Caminhei de um lado para o outro enquanto Marcela e Catalina me encaravam. Assim como eu, elas provavelmente não sabiam o que dizer sobre aquilo também. Após Armando me pedir para "esquecer" aquela ideia, eu prometi que pensaria sobre isso. Mas, seria difícil fazê-lo acreditar que eu estava empolgada como ele depois do meu desabafo sobre o que eu achava de Marcela ter aceitado morar com Teddy. Eu sabia que ele estava chateado com isso, mas ele tentava disfarçar dizendo que me entenderia se eu dissesse não.
C-Eu não sei por que está tão preocupada. Vocês praticamente moram juntos.
B-Mas isso é diferente. (Falei ainda caminhando de um lado para o outro.) Estamos falando sobre dividirmos um apartamento. Sobre dividirmos nossas coisas, nossas despesas. Sobre ter uma vida juntos!
C-E isso é tão ruim?
B-Não, não é ruim. Eu só...(Suspirei.) Não sei se estou preparada para isso.
C-E por que não?
B-Bom... Acho que tenho exemplos de que isso não dá certo.(Olhei para Marce e ela bufou, cruzando os braços.)
C-Isso é ridículo! Não pode basear uma decisão no relacionamento dos outros. Além do mais, em nenhum momento Marcela disse que estava arrependida de morar com Teddy.(Nós ficamos em silencio.) Não é?(olhou para Marce.) Ai, Marcela! Eu não acredito!
B-Ela fez isso hoje de manhã!(Acusei.)
M-Betty!(me olhou.)
C-Eu não sei o que deu em vocês duas.(se levantou.) Até parece que não gostam dos próprios namorados! E principalmente você, Betty! Você e Armando não discutem, são um exemplo de casal!
B-Por que todo mundo diz isso?
C-Porque é verdade! Olha... Eu sinceramente não sei como vocês podem duvidar de que morar com a pessoa que amam é a coisa certa. Se Felipe me pedisse para morar com ele hoje mesmo, eu já estaria juntando as minhas coisas.(Marcela e eu ficamos em silencio.) Se eles pediram para que vocês morassem com eles, significa que querem ter um futuro com vocês, e principalmente, que estão felizes com vocês! Deveriam se sentir honradas por isso. Hoje em dia não é fácil arrumar um homem que queira um compromisso tão sério como eles querem.(ela seguiu para a porta.) E só para informa-las, existem milhares de mulheres procurando por homens assim. Então, se vocês não valorizarem à tempo, podem perde-los para outra.(Dizendo isso, Cata saiu do banheiro e bateu a porta. Nós continuamos em silencio, sem saber o que dizer. Sabíamos que Cata tinha razão, mas tomar uma decisão como aquela não era tão fácil.)
M-Eu não vou pedir desculpas só para fazer Teddy se sentir melhor.
B-E eu não vou aceitar o pedido de Armando por impulso, só para agradá-lo.
M-Ótimo.
B-Ótimo.(ela se levantou.)
M-Vou voltar para o trabalho.(Assim que fiquei sozinha no banheiro, olhei para o meu reflexo no espelho e suspirei. A ideia de dividir um apartamento com Armando não era assustadora, mas sim a ideia de que teríamos o dobro de responsabilidade, e que com isso prováveis problemas. Todos diziam que éramos um casal exemplar, mas e se isso mudasse assim que começássemos a conviver todos os dias juntos? A porta do banheiro se abriu e Erica me olhou, sorrindo ao me ver.)
E-Oi Betty!(disse animada.)
B-Oi. (Sorri.)
E-Henrique me contou a novidade. Ficamos muito felizes que vocês aceitaram.
B-E ficamos felizes com o convite.
E-Isso é ótimo. Vocês foram o primeiro casal que pensamos. Não queríamos escolher um casal que tivesse problemas frequentes na relação, porque isso poderia de certa forma afetar a relação deles com Yasmin. Mas com vocês nós não corremos esse perigo. (Ela riu.)
B-É...(Forcei um sorriso.) Eu... Preciso voltar para o trabalho. Nos falamos depois.
E-Tudo bem! Daqui a pouco nós levaremos o convite.
