História Anime Connection (Kim Taehyung - BTS) - How it should be pt.2

Catarina

A ideia inicial no primeiro semestre era de conseguir fazer visitas para a família de dois em dois meses, mas a verdade é que só conseguiram voltar para casa uma vez antes das férias de natal. Exatamente na consulta presencial de Catarina com o Dr. Min e coincidentemente quando Jimin viajou para a Califórnia. Passaram três dias com a família – Kim passou três dias com a família, Cat teve que se dividir entre a mãe e o pai – e voltaram com a sensação de que apenas vinte e quatro horas haviam se passado. Ouviram atentamente Park falar sem parar sobre como foi com Elisa e como amou o sol, praias e as paisagens montanhosas. Styles percebeu que o amigo voltou ainda mais apaixonado, logo mandando mensagens para a Poytner.

Final de novembro/começo de dezembro foi a vez de a garota surtar com as provas. Muita coisa para memorizar e experiências de observação para realizar. Infelizmente Taehyung não estava diferente, portanto, mal conseguiram se ver com tanta frequência, mas continuaram se consolando por mensagens e ligações, desejando que tudo acabasse logo. Literalmente contando os dias para o recesso e a viagem de final de ano para passar o natal e o ano novo em casa. Já havia sido estranho terem que passar o feriado de ação de graças em Nova York pela primeira vez, mas como Jeon comentou aquilo cheirava a uma nova tradição. Comeram pizza sozinhos na república, porque Pat e Tom tinham outros planos. Quando tudo finalmente passou, bateu a preocupação costumeira com as notas, mas um alívio grande também. Daquela vez os quatro tinham passagens de avião e foram para casa juntos. 

Apesar do voo de quase quatro horas, chegaram animados, precisando passar um tempo de qualidade em casa. Se despediram no aeroporto, pois iriam para lugares diferentes, então Jimin e Jungkook dividiram um táxi enquanto Catarina e Taehyung foram em outro. A garota deu um abraço apertado em Park, pedindo para ele aproveitar os dias livre, vendo-o feliz por estar indo ficar com a família, mas triste por ter que passar o fim de ano sem a namorada. Torcia para que os amigos ficassem bem, enquanto ia direto para a casa dos Kim, onde faria sua primeira parada. 

Ela teria que se desdobrar em três para passar um tempo com o pai, a mãe e a família do namorado. Não se sentiu nem um pouco culpada por ver primeiro os sogros e os cunhadinhos antes de qualquer outra pessoa, pois sabia que passaria alguns dias sem ir a casa deles propriamente. Ficou a tarde inteira com os Kim, vendo Taehyung sorrir como nunca, abraçando os pais e os irmãos o tempo todo conforme conversavam e riam. Apesar de estarem sempre em contato pelo telefone, contaram várias coisas sobre a universidade e Nova York, como se fosse a primeira vez que estavam se falando depois da mudança. Amou cada segundo antes de ter que se despedir e ir para a casa do pai, tendo um Tae manhoso lhe dando beijos de “até logo” e dizendo que sempre odiaria essa parte. 

Quando chegou na própria casa, teve uma recepção calorosa de Yamcha, que latiu, pulou, correu em volta do rabo e até fez xixi de tanta saudade que estava de Cat. Ela foi abraçada pelo pai e por Hillary, que obviamente já estava vivendo ali há algum tempo. Com o cachorrinho pequeno no colo, a primeira coisa que disseram foi que talvez ele pudesse sentir falta da companhia de outro bichinho. Mantiveram conversas bem neutras, educadas e sem muitas animações. Era bom ver o mais velho novamente, afinal, sentia saudades, mas uma saudade de como tudo era antes de descobrir a traição. 

Curtiu os dias aproveitando o tempo no próprio quarto, trocando visitas com o namorado, indo até a casa dos Kim e trazendo Taehyung até sua casa também. Ele brincou com Yamcha, fazendo festa com o cachorro, conversou com o Dr. Styles amigavelmente e conheceu um pouco melhor a mãe de Emma. Porém, o casal passou a maior parte do tempo se beijando bastante na cama de Catarina, com a porta fechada, - evitando olhares de Hillary, que agora os atrapalhava muito também – matando um pouquinho daquela vontade, comentando entre carinhos que fariam um ano juntos em breve. 

Passou a noite de natal em casa. Seu pai estava de folga e Hillary convidou Emma, que adorou ver Cat novamente. Antes acharia que aquilo poderia ser um desastre, mas os meses que passou longe de tudo, realmente serviram para amenizar muita coisa. Conseguiu trocar algumas risadas sinceras com a ex-melhor amiga, falando sobre experiências de universidade e diferenças de cidades. Soube que Sanders estava adorando o curso, e trabalhando numa papelaria para ajudar nas despesas, se deu bem morando com o pai e estava saindo com um veterano do curso de advocacia. Ficou feliz por não a ouvir tocar no nome de Peter, mesmo tendo visto nas redes sociais que a loira ainda curtia todas as fotos dele. Foi um natal diferente e agradável, sem muitos contratempos. No dia seguinte almoçou com os Kim e passou o dia com a família de asiáticos, surpresa por ser incluída na lista de presentes de todos ali. De quebra recebeu um abraço apertado do Sr. Kim, que lhe deixou até emocionada, coisa que Tae tirou sarro depois. 

Logo teve que ir para a casa da mãe e lá parece que o tempo passou voando. Obviamente agarrou Nina e Boris e não os deixou em paz no primeiro dia, recebendo pedidos de carinho até do gato cinza, que geralmente era bem mais retraído. Riu com a mãe e conversou um pouco mais com o Sr. Beckett, conhecendo-o melhor devagarinho. Contou para a mais velha que completaria um ano de namoro no dia primeiro de janeiro e logo teve a mulher super empolgada dizendo que almoçaria com a família do marido e deixaria que os dois ficassem mais a vontade, sozinhos ali na casa. Mesmo que a mãe não tivesse usado um tom malicioso, Catarina ficou com as bochechas rosadas, lembrando dos planos.

Antes da véspera de ano novo saíram para fazer compras e passaram o dia inteiro fora. Compraram roupas e sapatos novos, buscaram o presente de Taehyung, e Styles aproveitou para cortar novamente o cabelo, experimentando um corte Chanel repicado nas pontas, com uma franja despojada. Com um sorriso enorme, acabou preparando uma surpresa de última hora também, que com certeza o namorado iria amar. Infelizmente na véspera teve que acompanhar a mãe e o padrasto até uma festa, mas passou a meia noite em vídeo chamada com o Kim, que também foi obrigado a sair com os pais. Mal conseguiu dormir aquela noite, sentindo o clima de ano novo pesar um pouco nos ombros, mas principalmente a ansiedade trazer um friozinho na barriga. 

Acordou preocupada que pudesse estar tarde, ter ficado com muitas olheiras, não desse tempo de tomar banho ou se arrumar antes que Tae chegasse para o almoço, contudo, quando olhou as horas suspirou ao ver que ainda não passava das nove. Não perdeu muito tempo na cama, arrumou bem o quarto grande, deixando com cheirinho de limpo. Separou a roupa e correu para o banho. Acabou passando óleo e hidratante corporal que pegou emprestado da mãe. Usou um shampoo novo e tentou fazer um tutorial de maquiagem coreana onde o objetivo era parecer que não estava maquiada. Colocou os óculos sobre o nariz, rindo de si mesma e seu nervosismo. Por fim, vestiu a blusa branca de gola média e mangas compridas coladíssima ao corpo, uma calça jeans preta de cintura alta, e nos pés a botinha nova que comprou com a mãe. Não quis passar perfume para não exagerar na mistura de cheiros após o banho, e evitou contato com os gatos para não encher a roupa nova de pelos. 

Esperou ansiosa na sala de estar, depois da mãe sair de casa as pressas, notando a agitação da filha. Trocou mensagens com Taehyung, que havia saído cedo para encontra-la, e mesmo quando recebeu “estou aqui na frente” ele ainda tocou a campainha, fazendo-a dar um pulinho do sofá. Respirou fundo antes de abrir a porta, mas a garota quase caiu para trás quando o viu. Estava usando uma jaqueta jeans de detalhes brancos e uma calça também jeans, - ambas da mesma cor clara - uma camisa social branca e all star branco nos pés. Um contraste perfeito com seu cabelo azul chamativo. 

— Feliz primeiro ano, meu amor – ele sorriu grandemente ao vê-la. 

Teve a impressão de ter desfalecido ali mesmo. O seu corpo se lançou para abraça-lo antes que seu cérebro tivesse assimilado o comando. Enlaçou Taehyung pelo pescoço, ficando nas pontas dos pés. Sorriu como uma boba quando ele imediatamente retribuiu, envolvendo os braços longos ao redor da sua cintura. Ficaram abraçados, se apertando de uma forma boa, como se estivessem matando uma saudade de meses.

— Não sei como ainda consigo me surpreender com o quão lindo você é – diz, fazendo-o rir baixinho, antes de afastar levemente o queixo de seu ombro para cheirar seu pescoço – É sério!

— Eu sei – responde com a voz bonita, subindo as mãos grandes pelas costas dela – Adorei seu cabelo assim. Ficou perfeita – elogiou, vendo o novo corte ao vivo pela primeira vez.

Ela afasta o rosto para olha-lo nos olhos, estreitando mais os braços em volta dele.

— Feliz um ano de namoro ursinho.

O sorriso do asiático se abriu ainda mais, exibindo todos os dentes, e lhe fazendo espremer mais os olhos puxados. O coração de Cat errou uma batida. Como era possível Kim Taehyung existir? Como era possível que ele fosse seu namorado? Como era possível que estavam completando um ano juntos? E ele disse ser “o primeiro”. Suspiros.

