História Anime Connection (Kim Taehyung - BTS) - New Year

Taehyung

Aparentemente Jimin e Jungkook ficaram mais bravos com o “acidente” no jogo do que o próprio Taehyung. Ele, obviamente, ficou muito apreensivo quando tentou levantar em quadra e sentiu bastante dor. Piorou quando na enfermaria disseram que ele teria que ir até o hospital, então não se importou de falar vários palavrões enquanto Park o ajudava. Porém, quando fez as radiografias e passou no médico ficou bem mais tranquilo ao receber a notícia de que tinha sido uma lesão simples e que poderia melhorar com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e imobilização do braço. Teria que tomar alguns cuidados e passaria com algum ortopedista para avaliar quando seria o ideal para voltar a praticar esportes, mas num geral tudo estava bem.

Ótimo, na verdade, porque felizmente uma certa Miau esteve muito presente e o ajudou bastante.

Catarina foi à casa dos Kim todos os dias, muitas vezes alegando estar só de passagem para ver como Taehyung estava se sentindo, mas por insistência da família ela acabava ficando a tarde inteira com eles.

Ele teve que dividir a atenção da garota com os irmãos, no plural, porque Cat insistia em chamar Ji Hoon para brincar com ela e Yoo Ri. Com a mobilidade limitada Tae mais falava do que fazia outra coisa, mas estava presente o tempo inteiro, rindo das interações dos mais novos com Styles. Por sorte o Sr. e a Sra. Kim também davam uma ajudinha e mandavam os mais novos fazerem tarefas para que os dois pudessem passar um tempo juntos.

O tempo “a sós” que conseguiam era na maioria das vezes ficar sentados no sofá da sala, com a televisão ligada, fingindo que prestavam atenção em algum filme ou programa que estava passando. Taehyung e Catarina ficavam boa parte do tempo quietinhos, em silêncio, enquanto suas mãos se acariciavam sem parar sob uma das almofadas. Ele adorando a diferença de tamanho entre a mão dele e a dela, às vezes apertando um pouco mais forte os dedos pequenos quando sentia vontade de beijá-la ou morde-la de tanto que adorava a sensação de tê-la por perto.

Adorava ainda mais como ela parecia preocupada e perguntava se ele ainda sentia alguma dor antes de se esticar e beijar sua bochecha. Quando disse que precisava de cuidados, estava parcialmente brincando, mas Cat realmente estava deixando-o mais idiota e bobão por ser tão atenciosa e tratar Tae e sua família com tanto carinho.

Outras vezes ficavam apenas sentados de frente um para o outro falando sem parar como nos tempos do aplicativo, completamente empolgados com qualquer assunto que surgisse ou suas curiosidades aleatórias. Claro que agora incluíam algumas fofocas escolares nos tópicos, falando dos melhores amigos e alguns professores. Taehyung tomando um cuidado consciente de não citar nenhum tutor de física para não fazer nenhuma careta involuntária ou revirar os olhos na frente da garota.

Se surpreendeu em como o natal chegou rápido. Os dias correndo mais depressa do que ele desejava. Ficou um pouco inseguro sobre o que fazer e sobre tudo que estava acontecendo, mas achou melhor não ficar pensando muito. Na véspera cada um ficou com sua respectiva família, comendo bastante, mas sempre trocando mensagens. Taehyung falando que ajudaria os pais a arrumar os presentes sob a arvore para os irmãos abrirem na manhã seguinte. Foi então que descobriu que no dia de Natal Cat passaria à tarde sozinha, porque o pai teria plantão e ela não tinha nenhum plano com Emma. Ele ligou imediatamente, tentando convencê-la a vir até sua casa, mas Catarina insistia que seria estranho e inconveniente. Precisou a Sra. Kim pegar o celular da mão do filho e conversar com a Miau teimosa e envergonhada, alegando que não aceitaria um “não” como resposta porque jamais deixaria a garota sozinha no dia de Natal - claro que a mais velha não sabia nada sobre a mãe de Catarina -, e sem escapatória ela aceitou o convite. Em segredo, quando abraçou Tae desejando feliz natal, disse no ouvido dele que ficaria só um pouquinho e logo iria embora, mas acabou voltando para casa quando já estava escuro e seu pai estava voltando do trabalho.

