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História Anjo da guarda - Cap 37


Escrita por: MenerusHurt

Capítulo 37 - Cap 37



A reunião não foi tão rápida quanto eu esperava, e nem demorou mais do que deveria. Eu estava conversando com Marcela à sua mesa quando todos saíram da sala de reuniões.

Catalina e Danilo estavam conversando animadamente, quando Armando e Kaleb saíram em silencio. Eu poderia dizer que algo tenso tinha acontecido, mas Cata estava gargalhando, e ela teria ao menos a decência de disfarçar caso fosse um momento inadequado para isso.

K-Então Danilo, está decidido. Mandaremos o trabalho finalizado

amanhã mesmo.(virou-se para ele.)

D-Obrigado, Kaleb.(sorriu, apertando sua mão. Armando colocou as mãos no bolso e continuou em silêncio, olhando para mim.) Armando, obrigado.(estendeu a mão para ele. Por um segundo pensei que Armando cometeria a imaturidade de não apertar sua mão, apenas porque ainda estava com raiva pelo acontecido. Mas, logo depois ele tirou a mão do bolso, e retribuiu o aperto de mão.)

A-Eu agradeço.(Respondeu educado, porém frio.)

C-Vou acompanha-lo até o elevador.

D-Na verdade... Eu queria dizer mais uma coisa. (virou-se para mim.) Betty não estava indo dar um passeio comigo. Ela não quis no começo, mas eu fui insistente. Mas logo quando pegou o capacete eu percebi que ela estava tensa, e não me surpreendi quando ela pediu para que eu parasse.(Armando me olhou.) Não sei se ela teve algum problema com isso, principalmente com você. (virou-se para Armando.) Mas a culpa foi minha. (Sorri agradecida para ele, mas meu sorriso diminuiu quando Kaleb me olhou.) Bom... Já deu a minha hora.(ele olhou em seu relógio.) Tenho um compromisso agora. Até logo!

K-Até.(respondeu sorridente. Cata o acompanhou até o elevador, e enquanto isso, Danilo olhava para mim.) Beatriz.

B-Sim Senhor?

K-Podemos conversar?(Marcela olhou para mim, tão tensa quanto eu.)

B-Sim, é claro.(Kaleb caminhou em direção à sua sala e eu me apressei em acompanha-lo, olhando para Armando assim que passei por ele. Ele ainda parecia sério demais, e por um segundo pensei que em algum momento eu teria sido assunto daquela reunião. Assim que Kaleb abriu a porta de sua sala e sinalizou para que eu entrasse, abaixei a cabeça e passei por ele, temendo o que ele diria.) Sente-se.(Me sentei imediatamente e ouvi ele fechar a porta) Sendo o dono dessa editora, eu deveria me preocupar com sua parte financeira, com a criação, com as impressões, e com todo o resto que grande parte das pessoas aqui acham que é uma tarefa simples.(Eu o olhei enquanto ele contornou a mesa.) Isso quer dizer que quando um assunto vira comentário em todos os setores, ele acaba chegando à mim também.(Apertei minhas mãos, tensa) Eu já sei que a situação entre você e o Armando não vai bem.(sentou-se à sua cadeira e me olhou com seriedade.) E realmente não estou interessado em saber o que aconteceu com Danilo para que Armando tenha passado a reunião inteira em silencio, mas eu estou preocupado.

B-Senhor, eu...

K-Estou preocupado porque hoje pela manhã Armando veio conversar comigo.(o olhei.)

B-Conversar?

K-Sim.

B-Sobre...?

K-Sobre o seu livro.(Continuei sem entender.) Ele me perguntou se eu sabia a data certa em que ele seria publicado.

B-Eu... Não sabia que ele já estava em processo de publicação. Eu nem mesmo...

K-Eu acho que ele queria fazer uma surpresa para você, mas no momento isso é o que menos importa.(Senti meu coração apertar.) Porque o motivo para Armando perguntar a data da publicação, é que ele está pensando em voltar para Londres.

B-Ele... Ele disse isso?

K-Sim. Disse que a editora está sempre enviando cartas pedindo para que ele volte, mas até então ele não via motivos para isso.

