O corredor do hospital era um ambiente conhecido. Hoseok vinha fazendo aquele caminho há 3 meses desde que reiniciou o seu tratamento com o Doutor Han e a cada sessão com o médico, sentia a satisfação em tomar cada vez mais o controle de si.
Não poderia dizer que estava totalmente curado, afinal, se tratava de uma doença que exigia dele um longo tratamento e era isso que ele fazia indo ao hospital toda a semana.
— Você parece mais sorridente agora, Hoseok. — o médico lhe disse o cumprimentando assim que cruzou a porta.
— Eu me sinto realmente feliz agora, Doutor Han. Já fazem 3 meses que não tenho crises, a minha estreia no teatro foi um verdadeiro sucesso…
— Eu sei. Eu estava lá.— disse com um sorriso.
— Sim, e isso significou muito pra mim. Naquele mesmo dia eu tomei coragem e fui até ao Hyungwon lhe pedir desculpas e foi melhor do que eu esperava porque ele me perdoou e agora estamos juntos outra vez. Nós vamos até morar juntos e trazer o irmão mais novo dele para morar com a gente. Será como ter uma família de verdade, agora.
— Isso é muito bom! Se pensarmos que a vida toda você se manteve isolado.
— Sim, eu só deixava a Jo se aproximar e se não fosse ela ao meu lado, talvez eu… — o pianista olhou para o médico sem coragem de terminar o raciocínio.
— Eu sei. Combater os pensamentos suicidas nem sempre são fáceis, mas você fez isso muito bem. Então, agora você se vê com uma família?
Hoseok parou um segundo analisando aquelas palavras. Ele iria morar com o amor da sua vida e o irmão de doze anos dele. Cuidaria dos dois e os protegeria com a sua vida. Isso realmente os tornava uma família, por mais distinta que ela fosse.
— Família… — sorriu para si com os olhos enchendo d'água. — Eu estou formando uma família. — dizia como se precisasse repetir para acreditar.
— Fico feliz em ouvir isso e se percebe a expectativa que tem com essa novidade, mas eu quero que pense sobre um ponto importante nessa nova fase de sua vida. — o médico disse capturando a atenção do pianista. — Esteja atento para não projetar neles as feridas que carregou até aqui sobre a sua relação com o seu pai e todas as questões relacionadas a seu irmão.
— Como isso poderia interferir? Eu… eu não pretendo fazer o mesmo que meu pai fazia. Pelo contrário, quero me dedicar a eles dois.
— Sim, e dentro disso, tome os cuidados necessários para que Hyungwon e o irmão não se tornem a sua única chance de descobrir o que é viver uma vida feliz em família. É necessário que descubra esse caminho por si mesmo.
— Eu entendo. Fiz isso com o Wonho no passado. Ele era o meu porto seguro.
— E foi ao perder esse porto que você sentiu a necessidade de reprojetar a ideia dele no seu subconsciente, gerando a segunda personalidade.
— Eu sei. Eu me neguei a aceitar a morte do Wonho.
— Agora você está deixando que ele vá embora e justamente no momento em que essa novidade maravilhosa de dividir a sua vida com Hyungwon está começando. Não faça uma troca. Tente levar isso da forma mais leve possível e não se exija tanto nessa nova posição de pai de família. — o médico sorriu ao falar a última palavra.
Juntamente com Doutor Han, Hoseok sorriu, e aquele sorriso tinha qualquer coisa de orgulho muito mais do que graça.
*
— Hoseok...— Hyungwon gemeu.
Estava deitado de lado, com o pianista o abraçando por trás enquanto o fodia naquela posição tão deliciosa. A mão se enchia do pau do mais novo e ele o masturbava enquanto o invadia com mais força.
— Porra... Hyungwon...como pode ser tão gostoso? — lambia a orelha do namorado quase a ponto de chegar no ápice de seu prazer.
— Mais forte… — Hyungwon pedia em um sussurro, passando o braço para trás do corpo de Hoseok lhe apertando a bunda firme.
— Você quer me deixar completamente louco. — dizia intensificando a estocada e a masturbação. — Você não para de escorrer, meu amor.
Hyungwon arfava sentindo os dedos de Hoseok acariciando a glande inchada de prazer e cada vez que ele metia mais fundo, mais ele percebia que estava muito perto de gozar.