Na semana de ano novo os dois finalmente tiveram como fugir de casa um pouco quando a Sra. Kim pediu que comprassem algumas coisas no mercado perto do bairro. Ela disse que não precisavam ter pressa, dando uma piscadinha para o filho, que respondeu com um sorriso enorme de agradecimento. Responsáveis, pegaram tudo que a mãe dele pediu, junto com mais algumas besteiras que comeram juntos sentados num banco de frente para uma fonte rodeada de flores. Trocando alguns beijos aqui e ali, mas nada muito exagerado porque estavam em publico. Foi ai que ele decidiu que queria fazer uma surpresa para a garota. Naquele mesmo dia Taehyung explicou a ideia para o pai, pois ia precisar de uma carona, e começou a “colocar a mão na massa”.

Todos os alunos do colégio tinham planos grandes para a noite de ano novo. Jimin tinha combinado alguma coisa especial com Elisa, Jungkook estava na viagem tradicional com a família, Liu continuava esquisito e o próprio Taehyung com o braço ruim não estava a fim de fazer nada que não envolvesse Catarina bem perto dele. Por sua vez, ela não deixaria o pai sozinho na virada do ano – daquela vez ele se segurou para não dizer nada sobre a mãe dela -. A única alternativa do Kim era acompanhar os pais e os irmãos na festa da empresa do pai, que era incrivelmente entediante, e onde teve que explicar mil vezes porque estava usando uma tala. Também ouviu o tempo todo que ficava muito bonito de camisa social e gravata. Passou a noite inteira num canto com o celular.

Assim que acordou no primeiro dia do ano, foi direto para a mesa do computador dar os retoques finais na surpresa, usando sua mão boa. Teve que tomar café da manhã, esperar até a hora do almoço para então poder tomar um banho – o que estava detestando fazer com o braço imobilizado, e acabava xingando todas as gerações da família Pendergast -, se arrumar e só depois pedir para que o pai o levasse até a casa de Catarina. Estava um pouco frio, por isso ele usava um suéter de lã branca com gola alta e uma calça jeans escura. Carregava uma sacola pequena nas mãos e uma mochila nas costas só para levar um moletom mais pesado caso tivesse mais frio na hora de voltar pra casa.

Tocou a campainha e esperou um pouco nervoso, sendo observado pelo pai que estava dentro do carro estacionado em frente a casa. Ouviu a voz de Catarina alguns segundos antes dela abrir a porta e escancarar a boca, completamente surpresa.

 — O que você está fazendo aqui?!

— Boa tarde. Gostei da camisa – sorri divertido, finalmente vendo a camisa do Hayao Miyazaki, branca e bem larga no corpo pequeno dela.

Cat passa as mãos na estampa da camisa, na esperança de tirar alguns amassados. Depois rapidamente leva as mãos ao cabelo preso num rabo de cavalo, lembrando que vários fios rebeldes estavam praticamente de pé, uma bagunça completa.

— Eu não ia na sua casa mais tarde? O que está acontecendo?

— Pedi pro meu pai me trazer – ele aponta para o Sr. Kim no carro e o mais velho acena para os dois antes de manobrar para ir embora – Então, posso entrar?

— P-Pode – um pouco sem graça ela dá passagem.

Taehyung se vira, esperando Catarina fechar a porta, bem ansioso. Assim que ela se volta na direção dele, o garoto logo trata de trazê-la para perto e lhe dar um beijo de verdade. Um beijo apressado e barulhento, como queria ter feito todos os dias que se passaram, mas não teve a oportunidade. Foi um pouco desengonçado. Só tinha um braço para segurá-la e ainda estava carregando uma sacola na mão boa. Styles agarrou com força seus bíceps, mas logo soltou um gemido arrependido contra os lábios dele, provavelmente se lembrando que isso poderia machuca-lo. Kim não ligou, apesar do incomodo passageiro que sentiu, só continuou beijando-a até que não tivesse mais fôlego. Os dois não se separaram nem quando o cachorro pequeno veio cheirar os pares de pés. Tae apenas selou a bochecha dela várias vezes, rodeando o braço nos ombros pequenos e apertando-a enquanto descia os beijos até o pescoço da garota.

— Feliz ano novo – sussurra enterrando o rosto ali.

— Você é um bobo mesmo – responde apertando os braços ao redor da cintura dele, sob a mochila que estava em suas costas – Eu ia te ver. Nem me arrumei. Nem almocei na verdade. Estou uma bagunça. Nem lavei a louça ainda. Não queria que você conhecesse minha casa assim.

— Você está uma bagunça mesmo – ri baixinho, esfregando o nariz na pele dela – Eu gostei. Pretendia ficar de pijama até quando?

— Não enche – ela belisca as costas dele de brincadeira, mas a blusa de lã mal o deixa sentir nada, fazendo apenas cócegas – Hoje é o primeiro dia do ano, o dia oficial de não fazer nada.