Foi guiada para dentro da casa, dando passos para trás, enquanto o próprio Kim fechava a porta atrás de si usando apenas uma mão. Trocaram vários selares risonhos e bobos, andando cegamente pela casa sem se desprender um do outro.

— Tá com fome? Quis manter a tradição do ano passado e pedi pra minha mãe deixar uma lasanha congelada pra gente fazer de almoço. 

— Hoje não tô com muita fome, mas não dispenso lasanha – passam pela sala, contornando o sofá, ainda colados indo em direção à cozinha – Podemos trocar os presentes depois de comer então.

— Por mim tudo bem – dá de ombros, se desgrudando de Tae ao entrar na cozinha, mas segurando a mão dele rapidamente – Quer tomar um vinho e fingir que somos elegantes por um dia?

— Nah... Meu estômago parou nos dez anos de idade. Quero refrigerante Miau.

Andaram pela cozinha abrindo geladeira e armários, conforme iam arrumando as coisas e conversando sobre a virada de ano novo. Catarina colocou a lasanha no micro-ondas, enquanto Taehyung arrumava pratos, copos e talheres sobre a ilha no meio do cômodo, dispondo para que se sentassem lado a lado. Combinaram ali que não importava o quanto os pais deles insistissem, no próximo ano passariam a noite de ano novo juntos. Almoçaram trocando risinhos, beijos e bebendo mais da metade de uma garrafa de coca cola. A garota tomando um cuidado extra para não colocar o cabelo atrás da orelha, recebendo elogios para a sua nova franja. Quando terminaram a comida, dispensaram a torta de morango que tinha na geladeira, colocaram a louça dentro da pia - Cat alegando que lavava tudo depois -, e ela pegou o asiático pela mão de novo para conduzi-lo escada acima até seu quarto. 

De canto de olho, pôde vê-lo mordendo o lábio inferior, com aquele sorrisinho diferente e travesso que ela achava sempre adorável. O puxou para dentro do quarto, o fez se sentar na cama coberta por um edredom desenhado por melancias, e logo foi para o armário pegar o presente que estava guardado ali.

— Uou... Agora estou até me sentindo mal! – diz quando ela se vira com o embrulho em mãos. Era um pacote fino, mas grande de comprimento – O meu presente é minúsculo perto do seu. Miau, não era pra exagerar assim.

— Você nem sabe o que é – ri se sentando de frente para ele, logo passando o pacote para as mãos grandes do garoto – Eu não tive muita criatividade que nem sua ideia com a capinha de celular e tudo... Então quis te dar uma coisa que pudesse significar muito pra você, ao invés de só simbolizar nós dois – Se explica um pouco nervosa ao vê-lo rasgar o papel de presente – Sei que você tem se interessado muito por arte ultimamente e...

Taehyung fica em silêncio olhando para o quadro em suas mãos. Era uma pintura dele com o uniforme dos Fury Ducks, segurando a bola parecendo concentrado.

— É o seu lance livre no último jogo dos Ducks.

Ela fica atenta ao namorado imóvel, tentando captar qualquer reação. Começa a ficar tensa quando ele continua sem esboçar nenhuma expressão sequer.

— E-eu... Sei o quanto você sente falta do time, dos jogos e desse campeonato. Sei o quanto esse momento foi importante pra você. O artista que pintou incluiu os detalhes do medalhão que eu te dei, viu só? Pedi pra ele se basear numa foto que o pessoal do anuário do East Port tirou sua no jogo... A foto não entrou no livro, mas eu pedi pra mim e quase morri guardando segredo pra esse presente... Tae? Você detestou? Desculpa eu...

— Catarina, você tá brincando comigo? – diz baixinho.

— Você odiou! – coloca uma mão sobre a testa – Eu não tenho criatividade pra essas coisas Tae...

— Miau... Essa é a coisa mais incrível que já fizeram pra mim – se vira para olha-la nos olhos – Não acredito que você pensou nisso.

— Jura? Eu... Pensei que talvez você pudesse pendurar num lugar que sempre estivesse por perto e... – respira um pouco mais aliviada - Talvez você não esqueça mais tudo o que você é capaz.

— É perfeito amor... Nem sei como... Obrigado... Tô me sentindo um idiota agora – suspira inclinando levemente a cabeça – Meu presente é muito bobo perto do seu. Da próxima vez a gente vai estipular valor e tamanho. Você não sabe brincar Catarina...

Styles solta uma risada alta, batendo levemente no ombro dele.

— Larga a mão de besteira.

Cuidadosamente ele coloca o quadro sobre a cama e tira do bolso externo da jaqueta jeans um pacotinho pequeno de veludo amarelo. Taehyung desfaz o laço em silêncio e pega uma pulseira prateada de dentro. Com um sorriso delicado, a garota estende o braço esquerdo para que ele coloque em si.

— Eu pensei que já que o medalhão tá sempre comigo, você poderia ter algo assim também – diz ao arrumar o fecho da joia ao redor do pulso pequeno dela – É uma pulseira dessas que você vai adicionando pingentes conforme as lembranças.

Ergue a mão, vendo apenas um pingente balançar ali. Imediatamente estreita os olhos na direção do namorado.

— Taehyung! – reclama alto. 

— O que?! Eu disse que sou um tigre – dá de ombros, cedendo aos risinhos depois, vendo-a acariciar o tigre de prata na pulseira – Pensei que a gente poderia adicionar um pin novo todo aniversário que fizermos. Ano que vem te deixo colocar o urso – diz parecendo envergonhado.

— Você acha que a gente vai comemorar muitos aniversários? – pergunta bobamente, se inclinando na direção dele.

— Acho que vou ter que comprar outra pulseira pra te dar quando essa já não couber tantos pingentes – acaricia a bochecha dela levemente.

— Eu amei ursinho – enfatiza o apelido, fazendo-o rir. – Obrigada - Os rostos se aproximam cada vez mais. Ela diz baixinho quando os narizes se roçam: – Eu fiz uma coisa que acho que você vai gostar.

— Hm? O que?

Catarina vira o rosto para o lado e ajeita o cabelo atrás da orelha esquerda, mostrando os piercings novos brilhando.

— Fiz mais dois furos. Coloquei uma lua pequenininha no rook e uma argola brilhante na concha. Você gostou?

— Você só pode tá querendo me matar hoje – ouve o asiático murmurar, segurando o rosto dela com suavidade, fazendo-a estremecer ao sentir a respiração quente bater contra sua pele.

Kim começa a roçar o nariz devagar pelo lóbulo da orelha, sentindo os brincos sem pressa. Em poucos segundos os lábios finos também passam a acariciar seu lóbulo, dando beijinhos curtos, subindo e contornando até a pontinha superior da orelha, onde a língua dele lambeu de levinho, arrepiando-a da cabeça aos pés. 

— V-você só não vai poder puxar, daquele jeito que faz com a boca direto...

— Daquele jeito que você gosta? – pergunta rouco.

— É... – fecha os olhos - Tá um pouco sensível ainda – fala baixinho, subindo uma das mãos pelo braço dele.

— Eu queria era te marcar inteira – sente-o chupar o lóbulo, puxando os brincos entre os dentes, fazendo um pouco de pressão – Por que fez isso comigo, hm? – desliza os lábios pelo maxilar dela, e Cat logo vai virando o rosto para encontrar sua boca.

O garoto imediatamente inicia um beijo envolvente, enfiando a língua atrevida entre os lábios pequenos da namorada, roubando um gemidinho satisfeito da mesma. Chegou a pensar que com todo nervosismo que estava sentindo antes dele chegar, seria difícil entrar num clima bom e realmente aproveitar o momento junto com ele, mas Taehyung sempre conseguia deixa-la com vontade de agarra-lo e ser agarrada. Principalmente quando ia do suave ao forte em questão de segundos. Com aquele beijo longo e firme, começaram a querer aproximar os corpos, com vontade de se embolar da forma que mais gostavam. 

Quando Cat segurou a jaqueta jeans dele, querendo afastar o tecido, as coisas começaram a acontecer um pouco mais rápido. A ansiedade os atingindo de uma só vez. Sim, estavam finalmente sozinhos! Separaram os lábios com um estalo alto e instigante, se olharam por alguns segundos e Tae logo se levantou da cama, pegando seu presente e colocando-o seguro sobre a cômoda que tinha no quarto. Voltou rapidamente até Styles, a segurando pela cintura ao mesmo tempo em que subia no colchão. Puxou-a consigo conforme ia engatinhando sobre o edredom, até que ela pudesse colocar a cabeça confortavelmente no travesseiro. Gostou muito da forma como ele conseguia a segurar com força e quase ergue-la com uma mão, como se não fosse nada de mais.

Levou a mão ao rosto inexplicavelmente bonito do namorado, retomando o beijo molhado de línguas enroladas. Sentia cada carinho da mão grande, alisando seu quadril e cintura conforme se colocava naturalmente entre suas pernas. Adorava como os dois já cediam o encaixe dos corpos como se pertencessem juntos, mesmo que nada de fato tenha acontecido entre eles. Terminaram o beijo para iniciar outro mais afoito, então outro e depois mais um. Sua mão livre também deslizava pelo corpo dele, mesmo com a roupa impedindo de sentir a pele quente. Sorria vez ou outra entre os beijos, aproveitando o comichão no pé da barriga. Kim desgrudou as bocas para começar a sessão de mordidinhas no pescoço, que Cat tanto amava.

— Sua blusa atrapalha Miau – reclama baixo, se apoiando num cotovelo para puxar a gola para baixo – Pra que cobrir tanto?