B-Ok.(Saí do banheiro e balancei a cabeça, seguindo em direção à sala do Armando. Eu deveria ser sincera com ele e dizer tudo o que eu pensava sobre aquela história de morarmos juntos. E quando entrei em sua sala, ele ergueu a cabeça para me olhar.) Eu estava pensando... (Falei me aproximando da sua mesa.) Por que decidiu isso?
A-O que?
B-Sobre morarmos juntos. Você... Não está contente em como estamos agora?
A-É claro que estou! (Disse me olhando.) E foi por isso que eu tive essa ideia. Mas, Betty... Realmente, não precisamos falar...
B-Eu... Quero... Ter o mesmo pensamento que você. Eu só... Não sei se agora seria uma boa hora para isso.(Armando ficou em silencio por um tempo.)
A-Tudo bem.
B-O que?
A-Tudo bem. Se você não está preparada, eu entendo.
B-Armando, não quero que fique chateado...
A-Eu não vou ficar, Betty. Eu entendo.
B-Eu sei que eu deveria estar feliz e animada com essa proposta, e eu quero ficar. Só que você me pegou de surpresa e...
A-Betty...(se levantou.) Eu disse que está tudo bem.
B-Não, não está. Porque estou me sentindo culpada.
A-Não precisa se sentir.
B-Não tem como eu não me sentir quando você me olha assim.
A-Assim como?
B-Como se eu estivesse sendo um monstro.
A-Betty, eu não estou te olhando de maneira nenhuma.
B-Você vai ficar chateado por eu não aceitar, eu tenho certeza.
A-Eu não vou!
B-Não precisa fingir, Armando.
A-Meu Deus! Você percebe que está brava por que eu simplesmente disse que está tudo bem?
B-É porque eu sei que no fundo você está bravo e chateado.
A-Não, eu não estou!(disse impaciente.)
B-Está sim!
A-Beatriz!(aumentou a voz e eu me calei.)
H-Com licença...(Nos viramos para a porta e Henrique e Érica nos olhavam.) Podemos voltar depois.
B-Não. (Falei rapidamente) Nós só estávamos... Conversando.
E-Tudo bem.(sorriu.) Só queríamos entregar o convite.(adentrou a sala, me entregando um papel em forma de flor.) Só para guardarem de recordação.
B-É lindo.(Disse admirada.) Obrigada!
E-Será no domingo, às nove da manhã.(Entreguei o convite para Armando, que sorriu ao olhá-lo.)
B-Estaremos lá.
H-Obrigada mais uma vez por aceitarem. É muito importante para nós.(Armando e eu nos olhamos e logo depois sorrimos para eles.) Bom... Vamos deixa-los a sós. Precisamos entregar o restante dos convites.
A-Obrigado mais uma vez.(Os dois sorriram e saíram da sala, nos deixando a sós. Olhei para Armando e ele continuou em silencio, olhando para o convite.)
B-Nós somos um exemplo de casal... (Falei em baixo tom.) Tenho medo que isso mude caso a gente dê um passo tão sério.(ele ergueu a cabeça e me olhou.)
A-Eu disse que está tudo bem, Betty.(Respondeu tranquilamente.) Eu não quero te obrigar a nada, e entendo perfeitamente que não esteja preparada para isso.(Fiquei em silencio e ele colocou o convite sobre a mesa.) Eu tenho uma reunião com o Kaleb agora. Volto depois, tudo bem?(Balancei a cabeça concordando e Armando saiu da sala. Continuei parada no mesmo lugar, encarando o convite sobre a mesa pensativa. Por mais que Armando estivesse demonstrando compreensão, eu conseguia imaginar que ele estava chateado por eu não estar animada com sua proposta. Afinal, ele tinha inclusive olhando um apartamento, e estava ansioso para me mostra-lo. Eu queria estar animada, mas o medo de que nossa relação se tornasse algo como a de Marcela e Teddy era maior do que isso.)
....
A reunião estava demorando, e já havia chegado o fim do expediente. Esperei Armando sentada em sua cadeira, e já que não tinha mais nenhum trabalho para fazer, decidi ler alguns impressos que ele estava revisando. Haviam ótimas histórias, que dariam ótimos livros. Mas, na maioria das vezes eu não prestava atenção no que lia. Estava pensando sobre a proposta do Armando. Pensando em como seria caso morássemos juntos. Acordaríamos um dia e ele ficaria frustrado ao ver que eu me esqueci de fazer compras das coisas que precisávamos. Eu ficaria impaciente com sua organização na hora de colocar as roupas na maquina. Teríamos uma discussão quando ele quisesse preparar o jantar mas eu dissesse que poderíamos apenas pedir uma pizza. Haviam mil maneiras daquela situação dar errado e levar nossa relação à um lugar onde não tivesse mais saída.
