco para que pudesse caminhar sem correr o menor risco de cair já que eu não parecia ser muito amiga da coordenação motora, não me importando com o que usava por baixo: uma cinta liga preta parcialmente exposta graças à fenda do vestido. E antes que eu desse um passo à frente, minhas pernas tremem novamente.

O espaço entre mim e ele fora aberto com sincronia entre aquelas pessoas. Fecho meus olhos, desejando que fosse acordar a qualquer momento, mas infelizmente é real. Eles estavam mesmo abrindo uma larga passagem e apenas eu estava no centro. 

Ele caminha em minha direção, no amplo espaço que havia se formado. Seus olhos focados em mim com seu sorriso lateral me deixa mais ansiosa e nervosa do que eu já estava. Uma taça ocupa uma de suas mãos enquanto a outra descansa em seu bolso. No momento em que estávamos frente à frente, seu indiscreto olhar para minha perna descoberta corre sem dó. Sua mão então é estendida para mim. O alívio de finalmente ver todos voltarem aos seus devidos lugares e aos poucos tirarem os olhos de nós foi absurdo. Um demorado suspiro de alívio ecoa por mim.

— Me concede uma dança? 

Justin pergunta fingindo formalidade, e embora ele realmente fosse formal, é estranho. Mesmo para ele. Eu estendo a mão que estava com sua rosa, sorrindo com a percepção dele também.

— Espero que saiba conduzir.

Declaro, na esperança de que ele realmente tomasse a frente disso. Eu não faço ideia de como começar uma dança.

— Você sabe que sei conduzir muitas coisas. — instantaneamente, reviro os olhos.

— Parece que é importante para eles, afinal. Abriram alas para que passasse. — afirmo quando ele me pôs na posição para a dança. É claro que, dessa vez, o pequeno salto não permite que ele me coloque em cima de seus pés.

Ele gargalha brevemente.

— É plausível que eu seja, de fato. Mas não foi pra mim que a atenção estava voltada, Annie. — sussurra em meu ouvido, acariciando meu braço até que chegasse a colar sua palma na minha. — Você está inegavelmente deslumbrante. Os holofotes são todos seus.

Apoio minha cabeça em um de seus ombros apreciando a melodia de Ed Sheeran. Luce ainda guardava os discos que Richard colecionava e eu sorri com a lembrança. 

Justin conduz nossos corpos com leveza no meio daquele salão. 

A voz de Ed Sheeran me fazia viajar para outro mundo. Um mundo onde só existissem canções boas e um ombro para me encostar. Especificamente esse ombro.

— Amar pode doer às vezes, mas é a única coisa que eu sei... 

Sua voz rouca e baixa soa tão boa. Há momentos em que me esqueço de quem ele realmente é. 

— Quando fica difícil, você sabe que pode ficar difícil às vezes. É a única coisa que nos faz sentir vivos... — seus olhos fechados enquanto cita os trechos era algo de se admirar, sem sombra de dúvidas. — Annie?

Esperei que algo a mais saísse de sua boca.

— Me perdoe por aquele dia. — suspira. — Há coisas das quais nós tentamos fugir para proteger algo maior e não percebemos o que essa obsessão por segredo nos tira de nós e nos faz... enlouquecer. Eu preciso que confie no que eu tenho para te dizer agora. É a única coisa que posso te garantir que... é a minha maior verdade. 

Encaro o fundo de seus olhos caramelados, sua boca tão convidativa e sua mandíbula trancada. Era uma das coisas mais perfeitamente desenhadas do mundo. Eu o beijei. Beijo seus lábios de acordo com o desejo que eu estava de senti-los novamente. Deposito minha resposta em seus lábios. 

A onda de eletricidade entre nossos toques me faz tremer. Eu estava com saudades disso. Dele. Mais do que gostaria de admitir.

Quando sinto o beijo por encerrar, sua boca se atreve a citar algo em um tom quase inaudível, mas claro o suficiente para me fazer tremer.

— Eu te amo, pequena Annie.



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