— Eu ia escolher outra, mas tá tão friozinho... – responde com um certo bico, inclinando a cabeça no travesseiro.

— E se eu quiser tirar agora? – pergunta com malícia, raspando os dentes na pele sensível do pescoço dela.

— Vai ter que me esquentar primeiro – abre um sorriso ladino, fechando os olhos ao sentir a primeira mordida.

Sobe as mãos pelas costas de Taehyung, sob a jaqueta jeans, abraçando-o de forma carinhosa. Ele solta uma risadinha baixa, mordendo seu pescoço com um pouco mais de força, fazendo-a suspirar.

— Se eu fizer assim... Te esquenta? – se movimenta entre as pernas dela, friccionando os quadris devagar sobre as roupas, enterrando mais o rosto no pescoço delicado – Sei que você gosta quando fico assim pertinho. Me diz o que você quer...

— Quero que me aperte com força – murmura antes de morder os lábios, sentindo-o agarrar sua coxa com a mão livre, sem parar de esfregar os corpos num ritmo calmo prazeroso – Eu gosto quando você parece perder a cabeça e se mexe mais rápido. 

— É? – pergunta com a voz rouca – Quer que eu vá mais rápido? – recebe um “uhum” baixo e um aceno de cabeça, instigando-o a se movimentar mais depressa. Cat afasta um pouco mais as pernas. Ele ergue o rosto e desliza os lábios pela bochecha dela – E se a gente tivesse sem r...

O barulho do celular do garoto tocando dentro do bolso da calça o interrompe, fazendo-o bufar levemente irritado. Catarina aperta os braços ao redor do corpo esbelto, um pouco frustrada, já que ele naturalmente diminuiu os carinhos.

— Tae...

— Não vou atender – diz, fazendo-a olha-lo.

Os dois tentam retomar o clima com um beijo quente, e até funciona por alguns segundos, quando a ligação enfim caiu na caixa postal. Porém, logo em seguida o celular dele volta a tocar, irritando os dois, que trocam suspiros de chateação até a segunda ligação cair de novo. Trocando os beijos na boca por beijos no pescoço, mais uma vez insistem em voltar para a bolha, até que o celular de Catarina começa a tocar, fazendo Taehyung se jogar para o lado zangado.

— Deve ser importante – ela respira fundo, se virando para pegar o aparelho. Atende a chamada sem ver a identificação – Alô... Oi Sra. Kim. Ele está comigo sim. Foi ao banheiro rapidinho. Aconteceu alguma coisa? Como assim hospital? – Tae dá um pulo, sentando na cama.

— O que aconteceu?! – pergunta preocupado.

— Não. Entendo. Eu sei sim. Nós já estamos indo. Tudo bem, até já – se despede antes de encerrar a ligação e se levantar da cama às pressas – A Yoo Ri caiu de patinete e machucou o braço. Estão levando ela para o hospital agora porque ela tá reclamando muito de dor. O Ji Hoon tá agitado de preocupação, seu pai não consegue ficar com ele em casa e sua irmã tá pedindo por você... Um caos aparentemente.

Saem correndo, pegando chaves e celular, preocupados e com pressa de chegar ao hospital. Passam o primeiro dia do ano esperando na recepção enquanto Yoo Ri fazia os exames para constatar que havia quebrado o braço. Aguardam ela colocar o gesso, completamente chorosa, ouvindo Ji Hoon a consolar. Ficaram até de noite junto com a família, mimando um pouco a mais nova que - como uma boa Kim -, estava bem manhosa querendo atenção e cuidados. Respiraram aliviados por não ter sido nada grave.

Trocaram olhares significativos, mas não conversaram sobre a interrupção brusca.

Conforme as despedidas ficavam mais frequentes, estava sendo mais fácil acostumar com elas. Quando o recesso acabou distribuíram abraços carinhosos e sorrisos pequenos – além de um ursinho de pelúcia para uma Yoo Ri injuriada -, se vendo animados para voltar para Nova York. Catarina estava completamente acostumada com o ritmo da universidade e Taehyung aos poucos também se adaptava, conseguindo se organizar melhor com as matérias e os treinos. A primeira coisa que ele fez quando voltou foi pendurar o novo presente na parede do quarto, dizendo para Styles que olhar a arte realmente o fazia querer viver aquilo de novo e ia se esforçar mais dentro do novo time. 

Devido a sua colega de quarto ser insuportável, com comentários chatos sobre sua vida amorosa cada vez que Tae ia visita-la, Cat estava passando mais tempo na república com os garotos – e Michele ocasionalmente -. Seu novo corte de cabelo foi bastante elogiado na casa e por seus novos amigos da universidade. Ela acabou gostando dessa ideia de pequenas mudanças um passo de cada vez e teve alguns impulsos que deixaram o Kim rindo animado. Durante um passeio aleatório que o casal fez até uma confeitaria que Jungkook havia descoberto, comeram muitos doces e no caminho de volta Catarina pediu para parar numa loja de piercings e tatuagens, dizendo que a orelha direita parecia muito “vazia” e ficaria estranha. Saiu de lá com um furo novo no hélix e um de surpresa no nariz. Uma bolinha brilhante e delicada que Taehyung agora ficava dando vários beijinhos. Alguns dias depois, quando foram comprar tinta para retocar o cabelo do asiático, ela acabou comprando uma tinta rosa e ele a ajudou a fazer uma mexa na franja. Riram muito no processo, mas estava bem feliz recebendo elogios do namorado. 

Enquanto eles conciliavam o relacionamento com as aulas, Jimin e Jungkook haviam voltado uma verdadeira bagunça dos dias de férias. Park brigou com Elisa logo após a virada do ano e estava bem chateado por aqueles dias. Catarina ouviu o desabafo dos dois, descobrindo que Poytner estava se negando a vir para Nova York no dia dos namorados. Segundo a amiga Jimin não estava sendo muito compreensivo, porque ela estava tendo um programa pesado na universidade, que tomava muito seu tempo. Por outro lado, Park alegava que tinha viajado no aniversário deles, que Elisa não voltou para casa no final do ano – a família dela foi visita-la na Califórnia –, e ainda não havia conhecido onde ele morava. Styles ficava triste com o rumo que as coisas pareciam estar tomando para os amigos, mas entendia o lado dos dois.

Jeon, então, veio com uma bomba em cima do grupo. Voltou de casa decidido a desistir da faculdade de administração e tentar uma transferência para Yale. A garota quase deu pulinhos ao saber. Depois de muita conversa com os pais, ele agora queria cursar Artes. Taehyung ficou um pouco triste, porque isso queria dizer que um dos melhores amigos eventualmente teria que se mudar da república. Numa pesquisada rápida pelo Google, o de cabelo azul mostrou para Cat que a universidade para onde o amigo pretendia se mudar, ficava a quase duas horas de distância. Apesar de um pouco cabisbaixo, ela viu Tae dar apoio ao Jeon, pesquisando lugares onde ele poderia ficar por lá caso o custo do dormitório fosse muito alto. Ajudar Jungkook também distraiu bastante Jimin, que pesquisou a papelada que precisava para pedir a transferência, que por sinal era bem concorrida e tinha algumas burocracias. Apesar de tudo, o moreno tinha boas chances.  

Os dois asiáticos estiveram com Jeon durante todo o processo de procura por novas moradias e pesquisas sobre Yale. Apesar de um pouco amuados pela ideia de terem que ficar sem o mais novo todos os dias, demonstravam animação e suporte para que o moreno não tivesse medo ou ficasse desmotivado. Jimin quem entrou em contato com várias repúblicas e ajudou Jungkook a fazer uma lista das que melhor se encaixavam com seus requisitos, pois ele fazia questão de ter seu próprio quarto e seu próprio canto, - por isso estava descartando tentar vaga em dormitório -. Foi o assunto principal durante dias dentro da casa. No último jantar que estavam todos juntos, JK disse ter recebido um e-mail com orientações da faculdade que o fizeram ter uma grande esperança de conseguir a transferência. Talvez suas fotos, desenhos e produções audiovisuais tenham chamado certa atenção, Cat supôs. Todos ficaram conversando e fazendo piadas sobre como o garoto estava abandonando o grupo legal de “caras” que eles formaram. 

— São só duas horas de distância – Jeon comentou dando um gole em sua cerveja – Se der tudo certo vou poder vir aqui em alguns finais de semana. E vocês também vão me visitar. O Tae tem carro pra isso.

Catarina estava feliz ao ver os olhos brilhantes e pretos do amigo, esperançoso por talvez começar algo que lhe despertasse paixão por uma profissão, mas durante o jantar também sentiu os próprios olhos tristes quando se deu conta de que poderia não o ter mais ao seu lado para explicar os jogos de Taehyung.

— Não quero mais saber dessa merda de distância – Park responde franzindo o cenho – Se você inventar que tá muito ocupado e não aparecer por aqui pelo menos três vezes ao mês eu vou te caçar.

Todo mundo ri, mas Jungkook sabia que o mais baixo estava falando sério. Um namoro à distância já estava destruindo Jimin aos poucos, ele obviamente não queria ficar sem o melhor amigo também. 

No final de semana os quatro amigos combinaram de ir conhecer algumas casas onde Jungkook poderia morar, para que fosse mais fácil dele escolher caso recebesse uma resposta afirmativa sobre a transferência. Claro, era uma desculpa muito boa para conhecer outro Estado e passear um pouco também, espairecer a cabeça e aproveitar o tempo juntos. Estava um sábado agradável e eles foram no carro de Taehyung até New Haven, tirando algumas fotos da paisagem, com Kim no volante, Cat no banco carona e Jimin e Jeon espalhados no banco de trás. Cantaram músicas e conversaram bastante, curtindo como podiam a viagem de duas horas. 