Mas, eu também não pude deixar de pensar em como seria bom acordar ao lado dele todos os dias. Sairmos juntos para o trabalho e voltarmos depois de um dia exaustivo, sentarmos em nosso sofá e ficarmos apenas em silencio, ou assistindo à algum programa bobo na televisão. Nos fins de semana não precisaríamos colocar em discussão para qual apartamento iríamos, porque já estaríamos no nosso. Poderíamos fazer programas diferentes, como irmos à um museu que eu tanto gostava mas Armando não tinha paciência para olhar objeto estático por mais de dois minutos. Ou até mesmo programas costumeiros como ficarmos em casa e pedirmos comida japonesa enquanto jogávamos conversa fora. Era tentador, e a ideia de morarmos juntos não pareceu mais tão assustadora. Ao menos pensando apenas nos lados positivos.
M-Oi.(parou à porta da sala.)
B-Oi.(Respondi olhando-a. Ela adentrou a sala em silencio, e sentou-se na cadeira à frente.) Que bom que você veio aqui. (Falei me escorando à mesa.) Queria te pedir desculpas pelo que falei mais cedo.
M-Não precisa se desculpar... Você... Tinha razão.(sorriu.)
B-E se você quiser, pode continuar no meu apartamento o tempo que precisar. Eu não me importo se você ronca como um trator e me abraça no meio da noite.(Ela riu.)
M-Obrigada, mas não vai ser preciso.
B-O que?
M-Conversei com Teddy.
B-É?
M-Sim. Eu pedi desculpas.(Franzi o cenho.)
B-Você pediu desculpas?
M-Sim. Depois do que você disse eu parei para pensar que realmente não sou uma pessoa fácil de lidar. E Teddy amadureceu bastante desde quando começamos a namorar até aqui. Então eu também preciso amadurecer.(Sorri.)
B-Fico muito feliz, Marcela. Então vocês resolveram?
M-Mais ou menos. Decidimos que vamos conversar quando chegarmos em casa. Ele disse que ia preparar um jantar e compraria vinho.
B-Já vi que a ultima coisa que vão fazer é conversar.(Ela riu.)
M-De qualquer maneira, vamos falar sobre algumas coisas importantes que podemos evitar discussões. Precisamos entender melhor um ao outro, e isso precisa partir de mim.
B-Tem toda a razão.
M-Bom... Mas e você e Armando?
B-O que tem?
M-Vocês conversaram sobre aquele assunto?
B-Ah...(Suspirei desanimada.) Eu... Falei para ele que não estava pronta, e ele disse que entendia.
M-Viu só? Armando é compreensível.
B-É... Mas tenho quase certeza que no fundo ele ficou chateado.
M-Besteira. Ele só deu uma sugestão. Não é como se fosse o fim do mundo.
B-Mas eu me senti culpada por isso.(ela me olhou.)
M-Sabe o que eu acho? Que o problema é que você quer isso tanto quanto ele, mas está com medo. E está tentando contornar a situação dizendo que está se sentindo culpada e que ele está chateado, quando na verdade ele está sendo totalmente compreensivo.(Eu não a respondi.) Você quer morar com ele, só tem medo do que pode acontecer com a relação de vocês.
B-É que... Estamos indo tão bem. As pessoas dizem que somos um exemplo de casal, e eu não quero que isso mude. Não quero que as coisas entre nós dois fique... Como....
M-Como Teddy e eu.(Fiquei em silencio.) Eu sei que parece que estamos sempre brigando, e discutindo. Mas... Nós nos damos muito bem. E se quer saber, quando passamos a morar juntos ficamos ainda melhores.
B-Mesmo?
