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História Anjos Caídos - Tormento


Escrita por: KaUchiha

Notas do Autor


BOOOOOOOOOOOOOORA GALERINHA PARA MAIS UM CAPÍTULO, APROVEEEEEEEEEEEEEEEITEM ♥♥♥

Capítulo 7 - Tormento


Fanfic / Fanfiction Anjos Caídos - Tormento

Sakura se voltou para Ino.

- Por que todo mundo nessa escola é tão esquisito?

- Vou considerar que isso não foi uma ofensa pessoal - respondeu Ino, pegando uma bandeja de plástico para si e entregando outra a Sakura. - Vou fingir que não ouvi para não explicar-lhe sobre a delicada arte de se escolher um lugar no refeitório. Sabe, você nunca vai querer estar por perto do... Sakura, cuidado!

Tudo que Sakura fez foi dar um passo para trás, mas imediatamente sentiu duas mãos empurrando seus ombros com força. Soube que ia cair na mesma hora. Ela estendeu as mãos para a frente em busca de equilíbrio, mas tudo que encontrou foi a bandeja cheia de outra pessoa. A coisa toda foi derrubada junto com ela. Sakura caiu com estrondo no chão da lanchonete, uma tigela cheia de borscht na cabeça.

Quando havia conseguido limpar as beterrabas molengas dos olhos o suficiente para voltar a enxergar, Sakura olhou para cima. Uma menina de estatura média, mas furiosa, estava em pé na frente dela. A garota tinha um cabelo vermelho desbotado, e um olhar mortal. Ela mostrou os dentes para Sakura e sibilou:

- Se olhar para você já não tivesse tirado meu apetite, eu obrigaria você a me pagar outro almoço.

Sakura gaguejou um pedido de desculpas e tentou se levantar, mas a garota enfiou o salto agulha da bota bem no pé de Sakura. A dor subiu pela perna inteira e ela precisou morder o lábio inferior para não reclamar.

- Por que não deixamos para outro dia? - disse a garota.

- Já chega, Tayuya - disse Ino , friamente, enquanto se abaixava para ajudar Sakura a ficar de pé.

Sakura estremeceu. O salto agulha definitivamente ia deixar uma mancha roxa. Tayuya se virou para encarar Ino, e Sakura teve a nítida sensação de que não era a primeira vez que aquelas duas se enfrentavam.

- Já fez amizade com a novata, pelo que eu estou vendo - grunhiu Tayuya. - Isso é um comportamento muito ruim, Inozinha. Você não estava em condicional?

Sakura engoliu em seco. Ino não tinha mencionado nada sobre condicional, e não fazia sentido que isso a impedisse de fazer novos amigos. Mas a palavra foi o bastante para fazer Ino cerrar os punhos e dar um soco forte e certeiro no olho direito de Tayuya.

Tayuya cambaleou para trás, mas foi para Ino que a atenção de Sakura voltou. Ela começou a ter convulsões, os braços se sacudindo para cima. Era a pulseira, Sakura percebeu horrorizada. Estava mandando algum tipo de choque pelo corpo de Ino. Inacreditável. Isso era uma punição cruel e estranha, certamente. O estômago de Sakura se revirou ao ver o corpo inteiro de sua amiga tremer. Ela estendeu o braço para segurar Ino bem na hora que a menina desabou no chão.

- Ino - Sakura sussurrou. - Você está bem?

- Sensacional. - Os olhos de Ino piscaram, abriram, e então se fecharam de novo. Sakura prendeu a respiração. Então um dos olhos de Ino abriu novamente. - Assustei você, não foi? Ah, que bonitinho. Não se preocupe, os choques não matam - sussurrou ela. - Só me deixam mais forte. Enfim, valeu a pena para deixar aquela vaca de olho roxo, não é?

- Tudo bem, podem parar. Podem parar - uma voz rouca explodiu atrás delas.

Randy estava parada na porta, com o rosto vermelho e a respiração acelerada. Era meio tarde demais para parar alguma coisa, Sakura pensou, mas então viu Tayuya dando uma guinada na direção delas, os saltos batendo no chão de linóleo. Essa garota não tinha vergonha. Ela ia mesmo bater em Ino com Randy para bem ali?

Felizmente, os braços forte de Randy prenderam seu pulso. Tayuya começou a chutá-la para se soltar e começou a gritar.

