História Angel Eyes - DARYL DIXON l livro 1 - Décimo Primeiro Capítulo

ELIZABETH GRIMES:

Quando o caipira voltou Carl já estava acordado e comeu comigo um enlatado que Dixon trouxe. O Dixon mais novo não disse nada apenas me entregou a lata e saiu dizendo que ia encontrar seu irmao, que estava demorando muito.

E agora estava com o garoto do para de olhos azuis idênticos ao de Rick, sentada em volta da fogueira que acabou de ser acesa.

Ainda não tinha visto Shane desde a hora que ele saiu com Lori para algum canto, e de verdade, nem me importava. O problema era que Carl ficava fazendo perguntas da qual não poderia ser 100% sincera ao responder. Não quero mentir pra ele, muito menos omitir nada, Carl é uma criança, mas não é bobo. Sabe muito bem o que aconteceu mais cedo, meu medo é dele se revelar contra Shane, e me repudia dizer, mas precisamos dele. O cara é um lixo de ser humano, mas tá interessado na Lori, e não deixaria Carl se machucar.

Sophia sentava ao lado de Carl e eles conversavam sobre ah HQs que trouxe para ele. O papo era até envolvente, q forma como Carl explicava as coisas para Sophia era uma gracinha. Acabei me perdendo no papo das crianças que nem percebi quando Amy e Glenn sentaram do meu outro lado.

Eles apenas me olharam esperando uma reação minha, mas me mantive quieta. Eles de entreolharam e Glenn abriu a boca, mas nenhum som saiu, Amy revirou os olhos e começou a dizer.

- Queremos saber se está tudo bem? Sabe... Com oqnce do Shane e tal? - pergunta ela com vergonha.

- Tudo certo, desde que ele não se aproxime de mim. - digo tentando encerrar o assunto.

- Daryl te defendeu até, fiquei chocado. - respiro fundo, não deixariam esse assunto de lado tão cedo. - Me lembre de nunca arrumar briga com você Lizzie, não tô afim de apanhar do Dixon não. - fala rindo, acaba que caio na risada com os dois.

Carl avista sua mãe do outro lado do acampamento e me avisa que vai até ela, apenas assinto e ele corre.

Conversamos acho que por horas, como era nossa antiga vida, o que fazíamos. Os dois eram muito legais, e os assuntos surgiam sem que se precisasse de esforço. Acabei descobrindo que Glenn era entregador de pizza e Amy fazia faculdade na mesma instituição que eu. Até que eu liguei os pontos, não poderiam ter duas Amy, com as mesma características na UFKC (University Franklin Karson Clim), não me seguro e pergunto pra Amy.

- Amy, por acaso assim, você conhecia um Dylan? - pergunto e ela pensa por um instante.

- Sim, não posso dizer que éramos amigos, mas conhecia sim. Ele deu em cima de mim desde o meu primeiro dia lá. - ela fala e sorrio. Dylan era mesmo um galinha.

Me pego pensando o que pode ter acontecido com ele. Será que está vivo por aí em algum lugar? Certamente sim, Dylan era esperto e fazia medicina na faculdade, tinha conhecimentos médicos, deve estar bem. Me agarro há esses pensamentos.

- Porquê Lizzie? - pergunta Amy.

- Eu era amiga dele, e ele me encheu por um bom tempo que uma tal de Amy estava fazendo ele pastar. Mas que fique claro, mesmo sem saber quem você era contastei que era muita areia pro caminhãozinho dele. - falo e os dois riem, sorrio também. Mas não consigo evitar de sentir saudade dele. Mesmo não o vendo todos os dias na universidade, sabia que se precisasse era só ligar ou mandar um socorro, "tô morrendo!" que ele vinha correndo.

Aos poucos todos se sentam ao redor da fogueira que já estava um pouco maior, sinto falto do Dixon mais novo. Merle está aqui, mas ele não. Evito não ficar pensando muito ou é capaz de eu ir atrás dele, mesmo sabendo que ele pode muito bem cuidar de si menso sozinho.

Estão decidindo sobre uma ir em busca na cidade amanhã. Nem me pronuncio para ir junto, já sei que se fizer Shane da outro show e não estou nem um pouco afim de discussão agora, e pra ser bem sincera prefiro ficar aqui do que ir pra cidade.

Ficou decidido que iriam pra cidade, Glenn, Andreia, T-dog, Jaque e Merle. Ótimo, que grupo incrível! Qualquer dia eu ainda morro engasgada no meu sarcasmo e irônia.

Mas sério, levar Merle e Andreia no grupo não é uma boa. Primeiro que: Merle é uma bomba relógio, machista, narcisista e racista, e tem um negro no grupo.
Segundo: Andreia é impulsiva, não pensa antes de fazer nada e pode acabar condenando eles.
Consegui ver isso apenas nesse pouco tempo que ficamos aqui. Merle até que fala algumas coisas prestam, mas a maioria das vezes só abre a boca para xingar ou humilhar alguém. Com Jaque eu não tive muito contato então não sei, T-Dog é bem legal, sabe conversar. E Glenn é o Glenn, nada a declarar sobre o coreano que não é japonês. Ele é rápido, esperto e conhece todas as duas da cidade, já que as percorria para entregar as pizzas, vai se sair bem. Só não sei se os outros também vão.