M-Sim. É ótimo! Nós estamos nos compreendendo melhor. É claro, algumas vezes tem suas exceções... Mas nós percebemos que somos realmente um casal, e é que isso que queremos. Estamos amadurecendo juntos, e isso é muito importante. Sei que as brigas são um ponto negativo em tudo isso, mas sei que em algum momento isso vai acabar.(a olhei.) E eu acho que você deveria aceitar, porque eu sei que você gosta do Armando e que consegue facilmente imaginar como seria bom se vocês dois morassem juntos. E deveria deixar o medo de lado.(sorriu e eu retribuí o sorriso. Logo depois, Armando entrou na sala e olhou para Marcela.)
A-Ah! Oi!(sorriu.)
B-Oi.
A-Posso voltar depois se estiverem conversando...
M-Não, tudo bem. Já terminamos.(se levantou.).Ah... E me desculpe por ter ocupado o seu lugar por três dias. Agora você já pode voltar para o apartamento dela.
A-Você e Teddy se resolveram?
M-Estamos no caminho.(ele sorriu.)
A-Que bom. Fico feliz.
M-Obrigada. Então... Nos vemos amanhã.
B-A-Ok. (ela saiu da sala e Armando aproximou-se da mesa, arrumando-a)
B-Já podemos ir?(Perguntei me levantando.)
A-Sim.(respondeu sem me olhar. Peguei minha bolsa e esperei que ele terminasse o que estava fazendo.)
B-Foi você quem deu a ideia para Teddy fazer um jantar, não foi?
A-Por que acha isso?
B-Porque é algo que você faria.(Ele riu.) É bom saber que os rapazes daqui tem um conselheiro.
A-Bom... Só quando a namorada deles está dormindo com a minha por três dias seguidos.(Sorri divertida e ele enfim me olhou.) Podemos ir?
B-Sim.(Ele realmente não parecia bravo, nem mesmo magoado. Mas depois da conversa com Marce, eu pensei melhor sobre essa história de morarmos juntos. Talvez Armando realmente não tivesse sendo tão precipitado em sugerir aquilo. Estávamos namorando há pouco mais de um ano, mas era como se estivéssemos juntos há muito tempo. Conhecíamos muito bem um ao outro, nossas manias, defeitos, qualidades e tudo o que precisávamos saber para convivermos juntos. Como Marcela disse, Armando e eu já passávamos tanto tempo na casa um do outro que era como se morássemos juntos.)
...
Depois de três dias sem que Armando e eu pudéssemos ficar a sós em meu apartamento, enfim matamos a saudade um do outro. Eu sempre estaria pronta para ajudar Marcela e
Catalina sempre que elas precisassem, mas não poderia negar que ficar a sós com Armando me fez falta. Muita falta.
Olho para o rosto do Armando que está com um sorriso malicioso. Ele me conduz até a cama e beija meu pescoço subindo para meus lábios tirando todo o batom que restava. Passo minhas mãos em seus cabelos, seus lábios descem até meus seios cobertos pelo tecido do vestido. Começo a tirar sua camisa e a jogo para o lado, ele luta para tirar meu vestido mas parece impossível.
B-Euvou te ajudar!(Me levanto e aponto para o zíper do vestido e ele o puxa rapidamente, meu vestido cai no chão deixando meus seios à mostra. Chuto o vestido para o lado ficando apenas com a lingerie de renda branca. Os olhos de Armando estão escuros de desejo e sinto que posso ser devorada a qualquer momento, mordo meus lábios e ele vem até mim feito um leão que achou sua presa perfeita. Meu corpo estremece com seu olhar que promete uma noite inesquecível. Quando me dou conta seus lábios estão colados nos meus e minhas mãos vagam em seus músculos, sinto suas mãos sobre minhas coxas. Pulo em sua cintura aprofundando nosso beijo enquanto as mãos dele sobe em minha cintura e desce para minhas nádegas me fazendo arquear para trás. Me sinto ser jogada na cama e minhas mãos serem presas no topo da minha cabeça, sua língua desliza em minha pele e sinto minha calçinha ser puxada e eu simplesmente não contenho um gemido de prazer. Depois de algumas carícias que viraram torturas escuto o zíper da calça ser aberto e eu abro minhas pernas, ele se deita sobre mim chocando nossos corpos nus eu fecho os olhos e sinto o prazer me invadir. Suas estocadas são rápidas, passo minhas pernas em sua cintura e aproveito cada minuto ao seu lado.)
A-Acho que deveríamos pedir à Marcela para ficar aqui mais vezes.(virou-se para mim quando estávamos deitados em minha cama.)