Foi ótimo conhecer um pouco de Connecticut, que parecia ter muito mais áreas verdes do que Nova York, com bem menos prédios também. Passaram em frente à universidade de Yale, deslumbrados com o lugar e um pouco mais empolgados pela possibilidade da mudança de Jungkook. Conheceram três repúblicas diferentes, com todo o tipo de gente. Uma bem perto da universidade, outra bem mais organizada, e por último a que tinha a casa bem grande. Em todas fizeram um tour breve e foram bem recebidos pelo anfitrião, que geralmente era o rapaz que morava há mais tempo por ali. Jeon, como o famoso indeciso que era, ficou bem confuso em qual escolher, mas Tae logo se prontificou em ajuda-lo a pesar os prós e contras. 

Saíram para caminhar, almoçaram fora e aproveitaram um pouco a tarde na cidade, antes de ter que voltar para casa. Durante o caminho de volta Catarina foi comentando o que mais tinha gostado junto com Jimin. A garota deixou JK com uma cara confusa ao dizer para ele que tinha certeza que o moreno encontraria alguém importante ali quando se mudasse. O caminho de volta sendo um pouco mais letárgico. 

Passaram o resto do sábado mais quietos e tranquilos. Catarina dormiu na república com Taehyung mais uma vez, fazendo carinho nos cabelos azuis, trocando beijos, e conversando boa parte da madrugada. No dia seguinte o casal acabou acordando quase na hora do almoço devido ao tempo chuvoso e decidiram ficar o domingo inteiro dentro do quarto, sem sair da cama. Cheios de preguiça. Após ir ao banheiro Taehyung voltou dizendo que provavelmente não tinha ninguém em casa, então com menos vergonha e sem trocar a roupa que dormiu – o moletom Good Life do namorado e um short curto de pijama -, Cat desceu com ele para preparar um lanche para comerem no quarto. Carregaram também algumas outras guloseimas e refrigerante escada a cima. Devoraram o pão com queijo tostado assistindo alguns vídeos no youtube e conversando. 

Depois de comer dois sanduíches cada um, deixaram os pratos sobre a cômoda de estudos e se esparramaram juntos mais uma vez. Ficaram vendo os aplicativos do celular, cada um com seu aparelho, mas ainda com o mesmo costume de compartilhar a capinha – a da vez era um dinossauro fofo e rosa no dela falando ao telefone com o dinossauro fofo e verde no dele -. Tae leu as mensagens no grupo da república, Tom dizendo que estaria com a namorada, Jimin avisando que havia saído com o Pat para fazer Jogging no Central Park, mesmo com o tempo ruim, e Jungkook estava com a câmera por ai como sempre, postando algumas de suas fotos artísticas no grupo junto com alguns memes. Depois de certo tempo Catarina continuou distraída com o celular, enquanto Taehyung colocou algumas músicas para ouvir na televisão. 

— Caramba o Liu ainda curte as suas fotos no instagram? – faz uma careta que o Kim não vê por estar de costas para si, distraído cantando com o artista na tela.

— Ele curte tudo o que eu posto – responde rapidamente sem dar a mínima para o assunto do ex-amigo.

Ela chacoalha a cabeça em negativa, continuando a olhar alguns perfis. Curtiu e comentou na última foto que Halley postou, admirada com a beleza da amiga que estava com os cabelos curtos mais uma vez. Elas sempre trocavam mensagens pelo direct e pelo aplicativo de mensagens, mandando posts engraçados ou qualquer outra coisa que as lembrassem uma da outra. Como a garota não estava online, Cat apenas ficou distraída com alguns vídeos aleatórios que viu, dando algumas risadas.

— Tae, vem ver esse vídeo do gatinho – chama animada, demorando alguns segundos para afastar a atenção da tela pequena nas mãos.

Quando ergue os olhos para o namorado, franze o cenho abrindo um sorriso imediato. Taehyung estava cantando e dançando de forma teatral, de pé em frente a TV. A camiseta preta de algum personagem de cartoon e o usual short verde musgo - que sempre usava em casa por ser largo e confortável -, balançando conforme os movimentos que fazia com o corpo. O vídeo de gatinho não era mais tão interessante ou engraçado. Cat rapidamente ligou a câmera e começou a gravar a performance graciosa do Kim, que a fazia segurar um riso, com um dedo sobre os lábios. Ele mal percebeu que estava sendo filmado durante toda a música, apenas se virou animado para a namorada, fingindo tocar uma guitarra bem pequena, quando o youtube começa a reproduzir uma das aberturas de One Piece aleatoriamente. O asiático canta junto, fazendo-a soltar uma gargalhada alta, nem aguentando continuar a filmagem. 

— Admite que você ama One Piece e é o melhor anime de todos os tempos – coloca o celular de lado, vendo-o parar sua performance imediatamente e desligar a TV – Tá feio já ursinho.

— Eu amo One Piece, nunca neguei... Mas nem se a gente estivesse vivendo numa realidade alternativa, onde não existe Piano No Mori, OP seria melhor – estica os lábios num sorriso forçado – E feio tá pra você. Só usa coisa de Sailor Moon e vem com esse papo de One Piece. Eu cai na mentira quando fui falar com você no Anime Connection por causa da sua referência as tribos piratas no seu nick.

— Se for assim, você é o maior fã fake de Piano No Mori. Na maior parte do tempo nem lembra desse anime...

— Porque o mangá é muito melhor – abre os braços e faz uma careta, como se dissesse “óbvio”.

— Preciso fazer uma tatuagem de One Piece agora e só falar disso? Não posso gostar de outro...

— Claro que pode! Inclusive, a gente tá bem melhor agora, diversificando a leitura com Nonnonba e Ayako. Tô achando ótimo. Mas é um fato que você claramente favorece Sailor Moon à One Piece. Deve ser porque, apesar da sua preferência, você sabe que entre Sailor Moon e Piano No Mori, meu anime é a melhor obra de todos os tempos.

— Taehyung, eu não queria ser tão chata e te deixar chateado, mas... – respira fundo e desvia o olhar teatralmente – Piano No Mori não está nem no top 10 de melhores animes ou mangás já feitos – encara o namorado, dando um sorrisinho ao terminar de falar.

— Meu Deus, como é que a gente tá namorando? – balança a cabeça em negação. O olhar ainda sereno. 

— Termina então – dá de ombros, segurando o riso.

— A é? – arqueia as sobrancelhas, se aproximando da cama, jogando o controle em qualquer lugar – Tá engraçadinha, hein. Quem te deu essa confiança toda?

— Eu! – responde convencida, preparando-se para empurrá-lo quando o garoto coloca um joelho sobre o colchão.

— Miau... Miau... – chama mais baixo, olhando-a sério.

De surpresa Kim segura sua perna esquerda, puxando-a de uma vez, fazendo Catarina deitar na cama abruptamente e soltar uma exclamação de espanto. Ele ergue o pé pequeno, trazendo para perto do próprio rosto, ameaçando morder. A garota ri alto, tentando se soltar.

— Tô precisando conhecer esse Doutor Min ai... – imobiliza o pé dela com as mãos grandes ao redor do tornozelo, até enfim conseguir morder sobre a curvinha do calcanhar, fazendo-a dar um gritinho bobo – Pra ele me engarrafar essa confiança de Miau atrevida e chatinha.

Cat se remexe ainda mais, rindo e puxando a perna com um pouco mais de força.

— Para com isso! Eu vou acabar acertando sua cara sem querer...

Ele sorri ao ouvi-la, provavelmente concordando em silêncio que era a cara da garota desajeitada fazer isso. Então ela sente uma das mãos dele deslizar por sua panturrilha e o foco do asiático muda quando ele se abaixa e morde seu joelho do nada.

— TAE! – grita ao dar um leve sobressalto, soltando uma gargalhada – Meu joelho? É sério?

— Já disse que vou te morder inteira – sorri abertamente, praticamente se jogando sobre Styles, fazendo-a resmungar um pouco – Você é toda sensível. Se contorce até com mordida no joelho Miau? – solta uma risadinha boba, segurando o queixo dela com apenas uma mão, virando o rosto fino para o lado. 

Os dedos longos dele eram firmes, quase imobilizando-a e evitando que Catarina virasse o rosto na direção do namorado, que cobria seu corpo pequeno com o próprio corpo largo e definido. Ela segurou o pulso dele, mas com delicadeza, sem fazer a menor menção de afasta-lo ou até mesmo de se soltar, apenas fechou os olhos ao ouvir a voz grossa e gostosa próxima ao seu ouvido.

— Fala que meu anime é melhor – exige ao roçar o nariz avantajado na sua pele.

— Eu nem sabia que você tinha feito um anime...

— Catarina... – estreita um pouco mais os dedos no queixo dela, fazendo-a soltar um suspiro – Amor... – chama com a voz grossa – Fala pra mim.

— Não. – responde com a boca quase formando um bico devido ao aperto que Kim fazia. Com borboletas no estômago, facilmente começava a ceder ao encaixe dos corpos, o querendo mais perto – Não vou contra meus princípios.

Taehyung solta uma risada gostosa ao pé do seu ouvido, deixando-a completamente arrepiada.

— Não vai? – assim que faz a pergunta o garoto vira a chavinha, mudando completamente do suave para o atrevido num segundo.