— Ah...Hose..— tentava dizer, mas estava tão imerso naquele momento de total prazer que mordeu o braço forte do pianista que servia de apoio para a sua cabeça.
Embora Hoseok tivesse sentido a dor com aquela falta de controle do amado, se encontrava em um êxtase tão grande, que ela lhe causou até prazer. Sentiria as consequências disso mais tarde, agora, tudo o que precisava era dar lugar ao tesão que sentia toda vez que fodia aquele playboy a quem amava tanto.
— Eu vou gozar, Hyungwon...eu não aguento mais segurar. — sussurrou no ouvido do mais novo.
— Goza... Deixa eu sentir essa porra quente dentro de mim.— falava entre gemidos.
— Caralho... Hyungwon…
Ouvir o namorado dizer aquilo foi como um gatilho para que ele soltasse de vez o gozo, apertando Hyungwon contra si. Gemeu no ouvido dele, sentindo espasmos por todo o corpo, ao mesmo tempo que Hyungwon, apertando a perna de Hoseok, acabou por gozar quase ao mesmo tempo, melando a mão dele com a sua porra.
Ofegante, o mais novo se virou para o pianista que tentava recuperar as forças após aqueles momentos de prazer.
— Agora que vamos morar juntos...vai ser assim todos os dias? — Hyungwon perguntou baixinho, com um sorriso de felicidade estampado.
— Não. — Hoseok respondeu de pronto.
O sorriso do playboy desapareceu.
— Vai ser a cada dia melhor.
Os lábios grossos fizeram uma curva e os dentes se mostraram com um sorriso satisfeito. Hyungwon se aconchegou no peito musculoso de Hoseok e abraçado a ele aos poucos foi pegando no sono, mas não sem antes receber no topo da cabeça, um beijo carinhoso de seu amor.
*
No dia seguinte…
O corredor silencioso do segundo andar causava um certo incômodo a única mulher que vivia naquela mansão. Sobre seus saltos vermelhos, a senhora Chae se mantinha parada naquele espaço, com os braços cruzados, observando os dois quartos vazios de seus filhos. Após algum tempo, andou até o de Nam e empurrando a porta devagar, foi até o closet vazio do menino. Suspirou fundo, olhando em volta e já não reconhecia mais o lugar.
No criado mudo, uma foto do pequeno ao piano em algum recital que ela não compareceu. Era realmente uma péssima mãe e a única razão pela qual teve os dois filhos foi para garantir a boa vida que o marido lhe dava. Contudo, a ausência deles era sentida ainda que ela não quisesse admitir. Estava sozinha naquela casa enorme e mesmo que o marido vivesse no mesmo lugar, era como se fossem dois estranhos.
— O que está fazendo aí ? — o senhor Chae perguntou abrindo a porta do quarto de repente.
— Nam acabou de ir embora. Hyungwon veio buscar ele e os dois vão morar com o pianista. Eu sequer fui capaz de impedir isso.
— E você ao menos tentou isso? — ele arqueou a sobrancelha em uma dúvida genuína. — Quero dizer, impedir?
A mulher se deu um tempo e olhou para o marido sem responder.
— Foi o que eu imaginei. — balançou a cabeça. — Eu não tenho tempo para todo esse drama então, pare de agir como se você se importasse. — o homem disse em uma das poucas vezes que se atreveu a enfrentar a mulher.
A senhora Chae pegou o porta - retrato que trazia a foto de Nam e tacou contra a porta assim que o marido a fechou, o partindo em pedaços, contudo, a foto da criança ao piano resistia a fúria da mãe, se mantendo intacta no chão com alguns cacos dispostos sobre ela.
*
— Chegamos! — Hyungwon gritou da porta.
Hoseok foi até a sala para receber o namorado e o irmão dele que surgia tímido pela porta.
— Vocês demoraram.
— O Nam queria trazer a casa inteira. Eu já não aguentava mais esperar do lado de fora.
O menino pensou em responder o irmão, mas ainda parecia pouco à vontade no lugar novo. Percebendo isso, Hoseok se aproximou do cunhado o abraçando.
— Vai ficar tudo bem. — disse acariciando-lhe a cabeça, para em seguida descer até a altura dele.
— Eu sei. — disse baixo. — É só que…
— É tudo muito novo pra você.
Nam balançou a cabeça em concordância.