Os dois permanecem conversando abraçados, murmurando um no ouvido do outro como se não se vissem há um mês.

— Ótimo! Vamos fazer isso juntos. Melhor ainda... Sozinhos – sela os lábios no pescoço dela mais uma vez e abre um sorriso enorme ao notar que Cat se arrepiou.

— Bobo. Você está tão bonito – suspira, abraçando-o mais apertado ainda – Feliz ano novo – então passa a dar vários beijos na bochecha dele, até que o garoto vire o rosto e eles se beijem mais uma vez.

Ficam assim por um bom tempo, até que os latidos do cachorro e as mordidinhas brincalhonas que ele dava na calça jeans de Taehyung acabassem fazendo os dois se separar.

— Esse é o Yamcha, suponho – diz olhando para o cachorro abanando o rabo amigavelmente.

— Sim, ele gosta de atenção – ela sorri – Me dá sua mochila e a sua sacola. Eu penduro pra você.

— Hãaaamm... Só a mochila, por favor – morde o lábio, voltando a ficar nervoso, tirando a bolsa das costas rapidamente – Cadê o Boris?

— Andando por ai – logo pendura a mochila próxima à porta – Ele não é o meu gato mais atencioso. Gosta mais de vadiar.

— O outro gato você nunca me mostrou.

— É gata. A Nina. Está lá no meu quarto, ou pelo menos estava a última vez que eu vi. Vou te mostrar – segura na manga do suéter dele e o puxa com certo cuidado – Minha sala não tem nada de mais. Nós não temos sala de jantar – conduz ele pelo corredor apontando para as portas, indicando os cômodos – São três quartos e um banheiro. O quarto do meu pai é uma suíte. O meu é esse último.

Quando ela abre a porta a gata branca ergue a cabeça do colchão e encara Taehyung, parecendo apreensiva. Ele entra sorrindo levemente, aproximando-se devagar da cama.

— Ela parece um floco de neve – vendo que a bichana estava a alguns segundos de correr para longe, resolveu não forçar nenhuma interação – Não foge... Não foge...

— Eu adotei ela quando tinha dois anos já. Ela não gosta muito de homens, me falaram que foi maltratada na outra casa, provavelmente tem alguma coisa a ver. Ate hoje meu pai é ignorado várias vezes e ela só dorme comigo.

— Ainda bem que você a encontrou – abaixa-se para fazer carinho no cachorro que ainda seguia cheirando seus sapatos e suas roupas – Vamos ter tempo pra fazer ela acostumar comigo.

Kim fica parado, olhando ao redor, notando brevemente o quarto pintado em tons pastéis.  Tudo muito leve e limpo, tirando a estante. Ele sorriu fascinado, porque os dois tinham aquilo em comum: uma estante cheia de mangás e animes.

— Finalmente vou conhecer a coleção da GirlKuja-Chan...  - os dois se aproximam dos quadrinhos juntos – Estão até brilhando. Estou impressionado. Você organiza por ordem alfabética.

— Fica melhor para mim. Acho mais bonito.

— Os meus ficam por ordem de favoritismo. Inclusive... Já pode parar de fingir que One Piece é seu favorito Miau. Olha o tanto de figure da Sailor Moon que você tem – aponta para as bonecas miniaturas de todos os personagens principais, inclusive os gatos Lua, Artemis e Diana.

— É uma coleção inteira, não posso comprar só um ou dois, tem que estar completo – responde com a voz quase entediada, como se fosse muito óbvio – Minha coleção do One Piece é de Funko Pop – ela aponta para os bonecos na prateleira de baixo.

— Justo – ele ri – Você está fazendo a coleção especial dos mangás do FullMetal...

— Sim. Estou comprando pela Amazon, mas tá demorando um pouco porque as últimas edições que lançam colocam um preço absurdo, então tenho que esperar abaixar. De 50 dólares nas últimas edições, cai pra 10 dólares as primeiras.

— Quem é o esperto que compra num preço desse? Fullmetal nem é tão bom assim.

— Meu Deus, jamais repita uma coisa dessas – ela arregala os olhos – Que sacrilégio! Eles deveriam dar isso como matéria de escola ao invés de “A Letra Escarlate”.

— Que exagero – desdenha com um sorriso, ainda muito entretido com a coleção.

— Sai do meu quarto – ergue as sobrancelhas na direção dele, que apenas ri alto, empurrando-a levemente com o ombro até faze-la rir junto.