Sentiu o queixo ser levemente erguido e uma mordida mais forte e indelicada em seu pescoço. Conseguiu apenas expirar o ar mais forte, resmungando um gemido de boca fechada, apertando o pulso do asiático ainda mais. Kim rapidamente começou a distribuir mais dos carinhos um tanto grosseiros e gostosos, puxando sua pele entre os dentes sempre que podia, intercalando com alguns chupões demorados que a fazia sentir esquentar por baixo do moletom.

— Diz que é melhor Miau... – pede, subindo os lábios até a orelha dela, chupando o piercing no gancho, fazendo-a se remexer sob si.

— Tae tr...

— Deixa de ser orgulhosa – murmura, lhe dando uma mordidinha na hélice da orelha logo em seguida. 

Pôde sentir o sorriso nos lábios de Taehyung, vendo-a reagir a qualquer e mínima caricia. Mas ela mesma sorriu internamente quando o pegou de surpresa, ao pedir baixinho:

— Tranca a porta...

Ele soltou seu rosto e ergueu a cabeça para olha-la nos olhos quase que imediatamente. Apoiou as mãos no colchão para manter o tronco erguido sobre ela, e Cat mordeu o lábio, sentindo o estômago tremelicar com certo nervosismo. Acariciou o rosto bonito do namorado levemente, enquanto ele “caia na real”. Quase quis rir quando Kim começou a olhar em volta, antes de sair da cama num pulo. Sentou-se, vendo o asiático olhar de um lado para o outro do corredor, mesmo sabendo que estavam sozinhos de fato. Depois de fechar a porta passando a chave, abriu o aplicativo no celular e começou a mandar um áudio. 

— Jimin, onde vocês estão? Então, reparei que a gente tá precisando de umas coisas aqui pra casa. Passa no mercado com o Pat e compra leite, cereal, pão, biscoito, café, farinha, feijão, ovos, panquecas, estamos sem arroz também... Compra algumas coisas pro banheiro, a situação tá crítica. Enfim, fala pro Tom ajudar com a lista, ele que manda nessas coisas.

Styles não aguentou, soltando um risinho e sentindo as bochechas vermelhas. Tae bloqueou o celular, lançando um olhar na sua direção que a fez se encolher levemente, segurando as mangas do moletom no meio das pernas entre abertas. Os olhos castanhos puxados, antes serenos, se transformaram numa fenda quase perigosa, capaz de emanar calor. Ele se reaproximou de onde ela estava com calma, colocou o telefone na mesinha de cabeceira e se posicionou devagar de joelhos no colchão, arrastando-se para ficar entre as coxas da namorada, sentado sobre os calcanhares. Delicadamente Taehyung segura Catarina pela nuca, se inclinando para iniciar um beijo apaixonado, que a fez jogar um pouco a cabeça para trás. Com borboletas gostosas no estômago, a garota subiu as mãos pelos braços bonitos dele, sempre o deixando arrepiado. Mantiveram um ritmo calmo e intenso, num beijo cheio de estalos, que estava arrancando suspiros dos dois. 

Foi longo e deleitoso, capaz de fazer Cat desmanchar, sentindo as línguas se acariciando. Ela acabou puxando o lábio inferior dele bem devagar entre os seus, afastando-se aos poucos e abrindo os olhos tranquilamente para vê-lo esboçar um mínimo sorriso rápido, mas que a deixou leve e confortável. Kim tirou os óculos do seu rosto, segurando as duas hastes com cuidado e se alongando para colocar sobre a mesinha. Logo que se endireitou, segurou a barra do moletom que ela usava, subindo a peça com a ajuda da garota, que ergueu os braços para facilitar. Assim que se viu livre da roupa - permanecendo apenas com um top que usava para dormir confortavelmente -, Catarina fez o mesmo com o namorado, segurando a camiseta preta e tratando de tira-la do corpo esguio. Como sempre costumava fazer quando o tinha assim em sua frente, começou a deslizar as mãos pequenas e gordinhas pela pele lisa de Taehyung. Acariciou abdômen, peito, ombros, e os braços, fazendo-o abrir um sorriso simples, colocando uma mecha do seu cabelo preto atrás da orelha, aproveitando para afagar alguns piercings.

Antes que o asiático tomasse qualquer iniciativa, a garota o segurou pelo braço, puxando-o desajeitadamente para que invertessem as posições. Ele riu baixinho, deixando-se ser guiado e deitando na cama. Se remexeu um pouco até ficar aconchegado, com ela sobre si. Styles lhe deu alguns beijinhos curtos nos lábios, mexendo-se de forma a encaixar melhor o quadril sobre a pélvis dele. Sorriu tendo os lábios pressionados longamente pela boca do Kim, notando como ele segurava sua cabeça e apertava bastante a outra mão na sua lombar, querendo mantê-la perto. Com um sorriso, iniciou um beijo mais provocante, enquanto começou a roçar o quadril contra o dele de forma um pouco desajeitada. As mãos grandes imediatamente seguraram sua cintura. 

Foi mais um enrolar longo de línguas, que os deixou mais quentes, conforme o atrito dos corpos aumentava. Respirou fundo quando o garoto – agora com ares um pouquinho menos juvenis do que antes – apertou levemente seu bumbum. Conseguiu senti-lo despertando sob si, instigando bastante – como sempre – o lado curioso de Catarina. Amava como ele ficava quase com uma aura perigosa o envolvendo, com expressões sérias e um semblante sedutor até mesmo quando sorria, por isso estava curiosa para descobrir quais outras reações Tae teria quando finalmente fossem um. Com resmungos bobos ela conseguiu se soltar do aperto e encerrar o ósculo para começar a descer com beijos pelo peito largo. Atleta o nome?

Gostava de descontar as várias mordidas que recebia justamente naquele momento, quando beijava o peito do namorado e mordiscava algumas vezes seu mamilo. Taehyung sempre soltava uma risada mais gostosa, se encolhendo e ficando tão arrepiado que ela era capaz de sentir perfeitamente com as pontas dos dedos. Amou quando descobriu que ele era tão sensível quanto ela naquela região. Era muito bom e o deixava atiçado, pois já esperava o que estava por vir. Não demorou muito mais para ficar na altura da barra do short, abaixando a peça primeiro, para depois colocar a mão dentro da boxer a fim de incita-lo. Gostava da forma como ele imediatamente arrumava o travesseiro sob a cabeça, a fim de olha-la melhor, apesar de ainda sentir as bochechas corando um pouco pela forma como era capaz de queimar lhe o rosto. Cat preferiu liberta-lo do pano antes de começar a abaixar a boxer também, deixando a peça fora do caminho sem tira-la totalmente. Ainda não tinha tanta experiência assim, então escolhia começar com beijos e carinhos com a os lábios e a língua. Era bom dessa forma, podia notar pelo canto dos olhos como ele gradualmente se entregava a si e aproveitava bastante. 

Não sabia ainda como ser sensual, como imaginava que as mulheres deveriam ser e os homens geralmente preferiam naquela hora, por isso não arriscava olha-lo, pois ainda tinha um pouco de vergonha de como poderia parecer aos olhos dele. Se empenhava bastante para ouvir os suspiros e ofegos altos, até que ele não conseguisse segurar alguns gemidos também, então após provocar bastante com a língua levou-o até a boca, deixando se afundar entre seus lábios. No mesmo instante sentiu Taehyung segurar sua mão esquerda, entrelaçando seus dedos. 

Tinha aprendido já que ele gostava bastante quando ela começava devagar e ia aumentando o ritmo aos pouquinhos. O asiático apertou sua mão, puxando junto a sua, para segura-la sobre a barriga lisa e pouco definida, enquanto Catarina continuava os movimentos de vai e vem. Devagar, ela mesma se desafiava a tentar ir além, mesmo tendo que parar algumas vezes para tomar fôlego. Nessas horas ficava vendo as expressões, sempre tão neutras do Kim, contorcendo de prazer conforme continuava o acariciando com a mão. Sorriu com ele soltando gemidos roucos, cobrindo os olhos com o braço livre, ainda segurando sua mão esquerda. 

Às vezes ficava um pouco apreensiva, mas sempre recebia palavras de incentivo do namorado, ouvindo sua voz grave deixa-la cada vez mais excitada. Aprendeu a aproveitar esses momentos também - porque sempre era muito bom faze-lo se sentir bem -, e ao aumentar seu ritmo aumentava igualmente o calor do próprio corpo. Das outras vezes em que fizeram isso, Cat deixava que Tae sinalizasse, porque não havia gostado muito quando foi pega de surpresa e o sentiu desfazer na boca, mas ficou sem entender bem porque ele a interrompeu tão rapidamente e a puxou para cima sem que terminassem de fato. 

— Hoje a gente tem tempo – disse, invertendo as posições sobre o colchão – Vamos com calma.

Concordou com um aceno de cabeça, que foi um pouco mais animado do que pretendia parecer. Novamente ajudou Taehyung quando ele começou a se livrar do seu top azul com detalhes em cinza no elástico – que fazia conjunto com a calcinha confortável de algodão -, e já estava tão acostumada com aquelas caricias que o abraçou carinhosamente, envolvendo os antebraços em seu pescoço ao senti-lo beijar aquela região. Kim o fazia tão livremente que também passou a ser mais firme nos beijos e chupões por ali, fazendo sempre da maneira que Cat demonstrava se sentir mais estimulada. Permanecia entrelaçando os dedos nos cabelos azuis, afastando do rosto bonito dele, enquanto o observava e sentia a própria respiração naturalmente ficar desregulada. 