— Vai ser novo pra gente também.— Hoseok disse, olhando para Hyungwon que confirmava as palavras do pianista. — Eu sei que até o momento as suas experiências com a sua família não foram das mais agradáveis. As minhas também não foram, mas agora é a chance de recomeçar e nós vamos todos aprender juntos.
A criança sorriu, abraçando o cunhado. Os olhos de Hoseok fecharam emocionados com o carinho que recebia do jovem pianista.
— O piano. — Nam disse ainda abraçado a Hoseok. — Eu… eu posso?
— Claro.
Nam correu dos braços do cunhado para o piano e se sentando na banqueta, começou a tocar Silhouette, mas subitamente interrompeu a música.
— Hyung, acho que esse é o momento perfeito de fazermos aquela surpresa para o Hoseok.
— Surpresa? — o pianista olhou para o namorado ao lado.
— Bom, você sabe que eu voltei a estudar violino, porque o fofoqueiro do Nam te contou nesse período em que estávamos separados. — arregalou os olhos para o irmão. — Eu não pretendo voltar a competir como antes e nem quero me profissionalizar nisso, quer dizer… eu já tenho dinheiro, não preciso trabalhar.
Hoseok soltou uma risada com aquele jeitinho arrogante de sempre do seu amado.
— Mas… — respirou fundo. — Apesar de separados e magoado pela nossa briga, o Nam acabou me convencendo a ensaiar com ele uma apresentação de Silhouette ao violino e piano.
Os olhos de Hoseok aumentaram de tamanho e a boca se abriu de leve em sinal surpresa.
— Você não fez isso.
— E eu nem sabia que ainda era capaz de tirar as notas ao violino. Em certos momentos pareceu impossível, mas eu consegui. Mesmo não sabendo se algum dia eu poderia mostrar isso para você, eu fiz. Espero que goste. — deu um beijo carinhoso em Hoseok e caminhou até perto do irmão, pegando o violino que ficava repousado próximo do piano.
Hyungwon tomou posição e então os dois irmãos iniciaram a homenagem, sob os olhos emocionados do pianista. Como um filme, Hoseok repassava mentalmente diversos momentos de sua vida, alguns tristes de sua infância outros felizes ao lado do irmão sentando com ele ao piano. Se via nos concertos recebendo o carinho e aplausos do público, se lembrava do dia em que esbarrou com aquele lindo homem diante dele e a primeira manhã em que acordou ao seu lado, mesmo sem saber como ele foi parar ali. Agora estava disposto a dividir o resto da vida com ele e isso lhe trazia uma grata sensação de paz.
Ao fim da homenagem, os três jantaram juntos pela primeira vez e observar a forma como Nam e Hyungwon brincavam e implicavam um com o outro na mesa enchia o coração do pianista de felicidade. Enfim aquela casa sempre solitária estava cheia de vida. Isso fez Hoseok pensar pela primeira vez no pai.
*
Alguns meses depois …
— Shin Hoseok?
— Sou eu.
— Ele está te esperando.
Após um longo suspiro. Hoseok caminhou lento até a parte de trás da Casa de Repouso. O homem a quem ele pretendia visitar se encontrava sentado em um banco na parte externa do lugar e ele o via apenas pelas costas.
O sapato social molhava aos poucos no gramado devido a chuva do dia anterior. Parou ao lado do banco, encarando a imagem do pai que olhava para a frente como se ignorasse a sua presença. Antes de começar a falar, ainda pensou em desistir e sair exatamente por onde veio, mas já estava ali, então o melhor seria fazer o que devia ser feito.
— Eu nem sei como começar a falar sobre isso. — dizia passando a mão no rosto.
O pai virou o rosto lentamente para ele sem dizer qualquer palavra.
— Certo. — disse se sentando no banco ao lado do pai. — Eu vim aqui porque preciso de algumas respostas e… eu preciso fazer isso agora. Pai, em… em algum momento da sua vida você me amou?
A única reação que o senhor Shin teve foi voltar a cabeça para frente em silêncio.
— Você amou alguém na sua vida além de você mesmo ou algo a mais além do dinheiro?
— Que tipo de pergunta idiota é essa? — falou em um tom baixo.
— É uma simples pergunta. Seja honesto pelo menos agora e me diga, o porquê você foi cruel comigo a minha vida toda?
— Cruel? Eu estava apenas te protegendo, moleque.
— Me protegendo do quê?