- É melhor alguém começar a explicar - ladrou Randy, segurando Tayuya até que ela parasse. - Pensando melhor, vocês três vão se apresentar para a detenção amanhã de manhã. Cemitério. Raiar do dia! - Randy olhou para Tayuya. - Já esfriou a cabeça? - Tayuya assentiu duramente e Randy a soltou. A inspetora se agachou para Ino, que ainda estava com a cabeça no colo de Sakura, os braços cruzados sobre o peito. Primeiro, Sakura achou que Ino estivesse só irritada, como um cachorro nervoso com um coleira apertada, mas então sentiu um pequeno tremor no corpo de Ino e percebeu que a garota ainda estava à mercê da pulseira. - Vamos lá - disse Randy, mais suavemente. - Vamos desligar você. - Ela esticou a mão para Ino e ajudou a levantar seu corpo pequeno e trêmulo, se virando apenas uma vez, já na porta, para repetir as ordens para Sakura e Tayuya. - Raiar do dia!

- Mal posso esperar - respondeu Tayuya docemente, se abaixando para pegar o prato de bolo de carne que tinha caído de sua bandeja.

No segundo seguinte, ela segurava o prato acima da cabeça de Sakura, virando-o para baixo e esfregando a comida no cabelo dela logo depois.

- Impagável - comentou Tayuya, tirando uma minúscula câmera fotográfica prateada do bolso traseiro de seu jeans. - Diga... bolo de carne! - cantarolou, tirando algumas fotos de close. - Essas vão ficar ótimas no meu blog.

- Belo chapéu - zombou alguém, do outro lado da lanchonete. Então, perturbada, Sakura olhou para Sasuke, rezando para que de alguma maneira ele tivesse perdido aquela cena toda. Mas não. Ele estava balançando a cabeça, parecendo irritado. Até aquele momento, Sakura achava que tinha uma chance de simplesmente se levantar e sacudir a poeira. Mas, vendo a reação de Sasuke... Bem, tinha sido a gota d'água.

Sakura não ia chorar na frente dessas pessoas horríveis. Engoliu as lágrimas, se levantou e saiu correndo. Correu em direção à porta mais próxima, ansiosa para sentir o ar frio contra o rosto. Em vez disso, assim que saiu, a umidade do setembro sulista a envolveu, asfixiando-a. O céu estava daquela cor impossível de identificar, um marrom acinzentado tão opressivamente homogêneo que tornava difícil até enxergar o sol. Sakura diminui a velocidade, mas continuou a correr até alcançar o estacionamento, antes de parar completamente.

Ela queria ter encontrado seu velho carro ali, para poder se afundar no tecido esfarrapado dos assentos, ligar o motor e o som no máximo e dar o fora daquele lugar. Mas, parada ali sobre o cimento preto e quente, se deu conta da realidade: estava presa, e um par de gigantescos portões de metal a separava do mundo do lado de fora da Sword & Cross. Além disso, mesmo que ela tivesse uma maneira de escapar... para onde iria?

A sensação de enjoo lhe dizia tudo que era necessário saber. Ela já alcançara o fundo do poço, e as coisas estavam bem ruins. Era tão deprimente quanto verdadeiro: Sword & Cross era tudo que tinha agora. Sakura colocou o rosto entre as mãos, sabendo que tinha que voltar. Mas, ao levantar a cabeça, o resíduo em suas mãos fez com que se lembrasse de que ainda estava coberta com o bolo de carne de Tayuya. Argh. Primeira parada: banheiro mais próximo.

Dentro do prédio novamente, Sakura entrou no banheiro feminino na mesma hora em que a porta estava se abrindo. Temari, que parecia ainda mais loira e perfeita agora que Sakura parecia recém-chegada de um mergulho num lixão, se espremeu para passar.

- Opa, licença, querida - disse ela. Sua voz com sotaque sulista era doce, mas o rosto se enrugou quando olhou para Sakura. - Ah, Deus, você está horrível. O que aconteceu?

O que aconteceu? Como se a escola toda já não soubesse. Essa garota provavelmente estava se fazendo de desentendida para Sakura ter que reviver toda aquela cena humilhante.

- Espere mais cinco minutos - respondeu Sakura, com a voz mais irritada do que pretendia. - Aposto que fofoca se espalha como a peste por aqui.

- Quer minha base emprestada? - Temari perguntou, segurando uma bolsa de maquiagem azul-clara. - Você ainda não se olhou, mas vai...

- Obrigada, mas não precisa. - Sakura interrompeu, entrando no banheiro. Sem se olhar no espelho, abriu a torneira, jogou água fria no rosto e, finalmente, desabou. Com as lágrimas correndo, pressionou o recipiente de sabão e tentou usar um pouco do sabonete barato cor-de-rosa para tirar os restos de bolo de carne. Mas ainda havia a questão do cabelo, e suas roupas definitivamente já estiveram mais bonitas e cheirosas. Não que ela precisasse se preocupar em causar uma boa primeira impressão agora.