B-Qual motivo ele teve para decidir isso agora?

K-Não sei. Ele não me disse.(escorou-se à mesa.) Beatriz, eu sei que pedi para vocês não misturarem os problemas pessoais com o trabalho, mas eu preciso que você o impeça de voltar para Londres.

B-Eu não posso fazer isso.

K-Pode, porque pelo visto você é a única pessoa que ele parece ouvir. Não estou dizendo isso apenas como o chefe dele, e não estou apenas preocupado com o fato de que irei perder o meu melhor chefe da edição. Mas também estou dizendo como um velho amigo da família, que o conhece desde criança. Armando não pode voltar para Londres.(Suspirei desanimada.)

B-A mãe dele já me pediu isso hoje de manhã, e eu tentei. Realmente tentei. Mas ele... Ele não me escuta! Ele não se importa com o meu pedido.

K-E você pediu para que ele não fosse?

B-Não... Na verdade. Eu... Apenas disse que ele não poderia ir.

K-Isso não é suficiente.

B-Eu não sei mais o que fazer.

K-Betty... Se Armando aceitar voltar para Londres, ele pode não voltar. Você pode nunca mais vê-lo. E eu não quero me meter na relação de vocês, mas acho que todos aqui todos concordam que vocês dois tem respeito um pelo outro. Eu não sei o que está acontecendo entre vocês, e não quero saber. Mas se você não quiser que Armando volte para Londres, você precisa ser mais persistente.(Se eu achava que o pedido de Margarita era desesperador, eu mudei de ideia ao ouvir a suplica de Kaleb. Ele não parecia estar falando aquilo apenas como chefe, mas ele parecia realmente preocupado com Armando. Pensar na ideia de que ele estava praticamente certo de que voltaria para Londres, e que nós nunca mais nos veríamos, fez o meu corpo inteiro se arrepiar e o meu peito se apertar. Apesar de tudo, era impossível negar que eu o amava na mesma intensidade, e que eu queria tê-lo ao meu lado. As coisas não estavam tão ruins enquanto ele estava ali, naquela sala, esperando que eu pudesse conversar com ele à qualquer momento. Armando não estaria mais ali para me proteger, e eu me senti desamparada.)

B-Eu posso tentar conversar com ele outra vez...

K-Faça isso.(me levantei.)

B-Mas, Betty...(Antes de sair, parei à porta e olhei para ele.)

K-Não deixe que os seus problemas piorem a situação.(Balancei a cabeça concordando e saí de sua sala. Todos olharam para mim, provavelmente curiosos para saber o que Kaleb e eu tínhamos conversado. Mas, não tive tempo de me importar com os olhares, muito menos com a feição preocupada de Marcela. Segui diretamente para a sala do Armando, pronta para voltar naquele assunto com ele. E dessa vez, eu não iria descansar até fazê-lo entender que ele não poderia voltar para Londres. Assim que entrei em sua sala, ele estava parado à janela, de costas para mim. Me aproximei e chamei sua atenção com o barulho do meu sapato ecoando sobre o piso. Armando olhou para mim em silencio, até que eu parei à sua frente e coloquei minhas mãos para trás.)

B-Kaleb disse que você já tomou uma decisão.(Ele me olhou confuso.) Sobre Londres.

A-Ah...(suspirou e passou por mim.) Não quero mais falar sobre isso com você, Beatriz.

B-Mas eu quero falar sobre isso com você.(me virei para ele.) Armando, você não pode fazer isso.

A-Eu já tomei a minha decisão.

B-Mas é a decisão errada.

A-E como sabe?(me olhou.)

B-Porque eu sei que está fazendo isso só para fugir.(ele me encarou, até sentar-se à sua cadeira.)

A-Você não sabe o que está dizendo.

B-Não só sei, como não aceito que você diga o contrário.(Me aproximei de sua mesa.) Você não teria outro motivo para aceitar voltar para lá.

A-Talvez eu tenha percebido que o meu desempenho profissional é muito melhor lá.

B-Não, não é isso.

A-E como você sabe? (aumentou a voz.)