Ver as expressões do namorado e a língua dele molhando sua pele com certeza eram algumas das suas partes favoritas. Talvez mesmo prestes a perder o controle sempre tiraria alguns segundos para gravar esses detalhes na memória. Afinal, Tae era tão bom e ela era tão sensível ali, que certa vez teve até um orgasmo sem precisar de muito mais estímulos além daqueles. Quando ele deslizou a mão entre as suas pernas, apenas querendo senti-la mais quente sobre o tecido de algodão, sem aparente intenção de fazer mais nada, teve certeza que poderia ficar mal acostumada com a facilidade que ele tinha de conseguir arrancar sensações fortes de si. Gemeu um pouco mais alto ao receber uma mordiscada no peito e seu estômago gelou vendo-o descer com rapidez, roçando sem querer o nariz sobre seu umbigo. Segurou o rosto dele com certa firmeza.

— Amor, não precisa.

— Mas eu quero – responde – Você não gostou quando eu fiz da primeira vez?

— Foi bom – disse baixinho, acariciando o cabelo azul entre os dedos – Só que...

— Dá pra ficar ainda melhor – sorri fechado, passando os dedos por dentro do elástico da calcinha discretamente – Que nem toda vez que você faz. Mas pra isso você tem que me deixar... Sabe... Treinar mais – arqueia as sobrancelhas, um pouco mais divertido, fazendo Cat sorrir também.

— Eu sei... É só um pouco vergonhoso ainda.

— Eu até ia sugerir pra você ficar tagarelando como sempre, mas dessa vez eu não vou poder responder – esbanja um sorriso malicioso agora, arrancando uma risadinha dela, distraindo-a completamente com a conversa, enquanto já começava a abaixar sua última peça de roupa – Tenta fechar os olhos então. Sei lá, finge que tá escondida... Mas vai ser uma pena.

— Por quê?

— Eu devo ficar lindo no meio das suas pernas assim.

— TAE! – exclama alto, escondendo o rosto entre as mãos.

Ouviu a risada bonita do namorado e tentou esconder a própria risada abafada também. Podia até ter começado a participar desse jogo de confiança junto com o garoto, mas ainda era difícil acompanha-lo em alguns momentos. Taehyung tinha o dom de fazer as coisas mais embaraçosas possíveis parecerem muito estilosas, no fundo ele até poderia sentir vergonha, mas geralmente seguia o fluxo e tentava agir o mais natural possível, e no final as pessoas sempre diziam o quanto ele era legal. Sem contar o quanto era ardiloso, sempre aprimorando as formas em que conseguia distrai-la e deixa-la confortável. 

Com seus poucos segundos de distração o asiático já havia se livrado totalmente da calcinha e tinha se ajeitado entre suas pernas. Ele a fez dobrar levemente os joelhos e começou a distribuir beijos pela parte interna da sua coxa direita, criando uma expectativa conforme se aproximava mais da sua virilha. Catarina deixou escapar um som por entre seus lábios quando sentiu a boca do Kim lhe tocar onde estava mais quente. Nem ela mesma conseguiria explicar o que falou, mas não quis perder tempo ficando com vergonha por isso. Apertou um pouco as pontas dos dedos contra a própria face, encolhendo levemente a barriga, lutando contra os extintos de se retrair e fechar as próprias pernas. Ficou apenas assim por alguns segundos, seguindo o conselho de Taehyung e fingindo estar escondida, focada nos beijos delicados que recebia. 

Na primeira vez que fizeram isso, pediu para que o garoto fosse bem cuidadoso, e ele logo percebeu que era tudo duas vezes mais sensível. Dessa vez nem foi preciso pedir. Tae lhe beijava e acariciava com calma, lhe explorando e deixando-a amolecida e fraca a ponto das mãos afrouxarem naturalmente até que ela se desse conta e já não tentasse mais se esconder. Seus pés inquietos vez ou outra roçavam pelas costas de Kim sem querer, mas assim como começou a deixar escapar alguns gemidos involuntários, não conseguia controlar muito bem as pernas também.

A mão grande – e não tão macia assim – dele passou a deslizar pela barriga de Styles e dessa vez foi ela quem entrelaçou os dedos dos dois. Curiosa e ofegante, não resistiu e ergueu levemente a cabeça, a fim de ver Taehyung. Sorriu de canto, mordendo o lábio logo em seguida, sentindo uma onda de calor um pouco mais forte lhe atingir. Não era como se pudesse vê-lo tão nitidamente sem o óculos, mas droga de garoto!

— Caramba! – voltou a olhar para o teto, respirando fundo – Você fica mesmo bonito até assim.

Gemeu um pouco mais alto logo após os lábios dele fazerem um estalo gostoso em si. Dessa vez evitou olha-lo, pois sabia que veria um sorriso convencido em seu rosto, antes de voltar a beija-la com vontade e carinho. Se apegou, como sempre, aos pequenos detalhes, como a forma que ele acariciava sua mão conforme continuava a explorando cada vez mais, ou como abraçava suas pernas e segurava uma de suas coxas com certa firmeza.   

— Acho que prefiro quando você fica tagarela e me diz...

— Tá bom assim... – interrompe entre ofegos, com o coração batendo mais forte. 

Sentia ondas de calor cada vez maiores quebrando sob sua pele, causando sensações diferentes no pé da barriga. Kim fazia tudo devagar e tão delicadamente, deixando-a sentir-se tão bem e especial, que isso lhe dava mais prazer. O rosto de Cat já estava bem corado àquela altura. Involuntariamente arqueou as contas, apertando a mão do namorado, ao soltar um gemido um pouco mais alto. Ficou com a mente nublada por alguns segundos, até entender que Tae havia se afastado de si, soltado sua mão, e se jogado ao seu lado na cama, tentando fazer tudo ao mesmo tempo: terminar de tirar o short e a boxer com uma mão; abrir a gaveta e procurar alguma coisa com a outra.

Respirando um pouco ofegante, Catarina afastou alguns fios de cabelo da franja que caiam sobre os olhos, prestando atenção em Taehyung ao seu lado. Ele finalmente achou o que queria e chutando as roupas com os pés, deitou-se de barriga para cima para abrir a embalagem do preservativo. Ficou o observando, mordendo o próprio lábio, enquanto o asiático parecia concentrado em colocar a camisinha. Ela esfregou os pés no lençol macio, ouvindo o barulho que ele fazia e as caretas um tanto desgostosas no rosto bonito.

— Isso é mais difícil do que parece – reclama entre dentes.

— Quer ajuda? – oferece mesmo sabendo que não tinha a menor ideia de como fazer aquilo na prática.

— Não... Acho que consegui – responde aliviado, virando-se em sua direção e começando a se aproximar da namorada.

— Tem certeza?

— Uhum – afirma com a cabeça – Tudo certo. 

Taehyung a beijou com calma, roçando as línguas e os lábios sem pressa, ao mesmo tempo em que se deitava sobre si. Styles o abraçou, apenas se entregando ao beijo, suspirando e soltando o ar contra a bochecha dele, sentindo os corpos se encaixarem, enfim sem nada entre os dois, além do medalhão no pescoço do garoto. Não iria mentir e fingir que não se sentiu nervosa naquele exato segundo. O frio na barriga a acometeu de uma só vez e seu coração começou a bater frenético dentro do peito. Kim quebrou o beijo para apoiar a testa na lateral do rosto de Cat, mantendo o peso do corpo sobre um braço só. Ela fechou os olhos e estreitou as sobrancelhas, com os braços firmemente em volta das costas largas, esperando.

Foi devagar, aos pouquinhos, diferente, talvez um pouco desajeitado, mas bom.
Incrivelmente bom quando ele estava finalmente em si.
Expiraram o ar pesadamente e Tae colou a testa dos dois com cuidado.

— Tudo bem? – sussurra com o rosto rente ao seu.

— Perfeito – ela responde baixinho.

O asiático ergue o rosto imediatamente para olhá-la nos olhos, ficando surpreso com o sorriso bonito que Catarina exibia. Tocou a bochecha dele com carinho enquanto se encaravam, fazendo-o sorrir também, apesar dele estar com o cenho levemente franzido. Levantou a cabeça, dando um beijo curto nos lábios do Kim, sentindo-se maravilhosamente bem. Trocaram carinhos simples. Deslizando as mãos pelos braços e costas dele, sentindo os dedos longos lhe acariciando a cintura e as coxas, dando beijinhos estalados conforme ele começou a se mexer sobre si.

De repente Taehyung estava por toda parte.
           Nos seus olhos, mente, e coração.
Por todo seu corpo.

Sempre que se pegava pensando nesse momento, antes de ter um garoto em sua vida, imaginava uma tensão e dor difíceis de superar. Um medo e uma insegurança que a faziam se questionar se algum dia realmente viveria essa experiência. Mesmo depois de começar a namorar não conseguiu se entregar completamente e sem reservas. Os dois sabiam muito bem que precisaram dar passos pequenos e importantes até chegarem até ali, mas Cat era muito agradecida por cada um deles. Jamais imaginaria que estaria se sentindo assim, confortável e incrível, tendo a sua primeira vez com o seu primeiro amor.

Talvez fosse também a primeira vez na vida em que a garota não tinha palavras. Nem se quisesse tagarelar conseguiria. O sangue podia estar correndo rápido nas veias e a temperatura do corpo aumentando gradativamente, mas sua cabeça processava pequenos detalhes de cada vez. Todos sobre Tae e a forma como ele lhe olhou sério e engoliu em seco. Os lábios finos entreabertos, molhados pela língua inquieta dentro da boca. Ela fechou os olhos e sorriu abertamente quando ele escondeu o rosto no seu pescoço, apoiando-se em si, mantendo o ritmo calmo e gostoso. O limbo da sua mente ecoando e numerando as sensações maravilhosas percorrendo seu corpo, todas vindo dele. Sempre ele.