A porta do banheiro se abriu e Sakura se espremeu contra a parede como um animal encurralado. Quando uma estranha entrou, Sakura se endureceu e esperou pelo pior. A garota tinha o corpo modelado, estava com uma camada anormal de camadas de roupa. Seu rosto redondo era emoldurado por um cabelo preso em dois coques castanhos. Parecia razoavelmente despretensiosa mas, ainda assim, as aparências enganam. As mãos estavam juntas atrás das costas de um jeito no qual, depois do dia que Sakura tivera, simplesmente não podia confiar.

- Sabe, você não deveria estar aqui sem permissão - disse a garota. Seu tom equilibrado parecia sério.

- Eu sei. - O olhar da garota confirmou as suspeitas de Sakura de que era simplesmente impossível ter um tempo para relaxar naquele lugar. Ela começou a suspirar, se rendendo. - Eu só...

- Estou só brincando. - A garota riu, revirando os olhos e relaxando a postura. - Consegui um pouco de xampu do armário de materiais pra você - continuou, estendendo as mãos para mostrar dois inocentes recipientes de plástico com xampu e condicionador. - Vamos lá - chamou, pegando uma velha cadeira dobrável. - Vamos deixar você limpinha. Senta aqui.

Um riso choroso que Sakura nunca fizera antes escapou os seus lábios. Parecia, concluiu ela, um som aliviado. A garota estava realmente sendo legal com ela - não legal para os padrões de reformatório, mas legal como uma pessoa normal! Sem nenhum motivo aparente! O choque era quase grande demais para Sakura suportar.

- Hum, obrigada? - Sakura conseguiu dizer, ainda se sentindo um pouco na defensiva.

- Ah, e você provavelmente vai precisar trocar de roupa - disse a garota, olhando para seu suéter preto e tirando=o pela cabeça, revelando outro suéter preto idêntico por baixo do primeiro. Quando a menina viu a cara de surpresa de Sakura, disse: - O quê? Tenho imunidade baixa. Preciso me proteger bastante.

- Ah, bem, e não tem problema ficar sem esse? - Sakura se forçou a perguntar, mesmo que fosse capaz de fazer qualquer coisa naquele momento para se livrar do casaco sujo de carne que estava usando.

- Não esquenta - disse a garota, agitando as mãos. - Tenho mais três por baixo desse. E mais alguns no meu armário. Fi que à vontade. Fico triste ao ver uma vegetariana coberta de carne, tenho simpatia pela causa.

Sakura se perguntou como essa estranha sabia sobre seus hábitos alimentares mas, mais do que isso, teve que perguntar:

- Hum, por que está sendo tão legal comigo?

A garota riu, suspirou, e então sacudiu a cabeça:

- Nem todo mundo na Sword & Cross é piranha ou playboy.

- Hein? - Sakura perguntou, confusa.

- É a imagem deprimente que a cidade tem da escola. Obviamente, não existe nenhum playboy por aqui, mas não vou agredir seus ouvidos com alguns dos apelidos mais explícitos que inventaram. - Sakura riu. - O que quis dizer foi que nem todo mundo aqui é um babaca completo.

- Só a maioria? - Sakura perguntou, odiando já soar tão negativa. Mas tinha sido uma manhã muito longa, e ela já havia passado por tanta coisa, e talvez essa garota não fosse julgá-la por ser um pouquinho mal-humorada. Para a sua surpresa, a garota sorriu.

- Exatamente, E eles com certeza estragam a reputação do restante de nós. - Ela estendeu a mão. - Sou Mitsashi TenTen. Pode me chamar de TenTen.

- Entendi - disse Sakura, ainda muito abalada. - Sou Sakura Haruno.

- E foi transferida da Dover Prep, em New Hampshire. - disse TenTen.

- Como sabe disso tudo? - Sakura perguntou clamamente.

- Golpe de sorte? - TenTen deu de ombros. - Estou brincando, eu li sua ficha, claro. É um hobby.

Sakura a encarou sem acreditar. Talvez ela tivesse se precipitado com a impressão de que a menina era confiável. Como TenTen poderia ter acesso à sua ficha?

TenTen regulou a água da torneira. Quando ficou morna, fez com que Sakura abaixasse a cabeça até a pia.

- Sabe, o negócio é que - explicou ela - não sou realmente maluca. - Ela a baixou novamente. - Sou a única aluna dessa escola que não foi mandada para cá por um tribunal. E pode parecer que não, mas ser legalmente sã tem as suas vantagens. por exemplo, também sou a única aluna em que confiam para ser ajudante de escritório. O que é uma burrice da parte deles; afinal, tenho acesso a muitas porcarias confidenciais.