B-Porque eu te conheço!(Respondi na mesma altura.) E mesmo que eu não te entenda na maioria das vezes, como o fato de você ter terminado comigo sem ao menos me dar tempo de pedir para que você pensasse melhor sobre isso. Ou como você simplesmente me ignorou por três dias à ponto de fingir que eu não existo, sem se importar comigo. Ou pior como aconteceu hoje, que depois de tudo isso você ficou nervoso por me ver segurando um capacete.(Ele encarou sua mesa.) Eu não te entendo, Armando, e posso nunca entender por mais que o tempo passe. Mas eu te conheço, e você não pode negar isso.(Me escorei à mesa encarando-o.) Se eu digo isso, é porque sei que assim que você cometer a besteira de voltar para lá, você vai se arrepender.

A-Não pode afirmar algo que ainda não aconteceu.(me olhou com os olhos vermelhos.) E também não pode me culpar por querer me afastar.

B-É claro que posso, porque há semanas atrás você estava dizendo que me amava, e que ficaria ao meu lado.

A-Eu fiquei ao seu lado, Beatriz!

B-Mas você foi embora!(Falei com a voz embargada e ele me encarou.) Você não continuou ao meu lado como deveria. Você teve medo, você teve culpa, e simplesmente se afastou!

A-E você acha que eu também não sofri com isso? Acha que você é a única a perder o sono à noite, ou a única a ter vontade de se isolar em seu apartamento? Eu tive vontade de me isolar de tudo, e ainda tenho. Mas sabe por que eu não faço isso? (Ele se levantou, olhando em meus olhos.) Porque a falta que eu sinto de você só iria aumentar, até se tornar insuportável.(Senti meus olhos marejarem, mas consegui prender a vontade de deixar as lágrimas escaparem.)

B-Se você sente tanto a minha falta... Por que ainda insiste em ficar distante?

A-Betty, por favor... Não me faça passar por isso de novo.

B-Eu só preciso entender, Armando. Será que o medo de que algo aconteça comigo é maior do que a vontade de me ter ao seu lado? Porque se for... Eu...

A-Não. Não é isso.(levou a mão à testa, suspirando.) Eu já falei sobre isso, Betty. Eu ainda me sinto culpado pelo que aconteceu, e se você ainda estava se magoando estando ao meu lado, então o melhor é...

B-A minha opinião não importa?

A-O que?

B-Eu quero saber se a minha opinião não importa!(Uma lágrima rolou em meu rosto.) Porque tudo o que você fez até então foi dizer que é o melhor, e que você se sente culpado, mas você em nenhum momento perguntou se eu estou de acordo com isso.(ele me olhou.) Você em nenhum momento perguntou se eu estou bem com essa decisão. E se você está realmente se importando comigo, deveria saber que não, eu não estou bem. Eu sinto sua falta o tempo inteiro, principalmente quando estou sozinha em meu apartamento. Eu me sinto péssima de estar na mesma sala que você e saber que não podemos nem mesmo olhar um para o outro. Mas eu estava tentando seguir em frente porque pensei que estivesse fazendo o mesmo, mas agora que me disse que está sendo tão ruim para você, qual é o motivo de tudo isso?(Ele não respondeu.) Você não pode ir para Londres.

A-Não é mais uma escolha, Betty.

B-É uma escolha, e se depois de tudo isso que eu disse você continuar com essa ideia absurda de voltar para lá, eu não vou mais insistir. Eu vou deixar você ir, mas se um dia você pensar em voltar, eu não quero te ver.(ele continuou a me encarar.) Se você disser que depois de tudo isso a melhor opção ainda é voltar para Londres e fugir de tudo, eu vou saber que está tudo terminado entre nós dois.

A-Betty...

B-Preciso que diga, Armando. (Respirei fundo, limpando as lágrimas em meu rosto.) E preciso que diga agora.(Ele desviou o olhar por alguns segundos, até voltar a me olhar.)