Suas mãos pequenas passearam pelas costas e braços dele, fazendo carinho com as pontas dos dedos e às vezes com as unhas, arrepiando a pele bonita dos ombros com músculos mais definidos. Kim começou a gemer baixinho, bem perto do seu ouvido, segurando-a pela cintura com um pouco mais de força. Perdida nas reações dele, mal sabia que ofegava sem parar e deixava escapar pequenos sons entre os lábios toda vez que o garoto deslizava em si. Saberia dizer exatamente como ele parecia cada segundo mais bêbado de prazer e carinho, mas nunca imaginaria que eram as reações do seu corpo ao corpo dele que o deixavam exatamente assim.

Recebeu alguns beijos desajeitados no pescoço e no colo, conforme Taehyung começou a se desgrudar parcialmente de si. Apenas deixou-se ser levada, sem o mínimo de resistência ou questionamento, seguindo os comandos dele quando o mesmo se sentou na cama, puxando-a para ficar sobre suas pernas. Soltou uma exclamação, como um murmúrio baixo, sentindo-o um pouco mais e de maneira diferente dentro de si. O ar saiu entrecortado conforme se ajeitava sentada no colo do asiático, tendo a ajuda do mesmo para encontrar novamente o encaixe perfeito entre eles.

Agarrou-se a ele, abraçando seus ombros, sendo abraçada pela cintura de forma possessiva também. Vendo-o olha-la daquela forma, de baixo para cima, a cabeça inclinada levemente para trás, mordendo o lábio bonito, conseguiu sentir-se mais apaixonada ainda. Além de muito mais quente. Iniciou um beijo mais urgente, cheio de arquejos e pequenas interrupções. Aos poucos Catarina começou a seguir os instintos do próprio corpo, que pedia para que se movimentasse, mesmo que não soubesse como fazer muito bem naquela posição. Ali, com os narizes colados e os lábios se roçando conforme tentavam achar um ritmo juntos, nunca se sentiu tão conectada com Taehyung.

Por vezes recebeu ajuda das mãos grandes, lhe dando impulso, outras vezes apenas mexia-se com mais necessidade, buscando mais daquilo que estava lhe fazendo tão bem. Gostou bastante quando Kim agarrou sua nuca, mantendo seu rosto perto do dele, ao mesmo tempo em que dava apoio para que ela não se perdesse e não parasse. Eles se encaravam com os olhos semicerrados, a garota agora deixando escapar gemidos e arfares o tempo todo, sentindo o corpo estremecer de prazer.

Foi como se um choque intenso tivesse lhe atingido quando Tae abriu um sorriso ladino. Ele começou a beijar seu queixo, descendo para o pescoço, e Cat pôde sentir a respiração forte e pesada contra sua pele. De repente, as mãos dele estavam por toda parte. Das costas aos seios, dos quadris até as coxas, até fazer todo o caminho de volta. Acabou colando o tórax contra o do namorado, apertando os dedos com força nos ombros dele, gemendo próximo ao ouvido do garoto. Fechou os olhos, ouvindo-o acompanha-la, sentindo-o em sincronia consigo enquanto se perdiam num ritmo um pouquinho mais acelerado.  

Um tipo de formigar gostoso e familiar subiu pelo seu baixo ventre e ficou mais difícil continuar. O fogo queimando até mesmo seu rosto, deixando-a ainda mais corada do que antes. Curvou-se por um segundo, jogando-se levemente para trás, mas logo teve as mãos do Kim lhe amparando, segurando seu quadril e espalmando seu bumbum, puxando-a para perto. Foi tão bom que pediu por mais, mesmo que bem baixinho, e sem ter a real intenção de ser ouvida. Mas ele ouviu, lhe dando um gemido rouco como resposta, e sempre fazendo suas vontades. Catarina ficou completamente arrepiada.

Roçou os lábios pela bochecha do namorado, subindo uma das mãos até a nuca dele, fazendo-o virar o rosto para si de novo. As respirações descompassadas e quentes se misturaram e ao reconhecer os sentimentos bons dominando-a de dentro para fora, viu o rosto do asiático se contorcer de prazer, daquele jeito que ela tanto amava vê-lo. Era como se ele estivesse prestes a perder o controle toda vez e era lindo. Taehyung a prendeu em si e Catarina automaticamente enrolou as pernas ao seu redor, antes que estivessem jogados na cama novamente. Com o corpo cobrindo o seu e o nariz enterrado no seu pescoço, ele investiu entre suas pernas mais algumas vezes antes de se deixar relaxar, gemendo com os lábios entreabertos, a voz grave e baixa. Styles agarrou o cabelo azul entre os dedos com certa força, enquanto seu corpo contraia em vários pequenos espasmos incontroláveis e deliciosos. Sua respiração tão acelerada e arquejante que sua boca estava totalmente seca.

Bagunçados, logo se desprenderam um do outro. Tae se deitou de qualquer jeito ao seu lado, ambos encarando o teto com os olhos quase fechados e os fios de cabelo grudados na cara, tentando recuperar completamente o ar, assim como a lucidez. Cat logo abriu um sorriso com o seu primeiro pensamento:

Teve o primeiro beijo perfeito e a primeira vez mais incrível
com o primeiro garoto que amou na vida
Quais as probabilidades Catarina James Styles?

Porém, já deveria ter se acostumado com um fato:
Kim Taehyung não se encaixa em nenhuma estatística
E agora ela tinha certeza que não se importava em se encaixar também.

Os minutos se passaram com os dois em silêncio, acalmando os corações pouco a pouco. Ergueu as mãos para jogar a franja para o lado, respirou fundo sentindo a garganta arranhar, vendo os movimentos do Kim pelo canto dos olhos. Ele se mexia preguiçosamente, se recuperando mais rápido e virando-se para olha-la.

— Quer tomar um banho?

Cat afirma com a cabeça rapidamente, fazendo-o sorrir. Tae levantou primeiro da cama, atrás de uma toalha de banho, enquanto a garota puxou o lençol do colchão com muito esforço, ao mesmo tempo em que se enrolava e se cobria. O asiático já estava coberto da cintura para baixo e segurava um roupão em um dos braços quando ela se pôs de pé. Os dois tomaram longos goles do refrigerante que haviam trazido para o quarto, tentando matar um pouco da sede, antes de saírem rumo ao banheiro, literalmente de fininho. Olharam pelo corredor, repararam se havia algum som pela casa e correram nas pontas dos pés.

Logo parou na frente do espelho do cômodo cor de rosa, ouvindo o barulho do namorado fechando a porta e vendo a movimentação do mesmo atrás de si, mas prestando atenção apenas no seu próprio reflexo. Sorriu vendo as bochechas bem rosas, o cabelo embaraçado e a pele brilhando de suor. Pegou uma escova de cabelo que estava sobre a pia e ajeitou os fios rapidamente quando o garoto se aproximou, parando atrás de si. Taehyung abriu uma das gavetas do gabinete e tirou um prendedor que tinha jogado por ali – provavelmente um dos muitos que Michele deixava pela casa -, depois deslizou os dedos pelos fios de Catarina, arrumando para trás, prendendo num rabo de cavalo bem pequeno e torto no topo da cabeça, os fios da franja escapando quase que completamente do “penteado”.

Deixou a escova de lado, abrindo ainda mais o sorriso, tendo o namorado beijando seu rosto e lhe virando para si até que estivessem trocando selares. Recebeu um beijinho sobre o piercing brilhante no nariz, que arrancou uma risadinha boba dos dois. Começaram a se livrar do lençol e da toalha, indo em direção ao box juntos. Tomaram um banho quente, entre brincadeiras silenciosas, carinhos aconchegantes, - onde Cat finalmente notou que ele havia se livrado da camisinha sem que ela tivesse visto – e bastante espuma. Ajudou Tae a lavar o cabelo, tendo que ficar nas pontas dos pés para passar o shampoo, tomando o máximo de cuidado para não molhar a própria cabeça.

Geralmente a garota tinha receio e timidez exagerada sempre que os dois faziam alguma coisa mais íntima pela primeira vez, contudo, nem ao menos percebeu que aquela era a primeira vez que tomavam banho juntos. Taehyung estava descontraído, cuidadoso e ainda mais carinhoso do que o normal. Ambos envolvidos numa atmosfera leve e maravilhosa de sonho realizado. Se olhando nos olhos, trocando beijos, sorrisos cumplices e dando risada. Não pensou em se esconder, refreá-lo ou acabar com aquilo logo. Pelo contrario, perderam a noção do tempo, sendo trazidos para a realidade ao notarem as pontas dos dedos enrugadas.

Desligaram o chuveiro relutantes. Sempre muito solícito Kim se apressou em sair do box primeiro para enrolar novamente a toalha na própria cintura e ajudar Catarina a vestir o roupão que ele mesmo trouxe. Como se fosse uma boneca delicada, a ajudou a colocar os braços nos lugares certos, fazendo questão de enrolar a peça macia e grande demais na garota, fechando com um laço atenciosamente feito para não aperta-la. Styles não conseguia parar de sorrir.

— Pode indo ajeitar um lençol limpo lá no quarto? Eu vou colocar esse pra lavar lá embaixo – aponta o embolado de pano jogado no chão.

— Tá ok – afirma com um aceno, ficando nas pontas dos pés para selar os lábios nos dele.

— Quer alguma coisa da cozinha? – pergunta com a boca junto a dela ainda.

— Trás água amor.