- Mas se você não precisa estar aqui...

- Quando seu pai é o zelador da escola, eles meio que precisam deixar você estudar de graça. Então... - TenTen deixou a frase morrer. O Pai de TenTen era o zelador? Pelo estado do lugar, a ideia de que houvesse um zelador nem tinha passado pela cabeça de Sakura. - Sei o que está pensando - disse TenTen, ajudando Sakura a tirar o resto de molho do cabelo com  xampu. - O lugar não é exatamente bem cuidado, não é?

- Imagine - mentirou Sakura. Ela estava ansiosa para se dar bem com a garota e queria passar uma vibração de seja-minha-amiga muito mais do que queria que parecesse que ligava realmente para a frequência com que a grama da Sword & Cross era aparada. - É, hum, bem legal.

- Papai morreu há dois anos - disse TenTen em voz baixa. - Eles até arranjaram para que o velho e decadente diretor Guy fosse meu guardião legal, mas, hum, nunca arranjaram um substituto para meu pai.

- Sinto muito - respondeu Sakura, também baixando a voz. Então mais alguém ali sabia como era passar por uma grande perda.

- Está tudo bem. - TenTen continuou, colocando o condicionador na palma da mão aberta. - Na verdade é uma escola muito boa. Gosto muito daqui.

 Agora Sakura foi quem levantou a cabeça, espalhando água pelo banheiro.

- Tem certeza de que você não é maluca? - provocou.

- Estou brincando. Odeio isto aqui. É uma droga.

- Mas não consegue ir embora - completou Sakura, inclinando a cabeça com curiosidade.

TenTen mordeu os lábios.

- Eu sei que é mórbido mas, mesmo que não estivesse presa a Guy, não poderia. Meu pai está aqui. - Apesar de invisível de onde estavam, ela indicou a direção do cemitério com um gesto. - Ele é tudo que tenho.

- Acho que você tem mais do que isso nessa escola - comentou Sakura, pensando em Ino. Ela se lembrou do jeito que Ino segurara sua mão mais cedo, o olhar ansioso em seus olhos azuis ao fazer Sakura prometer que passaria em seu quarto naquela noite.

- Ela vai ficar bem. - TenTen consolou-a. - Não seria segunda-feira se Ino não fosse levada para a enfermaria depois de uma crise.

- Mas não foi uma crise - disse Sakura. - Foi a pulseira. Eu vi. Estava dando choques nela.

- Nossa definição de "crise" é bem extensa aqui na Sword & Cross. Sua nova inimiga, Tayuya, já teve crises lendárias. Ficam dizendo que vão mudar os remédios dela. Com sorte. vai ter o prazer de testemunhar pelo menos mais um ataque histérico de primeira antes de isso acontecer.

Era admirável o quanto TenTen era bem informada. Passou pela cabeça de Sakura perguntar sobre a história de Sasuke, mas talvez fosse melhor mantes em segredo a estranha intensidade de seu interesse por ele. Pelo menos, até ela mesma conseguir entendê-la.

Ela sentiu as mãos de TenTen espremendo a água de seu cabelo.

- Acho que saiu tudo - disse TenTen. - Parece que finalmente está livre da carne.

Sakura olhou-se no espelho e passou as mãos pelo cabelo. TenTen tinha razão. Exceto pelas cicatrizes emocionais e pela dor em seu pé direito, não havia mais evidências de sua briga com Tayuya na lanchonete.

- Ainda bem que seu cabelo é curto - disse TenTen. - Se ainda estivesse comprido como na foto do arquivo, essa teria sido uma operação bem mais demorada.

Sakura olhou-a, impressionada.

- Vou ter que ficar de olho em você, não vou? -

TenTen passou seu braço pelo de Sakura e a levou para fora do banheiro.

- Apenas não me irrite e ninguém vai se machucar.

Sakura olhou para TenTen, preocupada, mas o rosto da outra não revelava nada.

- Está brincando, não está? - Sakura perguntou.

TenTen sorriu, ficando alegre de repente:

- Vamos lá, temos que ir pra aula. Não está feliz por termos as mesmas matérias à tarde?

Sakura riu.

- Quando vai parar de saber tudo sobre mim?

- Não num futuro próximo - respondeu TenTen, puxando-a pelo corredor em direção às salas de aula. - Vai aprender a gostar disso em breve, prometo. Sou uma amiga muito poderosa para se ter.

 

CONTINUA...


Notas Finais


ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULOS SEUS LINDOS ♥♥♥


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