— Do mundo. Você ia para escola e voltava sempre arrebentado e chorando porque alguns meninos batiam em você. Eu olhava aquilo e pensava no quanto você era um fracote, sempre chorando por tudo e sofrendo por qualquer coisa que fosse por conta desse seu jeito emotivo. Eu não tive filho homem pra isso.
— Então para que eu não sofresse em um mundo cruel, você me fez sofrer com um pai cruel?
O mais velho manteve o silêncio e pela primeira vez Hoseok via o pai com um semblante que insinuava uma breve reflexão.
— Você faz ideia do quanto esse seu método era falho e sem sentido? Se é que realmente foi essa a razão para o senhor agir desse jeito comigo.
— O que você quer ouvir, Hoseok? — o pai virou o corpo todo na direção do filho.— Quer que eu chore? Que eu te peça perdão pelos traumas que te causei e que se hoje você é um fracassado a culpa é toda minha? Mas espera!— fingiu surpresa. — Você não é um fracassado, pelo contrário, você é um pianista de sucesso internacional que mora em um apartamento luxuoso em Gangnam com o seu namoradinho rico.
Hoseok ouvia aquilo sentindo a garganta fechar com a vontade de chorar que a ironia nas palavras do pai lhe causava.
— Você está muito bem. Melhor do que eu, melhor até do que o seu irmão que com o dobro de talento que você tem, acabou morrendo de forma patética.
— Então, sempre foi sobre isso, não é? Sobre eu não ser como ele. — a voz falhou e Hoseok tentou se recompor pra falar.— Ele era o seu filho preferido e ainda assim você o tratava como uma mercadoria, uma máquina para te trazer dinheiro. Pai, você percebe nas consequências que toda essa sua negligência causou na nossa família?
— Do que vai me culpar agora?
— Por tudo! Se você deixasse o Wonho fazer o que ele realmente queria ele não teria se enfiado no álcool e nas drogas, logo, não teria morrido como um bêbado em uma briga de bar! E talvez, nenhum desses problemas psicológicos que eu venho tratando desde a minha adolescência tivesse surgido.
— Não me culpe pelos seus problemas, você sempre teve inveja do seu irmão porque ele sempre foi mais interessante que você.
— Eu nunca tive inveja do Wonho eu amava o meu irmão, idolatrava ele. O Wonho pra mim… — não terminou de dizer e começou a chorar na frente do pai embora não quisesse fazer isso. — Ele era tudo pra mim. O Wonho era a única referência de família que eu tinha e você destruiu ele, assim como me destruiu.
O homem silenciou sem sequer olhar para o filho.
— Eu só queria entender o porquê.
— Eu fui criado desse jeito, Hoseok. O seu avô era frio comigo e assim eu fui com os meus filhos. Nem todo mundo é sentimental feito você. — disse em um tom mais ameno, mas não muito acolhedor. — E eu não vou mudar agora depois de velho. Então, apenas aceite que esse é o pai que você tem ou saia daqui e desapareça por anos como têm feito.
Observando o pai que não o encarava de volta, o pianista chorava em silêncio após ouvir aquela sentença. Aos seus olhos, tudo aquilo tinha sido em vão. Dirigiu quilômetros para ouvir do pai que ele seguiria firme com as suas convicções duvidosas e seu comportamento tóxico.
Hoseok se levantou devagar, limpando os olhos e saindo em silêncio da presença do pai, mas antes que fosse embora de vez, ainda de costas perguntou a ele :
— Apesar da forma como foi criado… poderia me dizer ao menos agora que você me ama, pai?
De costas, o velho Shin deu um longo suspiro.
*
— Esqueceu a senha da porta? — Hyungwon perguntava irritado para o irmão que chegava da escola.
— Na verdade, eu sequer memorizei. — dizia, entrando pela sala.
O mais velho saiu respirando forte e se jogando no sofá, enquanto roía as unhas.
— Por que está tão irritado? É só uma senha. Eu vou gravar da próxima vez.
— Não é isso.
— Então?
— Hoseok… ele foi ver o pai e eu estou com medo do que pode acontecer nesse encontro. Eu estive com aquele velho e ele é quase como uma versão masculina da mamãe.
— Sendo assim, espero que esteja pronto para consolar o seu namorado mais tarde. Sabe como ele pode ser sensível.