— BECK! Não acredito – ele se empolga imediatamente – É o DVD? Que incrível!

— Eu sei – Cat abre um sorriso enorme – Sei que por causa da internet e streaming isso não é muito comum, mas eu queria esse na minha coleção. É tão difícil de achar por ai, tenho medo que um anime tão incrível caia no esquecimento.

— Também tenho. As pessoas não mencionam muito Beck, e é tipo o “Quase famosos” dos animes, só que melhor.

— SIM! É o que eu sempre digo naqueles fóruns do Anime Connection e sou ignorada. Beck tem uma das melhores OST que eu já ouvi. Até hoje escuto Moon on the water pra dormir.

— Eu também. Ainda é minha música preferida do anime – Taehyung para de encarar os detalhes da estante, para olhar extasiado a garota ao seu lado.

— A minha também – dá um pulinho empolgada – Ah, já estou pensando em começar uma coleção nova de mangá. Comecei a ver um anime chamado Monster que explodiu minha cabeça nos primeiros episódios. Achei completo no youtube e assisti os quatro primeiros, mas agora quero continuar a ver com você, porque parece ser muito maravilhoso e eu descobri que tem o mangá. Não é novo... É de 2004, mas mesmo assim...  – ela para de falar enquanto se vira para ele e nota que o garoto não tirava os olhos dela, com um sorriso nos lábios – O que foi?

Tae balança a cabeça em negativa.

— É a primeira vez que falamos de animes pessoalmente... Assim... Como antes.

O estômago dele revira quando percebe que Catarina se aproxima para beijá-lo. Ela fica nas pontas dos pés enquanto ele se inclina em sua direção. Quando ela mergulha os dedos no cabelo castanho, Taehyung aperta a alça da sacola nos dedos.

— Nós... – ela começa, tomando fôlego, depois de separar as bocas – Podemos almoçar juntos se você quiser. Não fiz nada hoje, mas tem lasanha na geladeira e está muito boa.

— Tudo bem – concorda ainda encarando os lábios dela de perto.

— Vamos pra coz...

Assim que ela começa a se afastar o asiático tem um estalo. Respira fundo e segura sua mão, impedindo-a. O coração acelera de uma só vez. Agora que decidiu fazer aquilo, achou a ideia bem ridícula, mas não queria voltar atrás.

— Isso aqui é pra você – ergue a mão com a sacola – Eu não planejava fazer a surpresa assim, mas também não planejei nada em relação a nós dois. Talvez seja melhor assim. Acho que você vai detestar. É um presente, mas não é...

— Como assim? – pergunta confusa.

Se endireita e respira profundamente mais uma vez, antes de pedir:

— Me dá seu celular? – já acostumada com esse pedido vindo dele, a garota tira o celular do bolso e entrega sem pensar.

Taehyung tira a capinha dos cavaleiros do zodíaco - com dificuldade por estar utilizando apenas uma mão – e pega a surpresa dentro da sacola. Demora um pouco até que ele acerte a capinha nova no celular da garota. Então devolve o aparelho, mostrando-a o novo design que ele fez a mão.

Em destaque tinha o Pokémon Miau piscando divertido. Ao redor alguns elementos como a Pocahontas, o símbolo do aplicativo Anime Connection, a palavra “tsundere”, uma bola de basquete e o emblema dos Fury Ducks, numa colagem bonita e estilosa. Contudo, eram adornos, pois no meio da capinha, escrito com uma caneta especial estava:

Quer ser minha namorada?

Ao ler, Catarina solta uma exclamação de surpresa e deixa o celular cair no chão, fazendo Kim arregalar os olhos. Ela logo se apressa em pegar, conferindo se não tinha causado nenhum dano.

 — Foi uma péssima ideia, não é? Eu deveria ter feito algo mais especial. Talvez um cartaz durante um jogo? – começa a se justificar rapidamente – Achei que alguma coisa muito grandiosa ou pública fosse te deixar muito envergonhada e eu queria que fosse um momento só nosso. Você prefere jantares românticos? É muito cedo? Eu quis tentar uma coisa que fosse mais pessoal... Mais a sua cara... Sabe?... Seria legal você dizer alguma coisa agora.

— Você quer namorar comigo?! Eu? Catarina Styles? – pergunta incrédula – Mas você é tão bonito. Eu calculei que tinha 50% de chance de ser sua amiga quando nós nos conhecemos, mas as probabilidades de você também sentir alguma coisa por mim eram muito pequenas. Talvez tenham aumentado um pouco depois da descoberta do aplicativo e da nossa conversa esclarecedora, mas ainda assim... – começa a se movimentar de um lado para o outro – Não pensei que um dia alguém pudesse querer ser meu namorado. Eu sou a garota que tiraram sarro na festa do Peter, lembra?