A-Me desculpe.(Balancei a cabeça sem acreditar.) Eu já comprei a minha passagem.(Era inacreditável que ele estivesse me tratando daquela maneira depois de tudo. Fui sincera ao dizer que sentia sua falta, e que precisava dele. Mas, isso não foi suficiente. E se o amor que eu sentia por ele não era suficiente para fazê-lo desistir de Londres, eu não tinha mais nada para fazer ali. Imediatamente peguei minha bolsa e lhe dei as costas, caminhando em direção à porta.) Betty... (me chamou, mas eu o ignorei.) Beatriz! (Eu não queria mais ouvi-lo. A única coisa que eu queria, era desaparecer dali. Eu não conseguiria mais olhar para Armando depois de ouvir de sua boca que ele preferia fugir de tudo à termos uma conversa na tentativa de solucionarmos tudo. Pela primeira vez eu duvidei dos sentimentos dele por mim. Pela primeira vez eu pensei que Armando talvez não fosse o meu anjo da guarda. Se fosse, ele não iria me abandonar.)

...

Já havia escurecido quando saí do prédio. Parei à calçada torcendo para que um táxi passasse o mais rápido possível, mas a rua estava mais deserta do que o normal. Depois de alguns minutos de espera, ouvi o barulho de algo se aproximar e torci para ser um táxi. Mas, fiquei desapontada ao notar que era uma moto. Ao menos até a moto parar em minha frente e o piloto tirar o capacete.

D-Oi, moça.

B-Danilo...(Balancei a cabeça.) O que está fazendo aqui?

D-Pretendia te pedir desculpas, mas não sabia que o Time seria perfeito.(sorriu.)

B-Você não tem que me pedir desculpas.

D-Eu tenho, porque eu não deveria ter insistido.

B-A decisão foi minha.

D-Mas você fez isso quando estava magoada.(o olhei.) Eu sabia que estava magoada, só não sabia o motivo disso. Sua amiga me contou que você e seu namorado terminaram.(Respirei fundo.) Pensei que tivesse sido pelo que aconteceu, mas ela disse que já tem um tempo. Por isso estava desanimada ontem e hoje.

B-Eu realmente não quero falar sobre isso agora, Danilo.

D-Tudo bem. Eu só queria dizer que... Você não precisa fazer coisas que não tem vontade só para tentar se esquecer disso. Você é legal, é bonita, e eu tenho certeza que ele gosta muito de você. Ou ele não teria ficado furioso quando te viu descendo da moto.(sorri triste.) As coisas vão se resolver.

B-Não tenho mais certeza isso.(ele sorriu e colocou o seu capacete.)

D-Ah, e parabéns pelo livro! Sua amiga disse que ele já está quase sendo publicado.(E assim que isso acontecesse, eu perderia para sempre o homem que eu amava. Era para ser o dia mais feliz da minha vida, mas se tornaria um momento inesquecível pelo fato de que logo depois, Armando voltaria para Londres e nós nunca mais nos veríamos.) Espero você na festa de publicação do meu! Deixarei os convites com sua amiga Catalina.

B-Tudo bem.(Sorri.) Obrigada, Danilo.

D-Não quer uma carona?(o olhei divertida e ele riu.) Tudo bem. Dessa vez eu não vou insistir.(ele arrancou a moto e saiu disparado pela rua. Naquele momento eu agradeci por ter desistido de dar um passeio com ele. Com certeza ele cumpriria a promessa de não ir tão rápido, mas só de imaginar que eu poderia estar naquela garupa, meu corpo inteiro estremeceu. Olhei em volta e percebi que há muito tempo não passava um táxi. As ruas estavam escuras, mas eu não tinha outra alternativa a não ser ir até o outro quarteirão para conseguir pegar o táxi. Eu não poderia ficar ali para sempre. Respirei fundo e ajeitei minha bolsa, seguindo em direção ao próximo quarteirão. Não havia ninguém à rua, e por um segundo os flashes daquela noite de sexta feira passaram em minha mente. Balancei a cabeça tentando afastar aquele pensamento e apertei o passo na intenção de chegar mais rápido ao ponto de táxi. Enquanto caminhava o mais rápido que conseguia, percebi que alguém me seguia.)


Notas Finais


❤️😘


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