Começou a dar selinhos estalados no asiático, que respondeu “sim” com um resmungo entre os beijos. Demoraram mais alguns segundos até se separarem de vez, com Taehyung se apressando em pegar o lençol sujo e saindo logo dali, em direção à cozinha. Ela riu baixinho, indo até o quarto do namorado e logo mexendo no armário atrás de roupa de cama limpa. Pegou um lençol de algodão azul marinho simples, ajeitando no colchão facilmente devido ao elástico, depois arrumou os travesseiros sobre a cama e esticou um edredom xadrez marrom e branco. Nada combinou muito, mas claro que nem ligou. Foi até sua mochila com roupas e coisas de higiene, terminou de se secar devidamente e vestiu uma calcinha extra que trouxe, demorando um pouco mais para achar uma blusa apropriada. Tinha que começar a ser mais organizada com suas coisas pessoais.  

Um pouco frustrada, demorou tanto com aquele imprevisto de roupas emboladas que Tae teve tempo de voltar para o quarto, colocar a garrafa de água sobre a mesa de cabeceira, e pegar uma boxer dentro do armário.

— Achei! – ela avisa, puxando com certa força a camiseta branca e larga de mangas compridas.

Livrou-se de vez do roupão, colocando rapidamente a peça, sendo imediatamente abraçada em seguida, pega de surpresa. O garoto usava somente a cueca preta, sem mais nem um vestígio de umidade na pele, somente o cabelo azul ainda molhado e espetado.

— Assim tá bom de roupa já – ele diz beijando seu ombro.

— Mas tá frio – inclina a cabeça para o lado, olhando-o de canto.

— Eu aumentei o aquecedor.

— Você tá pensando em fazer de novo? – abre a boca surpresa.

— Não. – solta um risinho – Mas se você quiser, eu não nego – dá de ombros, puxando-a consigo até a cama – Só quero ficar assim com você, mais... Perto... Eu acho.

Não respondeu, porque entendia. Também queria ficar assim com ele, mais perto, o máximo de pele com pele possível, sem nenhuma outra intenção além da de senti-lo quentinho e macio junto a si. Sentou-se na cama primeiro, sendo seguida por Taehyung, que lhe entregou a garrafa enquanto pegava o próprio celular. Observou ele verificando algumas notificações, passando batido pelo aplicativo Anime Connection, já quase esquecido e há muito não utilizado por nenhum deles, mas ambos não tinham coragem de deletar. Cat começou a beber água quando Kim deu play no áudio do melhor amigo. Uma gargalhada típica de Park Jimin ecoou:

P.Jimin: Pelo amor de Deus, TaeTae! Não consegue nem disfarçar. Você odeia café e feijão, nunca tá nem ai se falta em casa. Sem contar que você mesmo comprou leite na quinta. Relaxa que já falei com o JK e o Tom e a república é de vocês hoje, mas os dois devem uma pra mim e pro Pat. Parece que vai chover e a gente não trouxe guarda-chuva, sem contar que eu vim de short. E ah, vai sonhando que eu vou fazer essas compras mesmo! Esse mês é você que vai ajudar o Thomas. Enfim, cuida bem da Cat e... Já sabe...

Catarina quase tinha engasgado de vergonha e Tae gargalhava com os olhos fechados. Ele tomou a garrafa das mãos dela, ainda rindo, colocando os objetos sobre a mesinha novamente, ao mesmo tempo em que levava alguns tapinhas no braço.  

— O que eu posso fazer Miau? Você sabe que não consigo esconder nada do Jimin – se arrasta na cama, puxando-a com certa firmeza para deitar mais colada consigo.

Dividiram o travesseiro fofo, ficando com os rostos bem próximos. Styles puxou o edredom sobre eles, aconchegando-se nos braços do garoto.

— Todo mundo sabe. Que vergonha! – resmunga.

— Quem liga? Esquece eles – faz uma careta boba, arrancando um revirar de olhos dela.

Ficam alguns segundos se olhando nos olhos. Os dedos longos acariciando sua cintura sob a camiseta, enquanto ela acariciava sua nuca.

— Tá se sentindo diferente? – ele pergunta com certa suavidade na voz.

— Não sei muito bem... Acho que um pouco... E você?

— Também... É estranho... Depois de tanta expectativa parece meio surreal.

— Ah nem fala – é a vez dela de fazer uma careta – Eu me arrumei toda no nosso aniversário de um ano, usei a lingerie mais bonita que eu tenho, pra no final quando rolou eu tá com meu conjunto de algodão pra dormir.

Taehyung ri, abraçando-a mais apertado.

— Não ligo pra isso Miau. Mas agora vou querer ver essa outra lingerie ai – ergue as sobrancelhas, sorrindo.

— Eu já sabia – a mão pequena deslizando pelo pescoço dele – Você não ficou frustrado que não tenha acontecido antes? Ou decepcionado porque foi de repente agora?

— Claro que não. – responde rapidamente – Não vou negar que todas as vezes que alguma coisa dava errado, me deixava meio puto e mais ansioso na hora. Eu cheguei a pensar que ia ser o próximo virgem de quarenta anos, ou sei lá – Cat ri um pouco mais alto, fazendo-o rir também – Mas acho que rolou como deveria ter rolado. Quer dizer, poderia ter te levado num lugar diferente e talvez tivesse acontecido antes, mas eu não tenho dinheiro pra bolar um lance tão especial num lugar mais romântico só pra nós dois. Também não queria que fosse um lugar qualquer só porque estava querendo muito ter minha primeira vez com você. Na verdade, tô feliz que tenha sido assim de repente... Natural, sem pressão... Sei lá. Aconteceu como deveria ter acontecido – dá um beijinho na ponta do nariz dela – Você me surpreendeu bastante.

— Por quê?

— Você ficou tão tranquila e não ficou falando sem parar. Eu teria surtado se a gente não tivesse tão perdido um...

— No outro – sorriu completando – Também não achei que ia ser assim. Quando as minhas amigas me falavam dessas coisas eu sempre achei que elas eram a exceção, mas não... Eu só me senti muito bem mesmo.

— É? – ele sorria abertamente, entrelaçando as pernas na dela.

— É, acho que tudo, desde o começo, aconteceu como deveria. Imagina se a gente tivesse virado amigo quando eu cheguei em você pra conversar a primeira vez. – sobe a mão até a bochecha dele - Provavelmente eu ficaria muito na friend zone e a gente nem chegaria a namorar.

— Será? – ergue uma sobrancelha – Eu era bem moleque bobão naquela época. Acho que você teria desencantado.

— Ursinho... Você não mudou taaaaanto assim – brinca, tentando ser bem irônica, e recendo um aperto na cintura como resposta – Eu ia ver você se apaixonando por alguma líder de torcida, virando o maior clichê da história dos Estados Unidos, enquanto eu ia me misturar com os nerds como uma impostora e não chegaríamos nem até a formatura do ensino médio como amigos.

— Você esquece tão fácil nosso elo perdido – Cat o encara confusa – Você é a única garota que eu conheço que gosta de animes. Eu com quatorze anos ia babar em você pra cima e pra baixo. Só que eu era meio naruteiro na época, então...

— Minha nossa! Eu teria fugido mesmo.

— Obrigado Anime Connection? – pergunta com sarcasmo, rindo baixinho com a garota – Acho que sei por que tá tudo meio estranho e um pouco diferente – ela murmura um “hm?” incentivando-o a continuar, acariciando o rosto dele com o polegar – Tô me sentindo mais seu. Não sei. É a certeza agora de que nada nem ninguém vai superar ou substituir esse momento na minha vida.

Suspirou longamente, derretida e apaixonada. Selou os lábios do Kim por alguns segundos, mantendo os rostos próximos.

— Eu me sentia um pouco assim faz um tempinho já. Sempre digo que mesmo quando pensei que era outra pessoa no aplicativo, continuou sendo você. É até estranho como eu só me apaixono por você – ele sorri, afastando a franja dela do rosto – Desde o nosso primeiro beijo, que foi o meu primeiro de todos, eu sabia que não ia ter como te esquecer nunca mais. Hoje... Foi uma surpresa incrível.

Taehyung a beijou com ternura, segurando-a sob o rabo de cavalo pequeno, acariciando seu cabelo levemente vez ou outra, mas sorrindo sempre cada vez que os lábios estalavam. Inevitavelmente Catarina sentiu seu coração apaixonado batendo daquele jeito, como se estivesse prestes a transbordar. Tão dele.

Conversaram mais algumas coisas sem importância. Palavras curtas no meio de beijos mais longos. O tempo do lado de fora fechava ainda mais, o céu ficando mais cinza e mais escuro conforme o dia ia passando. Quando a chuva começou a cair os dois estavam abraçados, de conchinha, um tanto sonolentos, cobertos e aconchegados. Cat estava de olhos fechados, querendo se deixar cair no sono.

— Fala pra mim Miau – ele sussurra próximo a sua nuca.

A garota sorri sem abrir os olhos e murmura bem baixinho:

— Piano No Mori é um dos melhores animes já feitos na história.

Sentiu os braços dele lhe apertando, sabendo que naquele momento Tae sorria como uma criança feliz.

— Te amo – disse escondendo o nariz entre os cabelos dela.

— Também te amo.

Adormeceram sem se importar que era domingo. Não lembraram que supostamente a garota deveria voltar para o dormitório, nem que ambos teriam aula no dia seguinte. Depois dariam um jeito. O máximo que poderia acontecer era perder os primeiros períodos e chegarem um pouco atrasados. Um dia só, algum conteúdo qualquer. Não parecia tão importante agora. Assim como o fato de Jimin e Patrick terem voltado para se esconder da chuva, fazendo barulho pela casa.

Permaneceram no momento. Tão juntos. Tão sós. Um do outro. Como deveria ser.