— Prefiro bloquear essa parte, pra evitar querer brigar com todo mundo naquela escola. Você não quer? Sua resposta é não. – diz cabisbaixo, tentando maquinar  argumentos para convencê-la a mudar de ideia, apesar do aperto horrível que sentiu no peito. Deveria ter sido mais romântico.

Catarina, no entanto, joga os braços ao redor do pescoço dele de surpresa.

— É claro que a minha resposta é sim – suspirando aliviado, ele leva a mão livre até a parte de trás da cabeça dela – Só queria saber se você tem certeza disso.

— Se eu tenho certeza? Estou fazendo isso há dias. Não me assusta desse jeito... – fecha os olhos, colando a testa na dela. Os dedos acariciando o cabelo curto.

— Desculpa – responde com um sorrisinho bobo.

Eles passam vários minutos nos braços um do outro, processando cada um à sua maneira, o fato de que agora estavam em um relacionamento de verdade.

Mais uma vez foi a garota que se afastou primeiro, quando decidiu tomar um banho antes do almoço, fazendo Taehyung esperar sentado na sala enquanto brincava com Yamcha. Eventualmente acabou conhecendo Boris também, que aceitou um carinho rápido nas orelhas. Cat saiu do banho vestindo calça moletom preta e uma camisa curta de manga comprida, os cabelos já secos e soltos, sorrindo feito boba. Não deixou que ele levantasse do sofá, apenas esquentou o restante da lasanha que estava num prato grande, pegou dois garfos e levou para a sala, onde os dois dividiram.

Ele achou adorável como Styles ficava olhando para a capinha do celular de cinco em cinco minutos. Sempre que levantava do sofá para pegar refrigerante, guardanapos, colocar a louça na pia, a garota olhava para o telefone e sorria com o pedido. Ao ser questionada ela disse que estava se sentindo muito especial por Taehyung ter sido tão cuidadoso com detalhes pequenos, lembrando de colocar coisas tão características das conversas que tiveram. Alegou não saber que garotos poderiam ser assim.

Depois de um tempo de mãos dadas, trocando muitos beijos, Catarina disse que estava com frio e pegaria uma blusa.

— Espera! Pega a minha... – Kim levanta correndo do sofá.

— Eu tenho um guarda roupa com várias bem ali no meu quarto – diz com o cenho franzido.

Mesmo assim ele já estava tirando a blusa de moletom branca da mochila. Era grande, tinha um capuz e uma estampa escrita “Good Life” com o desenho de batata frita de fast food.

— Eu sei... Mas é coisa de namorado oferecer a blusa, né? – sorri esticando para ela – Vai ficar bonita em você.

Rindo um pouco ela tira os óculos e veste a blusa rapidamente, voltando a ajeitar a armação na cara logo em seguida.

— Sumi aqui dentro – mostra as mangas enormes cobrindo suas mãos completamente.

— Ficou perfeito – enlaça o braço na cintura dela, puxando-a novamente para o sofá.

Os dois se sentam tão juntos, que as pernas dela quase estavam por cima dos joelhos dele. Trocam beijinhos, com Taehyung inteiramente satisfeito, sentido os carinhos gostosos que ela fazia em seu rosto e sua orelha.

— Depois de conversar com a GirlKuja-Chan, todas as noites eu imaginava como poderia ser se a gente conseguisse se conhecer de verdade, mas eu nunca pensei que a realidade pudesse ser melhor.

— Estatisticamente as chances são bem poucas – Tae ri baixinho, beijando o queixo dela – Você excede todas as expectativas.

Cat estava prestes a beijá-lo de novo, mas Nina acabou pulando no sofá, chamando a atenção para si. Como quem não quer nada, a gata esfregou o rosto no braço imobilizado do garoto, depois se ajeitou deitada em seu colo.

— Isso é normal? – ele pergunta boquiaberto.

— Ela nunca fez isso nem com meu pai.

— Acho que ganhei uma aprovação por aqui – sorri, passando os dedos longos no pelo branco da gata, que apenas se aconchega mais.

Passaram o dia inteiro juntos assim. Brincando com gatos e cachorro, bebendo refrigerante, conversando, se abraçando e beijando ate que as bocas ficassem vermelhas. Catarina ainda checando sua surpresa no celular.

Taehyung sentindo-se apaixonado.