No mesmo instante em que o mais novo dizia isso, Hoseok entrou pela porta e apesar de tentar parecer bem para os dois irmãos sentados na sala o encarando, ele acabou não se segurando e desabou em um choro sentido e angustiado na frente deles.
— Hoseok...— Hyungwon disse, correndo para ele.
— Eu nunca devia ter ido lá.— o pianista dizia aos prantos.
— Calma… olha pra mim. Você não precisa dele, eu estou aqui, meu amor. — Hyungwon beijava a testa de seu pianista. — Vem comigo.
O mais novo levou seu namorado inconsolável até o quarto sob o olhar triste de Nam que de certa forma, sabia exatamente o que Hoseok estava sentindo.
Os olhos do mais velho estavam parados no teto. Deitado sobre a cama que dividia com Hyungwon, o pianista era observado pelo mesmo em silêncio, após alguns minutos o consolando.
— Toma.— passou para as mãos dele um chá. — O Nam fez para você.
Hoseok se levantou da cama, sentando nela enquanto se apoiava na cabeceira. Os olhos ainda estavam vermelhos e ele tinha um semblante triste e desolador.
— Ele foi incapaz de dizer que me amava. — dizia, segurando o copo de chá sem beber.
— Meu amor...
— Que tipo de pai não consegue sequer dizer para o filho que o ama? Qual é o problema dele? — começava a chorar outra vez.
Hyungwon abraçou Hoseok, colocando o copo em cima do criado mudo.
— Eu sei que isso dói demais. Você sabe que eu te entendo perfeitamente.— voltou a olhar para ele. — Mas eu não quero que foque a sua energia nisso. Você tem a sua vida agora. Não é hora mais de olhar para o passado, apenas para o futuro.
— Eu só queria ao menos tentar arrumar tudo que estava bagunçado dentro de mim pra poder ser alguém completo pra você e o Nam.
— Hoseok, você é a pessoa mais incrível que já cruzou o nosso caminho. — Hyungwon disse segurando o rosto do pianista. — Eu não quero que se sacrifique por nós.
E as palavras do Doutor Han ditas há alguns meses faziam todo o sentido agora. Ele estava fazendo exatamente o que não deveria fazer. Na esperança de se agarrar com unhas e dentes a essa oportunidade de ter uma família feliz, se colocava naquele situação limite onde saiu mais machucado do que quando entrou.
— Você nos protege e cuida de nós. Nunca tivemos isso dos nossos pais. O Nam nunca antes foi tão feliz como agora e ver o meu irmão sorrir me faz sorrir também. Tudo isso só aconteceu porque você entrou nas nossas vidas e mudou tudo.
O pianista tinha de volta o brilho nos olhos. Aquelas palavras realmente causaram o efeito que Hyungwon esperava e ele já conseguia ver seu amado voltando ao seu estado normal.
— Não importa o que aconteceu com a sua família no passado. Nós somos a sua família agora.
Hoseok afirmou com a cabeça chorando emocionado e abraçando Hyungwon com força.
— Eu te amo. — o pianista disse no ouvido do outro.
— Eu também te amo muito.
A porta do quarto se abriu devagarinho e com o barulho, o casal que se abraçava olhou de forma instintiva para ela.
— Me desculpem. Eu... só queria saber como o Hoseok hyung estava e…
— Não precisa se desculpar. — o pianista disse fungando. — Vem aqui.
A criança entrou no quarto devagar e se sentou na cama com o irmão e Hoseok sem entender o que estava acontecendo ali.
— Eu estava dizendo a ele, Nam, que ele não precisa ficar triste porque agora nós somos a família dele e ele a nossa.
O menino sorriu para o pianista e após concordar, se inclinou para o cunhado e o abraçou, deitando a cabeça no ombro acolhedor dele. Hyungwon por sua vez, abraçou o irmão e o namorado, ficando assim os três unidos naquela atitude tão simbólica e que significava tanto para o trio.
Naquela noite, Nam dormiu no quarto de Hoseok e Hyungwon. Deitado entre os dois, a criança ressonava tranquilo, sob os olhos do casal que cruzava as mãos por cima do corpo dele. Sorriam entre si e era como se soubessem no olhar o que queriam dizer um para o outro.
Hoseok estava feliz, ainda que não fizesse ideia do que os próximos anos lhes reservava, não cabia a ele pensar muito sobre o futuro, pois o mais importante acontecia agora, bem ali, ao lado de Hyungwon e Nam, a sua verdadeira família.
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