Volto para minha barraca depois de comermos uns peixes que Amy e sua irmã pescaram a tarde, Dale contou algumas histórias e logo todos se dirigiam para suas barracas. Carl pediu pra dormir comigo hoje e não recusei. Quando perguntei o porque ele me disse que sua mãe havia falado para ele me pedir. Cretina, quer dar pro Shane e nem disfarça.

Na manhã seguinte, antes mesmo do sol terminar de nascer os carros já estavam saindo, acabei acordando com a movimentação do lado de fora, saio da minha barraca o mais silenciosamente possível para não acordar Carl que dorme profundamente.

Vou até Glenn e lhe dou um abraço desejando boa sorte, o mesmo me diz que vai tomar cuidado e se despede me dando um beijo na testa e entra no carro. Dou um leve aceno para os outros e olho em volta, o Dixon ainda não voltou, isso pode ser um problema, o irmão saindo e ele nem sabendo de nada.

Vou até Merle para perguntar se ele pelo menos avisou seu irmão e ele fala que não vê Daryl desde ontem quando saiu. Mas que coisa.

- Vê se arranja problema lá Merle. - falo séria e ele zomba.

- Pode deixar, comigo lá vão estar seguros. - reviro meus olhos. Quanta prepotência.

- É sério Merle, não arranja problema ou quando voltar eu acerto você. - falo sério, mas sei que com um soco dele eu caio nocauteada.

Ele me olha desconfiado e ergue uma sombrancelha se preparando para falar alguma merda, mas levanto a mão como sinal de que não fale nada.

- Calado. - falo e lhe dou um saquinho no braço. - Vê se volta inteiro, não sei se gosto de pensar em um Dixon mal humorado. - ele assente e se vira entrando no mesmo carro de Glenn.

Saio dali indo para minha barraca. Escovo meus dentes e penteio meu cabelo. Troco apenas a regata que estava por uma camiseta branca dois números maiores que o meu, sempre gostei de roupas mais largas.

Como Carl ainda dorme vou atrás de algo para fazer por ali. Encontro Amy e Carol lavando algumas peças de roupa e ajudo. Hoje não tem muito o que fazer, quase metade do acampamento foi para a cidade. Quando já estou terminando de lavar as últimas peças vejo uma sombra ao meu lado e não preciso nem me virar para saber quem é.

- Já disse para não ficar sozinha por aí garota. - fala ríspido me puxando para cima pelo braço.

- Não tô sozinha, Amy e Carol acabaram de sair daqui. - me solto de seu aperto.

- Grande coisa aquelas duas. - revira os olhos.

- Não fale assim. Disse pra não andar sozinha, não que deveria andar com um soldado. - falo e ele fecha a cara.

Ele fica um tempo calado apenas me encarando. Termino de torcer as roupas e me viro incomodada.

- Se quer me dizer algo tem que abrir a boca Dixon, não sou advinha. - falo o óbvio, vejo ele se irritar e se virar para ir embora. - Dixon, espera caramba! - puxo seu braço e ele se vira. - Você tinha que ser tão sensível?

- Não sou sensível. - ergo minha sombrancelha e ele revira os olhos, tá virando hábito já isso.

- Tá bom então senhor durão, agora fala o que queria.

- Viu Merle por aí?

- Ele saiu em um grupo de busca pela cidade. - falo.

- Mas ele é um puto mesmo, como ele sai e não avisa nada. - fala e realmente parece bem irritado.

- Calma, vão voltar ainda hoje. - falo e ele resmunga algo voltando para a floresta. Balanço a cabeça em negação e volto para o acampamento.

Depois de estender as roupas em um varal improvisado, amarrado no trailer e em um outro carro, procuro por Carl e vejo ele comendo ao lado de sua mãe e Shane. Eles conversam sobre alguma coisa que não tenho nenhum interesse em saber.

Me sento ao lado de Amy e roubo o restante dele sua lata de pêssego. Ela me olha feio e dá um saquinho no meu ombro. Saio correndo comendo os pêssegos enquanto ela me xinga de tudo quanto é nome vindo atrás dele mim.

Acabo cansando e não tem o que fazer mesmo, já comi todos, então paro me sentando em um tronco recuperando o fôlego, ela se joga em cima de mim e nós duas caímos para trás rindo. Ela cai para o lado e ficamos gargalhando por um bom tempo.

Quando nos recuperamos levantamos limpando a roupa e olhando sem volta, todos estavam rindo também, achamos caindo na risada de novo.

E a tarde se passou assim, depois de muito tempo, pude passar uma tarde tranquila. Irônia né, passar uma tarde brincando de pique esconde, cobra cega, rouba bandeira enquanto estamos em um apocalipse.

Até mesmo Carol brincou um pouco conosco, seu marido era um porre, não deixava a mulher fazer nada além de serviços domésticos que tínhamos o desprazer de ainda ter que fazer, logo ela desistiu com a desculpa de que estava muito velha pra isso, mas sei que foi pelo escroto do marido dela que estava olhando feio pra ela. Não gosto nenhum um pouco do Ed, o cara é nojento pra caramba e a coitada da Carol é tão submissa a ele. Finjo que não vejo as marcas no corpo da mulher pra não causar confusão, mas sei que ele bate nela, só imagino a pequena Sophia no meio dessa situação.