B-Está me dizendo que eu sou boa nisso só quando ficamos muito tempo longe um do outro?
A-Não, é claro que não.(me virei para ele, rindo.)
B-Sempre que elas precisarem as portas da minha casa estarão abertas, mas eu confesso que não via a hora da Marcela e Teddy se resolverem para termos nossos momentos de novo.
A-Eu também.(sorriu e me deu um rápido beijo.) Eu já volto.(Observei ele se levantar e sair do quarto, e enquanto isso encarei o teto pensativa.)
Armando tinha uma gaveta para suas roupas em minha cômoda, assim como eu tinha uma em seu apartamento para as minhas. Ele tinha uma escova de dentes própria para quando dormisse comigo, e eu também tinha uma para quando dormisse em seu apartamento. Praticamente convivíamos ao menos três vezes por semana, além do sábado e domingo. A única coisa que nos impedia de dizer que realmente morávamos juntos eram as poucas exceções que tínhamos na semana, como quando Armando ficava até mais tarde para uma reunião, ou quando Marcela e Teddy discutiam e Catalina e eu tínhamos que ir ao Joe para que ela pudesse desabafar. Nós já éramos um casal, e a ideia de morarmos juntos não era assustadora como pensei.
A-Eu estava pensando...(parou à porta do quarto enquanto escovava os dentes.) Acho que devemos comprar alguma coisa para Yasmin.
B-O que vamos dar de presente para uma bebê?
A-Muitas coisas. Podemos ir à uma loja amanhã para escolhermos. Não quero ser um padrinho insensível que não presenteia a afilhada logo no primeiro dia que oficializa esse papel.(Sorri divertida olhando para ele.)
B-Está levando isso muito a sério.
A-E você não?
B-Não sei. Acho que sim. Só não tive muito tempo para pensar nisso.(ele sorriu e continuou a escovar os dentes. Tirei alguns segundos para admirá-lo, principalmente porque eu adorava vê-lo usando uma calça de moletom, sem camisa.)
A-O que?
B-Nada.(Sorri.) Você é lindo.(ele riu e saiu do quarto, voltando para o banheiro. Me sentei à cama e peguei o meu celular sobre a cômoda. Assim que ele voltou para o quarto, deitou-se à cama logo depois de me dar um carinhoso beijo no rosto, com direito à um delicioso hálito de pasta de dente de hortelã.)
A-Para alguém que não queria um celular de jeito nenhum, até que você está indo bem.(disse me olhando. Apenas sorri e não o respondi.) Acho que estou começando a me arrepender de ter te convencido a ter um.(Continuei sem responde-lo.) Será que minha namorada pode largar o celular e deitar ao meu lado para dormir comigo?
B-Shh! (O repreendi.) Está tirando minha concentração. Descobri um aplicativo onde podemos achar o apartamento ideal de acordo com o tipo de gosto.(olhei para ele.) Você acha que combinamos com um apartamento com uma enorme varanda com espaço para churrasqueira ou com uma cozinha grande para podermos discutir quando um der palpite na receita do outro?(ele sentou-se à cama e me olhou surpreso.)
A-E para que exatamente está procurando um apartamento?
B-Você já desistiu da ideia de morarmos juntos?
A-Não.(respondeu rapidamente.) Não. Mas eu pensei que... Você disse...
B-Bom... (Me deitei à cama e voltei a olhar para o celular.) Acho que cheguei à conclusão de que não devemos mais colocar em discussão em qual dos dois apartamentos vamos passar o fim de semana. E também porque eu me lembrei que deixei o meu pijama preferido na sua casa, e nunca me lembro de pegar.(Ele continuou me olhando, abismado.) Olha... O que achou desse? Tem uma ótima vista para outro prédio. Quando estivermos entediados podemos observar a vida do vizinho. (Mostrei o celular para ele. Armando abriu um largo sorriso e inclinou-se sobre mim, me enchendo de beijos. Soltei o celular sobre a cama e gargalhei, abraçando-o. Ele não precisava dizer que estava feliz por eu ter concordado em morarmos juntos. Como eu disse, nós nos conhecíamos muito bem. E na maioria das vezes compartilhávamos dos mesmos sentimentos. Eu sabia que ele estava feliz, porque eu também estava.)
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